Para 11 a 18 de julho de 2015
A história desta jovem
cativa sem nome capta a essência do espírito de evangelismo — o amor e preocupação com os outros,
independentemente de eles merecerem, ou do que hajam feito para você ou às
pessoas que lhe são caras. Esta menina poderia facilmente ter nutrido ódio pelo
militar responsável pela vitória que levou à sua captura. Sem dúvida, sua
educação na infância quanto ao Ágape de Deus a preparou para esse encontro, mas
ela ainda tinha uma escolha a fazer. Ser um espólio de guerra também era parte
de sua educação o que poderia tê-la levado a uma escolha na direção errada, mas
isso não aconteceu. O que fez a diferença? (*Efésios 6: 5-8 tem boa parte da
resposta). Como podemos entender essa diferença e aplicá-la a nós mesmos? (*“fazendo de coração a vontade de Deus,” v. 6, ú.p.).
As ideias tão originais da
mensagem de 1888 são baseadas numa compreensão adequada de Isaías 53 e sua
descrição da palavra do Messias. Seu primeiro trabalho foi convencer o mundo do
pecado. Naamã tinha tudo o que um pagão podia desejar. Por causa de sua
experiência e destreza em vencer pessoas no campo de batalha, (*também por
causa de sua:) posição, reputação, riqueza, poder, vitórias militares, e o que
parecia ser uma boa casa, tudo era seu, exceto uma coisa.
Muitas pessoas no mundo que
têm uma posição razoável na vida acreditam que devem estar felizes, mas têm uma
sensação persistente de que algo está faltando. Televisão, Internet, rádio, até
mesmo os nossos telefones nos dizem que podemos preencher esse vazio através da
compra de um carro novo ou alguma bugiganga que irá captar o nosso interesse
pelo tempo que leva uma criança mimada a enjoar-se de outro brinquedo.
O caminho para chegar a
essas pessoas nunca é imitar os métodos do mundo, mas seguir o método de Cristo
para convencer o mundo do pecado. A única maneira de efetivamente transmitir
esse conceito é reconhecer nosso próprio pecado em apropriada humildade. Como
fazemos isso? Muitos passam a vida tentando alcançar a grandeza em vez de
aceitar serenamente sua posição na vida, como parte do plano de Deus para o seu
testemunho específico. Tivesse nossa menina cativa decidido odiar sua nova
"família", ela ainda teria que cumprir a sua parte, mas muitos a
aplaudiriam por não deixá-los "fazerem a sua cabeça".
Paulo nos instruiu a
"considerar tudo como gozo" quando diferentes provações e
desapontamentos acontecem conosco, e contentar-nos. Como isso pode acontecer? É
contra tudo em que uma mente centrada em si acredita.
Mais uma vez, é ao pé da
cruz onde aprendemos esta lição. Um dos aspectos mais difíceis da mensagem de
1888 é o ensinamento de que Cristo morreu por todas as pessoas que já nasceram
na raça humana. Os nossos esforços evangelísticos podem, portanto, ser dirigidos
e adaptados às necessidades de cada indivíduo, em vez de utilizarmos uma
abordagem padronizada. Tendemos a encontrar o maior auditório para preencher
com "pecadores" e oferecer-lhes as 28 crenças fundamentais, e
fervorosamente exortá-los a serem batizados. Do ponto de vista humano, isto
parece o mais eficiente, mas não era o método de Cristo. Ele vivia e viajava
entre as pessoas e as considerava amigos. Sua missão sempre foi baseada no fato
de que Sua morte foi por todos e cada um deles individualmente, não
coletivamente, assim ele não lidava com eles coletivamente. Ao contrário, Ele
os curava um a um.
Se aprendermos a tratar
cada pessoa que encontramos como alguém por quem Cristo já pagou a sua pena
pelo pecado na cruz, reconhecemos que não são diferentes de nós. Podemos
amá-las como família, e deixar a nossa preocupação pelo seu bem-estar fluir de
Cristo através de nós para elas.
A comunidade evangélica
cristã em geral acredita: "A exigência inicial para a cura de Naamã era fé
e obediência. Assim que ele venceu seu orgulho e cumpriu a vontade expressa de
Deus banhando-se sete vezes no lamacento Jordão, foi curado".1 A ideia é que
se cumprirmos todas as pré-condições de Deus, Ele vai nos considerar
favoravelmente e nos curar.
A mensagem de 1888 ensina o
contrário. Não podemos vencer o nosso orgulho, mas podemos aceitar a vitória de
Cristo sobre ele, por obra do Espírito Santo. Nunca poderemos "dar
cumprimento à vontade expressa de Deus" o suficiente, fazendo coisas para
chamar a Sua atenção. A cura para o pecado exige o pagamento de sua pena, que é
a segunda morte. Deus curou Naamã da lepra, símbolo bíblico do pecado, não
porque ele se banhou sete vezes no Jordão, mas porque tão certo como todos
pecaram, o Senhor certamente já colocou a iniquidade em Cristo (Isaías 53:6).
Em outras palavras, Cristo já pagou a dívida total pelo pecado de todos os
homens, que é a morte. Mas o pecador carrega esse fardo em seu coração e
consciência pecaminosos, até que alguém lhe fale do evangelho e ele creia na
Boa Nova.
Sobre a face de toda a
terra, o Espírito Santo traz convicção de pecado, porque o sacrifício do
Cordeiro de Deus tem sido aplicado para expiar toda "maldição". A
convicção de pecado só é possível se Cristo já pagou a pena por esse pecado
(Zac. 5: 1-4).
Quando Naamã banhou-se no
rio Jordão, ele estava demonstrando sua aceitação da atração do Espírito Santo,
que o estava convencendo da sua grande necessidade. Naamã decidiu que a cura
valia a pena o seu orgulho. A mudança havia ocorrido em sua mente, e suas ações
fluiram a partir disso. Quando percebemos quão boas são as boas novas,
humildade e gratidão são as respostas naturais. As expressões de gratidão de
Naamã foram o seu testemunho do poder de Deus para criar vida a partir da
morte.
“Tudo isso é libertação de acordo com “a
vontade de Deus,” nosso Pai. “A vontade de Deus é a nossa santificação”
(1ª Tess. 4:3). “Quer que todos os homens se
salvem e venham ao conhecimento da verdade” (1ª
Tim. 2:4). E Ele "faz todas as coisas segundo o conselho de Sua vontade" (Efésios
1:11). “—Está você querendo ensinar salvação universal?” Alguém poderá
perguntar. (*Não) nós tentamos simplesmente apontar o que a Palavra de Deus
ensina, que “a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os
homens” (Tito 2:11). Deus operou a salvação para todos os homens, e a deu a cada um deles; mas a maioria
a rejeita e a lança fora. O juízo revelará o fato de que plena salvação foi
dada a cada homem, e que os perdidos deliberadamente lançaram fora a posse do
seu direito de primogenitura.”2
“Os dons oferecidos pelo evangelho não devem
ser adquiridos às furtadelas, nem fruídos em segredo. ... Nossa confissão de
Sua fidelidade é o meio escolhido pelo Céu para revelar Cristo ao mundo. Temos
de reconhecer-Lhe a graça segundo nos é dada a conhecer através dos santos
homens da antiguidade; mas o que será mais eficaz é o testemunho de nossa
própria experiência. Somos testemunhas de Deus, ao revelar em nós mesmos a
operação de um poder que é divino. Cada indivíduo tem uma vida diversa da de todos
os outros, uma experiência que difere essencialmente da sua. Deus deseja que
nosso louvor a Ele ascenda, com o cunho de nossa própria individualidade. Esses
preciosos reconhecimentos para louvor da glória de Sua graça, quando
corroborados por uma vida semelhante à de Cristo, possuem irresistível poder,
eficaz para salvação de almas.”3
—Arlene
Hill
Notas:1) Final da lição de quarta-feira, pág. 33 da edição do professor.
2) Ellet J. Waggoner, The Glad Tidings, [Boas Novas]. Você pode encontrar este livro em português em nosso blog: HTTP://agape-edicoes.blogspot.com,
que foi ali postado em 31 de outubro de 2011.
Para localizá-lo
clique na coluna da direita do blog na seta que aponta para 2011, depois na de
outubro. Este texto está no 1º capítulo. A paginação do original em inglês está
entre colchetes em negrito ao longo do texto. A citação acima começa na pág. 13
e termina na 14.
3) Ellen G. White, “O Desejado de Todas as Nações, pág. 347.
A irmã Arlene Hill é uma advogada aposentada da Califórnia, EUA. Ela agora
mora na cidade de Reno, estado de Nevada, onde é professora da Escola Sabatina
na igreja adventista local. Ela foi um dos principais oradores no seminário “É a Justiça Pela Fé, Relevante
Hoje?”, que se realizou na sua igreja em maio de 2010, a Igreja Adventista
do Sétimo Dia, localizada no endereço: 7125 Weest 4th Street , Reno,
Nevada, USA, Telefone 001 XX
(775) 327-4545; 001 XX (775) 322-9642. Ela também foi oradora do
seminário “Elias, convertendo corações”, realizado nos dias 6 e 7 de fevereiro
de 2015, na igreja adventista Valley Center Seventh-day Adventist Church
localizada no endereço:
14919
Fruitvale Road, Valley Center, Califórnia.
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