Para 20 a 27 de junho de 2015
A TRAIÇÃO
Ao chegarmos à conclusão desses excelentes estudos sobre o
Evangelho de Lucas, passemos um momento de reflexão contemplando as cenas
finais da vida de Cristo na Terra. O confronto final de Cristo com as
autoridades religiosas e políticas de Sua época tem muito a nos dizer sobre a
mensagem de 1888.
Àquela terrível hora da meia-noite foi quando Judas, tendo
recebido um bando de homens e um capitão e oficiais com espadas, veio até Jesus
no Getsêmani, e foi o grupo, e o comandante, e os guardas, que na direção dos
chefes dos sacerdotes e fariseus, O prederam e amarraram.
Primeiro O levaram para o velho Anás. Este O enviou para
Caifás, e Caifás O enviou para Pilatos, o governador romano. Pilatos O enviou a
Herodes, que com os seus soldados escarneceram e O vestiram com uma roupa
resplandecente, mandando-O de volta a Pilatos. E quando Pilatos quis soltá-Lo,
o Sinédrio manifestou lealdade política definitiva a César e Roma, até mesmo
acima da lealdade de Pilatos e dos próprios romanos, “Achamos este homem perturbando a nossa nação, proibindo dar tributo a
César, e dizendo que Ele mesmo é Cristo, o rei” (Lucas 23: 2).
Pilatos fez o seu último apelo: “Hei de crucificar o vosso rei?” (João 19:15) apenas para ter como
resposta palavras que expressam o abandono final de Deus e a unidade completa
com Roma da parte deles: “Mas gritaram,
dizendo: Crucifica-o, crucifica-O” (Lucas 23:21). As vozes dos judeus e dos
principais sacerdotes prevaleceram.
O crime mais tremendo e o pecado declarado na voz mais
elevada em toda a história do universo foi cometido pela união entre Igreja e
Estado.
“ASSIM COMO OS JUDEUS!”
Nunca, desde a rejeição por Israel de seu Rei da glória tem
o universo celeste assistido a uma falha mais imperdoável e vergonhosa por
parte do povo escolhido de Deus, liderada por seus líderes, do que em 1888.
Frequentemente a mensageira do Senhor comparou o espírito anti-1888 à rejeição
de Cristo pelos judeus. Por exemplo:
“Luz tem estado a brilhar sobre a igreja de Deus, mas muitos
têm dito por sua atitude indiferente, ‘Não quero o Teu caminho, ó Deus, mas a
nossa própria maneira’. . . . Muitos dizem, 'Se eu tivesse vivido nos dias de
Cristo, não teria torcido Suas palavras, ou falsamente interpretado a Sua
instrução. Eu não O teria rejeitado e crucificado, como fizeram os judeus’; mas
isso será comprovado pela forma em que lidais com a Sua mensagem e Seus
mensageiros hoje. . . .
“Os que vivem hoje não são responsáveis pelos atos daqueles que crucificaram o Filho de Deus; mas,
se com toda a luz que brilhou sobre o Seu povo antigo, delineado diante de nós,
percorremos o mesmo terreno, conservamos o mesmo espírito, recusamos receber a
repreensão e advertência, então nossa culpa será grandemente aumentada”.1
Não foi o mero sadismo humano que impulsionou os escribas e
fariseus a requerer de Pilatos: “Crucifica-o!” Eles estavam obcecados com um
ódio misterioso contra o próprio Deus, as raízes do qual permanecem nas sombras
escuras de cada coração humano. Não foi apenas deicídio (*o assassínio de Deus);
foi o obscuro desejo de eliminar a Deus e a Sua justiça do universo. Os
assassinos de Jesus estavam possuídos por Satanás; e eles ergueram um espelho
para que todos nós olhemos e vejamos a nós mesmos — o que seríamos e o que
faríamos se tivéssemos estado em seu lugar, não fosse pela graça de Deus.
Mas Deus O ressuscitou! E julgou Seus assassinos; e o mundo
os tem julgado de igual modo. É a história do Assassinato que suplanta todos os
assassinatos, porque segue a trama até o seu fim — o que nenhum assassinato
humano comum pode fazer. Aquela velha, velha história, propriamente dita, é a
única esperança que este mundo tenebroso tem.
CAINDO SOBRE A ROCHA
Os líderes da nação e da Igreja estavam planejando matar a
Jesus. Caifás, o sumo sacerdote, O odiava. Pilatos, o governador romano iria
soltá-Lo, sabendo que era inocente, até Sua morte. E o rei Herodes iria
concordar com Sua morte. A maior farsa judicial em toda a história!
Jesus tinha acabado de lembrar-lhes a história bem conhecida
da construção do templo de Salomão. Uma grande pedra tinha confundido os
trabalhadores — não conseguindo descobrir onde colocá-la eles a abandonaram no
meio do mato, sob o calor do verão e da geada do inverno e sob as tempestades.
Finalmente, descobriram que era a “principal pedra de esquina”, onde revelou-se
um ajuste exato. Então, Jesus disse ser Ele o “a pedra de esquina que os construtores rejeitaram” (Lucas 20:17).
Até aqui está claro. Mas por que a ideia de alguém caindo
sobre a Pedra e sendo quebrado? (Lucas 20:18). Bem, Pedro foi um exemplo de tal
pessoa. Arrogante e orgulhoso, ele tinha certeza de que nunca iria ceder à
pressão e negar o seu Senhor, mas antes que o galo cantasse na parte da manhã,
ele havia negado a Jesus três vezes. Pedro chorou amargamente quando percebeu a
pecaminosidade do seu próprio coração. Seu arrependimento foi profundo. Ele
“caiu sobre a Pedra e ficou quebrado”. O amor de si foi quebrado; seu coração
estava quebrado. Foi relatado em tempos antigos que nunca depois houve uma
lágrima sem deixar de brilhar em seus olhos.
Por outro lado, vejam Caifás, Pilatos, Herodes. Tudo quanto
têm é o juízo final. Cristo não vai triturá-los ao pó. O que o fará será a
própria história deles. Ele não vai dizer uma palavra para condená-los no
referido juízo final. Eles vão fazer isso sozinhos. Eles o farão por si mesmos
e nada conservarão para a eternidade.
Todos confrontaremos o julgamento de se/ou. O eu deve ser
humilhado finalmente. Ou nós, por nossa própria escolha voluntária, tomamos a
cruz em que o eu é crucificado; ou prosseguiremos tornando o eu a dedicação do
nosso coração. A primeira apela a lágrimas de arrependimento de coração
derretido agora. Se escolhermos o eu, ele será moído ao pó e soprado como
poeira num vendaval — um registro eterno de nada. Herodes, Caifás e Pilatos nos
deram uma lição bem cara disso.
Humilhemos o coração e nos unamos novamente à aula que nosso
instrutor, o ladrão arrependido na cruz, está nos ensinando. Ele é qualificado
porque sabemos com certeza que foi verdadeiramente convertido e estará com
Cristo no Seu Reino. Nem todos os pregadores são tão qualificados. O ladrão
terá um lugar de grande honra com Cristo!
--Paul E. Penno
Notas:
1) Ellen G. White, “Uma Palavra à Igreja,” publicado na revista The Advent Review and
Sabbath Herald,
[Arauto do Advento e do Sábado], de 11 de Abril de 1893.
2)
A lição da Escola Sabatina é sempre ministrada pelo
Pastor Paulo Penno no sábado anterior e o vídeo da mesma você o encontra na Internet
no site: 1888mpm.org ou no youtube,
acessível digitando-se simplesmente: 88denver99,
Paulo
Penno é pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na
Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no
endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi
ordenado ao ministério há 40 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na
Universidade de Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos
escritos de Alonzo T. Jones e Ellet J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva
Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele
escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja
Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos
sobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi também
pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E.
Penno Junior. Ele foi o principal orador do seminário “Elias, convertendo
corações”, nos dias 6 e 7 de fevereiro de 2015, realizado na igreja adventista Valley Center Seventh-day Adventist Church localizada
no endereço: 14919 Fruitvale Road, Valley Center, Califórnia. Você pode vê-lo, no You Tube,
semanalmente, explanando a lição da semana seguinte na igreja adventista de
Hayward, na Califórnia, em http://www.youtube.com/user/88denver99
Atenção, asteriscos (*…) indicam acréscimos do
tradutor.