O CALVÁRIO NO SINAI
A LEI
E OS CONCERTOS
NA HISTÓRIA ADVENTISTA
DO 7º DIA
Por Paulo E. Penno Jr.
M. Div.
Andrews University
[pág. 15] Capítulo 4, O
pastor George Butler e a Lei em Gálatas
George
I. Butler, presidente da Associação Geral, estava em Healdsburg, Califórnia, em
meados de abril de 1886. O que ele descobriu na costa Oeste não foi nada
animador para ele. O irmão Butler deu um relatório completo da sua estada na
Califórnia a Ellen White:
“Outra questão que vou falar,
que me faz sentir mal. Tomei conhecimento quando estive na Costa oeste, por
perguntas àqueles que tinham frequentado o Colégio de Healdsburg, houve
esforços bastante extenuantes feitos por E. J. Waggoner e A. T. Jones para
impressionar as mentes dos teologandos que a "lei adicionada" de
Gálatas 3 e a lei que é "nosso aio" para nos levar a Cristo é a lei
moral dos mandamentos. Os mesmos argumentos estão aparecendo mais ou menos
ocasionalmente através dos artigos da revista Signs of the
Times (Sinais
dos Tempos). Alguns desses alunos vêm a mim para perguntar sobre isso e querem
a minha opinião. A irmã não pode deixar de lembrar que esta questão tem sido
agitada em grande medida no passado.
“Estou convicto de
que em grande proporção o maior número de nosso povo e de nossos ministros
considera que a "lei adicionada" acrescentada por causa da
transgressão da lei moral é o típico sistema corretivo apontando para Cristo e
essa lei que é o assunto principal de discussão pelo apóstolo em Gálatas é a
lei cerimonial.
“O pastor J. H.
Waggoner sempre se opôs a esse ponto de vista e julgo que os jovens irmãos no
escritório compartilham seus sentimentos. Seu marido, irmão Tiago White, os
pastores Smith, Canright, eu e muitos outros mantivemos esse ponto de vista.
Mas alguns de nós achamos que devemos manter silentes sobre este assunto, vendo
que não houve unanimidade de opinião sobre isso por todos os nossos principais
irmãos. Mas quando percebemos que a opinião oposta sustentada pela minoria está
sendo vigorosamente promovida em uma de nossas faculdades entre os nossos
alunos da classe bíblica e publicada para o mundo nos artigos da revista Sinais dos tempos (Sinais dos
Tempos) confesso que não é muito do meu agrado. Eu escrevi ao irmão Jones sobre
isso e falei com o irmão Brownsberger e A. T. Jones sobre isso. Eles sabem que
isso é verdade e o professor Brownsberger lamentou muito. Eu ouvi-o
furtivamente anos atras que a irmã teve luz sobre a lei adicionada, no sentido
de que relacionava ao sistema sacrifical antes que à [pág.16] lei moral. Penso que esta pergunta
devia, de alguma forma, ser posta em esquecimento. Seria um remédio muito
amargo para muitos de nossos principais irmãos serem compelidos a ver a ideia
ensinada em geral, que a lei que foi adicionada por causa da transgressão era a
própria lei moral.
“Cremos que a lei
sempre existiu, mas que sua transgressão exigiu que uma outra lei fosse
acrescentada por causa do pecado, isto é, um remédio para o pecado. Isso trouxe
a lei de tipos e sombras, levando a Cristo.”1
Assim, o pastor Butler formulou sua posição sobre a lei
cerimonial em Gálatas 3.
O
pastor Butler manteve sua posição sobre a lei cerimonial em Gálatas 3, porque
acreditava que à irmã Ellen White fora dada luz sobre o assunto.2 Ele acreditava que a única lei que poderia ser
"acrescentada" (Gálatas 3:19) no tempo do Sinai era a lei cerimonial,
já que os Dez Mandamentos sempre existiram. Ele não estava satisfeito com a
visão alternativa que foi publicada na revesta Signs of the
Times (Sinais
dos Tempos) por E. J. Waggoner e ensinada no Colege de Healdsburg por A. T.
Jones.
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Notas Finais:
1. G. I. Butler, carta a
Ellen G. White, de 20 de junho de 1886, Madison, Wisconsin. Manuscritos e Memórias de Mineápolis (Manuscritos e Memórias de Minneapolis) págs. 18, 19;
2. G. I. Butler, carta a
Ellen G. White, de 23 de agosto de 1886, Mount Vernon, Ohio.
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