terça-feira, 1 de agosto de 2017

O CALVÁRIO NO SINAI - Capítulo 18, por Paulo E. Penno Jr., M. Div. Andrews University



O  CALVÁRIO  NO  SINAI


A  LEI  E  OS  CONCERTOS  NA  HISTÓRIA  ADVENTISTA  DO    DIA

Por Paulo E. Penno Jr.

M. Div.
Andrews University



[pág.97] Capítulo 18, O Calvário no Sinai

             Na superfície, pode parecer que a pré-história da Assembléia de Minneapolis de 1888, a própria conferência e o posterior instituto dos ministros de 1890 foram um conflito intra-igreja sobre a lei, a justificação pela fé e os concertos. Na verdade, era a verdade que agitava os corações do amor de Deus alcançando a humanidade pecadora, e através da cruz, e o ministério sumo-sacerdotal de Cristo no santuário celestial, efetuando uma expiação que, por sua escolha individual, por unanimidade, traz um corpo de crentes em harmonia com Deus e o fundamento de Seu governo os dez mandamentos. A lei e o evangelho, os mandamentos de Deus e a fé de Jesus, estão unidos. Eles são a promessa do concerto eterno de Deus. Calvário no Sinai expressa essa unidade.1
                Os anos anteriores à Assembléia de Minneapolis de 1888 foram preenchidos com o propagação da missão; tanto nacional como estrangeira para a Igreja Adventista do Sétimo dia. O principal público-alvo para evangelismo eram cristãos evangélicos. A relação entre a lei e o evangelho eram desafios constantes. Os antinomianos evangélicos interpretaram as Escrituras de modo a abolir a lei no ponto de transição entre o velho concerto e o novo concerto; a saber, a morte de Cristo na cruz.
                A apologética evangelística adventista do sétimo dia usava as Escrituras para um propósito; isto é, provar a perpetuidade dos dez mandamentos após a cruz. Ensinava o paradigma bíblico do dispensacionalismo do concerto tipológico. Em outras palavras, a lei dos tipos, das cerimônias, do sacerdócio e dos sacrifícios, etc., foi abolida com o velho concerto quando Cristo morreu na cruz; mas, o novo concerto que Cristo instituiu, teve por base a lei dos dez mandamentos. Esta compreensão polêmico doutrinária da relação entre os dois concertos e as duas leis na Escritura tendia a mover a denominação na direção do concerto legal; isto é, o legalismo. A lei deve ser preservada a todo custo.
                A lei sem o evangelho de Jesus Cristo é legalismo. A lei sem a fé de Jesus resulta em uma antiga experiência do coração do concerto. O que impulsiona esse evangelismo é o medo. Quando a grande verdade do amor de Deus recua, a motivação do medo enche o vácuo. Claro, o medo é a sorte comum da humanidade pecadora. Perder o foco do evangelho impregna a mensagem com a auto-motivação tóxica do medo. Obedecer e viver. Desobedecer e morrer.
                A lei e a crise do concerto de 1888 dirigiram-se ao coração da mensagem evangelística adventista do sétimo dia e sua própria experiência de coração pessoal dessa mensagem. Não era principalmente uma mensagem polêmica focada na lei de Deus. Era uma mensagem que devia ser caracterizada e conhecida por sua ênfase no evangelho de Jesus Cristo e Sua cruz. Os adventistas do sétimo dia se tornariam conhecidos principalmente como aqueles que proclamavam a cruz e o ministério expiatório de Cristo no lugar santíssimo do santuário celestial.
                Esta mudança estava começando a ocorrer na era de 1888, com a ênfase de E. J. Waggoner sobre o paradigma igualmente bíblico do velho cocerto e do novo concerto como duas experiências distintas do coração. Essas duas experiências, ele caracterizou, eram duas dispensações: a antiga e a nova. Elas eram paralelas e intemporais, vindo desde a queda até a segunda vinda de Cristo.
                A justificação pela fé, que foi a promessa de Deus no concerto eterno, foi o que Jesus ensinou a Nicodemos: "Necessário vos é nascer de novo" (*João 3:7). Essa contínua comunhão cristã, durando a vida toda, e subordinada a Cristo produz lealdade absoluta a Ele.
                Por mil e setecentos ano (*da ascensão de Cristo ao Céu, até 1844) Jesus ministrou no lugar santo do santuário celestial, onde os cristãos recorriam a Ele pelo perdão de seus pecados com base em Seu sangue derramado no Calvário. Assim, o ministério de Jesus preparou esses cristãos para morrerem, aguardando a ressurreição dos justos na segunda vinda de Cristo.
                No entanto, o ministério sacerdotal de Jesus desde 1844 no santíssimo lugar do santuário celestial, foi o cumprimento do concerto eterno de Deus de que "porei as Minhas leis no seu entendimento, e em seu coração as escreverei; e Eu lhes serei por Deus, e eles Me serão por povo ... e de seus pecados e suas prevaricações não Me lembrarei mais" (Hebreus 8:10, 12). Foi assim que o apóstolo Pedro falou no dia de Pentecostes quando profetizou "para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim  os tempos do refrigério pela presença do Senhor, e envie Ele a Jesus Cristo" (Atos 3: 19, 20). Observe que esses eventos teriam lugar antes que o Senhor enviasse Jesus, uma referência óbvia a Sua segunda vinda.
O apagamento dos pecados foi a cósmica experiência de coração no Dia da Expiação de indivíduos que se uniram espontaneamente como o corpo de Cristo em arrependimento pelo pecado. "Os tempos do refrigério" (*vs.19) é o que produz esse arrependimento. O Espírito Santo convence o coração usando a lei de Deus. Ele é convencido do pecado; Tanto os pecados conhecidos como os desconhecidos; qualquer inimizade contra Deus que separe a alma dEle. O coração arrependido entra em acordo com o Espírito Santo e responde: “—eu preferiro ter a Jesus do que esse pecado. Ei-lo aqui, tome-o, e me purifique de toda injustiça”.
Assim, quando Jesus efetuou a expiação individual em corações que foram a fonte da poluição do santuário celestial, então Ele pode concluir a purificação do tabernáculo cósmico. Esta é a experiência de coração da justificação pela fé prometida por Deus no concerto eterno. Esta foi a mensagem motivadora de Apocalipse 18: 1 essencial a fim de que a mensagem dos três anjos de Apocalipse 14 complete sua missão evangelística. Ellen White tinha visto esta mensagem de Apocalipse 18 sendo introduzida no momento certo, unindo-se à mensagem dos três anjos como uma adição.
   Que a unidade da lei e do evangelho seja efetuada pelo enfoque do povo de Deus no Calvário no Sinai.

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Nota Final:                                                        

1. Veja pag. 82.                                                                    

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