Para 12
a 19 de agosto de 2017
A diferença entre o status de um filho ou filha e o de
um simples servo é extremamente importante na vida de um crente. Os empregados
devem “servir” ou executar determinadas tarefas ou deveres a fim de ter valor
aos olhos do mestre a quem servem. Este desempenho, baseado na maneira de
pensar, frequentemente supera e pode até mesmo obscurecer completamente o valor
do correto relacionamento com aquele que é mestre e senhor. Também este “comportamento”
deve ser mantido para que o valor continue.
No caso de Jesus, nosso exemplo em todas as coisas, o
Mestre e Senhor foi Seu amoroso Pai celestial. A primeira tentação de Satanás
no deserto começou com as palavras: “Se
Tu és o Filho de Deus ...” (Mat. 4:6). Isto foi uma afronta direta Àquele
que falou as palavras “Este é o Meu Filho
amado ...” (3:17) que Jesus ouviu no Seu batismo quarenta dias antes. Foi,
de fato, um comentário projetado para testar a fé de Jesus nas palavras de
certeza e esperança de Seu Pai
O
resto da sugestão do diabo era: “... manda
que estas pedras se tornem em
pães.” Estas palavras exigiam que Jesus provasse que Ele era o
Filho de Deus obrando ao invés de descansar completamente em fé nas palavras do
Seu Pai. Jesus respondeu como um verdadeiro Filho e exerceu a Sua fé, a fé de Jesus, que nosso Pai anseia
ardentemente transmitir a todo verdadeiro crente em Seu unigênito Filho (Mat.
4: 1 -4)
“Fortificado
com fé em Seu Pai
celestial, tendo em Sua mente a preciosa lembrança das palavras faladas do Céu
no Seu batismo, Jesus Se manteve impassível no deserto solitário, diante do
poderoso inimigo das almas” (E.G.W., Dons Espirituais, vol. 2, pág. 93).
Gálatas 4:1 diz: “Digo, pois, que todo o tempo que o herdeiro
é menino em nada difere do servo, ainda que seja senhor de tudo.”
“Paulo nos explica como podemos ser libertados
de muitas das perplexidades da vida, e das questões sobre as relações de Deus
conosco. Quando verdadeiramente compreendermos que Deus é nosso Pai, e que Ele
está nos preparando para entrarmos em Seu reino, e que Ele nos ama intensamente,
então nosso relacionamento com Deus começa a fazer sentido. As regras e
regulamentos não são mais vistos como oportunidades para provar a Deus que
somos Seus filhos. Ao invés disto, elas se transformam em portas de liberdade
que revelam a amorosa consideração de Deus por nós, e Seu ardente desejo de que
nós recebamos nossa completa herança como filhos de Deus.
Paulo explica isto desta
forma em Gálatas 4: 3 a
7; ‘Assim também nós, quando éramos
meninos, estávamos reduzidos à servidão, debaixo dos primeiros rudimentos do
mundo. Mas vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou Seu Filho, nascido de
mulher, nascido sob a lei, para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de
recebermos a adoção de filhos. E, porque sois filhos, Deus enviou aos vossos
corações o Espírito de Seu Filho, que clama: ‘Aba, Pai.’ Assim que já não és
mais servo, mas filho; e, se és filho, és também herdeiro de Deus por Cristo.”
“Estas são algumas das palavras mais bonitas
nas Escrituras. Ao reconhecermos o sacrifício de Jesus, garantindo nossa adoção
como filhos de Deus, somos libertados da escravidão do reino de Satanás. Nos
libertamos da tirania do pensamento baseado em desempenho e permanecemos firmes
e nobres como filhos e filhas de Deus, sabendo que porque Jesus sempre será
aceito como um Filho, nEle sempre seremos Seus filhos amados” (Adrian Ebens, The Return of Elijah, O Retorno de
Elias, pág. 55).
A
realidade de ser um filho ou filha de Deus traz consigo uma enorme liberdade do
escravizante conceito de ser meramente um servo. É verdade que em Sua
condescendência em Se tornar um ser humano, Jesus tomou sobre Si a forma de
servo (duolos — escravo) de acordo
com as Escrituras, Fil. 2:7. Isto, porém, não negou, no mínimo, o status de
Filho que Jesus gozava desde a eternidade passada como o divino Filho de Deus
A
declaração do Pai de Jesus como Seu Filho amado no batismo, Mat.3:17, e,
depois, na transfiguração, Mat. 17:5, era a mais valiosa arma que Jesus possuía
em Sua batalha contra Satanás e as forças das trevas. Não era necessário que
Jesus provasse que Ele era o Filho de Deus. Ele era o Filho de Deus porque Seu
Pai O havia assim consagrado, e assim O declarou ser. Jesus Se apegou às
palavras de Seu pai, e descansou pela fé nelas, confiante de Sua verdadeira
identidade.
“Amados,
agora somos filhos de Deus” (1ª João 3:2). “Mas a todos quantos O receberam, deu-lhes o
poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu nome” (João 1:
12)
Nós
cremos em Jesus.
Portanto, nós também podemos ser descritos como “filhos obedientes, não [nos] conformando com as concupiscências que antes
havia em [nossa] ignorância” (1ª
Pedro 1: 14). Nós, também, podemos dizer, “Deleito-me
em fazer a Tua vontade, ó Deus Meu, sim, a Tua lei está dentro do Meu coração” (Salmo
40:8).
Portanto, uma vez que Ele Se fez nosso Substituto,
literalmente tomando nosso lugar, não em
vez de nós, mas entrando em
nosso interior e vivendo Sua vida em nós e por nós, conclui-se,
necessariamente, que a mesma lei deve estar dentro de nossos corações quando
recebemos a adoção de filhos. “E o
Espírito é o que testifica, porque o Espírito é a verdade” (1ª João 5:6). “E, porque sois filhos, Deus enviou aos
vossos corações o Espírito de Seu Filho, que clama: Aba, Pai” (Gal. 4: 6),
ou Papai, ou Pai. “Ó! Quanta paz e felicidade vem com
a entrada do Espírito dentro do coração, como um residente permanente, não como
um mero convidado, mas como único proprietário. “Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso
Senhor Jesus Cristo,” de forma que “nos
gloriamos nas tribulações,” tendo esperança que nunca desaponta, porque “o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo,
que nos foi dado” (Rom. 5:1 a 5). Então podemos amar do modo que Deus ama;
pois que partilhamos de Sua natureza divina. “O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de
Deus” (Rom. 8:16). “Quem crê no Filho
de Deus, em si mesmo tem o testemunho” (1ª João 5:10). (Ellet J. Waggoner, As Boas Novas, págs. 91 e 92)1
Na
citação acima, vemos que Ellet Waggoner viu claramente a realidade da real
presença de Cristo, Ele mesmo, habitando nos crentes sinceros pelo Seu Espírito
como mecanismo de manifestação de uma vida que está em harmonia com a santa
vontade de Deus. Concordo que quando nos identificamos com Cristo em nós, a
esperança da glória, não é apenas possível, mas inevitável que (*nEle) vamos
vencer a tentação e o pecado, assim como Jesus venceu (o pecado) quando Ele
assumiu a nossa natureza humana corporativa na encarnação. Cristo venceu a
nossa natureza pecaminosa através da fé em Seu Pai. Então, Ele levou esta
mesma natureza humana caída à morte eterna na cruz. Voltando ao capítulo 2
desta maravilhosa Epístola aos Gálatas, eu me lembro e me alegro na verdade do
verso 20, onde o apóstolo declarou que não era ele mesmo mas Cristo que agora
estava vivendo nele através da fé, pela graça. Oh, permita que sua morte seja
identificada com Cristo, 2ª Coríntios
5:14, e permitamos que Ele viva em nós agora.
Que
todos possamos crer e receber nosso verdadeiro status como filhos e filhas de
Deus e alegrar-nos com grande alegria, eis que temos um tal incrível e amoroso
Deus como Pai, que de tal modo nos amou que nos deu o Seu unigênito Filho,
desejoso de morrer a morte eterna para
que possamos receber a vida eterna (2ª Corítios 5:21).
—Michael
Delaney
Nota do
tradutor:
1) Você pode ver este parágrafo neste blog, postado em 31 de outubro de 2011 com o título “Boas Novas, Waggoner, Cap. 4, Adoção como Filhos.” Na edição feita pelo próprio Pr. Ellet J. Waggonner, em 1900, está à pág. 79. Confira em http://dewsberry.com/content/es/content/ejwaggoner/TheGladTidings.pdf
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Biografia do autor:
O irmão Miguel
Delaney é um ativo adventista do sétimo dia
já por mais de 33 anos. Em várias congregações locais ele atuou como, primeiro
diácono e, recentemente, foi ordenado pastor. Ele recebeu treinamento teológico
e músical nos colégios adventistas: West Indies College em Jamaica, e Oakwood
College em Huntsville, no estado do Alabama, EUA. Ele efetuou várias viagens
missionárias pelo Caribe, nas Ilhas Turcas e Caicos, um território britânico ultramarino, onde atuou como
evangelista conduzindo uma cruzada de 5 semanas, também pregando e ensinado na
República Dominicana em várias ocasiões. Fez muitas viagens para a Jamaica,
onde proveu música para numerosos eventos da Organização Adventista bem como em
várias igrejas adventistas. Além disso, ele esteve envolvido com o ministério
de prisão em quase todas as grandes cidades dos EUA, bem como visitou instituições
penitenciárias em Bermuda e Londres, Grã-Bretanha. Como músico cristão, ele viajou
extensamente por todo USA., Canadá, Caribe e já se apresentou em concertos em
Londres, Alemanha e Bermuda. Atualmente, ele
ensina um curso de Bíblia Sistemática
enfatizando o evangelho de Cristo e Sua justiça, com os membros de uma igreja
adventista em Orlando, na Flórida, EUA. Michael é um escritor com vários
artigos publicados no Southern Tidings, um jornal adventista do sul dos
Estados Unidos, e escreveu um livro prestes a ser publicado. Michael participou musicalmente em numerosas
conferências do Comitê de Estudos da
Mensagem de 1888 e como palestrante.
Atenção: Asteriscos (*) indicam acréscimos do
tradutor.
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