terça-feira, 1 de agosto de 2017

O CALVÁRIO NO SINAI - Introdução, por Paulo E. Penno Jr., M. Div. Andrews University



O  CALVÁRIO  NO  SINAI


A  LEI  E  OS  CONCERTOS  NA  HISTÓRIA  ADVENTISTA  DO   DIA

Por Paulo E. Penno Jr.

M. Div.
Andrews University


[pág. 1]    Introdução    


               
A compreensão da lei e dos dois concertos tem uma história rica e colorida na Igreja Adventista do Sétimo Dia. Seu fluxo e refluxo atingiu seu nível máximo, bem como mínimo. Alcançou seu ápice na mensagem de 1888 do concerto eterno como apresentado por E. J. Waggoner.
Seu conceito-chave era que o novo e o velho concertos podem ser vistos como duas pistas paralelas que correm desde a queda do homem até o momento em que Cristo trouxer o reino eterno. São principalmente condições do coração. Um é um ministério de justiça. O outro é um ministério da morte. Um é fé na promessa de Deus. O outro é a promessa do povo de ser obediente por autossuficiência.


O ponto mais baixo dos concertos na história adventista foi a rejeição da mensagem de 1888 e seus mensageiros. Alguns pensaram que Waggoner apresentava a justificação pela fé como um "cavalheiro" para apresentar a sua compreensão da lei moral em Gálatas 3. Uma vez que eles criam que a lei em Gálatas era a cerimonial, mantinham-se preconceituosos em ouvir a mensagem dos concertos no contexto do evangelho.
O Calvário no Sinai narra esta história na última parte do século XIX. A história é como um quebra-cabeça com muitas peças. As partes individuais devem se interligar perfeitamente para que a imagem se encaixe corretamente e faça sentido. Tirar uma peça aqui e outra acolá fora de sua contextualização é distorcer a imagem. A abordagem adotada aqui foi reunir os dados de tal forma que as peças se liguem num cenário coerente e cronológico. Foi dada atenção cuidadosa para que as testemunhas originais falassem por si mesmas. As conclusões foram extraídas com base nas evidências.
Houve alguns eventos que precederam a Assembleia de Minneapolis de 1888 que precipitaram uma crise. Isto não se deu meramente no vácuo. O movimento da lei dominical ganhava impulso. A lei em Gálatas tinha sido vigorosamente discutida já em 1856, quando J. H. Waggoner (*pai de Ellet J. Waggoner) expressou opiniões sobre ela ser a lei moral. Alguns dos principais escritores adventistas assumiram a posição de que Gálatas tratava principalmente da lei cerimonial.
Como E. J. Waggoner chegou à sua compreensão da justiça pela fé, da lei e dos dois concertos? Ele tinha um grande interesse no estudo da Bíblia, especialmente nos escritos do Apóstolo Paulo.
O que aconteceu na "terrível conferência"1 em Battle Creek, em 1886? Ocorreu algo que fez D. M. Canright decidir que [pág. 2] estava farto do adventismo. Ele deixou a igreja e se tornou um de seus oponentes mais amargos.
Alguns acreditavam que havia uma conspiração na Costa Oeste (*na Califórnia) para trazer assuntos controversos para a Assembleia de Minneapolis. Havia uma rivalidade Leste-Oeste? Que suspeitas se desenvolveram sobre a profetisa da igreja, Ellen White, nesse período?
O ano de 1888 trouxe importantes oportunidades e desafios para a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Qual foi a questão-chave que gerou discussão tão vigorosa? Como sabemos o que E. J. Waggoner apresentou na Assembleia de Minneapolis de 1888, uma vez que não foram feitos relatos verbatim?
Alguns acharam que a assembleia foi toda sobre a questão da lei em Gálatas. Mas outros perceberam o conceito-chave do evangelho e da justificação pela fé. Onde está a verdade? Como a lei e os concertos estão relacionados entre si? E o que eles têm a ver com a justiça pela fé?
As consequências da assembleia de Minneapolis de 1888 foram sentimentos duros e posições polarizadas sobre a lei e os dois concertos. Há fontes, tanto publicadas como não publicadas, que fornecem documentação sobre eventos imediatamente após 1888. Narram uma história intrigante de atividades de bastidores entre a liderança da igreja em relação com a mensagem e os mensageiros.
Uma visão comumente aceita é de que, depois que Urias Smith e George Butler fizeram suas confissões em 1890 e depois disso, eles passaram a apreciar a luz da justiça pela fé. No entanto, a controvérsia sobre a lei em Gálatas e os dois concertos continuou a desempenhar um papel nas discussões da igreja muito depois da assembleia de Minneapolis em 1888.
Esta obra, O Calvário no Sinai, explora a batalha sobre a lei em Gálatas e os dois concertos. Os irmãos confessaram e abraçaram a "mui preciosa mensagem" de Cristo, nossa justiça, como apresentada por E. J. Waggoner através do tema dos dois concertos? Por que o Pastor J. S. Washburn disse que 1890 foi "repetição de Minneapolis"? A visão da lei em Gálatas e os dois concertos, como E. J. Waggoner debateu na assembleia de 1888, foi aprovada por Ellen White? Quando ela falou sobre as questões da lei e dos dois concertos?
Só a nossa história pode contar a história.


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Notas Finais:

1. Carta de G. I. Butler, a E. G. White, de 1º de outubro de 1888, Battle Creek, Michigan.
2. Carta de J. S. Washburn para E. G. White, de 17 de abril de 1890, Clarinda, Iowa. Manuscripts and Memories of Minneapolis (Manuscritos e Memórias de Mineápolis) pág. 174.
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