quarta-feira, 2 de agosto de 2017

OS DOIS CONCERTOS E AS DUAS LEIS, compilação de João Soares da Silveira,



Útil para todo o 3º trimestre de 2017
             Para o entendimento das lições sobre a epístola aos Gálatas, e notadamente da lição de nº6, desta semana, é primordial desfazermos a área cinzenta que existe no cristianismo sobre os dois concertos e as duas leis.
A melhor explicação, em todo o cristianismo, que desfaz as dúvidas sobre os conceitos do velho e do novo concertos, bem como das duas leis, nos vem de Ellen G White em Patriarcas e Profetas, págs. 367 a 373:
O velho concerto está em Êxodo 19 e 24;
O novo concerto ocorreu em duas fases ou etapas: a anterior à cruz e a posterior.
ATENÇÃO: Todas as notas foram acrescidas por nós. Confira a seguir o que a pena inspirada tem a dizer sobre os dois concertos e as duas leis
Patriarcas e Profetas, página [367] “A lei cerimonial1 foi dada por Cristo. Mesmo depois que ela não mais devia ser observada, Paulo apresentou-a aos judeus em sua verdadeira posição e valor, mostrando o seu lugar no plano da redenção e sua relação para com a obra de Cristo; e o grande apóstolo declara gloriosa esta lei, digna de Seu divino Originador. O serviço solene do santuário tipificava as grandiosas verdades que seriam reveladas durante gerações sucessivas. A nuvem de incenso que ascendia com as orações de Israel, representa a Sua justiça que unicamente pode tornar aceitável a Deus a oração do pecador; a vítima sangrenta sobre o altar do sacrifício, dava testemunho de um Redentor vindouro; e do santo dos santos resplandecia o sinal visível da presença divina. Assim, através de séculos e séculos de trevas e apostasia, a fé se conservou viva no coração dos homens até chegar o tempo para o advento do Messias prometido.” ...
[370] “Assim como a Bíblia apresenta duas leis, uma imutável e eterna, e outra provisória e temporária, assim há dois concertos. O concerto da graça2 foi feito primeiramente com o homem no Éden, quando, depois da queda, foi feita uma promessa divina de que a semente da mulher feriria a cabeça da serpente. A todos os homens este concerto oferecia perdão, e a graça auxiliadora de Deus para a futura obediência mediante a fé em Cristo. Prometia-lhes também vida eterna sob condição de fidelidade para com a lei de Deus. Assim receberam os patriarcas a esperança da salvação.
"Este mesmo concerto foi renovado a Abraão, na promessa: "Em tua descendência serão benditas todas as nações da Terra" (Gên. 22:18). Esta promessa apontava para Cristo. Assim Abraão a compreendeu (Gál. 3:8 e 16), e confiou em Cristo para o perdão dos pecados. Foi esta fé que lhe foi atribuída como justiça. O concerto com Abraão mantinha também a autoridade da lei de Deus. O Senhor apareceu a Abraão e disse: "Eu sou o Deus Todo-Poderoso, anda em Minha presença e sê perfeito" (Gên. 17:1). O testemunho de Deus concernente a Seu fiel servo foi: "Abraão obedeceu à Minha voz, e guardou o Meu mandado, os Meus preceitos, os Meus estatutos, e as Minhas leis" (Gên. 26:5). E o Senhor lhe declarou: "Estabelecerei a Minha Aliança entre Mim e ti e a tua semente depois de ti em suas gerações, por concerto perpétuo, para te ser a ti por Deus, e à tua descendência depois de ti" (Gên. 17:7).
“Se bem que este concerto houvesse sido feito com Adão e renovado a Abraão, não poderia ser ratificado antes da morte de Cristo. Existira pela promessa de Deus desde que se fez a [371] primeira indicação de redenção; fora aceito pela fé; contudo, ao ser ratificado por Cristo, é chamado um novo concerto. A lei de Deus foi a base deste concerto, que era simplesmente uma disposição destinada a levar os homens de novo à harmonia com a vontade divina, colocando-os onde poderiam obedecer à lei de Deus.
“Outro pacto3, chamado nas Escrituras o ‘velho’ concerto, foi formado entre Deus e Israel no Sinai, e foi então ratificado pelo sangue de um sacrifício4 O concerto abraâmico foi ratificado pelo sangue de Cristo, e é chamado o ‘segundo’, ou o ‘novo’ concerto, porque o sangue pelo qual foi selado foi vertido depois do sangue do primeiro5 concerto. Que o novo concerto era válido nos dias de Abraão, evidencia-se do fato de que foi então confirmado tanto pela promessa como pelo juramento de Deus, "duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta" (Heb. 6:18).
“Mas, se o concerto abraâmico continha a promessa da redenção, por que se formou outro concerto no Sinai?6 - Em seu cativeiro, o povo em grande parte [a] perdera o conhecimento de Deus e os princípios do concerto abraâmico. Libertando-os do Egito, Deus procurou revelar-lhes Seu poder e misericórdia, a fim de que fossem levados a amá-Lo e confiar nEle. Trouxe-os ao Mar Vermelho — onde, perseguidos pelos egípcios, parecia impossível escaparem — a fim de que se compenetrassem de seu completo desamparo, e da necessidade de auxílio divino; e então lhes operou o livramento. Assim eles se encheram de amor e gratidão para com Deus, e de confiança em Seu poder para os ajudar. Ele os ligara a Si na qualidade de seu Libertador do cativeiro temporal.
“Havia, porém, uma verdade ainda maior a ser-lhes gravada na mente. Vivendo em meio de idolatria e corrupção, [b] não tinham uma concepção verdadeira da santidade de Deus, [c] da excessiva pecaminosidade de seu próprio coração, [d] de sua completa incapacidade para, por si mesmos, prestar obediência à lei de Deus, e [e] de sua necessidade de um Salvador. Tudo isto deveria ser-lhes ensinado.
“Deus os levou ao Sinai; manifestou Sua glória; deu-lhes Sua lei, com promessa de grandes bênçãos sob condição de obediência: "Se diligentemente ouvirdes a Minha voz, e guardardes o Meu concerto 7 então... Me sereis um reino sacerdotal e o povo santo" (Êxo. 19:5 e 6). O povo não compreendia a pecaminosidade [372] de seus corações, e que sem Cristo lhes era impossível guardar a lei de Deus; e prontamente entraram em concerto com Deus. Entendendo que eram capazes de estabelecer sua própria justiça, declararam: "Tudo o que o Senhor tem falado faremos, e obedeceremos" (Êxo. 24:7). Haviam testemunhado a proclamação da lei, com terrível majestade, e tremeram aterrorizados diante do monte; e, no entanto, apenas algumas semanas se passaram antes que violassem seu concerto com Deus e se curvassem para adorar uma imagem esculpida. Não poderiam esperar o favor de Deus mediante um concerto8 que tinham violado; e agora, vendo sua índole pecaminosa e necessidade de perdão, foram levados a sentir que necessitavam do Salvador revelado no concerto abraâmico e prefigurado nas ofertas sacrificais9. Agora, pela fé e amor, uniram-se a Deus como seu Libertador do cativeiro do pecado. Estavam então, preparados para apreciar as bênçãos do novo concerto10.
“As condições do "velho concerto"11.eram: Obedece e vive - "cumprindo-os [estatutos e juízos] o homem, viverá por eles" (Ezeq. 20:11; Lev. 18:5); mas "maldito aquele que não confirmar as palavras desta lei". (Deut. 27:26). O "novo concerto" foi estabelecido com melhores promessas: promessas do perdão dos pecados, e da graça de Deus para renovar o coração, e levá-lo à harmonia com os princípios da lei de Deus. "Este é o concerto 12 que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei a Minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração. ... Porque lhes perdoarei a sua maldade, e nunca mais Me lembrarei dos seus pecados" (Jer. 31:33 e 34).
“A mesma lei que fora gravada em tábuas de pedra, é escrita pelo Espírito Santo nas tábuas do coração. Em vez de cuidarmos em estabelecer nossa própria justiça, aceitamos a justiça de Cristo. Seu sangue expia os nossos pecados. Sua obediência é aceita em nosso favor. Então o coração renovado pelo Espírito Santo produzirá os "frutos do Espírito". Mediante a graça de Cristo viveremos em obediência à lei de Deus, escrita em nosso coração. Tendo o Espírito de Cristo, andaremos como Ele andou. Pelo profeta Ele declarou a respeito de Si mesmo: "Deleito-Me em fazer a Tua vontade, ó Deus Meu; sim, a tua lei está dentro do Meu coração" (Sal. 40:8). E, quando esteve entre os homens, disse: "O Pai não Me tem deixado só, porque Eu faço sempre o que Lhe agrada" (João 8:29).
[373] “O apóstolo Paulo apresenta claramente a relação entre a fé e a lei, no novo concerto. Diz ele: "Sendo pois justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo" (Rom. 5:1). "Anulamos, pois, a lei pela fé? De maneira nenhuma, antes estabelecemos a lei" (Rom. 3:31). "Porquanto o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne — ou seja, ela não podia justificar o homem, porque em sua natureza pecaminosa este não a poderia guardar — Deus, enviando o Seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne; para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito" (Rom. 8:3 e 4).
“A obra de Deus é a mesma em todos os tempos, embora haja graus diversos de desenvolvimento e diferentes manifestações de Seu poder, para satisfazerem as necessidades dos homens nas várias épocas. Começando com a primeira promessa evangélica, e vindo através da era patriarcal e judaica, e mesmo até ao presente, tem havido um desenvolvimento gradual dos propósitos de Deus no plano da redenção. O Salvador, tipificado nos ritos e cerimônias da lei judaica, é precisamente o mesmo que Se revela no evangelho. As nuvens que envolviam Sua divina pessoa foram removidas; o nevoeiro e as sombras desapareceram; e Jesus, o Redentor do mundo, Se acha revelado. Aquele que do Sinai proclamou a lei e entregou a Moisés os preceitos da lei ritual, é o mesmo que proferiu o sermão do monte. Os grandes princípios de amor a Deus, que estabeleceu como fundamento da lei e dos profetas, são apenas uma repetição do que Ele dissera por meio de Moisés ao povo hebreu: "Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu poder" (Deut. 6:4 e 5). "Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Lev. 19:18). O Ensinador é o mesmo em ambas13 as dispensações. As reivindicações de Deus são as mesmas. Os mesmos são os princípios de Seu governo. Pois tudo procede dAquele "em Quem não há mudança nem sombra de variação" (Tia. 1:17). 14

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Notas do compilador deste texto de Patriarcas e Profetas:

1) Pelo fato da lei cerimonial ter sido “dada por Cristo” é inconcebível que ela fizesse parte do Velho Concerto que “gera filhos para a servidão” (Gálatas 4: 24) do pecado, simbolizado por Agar. A lei cerimonial faz, sim, parte da primeira fase do Novo Concerto.
2) O ‘concerto da graça’ ou o ‘Novo Concerto’ teve duas etapas, fases ou dispensações: a primeira antes; e a segunda, depois da cruz. Além do ‘concerto da graça’ há também o ‘concerto do Sinai’ ou o "velho Concerto”, o qual foi celebrado em uma única cerimônia, conforme se lê em Êxodo 24 (por volta de 1491 a.C.), cerca de um ano antes da inauguração do Santuário Terrestre (ocorrida por volta de 1490 a.C.), descrita em Hebreus 9.18-22. “A construção do tabernáculo não se iniciou senão algum tempo depois que Israel chegou ao Sinai; e tal edificação sagrada foi pela primeira vez erguida no início do segundo ano a partir do êxodo.” (Patriarcas e Profetas, pág. 374).
3) O “outro pacto” – aqui referido – trata-se do “concerto do Sinai” ou o “velho Concerto”, referido em Êxodo 19 e 24. Este é o que “gera para servidão” do pecado. É o concerto da “justiça própria”, das “obras da lei”, a tentativa de se “justificar pela lei” (Gálatas 5:4).
4) Sacrifício de novilhos, conforme Êxodo 24:5.
5) Primeiro concerto ou antiga aliança de Êxodo 19 e 24. Deus sabia que não poderiam cumprir, por eles mesmos, a promessa “Tudo o que o Senhor tem falado, faremos” (19: 8), e “Todas as palavras que o Senhor tem falado, faremos” (24:3), e mais, no vs. 7 acrescentaram “e obedeceremos”.
“A excitação da ocasião causou o povo, sinceramente, sem dúvida, a concordar em guardar a lei de Deus. O espírito deles estava verdadeiramente desejoso, mas a carne deles era fraca (veja Mat. 26:41). Desempenho (*ou execução) sempre anda muito atrás da promessa. O povo evidentemente tinha pouco conhecimento do próprio coração; eles não tinham aprendido a desconfiar de si mesmos. Também tinham pouca percepção dos requerimentos espirituais da lei. ... Provia mandamentos escritos em pedra e ‘juízos’ escritos num livro, mas não tinham poder para escrevê-los nas taboas de carne do coração (Rom. 8:1-4; 2ª Cor. 3 ). O novo concerto tem êxito porque é cumprido, não por nossa própria pobre força humana, mas no poder da fé na habitação de Cristo no interior do crente, Jer. 31:31-34; Heb. 8: 6-12; 10: 14-16” (Comentário Bíblico, vol. 1 da série SDABC, pág. 631, 2ª coluna).
Da lição 9 do 2º Trimestre de 2009, lemos: “Quando os judeus pediram a Jesus, "que faremos para executarmos as obras de Deus"? (*João 6:28), repetiram a autoconfiança de seus antepassados no Sinai quando disseram: "Tudo que o Senhor tem falado, faremos" (*Êxodo 19:8, O Concerto Eterno, pág. 235). Jesus corrigiu-os: "A obra de Deus é esta, que creiais nAquele que Ele enviou” (João 6:29). Sua arrogância revelou que recusaram crer num Deus que faria a obra por eles. Em vez disso, eles insistiram em "obrar" exaustivamente sob "cargas pesadas” de feitura humana. Assim, eles não puderam entrar no descanso que Deus tinha preparado para eles.”
6) Ou seja: se já, desde o Éden, existia o Novo Concerto – da graça – por qual razão foi feito o Antigo Concerto, o Concerto ‘das obras da lei’, que gera para escravidão? Deus fez com eles esta antiga aliança para que, após fracassarem, compreendessem a necessidade de crerem no verdadeiro e único concerto exequível, o concerto eterno.
7) Qual concerto? O ‘abraâmico’ logicamente, pois não havia sido oficializado nenhum outro concerto entre o Senhor e os homens. Deus estava lhes propondo a renovação do Novo Concerto, porém eles – supondo-se capacitados de, por suas próprias forças, guardar a Lei de Deus– propuseram-Lhe o Velho Concerto. Pelas cinco razões – supra expostas: a, b, c, d, e – o Senhor aceitou a proposta deles e firmou com eles o Velho Concerto, o qual teve uma só e única cerimônia em toda a Bíblia. Entretanto o Velho Concerto continua vigente e “gerando para a servidão”, até o dia de hoje.
O princípio dos: “dois concertos existem hoje, e, em verdade, dizemos que sempre existiram desde que se iniciou o grande conflito entre Cristo e Satanás. ‘Não são uma questão de tempo mas de condição’” (Ellet. J. Waggoner).
E é fácil entender isto pois, são dois tipos de reação que temos em resposta ao plano salvífico divino, desde que o pecado entrou no mundo:
O Princípio do velho concerto. O espírito do velho concertismo, de tentar salvar-se pelos próprios méritos e esforços: Adão e Eva “coseram folhas de figueira para tapar a sua nudez” (Gen. 3:7); “Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao Senhor” (Gên. 4:3), algo que ele labutou, arduamente para produzir; Esaú desprezou seu direito de primogenitura por um prato de lentilhas, Gen. 25:34 e Heb. 12:16; etc... etc...
O Princípio do Novo Concerto. A atitude oposta é uma submissão completa do crente ao postar-se nas mãos da Onipotência para que Deus realize nele tanto o querer como o efetuar, algo que não pode fazer por si mesmo.
Como é isto possível?. Veja, 2ª Cor. 5:14 nos diz que “o amor de Cristo nos constrange," quer dizer, ao contemplarmos o amor ÁGAPE, o sacrifício feito por Cristo e pelo Pai em renunciarem toda a glória do céu que desfrutavam juntos; “ao Cristo depor nas mãos do Pai o cetro e descer do trono do universo, a fim de trazer luz aos ignorantes e vida aos que estão a perecer; ao Cristo dizer: 'Eis aqui venho', e neste momento ao o Pai e o Filho entenderem que Seu relacionamento seria para sempre mudado; ao Cristo descer os sete degraus de humilhação e renúncia (Fil.2:5-8), para morrer na cruz por seres pecadores; ao entendermos que "Deus é
Ágape” (1ª João 4:8), e que Ágape é auto-sacrificável, auto-renunciador, um amor que nada busca para Sí; ao CONTEMPLARMOS a vida de Cristo, especialmente Seus últimos momentos de vida aqui na terra, do Getsemani ao Calvário, nosso coração se derreterá em sincero agradecimento e “apreciação pelo sacrifício de Cristo e do Pai; nós diremos com Frances Ridley Harvegal, 'Tome Senhor minha vontade e faça-a Tua, não deve ser minha daqui pra frente.' Ágape é suficientemente poderoso para nos levar a depor ao pé da cruz os nossos desejos egoísticos” e transformar-nos à Sua semelhança.
“A fé de Jesus O qualificou a negar-Se a Si mesmo, submeter Sua vontade a Seu Pai, e, pela fé, fazer somente aquelas coisas que agradavam ao Pai. A fé de Jesus transforma em realidade as promessas da experiência do NOVO CONCERTO. 'Eu porei as Minhas leis nos seus corações'(Exequiel 36:27 e Hebreus 8:10). Esta fé é-nos dada, e, se não resistirmos, esta experiência do NOVO CONCERTO será nossa. Waggoner diz em “As Boas Novas”, pág. 47, 'ao Cristo habitar em nós, Ele usa Sua própria fé para nos livrar do poder de Satanás. O que temos de fazer? Nada, simplesmente permití-Lo viver em nós à Sua própria maneira. 'De modo que haja em vós a mesma mente que houve em Cristo Jesus' (Fil.2:5, KJV). “Os concertos são uma questão de condição, não de tempo.” Considere alguns exemplos bíblicos. (Muitos dizem que antes de Cristo as pessoas viviam no velho concerto, sob a lei, e que hoje vivemos sob a graça. Ora, a vida cristã genuína sempre foi vivida pela graça de Deus, nunca por nossos próprios esforços):
Abel trouxe uma ovelha como oferta ao Senhor, Gen. 4:4, crendo no que Deus requeria como sendo o meio de salvação pela Graça, pois “sem derramamento de sangue não há remissão dos pecados” (Heb. 11:4; 9:22, ver também Heb. 9:15 e Col.1:14);
Enoque andou com Deus...,”pela fé foi trasladado para não ver a morte” (Heb.11:5); Hebreus capítulo 11 trás a galeria dos heróis da fé. Alguns deles você pode até questionar: Raabe, a meretriz (vs.31); Sansão, Jefté e Davi (vs.32)... mas Deus, na Sua onisciência sonda e conhece os corações: Salmo 7:9; 17:3; 139:1 e 23; Prov. 21:2, etc... etc...
Mas veja também manifestações dos dois concertos nos tempos do Novo Testamento: “os discípulos na ceia pascoal contendiam por altas posições no reino prometido, enquanto Cristo cingiu-Se e lavou-lhes os pés.” Signs of The Times, 16/05/1900.
Judas lutou com sua consciência, mas, afinal, traiu seu mestre e suicidou-se. Pedro, ao contrário, após traí-Lo, chorou amargamente e experimentou sincero arrependimento. Paulo não resistiu à visão celestial.
Das dez virgens apenas cinco tinham suficiente provisão do óleo do Espírito Santo em suas vidas, etc... etc..
Uma correta compreensão do evangelho remove nossa motivação egoística, e nos leva a participarmos na final revelação do caráter de Deus a um universo expectante.
Alguém está sob o Velho Concerto ou Velha Aliança sempre que pretende guardar a Lei de Deus, i. é, desenvolver um caráter cristão por suas próprias forças, buscando forçar sua natureza humana pecaminosa a agir corretamente. Em outras palavras, sempre que tentamos vencer uma tentação, sem defrontar o inimigo, como Cristo fazia, isto é, com a Palavra de Deus, com fé em Seu poder criador e transformador, estamos no Velho Concerto.
Por outro lado, todos os que, seguindo o exemplo de Jesus, registrado em Mateus 4, enfrentam toda tentação, cientes de que a Palavra [Jesus] tem poder de criar em suas mentes o conteúdo da citação, estão no Novo Concerto, entraram, portanto, no ‘descanso de Deus’ (Heb. 4), abandonando suas “obras da lei”, seus “trapos da imundícia” (Isaías 64.6). Obviamente a “obediência da fé” (Rom. 1.5) no poder criador da Palavra de Deus não se trata de “trapos da imundícia” e, sim, das vestes “de linho fino, puro e resplandecente;. porque o linho fino são as justiças dos santos” (Apoc. 19.8).
8) Primeiro concerto ou velha aliança de Êxodo 19 e 24.
9) Como está claramente declarado, o Santuário Terrestre com suas ofertas sacrificais sempre fizeram parte do concerto abraâmico – o Novo Concerto – exclusivamente.
10) Primeiramente os israelitas fizeram com Deus o Velho Concerto: "Tudo o que o Senhor tem falado faremos, e obedeceremos" (Êxo. 24:7). Em bem pouco tempo romperam tal aliança – por terem adorado o bezerro de ouro – e: (a) após reconhecerem os princípios do concerto abraâmico; (b) reconhecendo a santidade de Deus, (c) dando-se conta da excessiva pecaminosidade de seu próprio coração, (d) e de sua completa incapacidade para, por si mesmos, prestar obediência à lei de Deus, e (e) de sua necessidade de um Salvador fizeram, com o Senhor, um outro concerto: O concerto da graça, o Novo Concerto, em sua primeira fase, mediante as ordenanças da Lei Cerimonial, Santuário Terrestre, Sacerdotes, sacrifícios, etc.
11) Primeiro concerto ou antiga aliança de Êxodo 19 e 24.
12) Jeremias viveu cerca de 900 anos após o Êxodo. Ao fazer a promessa de um “novo concerto” com a “casa de Israel” [a Igreja cristã], o Senhor estava Se referindo, sim, à segunda fase da Novo Concerto – a de após a cruz – ocasião em que haveria a substituição do Santuário Terrestre pelo Celestial; do sacerdócio segundo a ordem de Levi pelo Sacerdóciosegundo a ordem de Melquisedeque” (Heb. 6:20) e dos sacrifícios de animais pelo sacrifício do Cordeiro de Deus.
Em Hebreus 8:7 lemos: “Porque, se aquela primeira aliança – antes da cruz – tivesse sido sem defeito, de maneira alguma estaria sendo buscado lugar para segunda.” Note-se que o defeito estava na aliança, não no povo. E qual era o defeito senão este: “Porque é impossível que sangue de touros e de bodes remova pecados” (Heb. 10:4)?
13) Quais são as duas dispensações, referidas acima? São as duas dispensações, ou fases do Novo Concerto: a primeira – antes da cruz – e a segunda – depois da cruz! Em Hebreus, a ‘primeira’ fase, etapa ou dispensação do Novo Concerto é denominada por Paulo como Antigo Concerto; e a ‘segunda’ fase, etapa ou dispensação da Novo Concerto ele o denomina Novo Concerto.
Alguém poderia buscar entender que as duas dispensações, supra referidas, seriam aquele Antigo Concerto, que gera para a escravidão do pecado – Êxodo 19 e 24 – e o Novo Concerto, iniciada no Éden e que vai até o Éden restaurado, entretanto tal entendimento laboraria em equívoco.
14) Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, págs. 367-373

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