quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Lição 8 — Resiliência, por Mark Duncan

Para a semana de 12 a 19 de fevereiro de 2011.

Resiliência é uma característica que todos nós gostaríamos de ter. Pensamos em personagens resilientes na Bíblia ou na vida moderna e, por vezes, desejamos que nós fôssemos mais como eles. Houve Martin Luther King, que foi ameaçado, espancado e preso. No entanto, ele pareceu saltar de um lado para outro e dizer: "Vamos vencer." A princesa Diana foi desprezada e rejeitada pelos homens (pelo menos um homem, seu marido), e ainda assim ela fazia o bem, com um sorriso alegre e uma mensagem positiva . O presidente Abrahão Lincoln era um caráter inflexível. Ele perdeu muitas campanhas políticas, antes de, finalmente, ganhar o mais alto cargo da nação (*americana). Há muitos que, em circunstâncias difíceis mostram uma robustez de coração e determinação, que desejaríamos que todos tivessemos ao defrontar extrema dificuldade.

Jó suportou dores inimagináveis; a perda de dez filhos em um único dia, seria, sozinha, o suficiente para quebrar o espírito da maioria dos mortais. No entanto, ele seguiu em frente mesmo depois de perder toda a sua riqueza, a saúde dele falhou e até mesmo sua esposa sugeriu que ele deveria amaldiçoar a Deus e morrer. Jó disse: "Ele sabe o meu caminho" (Jó 23:10). E "Ainda que Ele me mate, nEle esperarei" (Jó 13:15). É reconfortante saber que, mesmo quando todo ser humano nos abandonou e nós somos tentados a crer que nosso caso é, verdadeiramente, sem esperança, Deus entende o que estamos passando e Ele está ao nosso lado. Ele chora com os que choram e Se alegra com os que se alegram (*Rom. 12:15).

José enfrentou tempos difíceis. Depois de ter sido vendido pelos seus meio-irmãos e traído pela esposa de seu patrão, José teve suficientes motivos para crer que ser correto não valia a pena. Na prisão, ele poderia ter encontrado muitas razões para se tornar amargo e ingrato. No entanto, ele manteve a cabeça erguida. Ele cuidou daqueles ao redor dele e mostrou preocupação genuína com um outro prisioneiro. Isso o levou à decepção, por ter o prisioneiro se esquecido dele por dois anos, depois ele foi chamado da prisão, e acabou por ser libertado. E não só isto, mas foi exaltado na função de governante ao lado de Faraó. Se José não tivesse resiliência (*a capacidade de resistência) para mostrar preocupação por dois prisioneiros, que eram atormentados por seus sonhos, talvez ele jamais tivesse se tornado o primeiro-ministro do Egito. Talvez nunca teriamos ouvido a história dele.

Noemi é uma personagem encorajadora de se considerar. Ela, aparentemente, perdeu tudo quando morreram o marido e os dois filhos. Finalmente, ela decidiu empreender a longa viagem de volta à sua terra. No entanto, ela descobriu que não tinha perdido tudo a final. Uma das noras tinha visto algo na devoção dela ao seu Deus, que valia a pena arriscar tudo para entender.

Noemi deve ter tido um espírito resiliente (resistente). Ela não deve ter se sentido completamente prostrada. Ela deve ter mantido a paz que excede todo o entendimento (*Fil 4:7) para provocar uma resposta tão bonita de Rute.

“Não me instes para que te abandone, e deixe de seguir-te; porque aonde quer que tu fores irei eu, e onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus, o meu Deus, onde quer que morreres, morrerei eu, e ali serei sepultada. Faça-me assim o Senhor, e outro tanto, se outra coisa, que não seja a morte, me separar de ti.”

Como poderia uma pessoa pedir mais de outra? Essas palavras de devoção são mais do que um simples mortal pode pedir de outro mortal. A devoção de Rute é um voto que cada um de nós deve fazer para com o Senhor. "Não me instes para que te abandone...." Deve ter sido um espírito muito resiliente (resistente) que provocou tal fervorosa devoção. Quisera Deus cada um de nós pudesse mostrar uma resistência tal.

Esta devoção de uma mulher para com a sogra resultou em bênção para o mundo. Rute se tornou um dos avós do Messias. Deus honrou o seu reconhecimento da fé de sua sogra e lhe deu um lugar especial na história. Quando a verdade é modelada com resiliência, é um poderoso testemunho para aqueles que nos rodeiam.

Ester é um dos meus personagens favoritos da Bíblia. Sua decisão de comparecer perante o rei, mesmo que devesse significar a sua morte, é um prenúncio do compromisso de Cristo para ir para a cruz, mesmo que devesse significar a Sua morte eterna. Porém, aquele momento não foi a única decisão admirável de vida de Ester. Ela tinha feito muitas decisões antes daquela que modelaria a característica de resiliência (resistência). Ambos seus pais tinham morrido quando ela ainda era jovem. Ela era órfã. Isso é suficiente para quebrar o espírito de muitas crianças. Mas ela seguiu o conselho de Mardoqueu e entrou em uma ousada proposta de alto risco e se tornou a rainha do reino da Medo-Pércia. Cada um daqueles passos ao longo do caminho requeria uma fé e resiliência (resistência) de caráter que excedeu a de seus contemporâneos.

E cada uma dessas etapas trouxe mais um passo para a decisão final de arriscar tudo por sua nação. Se ela não tivesse feito do Senhor a sua habitação à sombra do Todo-Poderoso, (*Salmo 91:1), ela não saberia o que fazer quando a hora da crise chegasse. Diariamente ela viveu para Deus, até que o momento final da verdade chegou. Assim, é necessário acontecer com cada um de nós.

Resiliência é certamente uma boa palavra para descrever a vida do apóstolo Paulo. Considerando todas as dificuldades que ele enfrentou, questiona-se, como alguém poderia ter continuado a lutar "o bom combate" (*2ª Tim 4:10). Contudo, Paulo nos conta o segredo de como ele foi capaz de manter-se em marcha em uma jornada que estava cheia de tanta dificuldade. Ele estava determinado a ter, nada menos (but one) que uma vitória no final da carreira.

E, na verdade, também tenho por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como escória, para que eu possa ganhar a Cristo, e seja achado nEle, não tendo a minha própria justiça, que vem da lei, mas a que vem pela fé em Cristo, a saber, a justiça que vem de Deus pela fé” (Filipenses 3:8-9).

Paulo compreendeu que resistir às provações não lhe deu nenhum mérito de modo algum. Foi a fé que o fez lutar. Não importava como o inimigo pudesse tentar desencorajá-lo, ele tinha uma missão, que teve de ser concluída. Seu propósito era ser encontrado em Cristo. Esse deve ser o nosso objetivo. Quando as dificuldades da vida se acumulam ao nosso redor e somos tentados a desistir ou manifestar o nosso desespero e frustração, devemos lembrar que estamos em uma missão. Nossa missão deve ser encontrada em Cristo. E isso não significa apresentar um registro impecável. Significa continuar a combater o bom combate (*da fé) até que o Senhor nos dê alívio. Este é o segredo da resistência (resiliência).

"Nessas horas tremendas, precisamos aprender a confiar, a depender unicamente dos méritos da expiação, e em toda a nossa impotente indignidade, lançarmos sobre os méritos do Salvador crucificado e ressurgido" (Ellen White, A Maravilhosa Graça de Deus, pág. 112, meditação Matinal de 17/04/1974)


- Mark Duncan

O irmão Marcos Duncan é um engenheiro, que vive na cidade de Fort Wayne. Na igreja adventista que frequenta, localizada no endereço: 228 W. Lexington Ave, Fort Wayne, Indiana, 46.807, USA. ele é ancião, pianista, e professor da escola sabatina, mas também faz parte da mesa administrativa da igreja, na comissão audiovisual e tecnológica.