terça-feira, 29 de agosto de 2017

Lição 10, Por que Duas Alianças? — por Roberto J. Wieland



Para 26 de agosto a 2 de setembro de 2017


                No meu exemplar da Bíblia Sagrada, (*o total de) 944 páginas é chamado de "O Velho Testamento", e 285 páginas  de "O Novo Testamento." A palavra "testamento" é o mesmo que "aliança"1. Assim, 77 por cento da Bíblia Sagrada é chamado de "Velho Concerto" e 23 por cento é chamado de "Novo Concerto." 
Por que essa diferença?
Estão essas duas "dispensações" no plano de Deus de salvar o mundo? Muitos se apegam a essa visão. Eles entendem que o novo concerto (*aliança) começou com a crucificação do Filho de Deus.
Mas, faz sentido que Deus tenha feito experiências, tentando por 4000 anos (*salvar o homem) com o método do velho concerto, e, finalmente, decidiu que não funcionou, e agora Ele está tentando um novo método? Se assim for, podemos realmente confiar nEle que Ele sabe o que está fazendo?
Em vez disso, a Bíblia é clara que Deus sempre teve apenas um método de salvar as pessoas. É chamado de "o evangelho eterno" ou "concerto eterno" (Apoc. 14:6, Heb.13:20). Não, Deus é infinitamente sábio, Ele não foi tateando ao redor com experiência de tentativas e erros (*sem saber ao certo o que está fazendo). Desde o Jardim do Éden Ele teve apenas um plano de salvação — "pela graça sois salvos, por meio da fé" (Efé. 2:8). Cristo é o "Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo" (Apoc. 13:8).
Então por que os dois Concertos?
Eles não são dois métodos de salvação, mas dois entendimentos do povo de Deus através dos tempos, duas percepções opostas do plano de salvação de Deus, não duas "dispensações" que Ele tenha usado como experimentos. O velho concerto foi um entendimento “imperfeito” de Seu povo no Monte Sinai — Deus não foi o culpado disso. Ele tentou o Seu melhor para fazê-los entender o Seu glorioso  "novo concerto" como Abraão entendeu e foi "justificado pela fé". Mas ocorreu que eles confiaram em si mesmos;  escolheram a ideia do velho concerto. (*Ismael e Agar; Monte Sinai, e a Jerusalém que agora existe). Este sistema falho os levou à "escravidão" (*porque só pode gerar filhos para a servidão), (cf. Gál. 4:24) e, finalmente, à tortura e crucificação de nosso Salvador. Isto não foi nada bom, não é? (Leia Gálatas capítulos 3 e 4). Uma criança do jardim da infância pode facilmente entendê-los.

—Robert J. Wieland

 Nota do tradutor:


1) Temos diferentes palavras em português que expressam imperfeitamente esta idéia: alianças, testamentos; concertos; convênios; contratos, pactos; etc... Preferimos a palavra “concerto” pelo amplo uso que dela fez a serva do Senhor e os mensageiros de 1888. Após dois mil anos de escrita a palavra de Deus, hoje “concerto” é uma palavra que melhor retrata o que a idéia quer expressar. Entretanto todos estes termos refletem ações bilaterais, nenhum diz explicitamente o que é o novo concerto — um ajuste unilateral — que Deus fez com o homem, não tendo imposto nenhuma condição a ser cumprida pelo homem. É como ocorre nas doações incondicionais, ou nos testamentos em que ao donatário não se exige contrapartida. Entenda-se isto no contexto bíblico, só Deus prometeu, e Abraão simplesmente creu. Mas se alguém faz alguma promessa é melhor cumprir, pois se obrigou, sabendo que sua natureza caída não lhe permite executar o que prometeu. Mas no concerto de Deus com o homem, Ele, Deus, é Fiel, tudo o que Ele prometeu cumprirá.

O irmão Roberto J. Wieland foi um pastor adventista, a vida inteira missionário na África, em Nairobe e Kenia. É autor de inúmeros livros. Foi consultor editorial adventista do Sétimo Dia para a África. Ele deu sua vida pela África. Desde que foi jubilado, até sua morte, em julho último, aos 95 anos, viveu na Califórnia, EUA, onde ainda era atuante na sua igreja local.
Em 1950 ele e o pastor Donald K. Short, também missionário na África, em uma das férias deles nos Estados Unidos, fizeram dois pedidos à Conferência Geral:
1º) que fossem publicadas todas as matérias de Ellen G. White sobre 1888, e
2º) que fosse publicada uma antologia dos escritos de Waggoner e Jones, para que cada membro tivesse a oportunidade de examinar por si mesmo se aceita ou rejeita a mensagem de 1888.
38 anos depois, em 1988, a Conferência Geral atendeu o primeiro pedido, o que resultou na publicação de 4 volumes com um total de 1821 páginas xerocopiadas, tamanho A4.
Quanto ao segundo pedido até hoje não foi o mesmo ainda atendido, muito embora haja mais de 200 recomendações da serva do senhor à mensagem e às pessoas deles na coletânea acima referida. Esta é uma das muitas evidências de que a liderança até hoje ainda reluta em aceitar plenamente a mensagem de 1888 de justificação pela fé, uma vez que isto significaria reconhecer a rejeição da mensagem por parte de antigos líderes. O que a organização tem feito, com abundância, é publicar COMENTÁRIOS sobre 1888 de diferentes autores. Imagine se tivéssemos livros SOBRE a Bíblia e não tivéssemos a própria Palavra de Deus em mãos. Como poderíamos decidir crer?

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