O CALVÁRIO NO SINAI
A
LEI E OS CONCERTOS NA HISTÓRIA ADVENTISTA DO 7º DIA
Por Paulo E. Penno Jr.
M. Div.
Andrews University
[pág. 1] Introdução
A compreensão da lei e dos dois concertos tem uma história rica e colorida na Igreja Adventista do Sétimo Dia. Seu fluxo e refluxo atingiu seu nível máximo, bem como mínimo. Alcançou seu ápice na mensagem de 1888 do concerto eterno como apresentado por E. J. Waggoner.
Seu
conceito-chave era que o novo e o velho concertos podem ser vistos como duas
pistas paralelas que correm desde a queda do homem até o momento em que
Cristo trouxer o reino eterno. São principalmente condições do coração. Um é um
ministério de justiça. O outro é um ministério da morte. Um é fé na promessa de
Deus. O outro é a promessa do povo de ser obediente por autossuficiência.
O
ponto mais baixo dos concertos na história adventista foi a rejeição da mensagem de 1888
e seus mensageiros. Alguns pensaram que Waggoner apresentava a justificação
pela fé como um "cavalheiro" para apresentar a sua compreensão da lei
moral em Gálatas 3. Uma vez que eles criam que a lei em Gálatas era a
cerimonial, mantinham-se preconceituosos em ouvir
a mensagem dos concertos no contexto do evangelho.
O Calvário no Sinai narra
esta história na última parte do século XIX. A história é como um quebra-cabeça
com muitas peças. As partes individuais devem se interligar perfeitamente para
que a imagem se encaixe corretamente e faça sentido. Tirar
uma peça aqui e outra acolá fora de sua contextualização é distorcer a imagem. A abordagem adotada aqui foi reunir os dados de tal forma
que as peças se liguem num cenário coerente e cronológico. Foi dada atenção
cuidadosa para que as testemunhas originais falassem por si mesmas. As conclusões foram extraídas com
base nas evidências.
Houve
alguns eventos que precederam a Assembleia de Minneapolis de 1888 que precipitaram
uma crise. Isto não se deu meramente no vácuo. O movimento da lei dominical ganhava
impulso. A lei em Gálatas tinha sido vigorosamente discutida já em 1856, quando
J. H. Waggoner (*pai de Ellet J. Waggoner) expressou opiniões sobre ela ser a
lei moral. Alguns dos principais escritores adventistas assumiram a posição de
que Gálatas tratava principalmente da lei cerimonial.
Como
E. J. Waggoner chegou à sua compreensão da justiça pela fé, da lei e dos dois
concertos? Ele tinha um grande interesse no estudo da Bíblia, especialmente nos
escritos do Apóstolo Paulo.
O
que aconteceu na "terrível conferência"1 em
Battle Creek, em 1886? Ocorreu algo que fez D. M. Canright decidir que [pág. 2] estava farto do adventismo.
Ele deixou a igreja e se tornou um de seus oponentes mais amargos.
Alguns
acreditavam que havia uma conspiração na Costa Oeste (*na Califórnia) para
trazer assuntos controversos para a Assembleia de Minneapolis. Havia uma
rivalidade Leste-Oeste? Que suspeitas se desenvolveram sobre a profetisa da
igreja, Ellen White, nesse período?
O
ano de 1888 trouxe importantes oportunidades e desafios para a Igreja
Adventista do Sétimo Dia. Qual foi a questão-chave que gerou discussão tão
vigorosa? Como sabemos o que E. J. Waggoner apresentou na Assembleia de
Minneapolis de 1888, uma vez que não foram feitos relatos verbatim?
Alguns
acharam que a assembleia foi toda sobre a questão da lei em Gálatas. Mas outros
perceberam o conceito-chave do evangelho e da justificação pela fé. Onde está a
verdade? Como a lei e os concertos estão relacionados entre si? E o que eles
têm a ver com a justiça pela fé?
As
consequências da assembleia de Minneapolis de 1888 foram sentimentos duros e
posições polarizadas sobre a lei e os dois concertos. Há fontes, tanto
publicadas como não publicadas, que fornecem documentação sobre eventos
imediatamente após 1888. Narram uma história intrigante de atividades de
bastidores entre a liderança da igreja em relação com a mensagem e os
mensageiros.
Uma
visão comumente aceita é de que, depois que Urias Smith e George Butler fizeram
suas confissões em 1890 e depois disso, eles passaram a apreciar a luz da
justiça pela fé. No entanto, a controvérsia sobre a lei em Gálatas e os dois
concertos continuou a desempenhar um papel nas discussões da igreja muito
depois da assembleia de Minneapolis em 1888.
Esta obra, O Calvário no Sinai, explora a
batalha sobre a lei em Gálatas e os dois concertos. Os irmãos confessaram e
abraçaram a "mui preciosa mensagem" de Cristo, nossa justiça, como
apresentada por E. J. Waggoner através do tema dos dois concertos? Por que o
Pastor J. S. Washburn disse que 1890 foi "repetição de Minneapolis"?
A visão da lei em Gálatas e os dois concertos, como E. J. Waggoner debateu na
assembleia de 1888, foi aprovada por Ellen White? Quando ela falou sobre as
questões da lei e dos dois concertos?
Só
a nossa história pode contar a história.
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Notas Finais:
1. Carta de G. I. Butler, a E. G. White, de 1º
de outubro de 1888, Battle Creek, Michigan.
2. Carta de J. S. Washburn para E. G. White, de
17 de abril de 1890, Clarinda, Iowa. Manuscripts and Memories of Minneapolis
(Manuscritos e Memórias de Mineápolis) pág. 174.
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