quarta-feira, 24 de junho de 2015

Lição 13 – Crucificado e ressurreto, por Paulo Penno



Para 20 a 27 de junho de 2015


A TRAIÇÃO                                               
Ao chegarmos à conclusão desses excelentes estudos sobre o Evangelho de Lucas, passemos um momento de reflexão contemplando as cenas finais da vida de Cristo na Terra. O confronto final de Cristo com as autoridades religiosas e políticas de Sua época tem muito a nos dizer sobre a mensagem de 1888.
Àquela terrível hora da meia-noite foi quando Judas, tendo recebido um bando de homens e um capitão e oficiais com espadas, veio até Jesus no Getsêmani, e foi o grupo, e o comandante, e os guardas, que na direção dos chefes dos sacerdotes e fariseus, O prederam e amarraram.
Primeiro O levaram para o velho Anás. Este O enviou para Caifás, e Caifás O enviou para Pilatos, o governador romano. Pilatos O enviou a Herodes, que com os seus soldados escarneceram e O vestiram com uma roupa resplandecente, mandando-O de volta a Pilatos. E quando Pilatos quis soltá-Lo, o Sinédrio manifestou lealdade política definitiva a César e Roma, até mesmo acima da lealdade de Pilatos e dos próprios romanos, “Achamos este homem perturbando a nossa nação, proibindo dar tributo a César, e dizendo que Ele mesmo é Cristo, o rei” (Lucas 23: 2).
Pilatos fez o seu último apelo: “Hei de crucificar o vosso rei?” (João 19:15) apenas para ter como resposta palavras que expressam o abandono final de Deus e a unidade completa com Roma da parte deles: “Mas gritaram, dizendo: Crucifica-o, crucifica-O” (Lucas 23:21). As vozes dos judeus e dos principais sacerdotes prevaleceram.
O crime mais tremendo e o pecado declarado na voz mais elevada em toda a história do universo foi cometido pela união entre Igreja e Estado.

“ASSIM COMO OS JUDEUS!”
Nunca, desde a rejeição por Israel de seu Rei da glória tem o universo celeste assistido a uma falha mais imperdoável e vergonhosa por parte do povo escolhido de Deus, liderada por seus líderes, do que em 1888. Frequentemente a mensageira do Senhor comparou o espírito anti-1888 à rejeição de Cristo pelos judeus. Por exemplo:
 “Luz tem estado a brilhar sobre a igreja de Deus, mas muitos têm dito por sua atitude indiferente, ‘Não quero o Teu caminho, ó Deus, mas a nossa própria maneira’. . . . Muitos dizem, 'Se eu tivesse vivido nos dias de Cristo, não teria torcido Suas palavras, ou falsamente interpretado a Sua instrução. Eu não O teria rejeitado e crucificado, como fizeram os judeus’; mas isso será comprovado pela forma em que lidais com a Sua mensagem e Seus mensageiros hoje. . . .
“Os que vivem hoje não são responsáveis ​​pelos atos daqueles que crucificaram o Filho de Deus; mas, se com toda a luz que brilhou sobre o Seu povo antigo, delineado diante de nós, percorremos o mesmo terreno, conservamos o mesmo espírito, recusamos receber a repreensão e advertência, então nossa culpa será grandemente aumentada”.1
Não foi o mero sadismo humano que impulsionou os escribas e fariseus a requerer de Pilatos: “Crucifica-o!” Eles estavam obcecados com um ódio misterioso contra o próprio Deus, as raízes do qual permanecem nas sombras escuras de cada coração humano. Não foi apenas deicídio (*o assassínio de Deus); foi o obscuro desejo de eliminar a Deus e a Sua justiça do universo. Os assassinos de Jesus estavam possuídos por Satanás; e eles ergueram um espelho para que todos nós olhemos e vejamos a nós mesmos — o que seríamos e o que faríamos se tivéssemos estado em seu lugar, não fosse pela graça de Deus.
Mas Deus O ressuscitou! E julgou Seus assassinos; e o mundo os tem julgado de igual modo. É a história do Assassinato que suplanta todos os assassinatos, porque segue a trama até o seu fim — o que nenhum assassinato humano comum pode fazer. Aquela velha, velha história, propriamente dita, é a única esperança que este mundo tenebroso tem.

CAINDO SOBRE A ROCHA
Os líderes da nação e da Igreja estavam planejando matar a Jesus. Caifás, o sumo sacerdote, O odiava. Pilatos, o governador romano iria soltá-Lo, sabendo que era inocente, até Sua morte. E o rei Herodes iria concordar com Sua morte. A maior farsa judicial em toda a história!
Jesus tinha acabado de lembrar-lhes a história bem conhecida da construção do templo de Salomão. Uma grande pedra tinha confundido os trabalhadores — não conseguindo descobrir onde colocá-la eles a abandonaram no meio do mato, sob o calor do verão e da geada do inverno e sob as tempestades. Finalmente, descobriram que era a “principal pedra de esquina”, onde revelou-se um ajuste exato. Então, Jesus disse ser Ele o “a pedra de esquina que os construtores rejeitaram” (Lucas 20:17).
Até aqui está claro. Mas por que a ideia de alguém caindo sobre a Pedra e sendo quebrado? (Lucas 20:18). Bem, Pedro foi um exemplo de tal pessoa. Arrogante e orgulhoso, ele tinha certeza de que nunca iria ceder à pressão e negar o seu Senhor, mas antes que o galo cantasse na parte da manhã, ele havia negado a Jesus três vezes. Pedro chorou amargamente quando percebeu a pecaminosidade do seu próprio coração. Seu arrependimento foi profundo. Ele “caiu sobre a Pedra e ficou quebrado”. O amor de si foi quebrado; seu coração estava quebrado. Foi relatado em tempos antigos que nunca depois houve uma lágrima sem deixar de brilhar em seus olhos.
Por outro lado, vejam Caifás, Pilatos, Herodes. Tudo quanto têm é o juízo final. Cristo não vai triturá-los ao pó. O que o fará será a própria história deles. Ele não vai dizer uma palavra para condená-los no referido juízo final. Eles vão fazer isso sozinhos. Eles o farão por si mesmos e nada conservarão para a eternidade.
Todos confrontaremos o julgamento de se/ou. O eu deve ser humilhado finalmente. Ou nós, por nossa própria escolha voluntária, tomamos a cruz em que o eu é crucificado; ou prosseguiremos tornando o eu a dedicação do nosso coração. A primeira apela a lágrimas de arrependimento de coração derretido agora. Se escolhermos o eu, ele será moído ao pó e soprado como poeira num vendaval — um registro eterno de nada. Herodes, Caifás e Pilatos nos deram uma lição bem cara disso.
Humilhemos o coração e nos unamos novamente à aula que nosso instrutor, o ladrão arrependido na cruz, está nos ensinando. Ele é qualificado porque sabemos com certeza que foi verdadeiramente convertido e estará com Cristo no Seu Reino. Nem todos os pregadores são tão qualificados. O ladrão terá um lugar de grande honra com Cristo!

--Paul E. Penno


Notas:

1)       Ellen G. White, “Uma  Palavra à Igreja,” publicado na revista  The Advent Review and Sabbath Herald, [Arauto do Advento e do Sábado], de 11 de Abril de 1893.

2)       A lição da Escola Sabatina é sempre ministrada pelo Pastor Paulo Penno no sábado anterior e o vídeo da mesma você o encontra na Internet no site: 1888mpm.org ou no youtube, acessível digitando-se simplesmente: 88denver99,


Paulo Penno é pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi ordenado ao ministério há 40 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos escritos de Alonzo T. Jones e Ellet J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Ele foi o principal orador do seminário “Elias, convertendo corações”, nos dias 6 e 7 de fevereiro de 2015, realizado na igreja adventista Valley  Center Seventh-day Adventist Church localizada no endereço: 14919  Fruitvale Road, Valley Center, Califórnia. Você pode vê-lo, no You Tube, semanalmente, explanando a lição da semana seguinte na igreja adventista de Hayward, na Califórnia, em http://www.youtube.com/user/88denver99
Atenção, asteriscos (*…) indicam acréscimos do tradutor.