Para 7 a 14 de outubro de 2017
Conquanto a maioria de nós,
como cristãos do século 21, não está incomodada pela questão relacionada com a
diferença entre a genética dos judeus e a genética dos gentios, todos nós ainda
temos uma persistente sensação de que os problemas com que Paulo e os outros
apóstolos estavam lidando, no primeiro século, têm especial aplicação a nós.
Especialmente como cristãos modernos, que olhamos o mundo à nossa volta e vemos
a frouxidão crescente de normas morais, há um crescente sentimento que
precisamos ser únicos, diferentes, e “especiais" em comparação com o mundo
que nos rodeia.
Em um sentido real, esta foi a preocupação dos
cristãos judeus do primeiro século que achavam que os conversos gentios
pareciam muito com o mundo do qual eles tinham supostamente saído. Assim, o
Concílio de Jerusalém, para a qual Paulo apelou, de fato escolheu algumas
normas externas, aplicáveis aos pagãos convertidos ao cristianismo.
Interessante que eles escolheram as leis dietéticas e de pureza moral como
essenciais à experiência cristã e harmonia uns com os outros.
Uma questão mais profunda está à base de todas
as perguntas relativas às regras, regulamentos, conduta, leis, comportamento,
desempenho, etc. A questão é esta: Quais são os objetivos de Deus em dar regras
ou leis? Duas citações de Ellen White e dois textos escriturísticos podem nos
ajudar a processar o papel do direito e/ou regras de experiência religiosa. A
primeira nos leva de a volta antes da criação do homem, para a função e
necessidade da lei no céu:
"Quando Satanás se rebelou contra a lei
de Jeová, a idéia de que existia uma lei ocorreu aos anjos quase como o
despertar para uma coisa em que não se havia pensado. Em seu ministério, os
anjos não são como servos, mas como filhos. Existe perfeita unidade entre eles
e seu Criador. A obediência não lhes é pesada. O amor para com Deus torna o seu
serviço uma alegria. Assim, em toda alma em que Cristo, a esperança
da glória, habita, ecoam Suas palavras, "deleito-me
em fazer a Tua vontade, ó Deus meu; sim, a Tua lei está dentro do Meu
coração," Salmo 40:8. (O Maior
Discurso de Cristo, pág. 109, grifamos).
Incrível! Embora a lei de Deus sempre existisse,
e os anjos, em algumas vagas lembranças, sentiam na memória que estavam cientes
dela, a lei não tinha um lugar significativo em sua consciência ou pensamento
diário. A lei existia, não em uma forma codificada, por escrito, tanto quanto
um princípio existente, em, suas psiques angelicais. Estava lá, em seus
corações e mentes, mas eles eram praticamente inconscientes dela. Não havia
(*tábuas de) 10 Mandamentos pendurada nas paredes celestiais ou nos seus
vestíbulos angelicais. No entanto, sua obediência era irrepreensível —
perfeita. Igualmente importante, a sua obediência era agradável!
"Se o homem houvesse guardado a lei de
Deus, conforme fora dada a Adão depois de sua queda, preservada por Noé e
observada por Abraão, não teria havido necessidade de se ordenar a
circuncisão. E, se os descendentes de Abraão houvessem guardado o concerto,
do qual a circuncisão era um sinal, nunca teriam sido induzidos à idolatria;
tampouco lhes teria sido necessário sofrer vida de cativeiro no Egito; teriam
conservado na mente a lei de Deus, e não teria havido necessidade de que ela
fosse proclamada no Sinai, nem gravada em tábuas de pedra. E, se o povo
houvesse praticado os princípios dos Dez Mandamentos, não teria havido
necessidade de instruções adicionais dadas a Moisés” (Patriarcas e Profetas, pág. 364, grifamos).
Uma vez mais, a existência de regras ou leis codificadas, escritas,
explícitas, tornou-se uma necessidade, a fim de lidar com situações de
emergência — primeiramente no céu, e depois aqui na terra. Pense nisso, a
história bíblica poderia ter sido completamente diferente! O registro bíblico
poderia ter contado uma história completamente diferente! Nenhuma circuncisão.
Nem 400 anos no Egito. Nenhum Êxodo. Nem Dez Mandamentos escritos em pedra. Nenhum
serviço do santuário com todos os seus sacrifícios, festas, e regras.
A lei é necessária — de forma explícita, codificada — para lidar com
rebeliões e motins no universo de Deus, e aqui no planeta Terra. Mas a lei foi
intentada para existir não nesta forma externa, superficial, aparente, mas no
íntimo, honorável e motivante, escrita na mente e no coração.
"Logo, para que é a
lei? Foi ordenada por causa das transgressões. . ." (Gal.3: 19). Ao as pessoas
se tornarem menos sensíveis à voz mansa e delicada do Espírito Santo e,
assim," transgressões" aumentarem, Deus foi obrigado a falar com a
voz mais direta e contundente de codificação de comandos explícitos. Mas há um
perigo nesta forma de comunicação. É que podemos começar a executar os comportamentos
exigidos de nós, com (*duas) faltas que temos: as motivações do amor a Deus e
ao nosso semelhante; que se destinam a ser a fonte e fundamento dos
comportamentos. Em vez de fazer o que é certo "porque é certo", nós
fazemos o que é certo, porque a nossa salvação depende dela. Neste paradigma
religioso, o amor a Deus e o amor ao próximo são reprimidos pelas cruas
motivações de auto-preservação e de medo, embora, frequentemente, a nível
sub-consciente.
Podemos estar servindo a
Deus no exterior, em nosso comportamento, e servindo o “eu” no interior em
nossas motivações. Satanás fica perfeitamente satisfeito com esta
situação porque o nosso testemunho ainda valida sua afirmação de que o egoísmo
é a motivação mais poderosa e mais influente princípio, em todo o universo.
Satanás afirma que o próprio Deus é motivado pela auto-preservação (Gênesis 3,
Jó 1 e 2) e, portanto, a vindicação de Satanás por vida eterna é validada.
"A abnegação, que é o princípio do reino de Deus, é o princípio que
Satanás odeia; ele nega até a existência do mesmo. Desde o início do
grande conflito tem ele se esforçado por provar que os princípios pelos
quais Deus age são egoístas, e da mesma maneira ele considera a todos os
que servem a Deus. A obra de Cristo e a de todos os que adotam o Seu nome, tem
por fim refutar esta pretensão de Satanás (Educação,
pág. 154, 3º§, grifamos).
Assim, conquanto Deus tenha feito uso da lei codificada, externa, para
atender a emergência e a necessidade de nossa profunda e permanente
transgressão, Ele deseja, desesperadamente, nos trazer de volta a uma condição
em que, para nós, assim como para os anjos, o pensamento de que existe uma lei
é quase como um despertar para algo impensado. Como isso pode ocorrer? Como
podemos ser levados de volta ao lugar onde a lei é a fonte inconsciente de
todos os nossos pensamentos, sentimentos e ações? É isso mesmo possível?
"Deixe-me
colocar de outra maneira. A lei foi nosso guardião e professor para
conduzir-nos (a) Cristo. ..
Então, agora, através da fé em Cristo, somos feitos justos para com Deus"
Gal.3: 24 (NLT, NVI). Ao contemplar a Cristo, somos capacitados e habilitados a
experimentar não uma mera conformidade comportamental — se mesmo alguma vez
devêssemos alcançar isso — mas um quadro real dos princípios e motivações da
lei de Deus, de doação, de auto-sacrifício, o amor abnegado de nossos corações.
Nossa constituição psicológica, na percepção do amor de Deus em Jesus Cristo, é
transformada e restaurada, a uma condição onde a obediência "é um prazer
inevitável.
"Toda verdadeira obediência vem do coração.
Deste também procedia a de Cristo. E se consentirmos, Ele por tal forma Se
identificará com os nossos pensamentos e ideais, dirigirá nosso coração e
mentes em conformidade com o Seu querer, que, quando obedecendo-Lhe, não
estaremos senão seguindo nossos próprios impulsos. A vontade, refinada,
santificada, encontrará seu mais elevado deleite em fazer o Seu serviço. Quando
conhecemos a Deus como nos é dado o privilégio de O conhecer, nossa vida será
de contínua obediência. Mediante o apreço do caráter de Cristo, por meio da
comunhão com Deus, o pecado vai se tornar detestável para nós” (O Desejado de Todas as Nações, pág. 668,
§3º)
Quer seja o dízimo, a circuncisão, a observância do sábado, a reforma de
saúde, ou "o mais importante, o
juízo, a misericórdia e a fé" (Mat.23: 23), que maravilhosa promessa,
de que podemos avançar para uma nova experiência de "obediência do coração" (Rom.6: 17). Não precisa ser uma
mera obediência obrigatória, mas uma harmonia profunda e interna, mais
profunda, intelectual e espiritual harmonia com os princípios, as motivações e
pensamentos que atuam no coração do próprio Deus. Isto é o que significa ser um
“participante da natureza divina” (2ª
Pedro 1:4). Minha oração, por você e por mim, é que, muito em breve — na medida
em que nos aproximamos do momento dos rápidos "últimos
acontecimentos" — vamos experimentar esta transformação.
—Bob Hunsaker
O irmão Roberto Hunsaker é médico, e diretor do ministério pessoal de uma Igreja Adventista do
Sétimo Dia, na área de Boston, MA., U.S.A. Ele tem, também, um programa semanal
na rádio (AM WEZE 590) aos domingos à
noite, às 19:30 horas, em parceria com o Pr. Bill Brace, intitulado Portraits of God (Quadros de Deus). Ele
é adventista por muitos anos e também professor de uma unidade evangelizadora
em sua igreja local.
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