Para
30 de maio a 6 de junho de 2015
Mais de cem
vezes Ellen White descreve a recepção que “nós” demos à mensagem especial
divina de 1888 como sendo “tal como a
dos judeus.” Ela diz que a mensagem tem sido amplamente rejeitada.
Ela chegou ao
ponto de dizer que se Jesus estivesse presente pessoal e fisicamente na
Assembléia da Associação Geral de 1888 e reuniões posteriores, nós O teríamos
tratado como “os judeus trataram a Cristo”.1 Falando da oposição, ela disse: “Assim foi na
traição, julgamento e crucificação de Jesus — tudo isso passou diante de mim
ponto por ponto. O espírito satânico assumiu o controle e moveu-se com poder
sobre os corações humanos que tinham sido abertos para dúvidas e amargura, ira
e ódio. Tudo isso foi predominante naquela reunião. Eu decidi deixar ... Mineápolis”.2
Cristo foi
amplamente rejeitado pelos líderes judeus. Ela chamou “a nossa recepção” da
mensagem de 1888 de “a oposição manifestada em Mineápolis contra a mensagem do
Senhor. ... Excitando aquela oposição, Satanás teve êxito em afastar do nosso
povo, em grande medida, o poder especial do Espírito Santo que Deus anelava
comunicar-lhes. (*“O inimigo impediu-os de obter a eficiência que poderiam ter
tido em levar a verdade ao mundo, como os apóstolos a proclamaram depois do dia
dos Pentecostes). Sofreu resistência a
luz que deve iluminar toda a Terra com a sua glória (*referência a Apoc. 18:1) e
pela ação de nossos próprios irmãos tem sido, em grande medida, conservada
afastada do mundo.”3
Cristo não foi
totalmente rejeitado pelos presentes na sede, somente em grande proporção. E a
“mui preciosa mensagem” (*Testemunhos
para Ministros, pág. 91 e 92) que o Senhor nos enviou não foi totalmente
“oposta” ou “mantida longe” (*Novamente, Mensagens
Escolhidas, livro 1, pág. 234 e 235) de nosso povo e do mundo — somente “em
grande medida” e “em grau elevado”. Cristo veio para os Seus, e os Seus não O
receberam (*João 1:11), mas houve alguns que O receberam.
E graças a
Deus, houve alguns que abriram seus corações para a mensagem que seria o
“início” do alto clamor de Apocalipse 18 e da chuva serôdia. Mas a rejeição, em
grande parte ocorrida há muito tempo, atrasou a coroação de Cristo como Rei dos
reis e Senhor dos senhores. (*Isto é, atrasou a volta de Cristo, que Ellen
White, na compilação mencionada na nota 1, abaixo, diz, por diversas vezes, que
Cristo deveria ter voltado entre 4 a 6 anos após 1888 se aquela mensagem
tivesse sido plenamente aceita pela liderança da igreja, eis que a propagação
da mesma, o “alto clamor e a chuva serôdia” causariam a pregação do evangelho e
a conclusão da obra com a celeridade com que ocorreu no pentecostes, “como fogo na palha,” grifamos).
Cristo não
conseguiu causar um impacto positivo sobre o coração do sistema religioso (*de
Sua época). Da mesma forma, em paralelo, os “mensageiros especiais” a quem “o
Senhor, em Sua grande misericórdia, nos enviou” não conseguiram causar um
impacto positivo no cerne do nosso sistema religioso (*adventista do 7º dia)..
Uns poucos
exemplos (*das mais de 100) declarações frequentes de Ellen White de “assim
como os judeus” são as seguintes: vocês “rejeitam a Cristo na pessoa de
Seus mensageiros” (*vol. 1, pág. 398); “semelhante aos judeus, quando
rejeitaram o Senhor da vida e da glória” (*vol. 2, pág. 512); “Cristo bateu à
porta buscando entrada, mas nenhum espaço Lhe foi dado” (*vol. 2, pág. 734);
“do mesmo modo em os judeus trataram a luz que Cristo lhes trouxe”; “tivesse
Cristo estado perante eles [nossos irmãos] teriam-No tratado de forma
semelhante àquela em que os judeus trataram a Cristo” (*vol. 4, pág. 1479).4
Em 1899, Alonzo
T. Jones, (*um dos dois mensageiros de 1888,) fez um apelo. “Não é uma
confissão individual que se procura tanto quanto uma confissão da Associação
Geral. É um esclarecimento a nosso
respeito que se faz necessário”.5
CULPA
DE NOSSOS ANTEPASSADOS ESPIRITUAIS
“Desde o sangue de Abel, até ao sangue de Zacarias, que
foi morto entre o altar e o templo; assim, vos digo, será requerido desta
geração”. (Lucas 11:51). Este Zacarias foi assassinado cerca de 856 AC.6
Jesus disse
que os líderes judeus de Seus dias eram realmente culpados pelo assassinato de
um homem a quem seus antepassados haviam matado quase 800 anos antes de terem
nascido. Se os judeus de sua época eram culpados de um crime cometido oito
séculos antes de terem nascido, seria impossível que hoje também não
compartilhemos da culpa de nossos antepassados espirituais de menos de uns 125
anos atrás?
Os ouvintes de Jesus em Seu tempo assumiram
exatamente a mesma atitude em relação à história da sua igreja como
assumimos a nossa. Eles negaram o seu envolvimento corporativo com os seus
antepassados em assassinar os profetas. “Ai de vós porque edificais os túmulos
dos profetas, e vossos pais os mataram. Bem testificais que vos permitir que as
obras de vossos pais; porque eles os mataram, e vós edificais os seus
sepulcros. ... O sangue de todos os profetas ... Para
que desta geração seja requerido o sangue de todos os profetas que, desde a
fundação do mundo, foi derramado”. (Lucas 11: 47-50). Jesus lhes deixou
claro que a culpa de seus pais era culpa deles, e que os “filhos” eram
participantes do mesmo espírito e dos mesmos pecados como os “pais”. Isso eles
logo demonstraram ao assassinar a Cristo e a Seus apóstolos. Isso representou
culpa corporativa. Eles, na verdade, tornaram-se culpados do pecado de Caim, de
quatro mil anos antes.
Jesus disse: “Ai de vós, doutores da lei, que tirastes a chave da
ciência; vós mesmos não entrastes, e impedistes os que entravam”. (Lucas
11:52). O registro mais triste na história é que um pecado maior foi adicionado
à descrença: As evidências incontestáveis de aprovação da mensagem,
demonstradas nos maravilhosos reavivamentos do Espírito Santo apenas confirmam
a oposição teimosa dos irmãos da liderança. “Quando eles viram e sentiram a
demonstração do Espírito Santo testificando que a mensagem era de Deus,
odiaram-na mais!”7 “A luz
que irá iluminar a Terra com a sua glória será chamada de falsa luz”.8
Maravilhai-vos,
ó céus! E espanta-te, ó Terra! Nunca, desde a rejeição por Israel de seu Rei da
glória tem o universo celeste assistido a uma falha mais imperdoável e
vergonhosa por parte do povo escolhido de Deus, conduzido por seus líderes.
Ellen White não hesitou em aplicar aos irmãos dirigentes os famosos “ais sobre
os fariseus”.9
Nenhum de nós
é intrinsecamente melhor do que os outros. De cada pecador, podemos dizer,
“Pela graça de Deus, eu sou” Nós não temos nenhuma justiça intrinsecamente
nossa própria — tudo é de Cristo.
Cada um de nós
é individualmente responsável pelo assassinato de Cristo, a menos que “nos
arrependamos individualmente para com Deus” por esse pecado.10 Em outras palavras, se somos de fato pecadores, é
desse pecado que somos potencialmente culpados.
A verdadeira
culpa é culpa completa, não meramente culpa inconsciente. Os judeus a quem
Cristo acusou do assassinato de Zacarias estavam inconscientes de sua culpa.
Mas, no entanto, eram culpados.
Seria possível
que nossa culpa inconsciente tenha dificultado a concessão da chuva serôdia?
Além de arrependimento claro e específico, somos potencialmente culpados de
todos os pecados que poderíamos cometer, se tivéssemos a oportunidade.
—Paul E. Penno
Notas
Finais:
1)
Materiais de Ellen G. White sobre 1888, vol. 4, pág.
1478
(*Esta é uma
compilação mimeografada dos originais dos artigos da pena inspirada feita pela
própria Associação Geral: 2.000 cópias em outubro de 1987 e 2000 em janeiro de
1988, em comemoração ao centenário da Assembléia da Conferência Geral realizada
em Mineápolis em 1888. Na APRESENTAÇÃO desta coletânea, págs. 3 e 4 do 1º
volume, LEIO:
(*“Embora os
sermões pregados por Ellen White em Mineápolis tenham sidp publicados por
muitos anos em Treze Anos de Crises pelo
Pr. Albert Victor Olson, Vice-presidente Geral (1946-1958) da Conferência
Geral, originalmente publicados na sua obra Through
Crisis to Victory, [Da Crise à Vitória], eles foram repetidos nesta
coletânea. Um sermão e porções de outro não encontrados naqueles treze anos de crise, foram incluídos nesta
compilação.” Os grifos nesta citação são da introdução da compilação).
2) Idem, vol. 1, pág. 309;
3) Mensagens Escolhidas, livro 1, págs.
234 e 235
4) Materiais de Ellen G. White sobre 1888, pág.
398, 512, 734, 911, 1479
5) A.T. Jones,em “Procedimentos da Conferência Geral de 1899”,
publicado no The Daily Bulletin of the General
Conference [Boletim Diário da Conferência Geral] (Worcester, Mass), 24 de Feb., de 1899, pág.
3.
(*Não localizei este artigo nem no original em
inglês, mas conheço a mensagem de Jones neste aspecto. Ele está falando de Justificação
pela fé, e expressa a idéia de que Cristo está fazendo um apelo à igreja de
LAODICÉIA, A IGREJA ADVENTISTA, do 7º dia. Este apelo está na carta à igreja de
LAODICÉIA. Abra sua Bíblia em Apoc. 19.
Primeiro Cristo apela para que compremos dEle (VS. 20) OURO (= a fé e o amor); ROUPAS
BRANCAS (= pureza de caráter, que é aA Justiça de Cristo), e, finalmente, COLÍRIO (= discernimento espiritual).
Estes são os três elementos da Justiça de Cristo, do caráter de Cristo, que, se
não resistirmos à ação do Espírito Santo em nossa vida produzirão a JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ (veja Gálatas
2:20). Basta não resistir, porque Ele
mesmo diz: “vinde às águas ... vinde e comprai, e comei, sim, vinde, comprai, sem
dinheiro e sem preço, vinho e leite” (Isa. 55:1).Então Ele faz a
promessa, vs. 3: “Convosco farei uma aliança perpétua, dando-vos as firmes beneficências
de Davi.” E no vs.6 “Buscais ao Senhor ... invocai-o enquanto
está perto.” Ele está esperando por Seu povo — LAODICÉIA. Ele é um salvador que
está perto, à mão, nunca longe.
(*BEM, eu sei que ISTO CONTRARIA A NOVA TEOLOGIA E A NOVA CRISTOLOGIA ADVENTISTA. Por
isto apoio a tradicional Cristologia adventista, que é baseada na Bíblia e no
Espírito de profecia. Estou preparando uma compilação de todos os textos do
Espírito de Profecia sobre isto. Entendido corretamente não há ambiguidade, e
muito menos a alegada diversidade de opinião dentro do Espírito de Profecia, ao
contrário, perfeita harmonia da primeira à última declaração da pena inspirada.
São 100 anos de inalterada cristologia adventista. Vou disponibilizar isto no
futuro na internet.)
(* Muitos dizem que A igreja Adventista é uma
igreja vomitada, verso 16, mas isto não é verdade. No vs. 16 o termo usado em
Grego é “Méllou”, = “estou a ponto de”. ASSIM, Cristo não rejeitoou a
igreja Adventista, mas está esperando por sua noiva se aprontar (Apoc 19:7,
ú.p.).
(*ORA, do Espírito de profecia conheço a declaração
de que em Mineápolis Cristo sentiu-Se ofendido pela rejeição da liderança de
LAODICÉIA da mensagem de Justificação pela Fé. ASSIM, entendo que nós
adventistas, COMO UM POVO, deveríamos, OFICIALMENTE, fazer uma cerimônia de DESAGRAVO, talvez até mesmo em nível do público
mundial, pelo menos evangélico, o
que muitos teólogos de nossa igreja chamam de ARREPENDIMENTO CORPORATIVO. Cristo está esperando por isto. O Comentário Bíblico Adventista, vol. 7,
pág. 872, 2ª coluna, chama nossa atenção para os seguintes textos: Mateus 22:1-13;
25:1-10, e João 2:1-10).
(*´`E ISTO BÍBLICO? Creio que
sim. E onde está? NO VERSO 19: “SÊ POIS ZELOSO E ARREPENDE-TE!!!”). Veja
que tudo é falado à liderança, “Ao anjo
da igreja que está em Laodicéia” (Apoc. 3:14)..
(*Cristo merece que O confessemos diante do homens. Veja Mateus 10:32).
(*‘Dos diversos pastores adventistas que já pesquisei sobre este assunto
estão três pastores: 1º) JACK
CERQUEIRA, de quem tenho e já
li o excelente livro de mesmo título. Ele foi pastor da igreja Capitol
Hill, em Washington D.C. , onde o assisti diversas vezes. 2º) Também tenho, e já li o livro CORPORATE
REPENTANCE, do Pr. Roberto
Wieland. Ele foi missionário na África, em Nairobe e Kenia. É autor
de inúmeros livros. Foi consultor editorial adventista do Sétimo Dia para a
África. O ouvi pregar pessoalmente em diversas ocasiões. Foi por
empenho dele que foram publicadas todas as matérias de Ellen G. White sobre 1888 na obra em 4 volumes que expus na nota de nº 1 acima. O 3º pastor é o Pr. PAUL E. PENNO JÚNIOR,
autor deste artigo (veja a biografia dele abaixo).
(*O conceito
bíblico de arrependimento corporativo é a chave para interação autêntica entre pessoas
diferentes dentro da igreja).
(*Há um anseio em círculos evangélicos para tal autenticidade na vida da
igreja. Deus queria que a Igreja Adventista do Sétimo dia liderasse o caminho.
Agora parece que estudiosos como Mark J. Boda está escrevendo sobre a doutrina
bíblica de arrependimento, a fim de estabelecer uma base para tal experiência
dentro da igreja cristã). (Repentance in Christian Theology, Arrependimento na Teologia Cristã — Liturgical Press: Collegeville, MN,
2006. Mark Boda é um professor na universidade McMaster Divinity
College in Hamilton, Ontario, Canada).
(*Jesus pretende para a igreja de Laodicéia que ela seja a líder
demonstrando a verdadeira interação social no mundo. É a consequência de dar
atenção a Seu apelo: "sê pois zeloso, e arrepende-te"
(Apoc. 3:19).
(*Uma preocupação individual por nossa própria salvação é bom. Se alguém
está se preparando para morrer, por todos os meios, deve fazer confissão do
pecado pessoal; mas nunca irá produzir um corpo de crentes que estão unidos e defrontam
seu exame final antes da trasladação na segunda vinda de Cristo. Jesus diz que
o que é necessário é que "o anjo [a liderança] da igreja de
Laodicéia": "sê pois zeloso, e
arrepende-te."
(*Assim, Jones capturou a ideia com sua expressão, "uma confissão da Conferência Geral."
(*Bem finalizando este tópico de arrependimento corporativo quero
dizer: Há muitos anos atrás o presidente da nossa Associação, Pr.
Marcos Schultz me disse, em sua sala presidencial, que não via
sentido a liderança de hoje arrepender-se pelo erro dos nossos irmãos no final
do século XIX, principalmente porque o pecado era deles e não da atual
liderança. Eu então falei-lhe que isto é exatamente o que Cristo fez. Ele
arrependeu-Se por pecados que não eram dEle, mas nossos. Quanto ao fato de que este
pecado de nossos líderes ter sido praticado há mais de 125 anos não importa. Tal
pecado é CORPORATIVO. Volte ao texto acima, no ponto em que paramos com a nota
de nº 5, e preste bem atenção a Lucas 11:51, no subtítulo CULPA DE NOSSOS ANTEPASSADOS ESPIRITUAIS deste artigo do Pr. Paulo Penno).
6) 2º Crônicas 24:20
7) Materiais de Ellen G. White sobre 1888,
vol. 3, págs. 1325 e 1326
8) Ellen G. White, “The Time of Test,” O tempo de provação, Review and Herald, 27 de Maio de 1890.
9) Testemunhos para Ministros e Obreiros
Evangélicos, pág. 76. “Que homens
conservem vivo o espírito que corria
desenfreadente em Mineápolis, é uma ofensa a Deus . Todo o
Céu está indignado com o espírito que por anos se
tem
revelado...” (Último parágrafo desta
página).
10) Idem, pág. 38
Paulo Penno é pastor evangelista da igreja
adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte
Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward,
Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi ordenado ao ministério há 38 anos.
Após o curso de teologia ele fez mestrado na Universidade de Andrews.
Recentemente ele preparou uma extensiva antologia das mensagens de justificação
pela fé, a qual está incluída na Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen
G. White. Recentemente também ele escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os
Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos
anos, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de justificação
pela fé. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim
nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Ele foi o principal
orador do seminário “Elias, convertendo corações”, nos dias 6 e 7 de fevereiro
de 2015, realizado na igreja adventista Valley
Center Seventh-day Adventist Church localizada no endereço: 14919 Fruitvale Road, Valley Center, Califórnia. Você pode vê-lo, no You Tube,
semanalmente, explanando a lição da semana seguinte na igreja adventista de
Hayward, na Califórnia, em
Atenção,
asteriscos (*…) indicam acréscimos do tradutor.
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