terça-feira, 1 de agosto de 2017

O CALVÁRIO NO SINAI - Capítulo 7, por Paulo E. Penno Jr., M. Div. Andrews University





O  CALVÁRIO  NO  SINAI


A  LEI  E  OS  CONCERTOS  NA  HISTÓRIA  ADVENTISTA  DO    DIA

Por Paulo E. Penno Jr.

M. Div.
Andrews University



[pág. 28] Capítulo 7, O Pastor Dudley M. Canright


O Pastor Butler recebeu um golpe devastador em 17 de fevereiro de 1887. Seria a primeira consequência da "terrível conferência" de 1886. Butler ouviu quando seu velho amigo e colega, Dudley Canright, pediu para ser cortado da Igreja (*Adventista) da cidade de Otsego, (*da qual era membro) no estado de Michigan. Butler relatou o motivo da decisão de Canright a Ellen White.
Ele falou talvez por quarenta e cinco minutos ou mais. Ele disse em resumo que não poderia mais concordar com os adventistas do sétimo dia, ele tinha deixado de acreditar que a lei era obrigatória e não esperava guardar nem o sábado seguinte. ...1
A última gota para Canright foi evidentemente a conferência de 1886 e a experiência que ele teve na Comissão Teológica. Como Butler relatou:
Ele estava muito aborrecido com o modo como algumas coisas ocorreram no momento de nossa última Assembléia da Associação Geral, algumas das questões teológicas que surgiram e a maneira como alguns de nossos irmãos agiram em relação a eles o fizeram sentir-se mal e o levou a pensar. Assim ele disse que foi estudar esta questão da lei e chegou às conclusões que ele mantém.2
Canright tinha estado na Comissão Teológica, na época da conferência de 1886, centrada na lei em Gálatas 3. Essa discussão tinha levado Canright a pensar que seus pontos de vista estavam incorretos. Gálatas 3 falava sobre a lei moral. Então Canright raciocinou, que se os Dez Mandamentos seriam o "aio", foi verdadeiramente eliminado na cruz, e isso incluiu o sábado.
Canright tinha uma visão tipológica dispensacionalista do velho e novo concertos como Butler e outros. Essa estrutura dos concertos causou um malentendido no ponto de vista de Canright sobre a relação entre a lei e os concertos em Gálatas 3, que aborda a questão do coração em relação à fé, à lei e ao concerto. Ele foi obrigado a abandonar os Dez Mandamentos no que concerne à nova dispensação.
Canright escreveu mais tarde:
[pág. 29] Nenhum outro assunto deixa os adventistas tão perplexos quanto o dos concertos. Eles temem abordá-lo. Tentaram explicá-lo de várias maneiras, mas não estão satisfeitos nem consigo mesmos. Eu estive lá e sei. "A abolição do concerto do Sinai carrega com ele a abolição do sabado judaico tão completamente que nenhum traço autoritário dele pode ser encontrado deste lado do túmulo de nosso Senhor ressurreto."
O Pastor Smith diz: "Se os dez mandamentos constituíram o velho concerto, então eles se foram para sempre". Isso, portanto, torna-se uma questão de teste.3
Uma das principais razões pela qual o pastor Canright deixou a Igreja Adventista do Sétimo Dia foi porque ele acreditava que a lei tinha sido abolida com o velho concerto quando Cristo morreu. Ele não via nenhuma ligação entre a lei e o novo concerto como uma experiência do coração. Por isso o sábado foi visto como abolido com o concerto do Sinai. Esta era apenas uma conclusão lógica para ele, já que tinha adotado o paradigma baseado no tempo que o velho concerto é seguido pelo novo concerto que entrou em vigor após a cruz. Ele compartilhou essa visão dos concertos com os Pastores Butler e Smith.
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Notas Finais:

1) G. I. Butler, carta a E. G. White, de 17 de fevereiro de 1887, pág. 2, Otsego, Michigan;
2) Ibidem;
3) D. M. Canright, Seventh-day Adventism Renounced (O Adventismo do Sétimo Dia Renunciado) New York: Fleming H. Revell Company, 1889, pág. 350. Emfase suprida.

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