quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Lição 6 — A superioridade da promessa, por Paulo Penno



Para 29 de julho a 5 de agosto de 2017

Quando o homem faz um testamento, uma vez que é ratificado, nenhuma característica dele pode ser alterada, adicionada ou subtraída (Gál. 3:15). Deus fez o Seu concerto e prometeu a Abraão e Seu "Descendente" especial a Nova Terra em justiça e depois "confirmou-o" pelo sacrifício de Cristo (vs.17).1 Quando Deus (Gên. 15:17, 18) “passou” pela vítima sacrifical, jurou a Abraão por Sua própria vida e trono cumprir todas as promessas. A promessa e o juramento de Deus ratificaram duplamente a natureza imutável de Seu concerto dado a Abraão (Hebreus 6: 15-18).


De acordo com Gálatas, isso significa que existe apenas Uma pessoa a quem foi prometida a vida eterna e que é Cristo. Deus não disse que a promessa era de "sementes" de Abraão ("descendentes"), plural; Mas a sua "Semente" ("Descendente"), singular, que é Cristo (Gál. 3:16). Cristo é o Salvador do mundo e Ele colocou todos em Si mesmo quando Ele morreu na cruz.
Deus queria que todos os homens fossem salvos em Cristo e todas as questões legais foram esclarecidas para que isso acontecesse, mas nenhum homem ficaria feliz em transpor os Portões de Pérola apenas em uma base legal, a menos que Seu coração fosse totalmente reconciliado com Deus. Se Ele odiava a Cristo, procuraria a saída mais próxima. “Porque o que Me achar, achará a vida, e alcançará o favor do Senhor.  Mas o que pecar contra Mim violentará a sua própria alma; todos os que Me odeiam amam a morte” (Prov. 8: 35 e 36). (*Alguém nos sugeriu que o sentido aí é metafórico — o homem que odiasse a Cristo, se entrasse pelos portões de glória iria buscar uma saída mais próxima daquele santo lugar, ou seja, iria ficar longe dalí). Como aprendemos a amar Cristo? Ele disse: "Estai em Mim" (João 15: 4). Jesus diz: fique onde Eu o coloco.
Os judeus messiânicos na Galácia alegaram que Deus revelou uma nova característica no Monte Sinai, além da promessa feita a Abraão. "Nós" devemos crer no Messias e obedecer à Lei que Deus falou aos nossos antepassados ​​430 anos depois de Abraão (Gálatas 3:17). O que estava acontecendo na Galácia era uma repetição do que aconteceu no Monte Sinai, quando Israel fez a sua promessa do velho concerto a Deus para obedecer tudo corretamente. O antigo Israel fez uma "barganha" ou "contrato" com Deus.
Isso aconteceu assim. Deus disse: "Se vocês obedecerem [escutarem] a Minha voz, e guardarem [apreciarem] o Meu concerto", serão o Meu "tesouro peculiar" na Terra (Êxo. 19: 5).2 Abraão ouviu o concerto eterno de Deus e respondeu com um amém "de fé" e Deus perdoou os seus pecados e o tornou justo (Gên. 15: 6). A justiça da lei não escrita foi incluída no concerto de Deus. Mas os filhos de Abraão responderam ao concerto de Deus com sua própria promessa: "Tudo o que o Senhor tem falado faremos" (Êxo. 19: 8). (*“... e obedeceremos,” 24:7). A motivação própria deles para entrar em um "relacionamento" com Deus era abundantemente clara em sua promessa do velho concerto.3
O apóstolo Paulo foi o primeiro judeu, além de Jesus, a reconhecer o problema do velho concerto na igreja israelita e a natureza de altos e baixos de todos os seus históricos reavivamentos e reformas (Gálatas 4: 23-25). É também o nosso problema. “O conhecimento de vossas promessas violadas e dos votos não cumpridos, enfraquece a confiança em vossa própria sinceridade, levando-vos a julgar que Deus não vos pode aceitar; ... O que deveis compreender é a verdadeira força da vontade ... o poder da decisão ou de escolha ... O poder da escolha deu-o Deus ao homem”4
Se a vinda da lei de Deus que ocorreu 430 anos depois de Abraão modificasse o concerto de Deus, então o governo de dEle seria destronado. Qual foi o propósito de Deus em enfatizar a lei no Monte Sinai? "Foi adicioada [falada] por causa das transgressões" (Gál. 3:19).5 No Sinai, o povo proclamou com justiça própria seu poder de guardar a lei e não perceberam sua necessidade de Cristo. Foi o grande pecado de autosuficiência de sua parte. "Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse" (Romanos 5:20). Seu velho concerto exigia a lei "falada" escrita em tabuas de pedra, mas nunca fez parte do plano original de Deus, pois não teve que fazer isso por Abraão. Deus simplesmente escreveu Sua lei sobre o coração e a mente de Abraão (Heb. 10:16, 17).
Grandes portas giram sobre pequenas dobradiças e foi sobre a questão da lei "adicionada" em Gálatas 3:19 que se provou um obstáculo para que "muitos" recebessem "a mui preciosa mensagem" (*TM, pág. 91, sic) do Salvador crucificado durante a era de 1888 na Assembleia da Associação Geral e nos anos que se seguiram. Escrevendo a Uriah Smith em 1896, Ellen White declarou que em Gálatas 3: 19-24, "o apóstolo fala especialmente da lei moral". "A indisposição de ceder a opiniões preconcebidas e de aceitar esta verdade (*falando aqui da lei em Gálatas) estava à base de grande parte da oposição manifestada em Minneapolis contra a mensagem do Senhor através dos irmãos [E. J.] Waggoner e [A. T.] Jones".6
Os principais estudiosos da era de 1888 foram Uriah Smith, D. M. Canright e George I. Butler. Todos entenderam a "lei adicionada" como a lei cerimonial de Moisés que foi eliminada na cruz. Eles assumiram essa posição porque os evangélicos de seus dias usavam Gálatas 3:19 como evidência de que a "lei adicional" eram os Dez Mandamentos que foram introduzidos no Monte Sinai e abolidos quando Jesus morreu. Os irmãos dirigentes acreditavam que a proposta de Jones e Waggoner sobre a lei moral em Gálatas 3 prejudicaria a posição da denominação quanto ao sábado do sétimo dia e a imutabilidade da lei de Deus.
Ao invés de limitar a duração da lei moral até o primeiro advento de Cristo, Paulo escreve que dura "...até que viesse a posteridade a quem a promessa tinha sido feita..." (Gál. 3:19). A lei continua sua função de revelar o conhecimento do pecado e dirigir o pecador ao Salvador até que o Descendente de Abraão possuísse “a porta dos Seus inimigos" (Gênesis 22:17). Os inimigos de Cristo e Satanás serão eliminados na segunda vinda, (*de Cristo), Apocalipse 19: 11-21.
A lei estava contida em forma não escrita nas promessas que Deus fez a Abraão. Este recebeu a justiça da lei pela fé em Cristo. Sua fé genuína manifestou-se em obediência a todos os mandamentos de Deus (Gênesis 26: 5). Quando Abraão teve Cristo, ele teve a lei viva, mas sem Cristo a lei é impotente e não pode transmitir qualquer vida ao pecador. Tudo que a lei pode trazer é condenação e morte. A lei descreve o que é justiça, amor e comportamento aceitável, mas não pode produzi-los. Graças a Deus, a lei nos é dada "na mão de um Mediador" (Gál. 3:19)
Paul E. Penno
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Notas finais:                                                                                       

1) Sobre a herança de Abraão do “mundo” e de um “melhor país” veja Rom. 4:13 e Heb. 11: 10 e 16;
2) "Obedecer" em hebraico é shamea significando "ouvir." "Guardar" em hebraico é shamar significando "apreciar."
3) Veja a caracterização de Ellen G. White da motivação de Israel centrada em si mesmos quando ela disse “Entendendo que eram capazes de estabelecer sua própria justiça.” Então ela escreveu: “eles violaram seu concerto com Deus” (Patriarcas e Profetas, pág. 372).
4) A definição de “fé” de Ellen G. White é o poder dado por Deus para se escolher crer no Seu concerto e parar de se fazer nossas promessas do velho concerto. (Caminho a Cristo, pág. 47).
5) A palavra “adicionada” é a palavra grega “prostithemi” que significa “falada”, como em Hebreus 12:19
6) Mensagens Escolhidas, vol. 1, pág. 234. A lei aqui não é exclusiva da lei cerimonial.
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Notas:                                                                                                         
O vídeo do Pr. Paulo Penno, sobre esta lição está na internet em: https://youtu.be/yxbQj3vftsk

Esta lição está na internet em 1888message.org/sst.htm

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Biografia do autor, Pastor Paulo Penno:
Paulo Penno foi pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Foi ordenado ao ministério há 42 anos e jubilado em junho de 2016, Após o curso de teologia fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente preparou uma Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de justificação pela fé segundo a serva do Senhor nos apresenta em livros como Caminho a Cristo, DTN, etc. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Ele foi o principal orador do seminário “Elias, convertendo corações”, nos dias 6 e 7 de fevereiro de 2015, realizado na igreja adventista Valley Center Seventh-day Adventist Church localizada no endereço: 14919  Fruitvale Road, Valley Center, Califórnia.
  
    Atenção, asteriscos (*…) indicam acréscimos do tradutor.
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