sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Lição 7 — Esperança em Face da Depressão, por Raul Diaz

Para a semana de 05-12 janeiro de 2011

Nossa lição desta semana é intitulada "Esperança contra a depressão." Entretanto, à luz deste dia cósmico da Expiação (*desde 1844), um título mais adequado seria "Esperança em Face da Depressão."

Nenhum de nós gosta de sofrer. Nós queremos libertação se pudermos tê-la. De fato, muitos insistem em libertação. Mas, e se Deus estiver (*como está) à procura de uma Guarda de Honra, uma pessoa, ou grupo de pessoas que estejam dispostos a suportar o sofrimento, em nome de Cristo, para trazer honra para Ele e serem testemunhas na defesa de Seu caráter?

Morris Venden contou a história de um jovem que desenvolveu uma doença terminal aos 18 anos de idade. No último ano do segundo grau, ele era popular, e sentia que era jovem demais para morrer. Ele passou por todos os tratamentos usuais, mas ainda assim sua doença progredia. Finalmente, em desespero, ele solicitou que os anciãos o ungissem com óleo. A cerimônia foi realizada no seu leito de hospital, e a esperança dos amigos e da família aumentou. Ainda assim o seu estado de saúde piorou, e ele constantemente deteriorava. Ele se perguntou: o que teria feito de errado?, ou será que ele tinha um pecado não confessado em sua vida? ou será que Deus não estivesse a ouvi-lo. Suas emoções oscilavam entre a esperança e o desespero. Amigos e colegas continuavam a visitá-lo e a orar. De fato, a notícia de sua doença se espalhou, correntes de oração surgiram por todos os estados, de onde os estudantes, professores e amigos procediam. Todos insistiam com o céu para restaurar a saúde do jovem. Mas, infelizmente, nada parecia valer, entretanto os intercessores continuavam a orar.

Ao o jovem continuar a piorar, ele compartilhou suas preocupações sobre o seu destino eterno com seus amigos. Alguém veio e disse: "Basta ter certeza de que todos os seus pecados estejam confessados." Mas isso não pareceu ajudar muito.

Um dia, o pastor de sua igreja foi capaz de comunicar a boa nova para ele de que o nosso destino eterno não é baseado em qualquer coisa que tenhamos feito, mas no que Jesus fez. Ele explicou que podemos descansar em uma contínua aceitação da obra de Cristo. Como uma revelação, a luz brilhou completamente. Animado, o jovem parou de olhar para si mesmo por algum tipo de salvação, e, em vez disso, olhou para Jesus. Que paz ele encontrou então! Como ele se alegrou!

Mas a saúde do paciente continuou a piorar. Apesar disso, ele viveu em alegria. Ele começou a questionar os seus amigos e colegas para encontrá-los “lá no céu", porque ele queria "estar com eles lá". Ouvindo isto, o pastor perguntou se poderia encontrar-se com ele mais algumas vezes para documentar o que estava acontecendo, (*e isto, naturalmente, serviria de testemunho e incentivo para a conversão de outros).
"Seus pensamentos Já mudaram?", O pastor perguntou ao jovem. "Oh sim, de três maneiras", foi a resposta. "Meu objetivo principal era me divertir, então adquirir bens, e, finalmente, ser um cara legal, mas agora estou convencido de que só há uma coisa que é importante, e que é conhecer Jesus."
Embora o jovem já tivesse paz sobre seu destino eterno, ele ainda, ocasionalmente, despertava à noite com medo avassalador, dizendo:

"Mamãe, estou com medo, eu não quero morrer aos 18 anos."
Despertando ao lado de sua cama de hospital, sua mãe acalmava seus medos, respondendo-lhe: "Filho, se isso acontecer, ao você despertar, a primeira coisa que verá será o rosto de Jesus, e Ele vai olhar em seus olhos (*sorrindo e lhe dará uma abraço).
Meu filho, tente visualizar isso? "
"Ok sim mamãe, (*posso ver isto”). respondeu ele.

E completou, “agora sinto-me melhor."

Outra ocorrência noturna ocasional era que ele acordava com a pergunta que inevitavelmente trazia desânimo e trevas: "Por que isto foi acontecer logo comigo, por que eu?" Então, uma noite o Espírito Santo lhe disse a mesma afirmação feita a João Batista, “E de todos os dons que o céu pode conceder aos homens, a participação com Cristo em Seus sofrimentos é o mais importante depósito e a mais elevada honra" (Ellen White, O Desejado de Todas as Nações, página 225). Depois de ponderar sobre a resposta do Espírito Santo, o jovem finalmente chegou a esta conclusão. "Se Deus precisa de alguém para passar por uma experiência como esta, e ainda amá-Lo e confiar nEle tanto, então, porque não eu? Eu posso ser esta testemunha em Sua honra?" O jovem decidiu ser um Guarda de honra de Deus. Como João Batista, sua história tornou-se uma inspiração para muitos outros jovens em situações difíceis, (*e muitos creram nesta verdade).
Nós pensamos, por um longo tempo, que, se tivermos fé suficiente, seremos curados, ou libertados. Mas é preciso uma fé forte, ao não ser curado, e ao não ser libertado. Embora a depressão não seja uma doença terminal, como tal, quem é que afirmará que Deus não quer usar o doente, como Seu guarda de honra, ao ele estar sofrendo? Em Filipenses 1:29, o apóstolo Paulo escreveu, "Porque a vós vos foi concedido, em relação a Cristo, não somente crer nEle, como também padecer por Ele." Somos também aconselhados que podemos sofrer por causa do evangelho. (*Col.1:24; 2ª Tim. 2: 9 e 13; Mat. 5:10, 8:34 e 35; Atos 9:16; 2ª Tess. 1: 4 e 5, etc...).

Vejamos alguns do povo de Deus que sofreram depressão: Jó, que foi o homem mais justo sobre a terra, naquela época, sofria de depressão situacional, como resultado da perda simultânea de seus filhos, seus servos e o seu gado. Então, como se isso não fosse sofrimento suficiente, vieram furúnculos incontáveis. Finalmente Jó sofreu a perda de apoio amoroso de sua esposa, que pediu que ele amaldiçoasse a Deus e morresse. Teve Jó os sintomas associados com a depressão? Sim, ele teve. Ele perdeu o sono, ele estava desanimado e em desespero. Provavelmente ele perdeu o apetite. Ele se queixou de fadiga.

Jó suportou? Sim, ele aguentou todas as provações. E Deus disse a respeito dele, "Ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus, e que se desvia do mal" (Jó 1:8). Ele vindicou o caráter de Deus em seu sofrimento.

Depois, há Elias, o profeta de Deus que sofreu de depressão depois de um longo dia resistindo, aparentemente sozinho, contra os profetas de Baal. Depois de matar os profetas, e depois de correr à frente do carro do rei Acabe sob uma chuva torrencial na cidade, ele recebeu a notícia de que a Rainha pretendia matá-lo. Elias estava tão deprimido, que ele pediu a Deus para tirar sua vida. Mas Deus não o atendeu. Em seu sofrimento, ele foi guarda de honra de Deus, vindicando o Seu nome

E João Batista, o precursor de Jesus? Dele a irmã White diz em O Desejado de Todas as Nações que sofreu dúvidas, ansiedades, teve a alma ferida, decepção amarga, e grande tristeza. Na página 216, ela diz, "Havia horas em que os cochichos dos demônios lhe torturavam o espírito e a sombra de um terrível temor dele se apoderava." No entanto, ele resistiu como um dos guardas de honra de Deus, sofrendo por amor a Cristo, até que sua vida lhe foi tirada. Para ele, não houve libertação visível. Ele foi um guarda de honra.

Finalmente, consideremos Jesus. No jardim do Getsêmani, Ele disse: "Minha alma está profundamente triste até a morte..." (*Maços 14:34). Ele Se sentiu tão sozinho, e pediu a Seus discípulos “ficai aqui e velai comigo” (*Mat. 26:38). Estressados, eles adormeceram, enquanto três vezes Ele rogou ao Pai para que o cálice passasse dEle. "Mas nenhum meio de escape foi encontrado para Ele." Tão grande era Sua agonia que grandes gotas de sangue caíram dos Seus poros sobre a terra. De acordo com a Irmã White, um poderoso anjo foi enviado para firmá-Lo no Seu sofrimento. Cristo estava deprimido, pois a irmã White diz ainda que depois o anjo O fortaleceu, "A agonia de Cristo não cessou, mas Sua depressão e desânimo O deixaram" (Ellen White, O Desejado de Todas as Nações, página 694). Ele foi o Supremo Guarda de Honra do Pai, vindicando Seu caráter diante do universo. As acusações de Satanás foram definitivamente invalidadas.

E que tal você e eu? Será que estamos dispostos a considerar que Deus precisa de nós para sofrer por Sua causa? Temos considerado que Ele pode precisar de nós para ser Seu guarda de honra? “Pelo gozo que Lhe estava proposto, [Jesus] suportou a cruz, desprezando a afronta" (Hebreus 12:2) para nos salvar, e vindicar a honra de Seu Pai. Se O amamos, poderemos fazer menos do que Ele fez?

- Raul Diaz

O irmão Raul Diaz é um membro da Igreja adventista da cidade de Monte Vernon, no estado de Illinois, perto de Chicago. Ele atua em diversos departamentos da igreja, prega em diferentes ocasiões e locais, e ensina a lição da escola sabatina em sua unidade evangelizadora em sua igreja local — Seventh-day Adventist church, na cidade de Mt Vernon, Illinois ,localizada no endereço: 12831 N. Norton, Dr. Mount Vernon, Il. 62864-8231, U.S.A, Tel.: 001 XX (618) 244-7064, endereço eletrônico: www.mtvernonadventist.org

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