Para 14 a 21 de outubro de
2017
Quando você lê os textos indicados para esta lição,
poderia ter a impressão de que só há notícia ruim, pois nos primeiros capítulos
de Romanos, Paulo nos fala da condição da humanidade sem Deus no controle de
suas vidas. "Sendo murmuradores, detratores, aborrecedores
de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males,
desobedientes aos pais e às mães; néscios, infiéis nos contratos, sem afeição
natural, irreconciliáveis, sem misericórdia; os quais, conhecendo o juízo de
Deus, (que são dignos da morte os que tais coisas praticam), não somente as
fazem, mas também consentem aos que as fazem” (Rom. 1: 30-32). Mesmo como professos cristãos,
não estamos totalmente isentos destes males: "Tu, pois, que ensinas a outro, não te ensinas a ti mesmo? Tu, que
pregas que não se deve furtar, furtas?" (Rom. 2: 21). E, "portanto, és inescusável quando
julgas, ó homem, quem quer que sejas, porque te condenas a ti mesmo naquilo em que
julgas a outro, pois tu, que julgas, fazes o mesmo" (Rom. 2: 1).
Não admira que a lição pergunte no (*roda-pé) da seção de domingo: "Você já lutou com a questão da certeza
da salvação? Já questionou se está salvo ou não? Por quê?” (Pág. 30 do
nosso manual de estudos, Adultos, edição do professor).
Se você é um daqueles que têm dúvidas sobre a sua salvação, você não
está sozinho. Anos atrás, quando eu entrei para a igreja, eu tinha uma grande
preocupação por muitas pessoas em nossa igreja que não tinham certeza de que
iriam para o céu. Eu ouvia: "Ah, se eu sou fiel, eu posso alcançá-lo." ou, "Eu serei feliz se puder
estar lá nem que seja preso no rabo da saia da minha mãe." Afinal, é
verdade que Romanos 3:23 diz:
"Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus". Na
lição de segunda-feira o autor afirma, na verdade, "Quando nos comparamos a Deus, à Sua santidade e
justiça, nenhum de nós saí com outra coisa senão um sentimento avassalador de aversão
e repugnância de nós mesmos."
Quando confrontados com nossas próprias falhas, temos uma escolha sobre
como nós podemos responder. Ao vermos a fragilidade da carne humana caída,
pecaminosa, podemos desanimar, geralmente resultando em uma suave erosão das
normas juntamente com, no extremo, a perda total da fé. Se continuarmos a estar
destituídos da glória de Deus, é fácil tornar-nos desanimados e reduzirmos
nossa “fé" a uma mera esperança.
No entanto, existe uma melhor resposta — a resposta da fé, porque “a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam" (ver Heb.
11:1). Romanos 6:11 diz: “Assim também
vós considerai-vos certamente mortos para o pecado, mas vivos para Deus em
Cristo Jesus nosso Senhor." Considere-se agora como já livre do pecado
— mesmo que você não possa perceber a experiência disto, pelo menos não ainda.
Se nós realmente somos "como mortos para o pecado", o
que significa que estamos mortos para as obras do pecado, e se nós nos
considerarmos sermos assim, significa que cremos que seja verdade, no
essencial, porque nós estamos vivos para a obra de Deus em nós através (e por
causa) de Cristo habitando em nós. O paralítico de João 5 não tinha nenhuma
experiência anterior com caminhar por 38 anos, mas quando Deus disse: "Toma o teu leito, e anda"
(*vs. 8) ele considerou estas palavras como sendo a realidade, não questionou a
Palavra criadora de Deus e, portanto, aquela fé agiu em conformidade com
ela(Gal. 5:6). Considerou como assim sendo. Creu que assim fosse. Quando
verdadeiramente cremos na Palavra de Deus, então nós esperamos, e mesmo
antecipamos (com paciência) as boas obras prometidas para se cumprirem em nós,
porque dependemos do poder da palavra de Deus apenas para fazer o que ela já
disse sobre nós, embora possamos não perceber ou compreender esses resultados
que ainda estão por vir.
(Eu mencionei a parte sobre a
paciência, porque às vezes a perdemos, quando não vemos os resultados tão
rápido quanto gostaríamos, e, como resultado, começamos a tentar a forçar a
Deus. Na verdade, através da nossa impaciência estamos dizendo a Deus que nós
não confiamos nEle. É uma resposta do velho concerto a uma promessa do novo
concerto. Deixe-O realizar Sua gloriosa obra em você. Não há nenhuma
necessidade de correr à frente dEle, (ver Parábolas
de Jesus, pág. 61).
A lição de segunda-feira salientou outro ponto interessante a respeito
de Romanos 3:23. "Surpreendentemente, algumas pessoas realmente se opõem à
idéia da pecaminosidade humana, argumentando que as pessoas são basicamente
boas." Na minha experiência, a maioria das pessoas, de modo geral, quer fazer
o que é certo. Ao longo dos anos, eu acredito que fiz uma boa seleção de
amigos. No entanto, mesmo “os melhores amigos do mundo" são capazes de
fazer coisas porque temem as conseqüências das ações erradas, e todos nós
podemos, ocasionalmente, quebrar as regras em "circunstâncias
atenuantes", esperando por um bom resultado, assumindo que não seremos
"flagrados em erro." É prudente considerar os resultados das ações
previstas, e ainda mais sábio pedir orientação de Deus sobre elas e por Seu
poder habilitador que nos permita fazer o que é certo, independentemente das
supostas consequências.
O conceito de que "as pessoas são basicamente boas" e a
conclusão resultante que "tudo o que precisamos fazer é encontrar a
bondade inerente dentro de todas elas e esteriorizá-la," derivou de idéias
panteístas — que tudo é Deus ("pan"
— todos, teísmo" — a crença ou reconhecimento da existência de um Deus). A
Bíblia declara que só Deus (Jeová) é inerentemente bom. "Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso:
quem o conhecerá?" (Jeremias 17:9). "E disse-lhe Ele: Por que Me chamas bom? Não há bom senão Um só,
que é Deus" (Mateus 19:17). Qualquer bondade encontrada no homem
provém de Deus. A crença de que qualquer simples homem é intrínsicamente bom,
ou tem bondade inerente dentro dele, indica que ele é a pessoa de um outro deus
além de Jeová — uma forma de idolatria. Temos de ser cuidadosos como nos
referimos à bondade em relação à humanidade. Todos nós temos pecado no fundo
dentro de nós, corrupção que não podemos ver até que Deus a revele a nós. O
trabalho do nosso amoroso Sumo Sacerdote no santuário celestial é remover todo
esse pecado antes que Ele venha para nos levar para o lar. Ele vai fazer isso,
se nós crermos. Creiamos nisto, e deixemos que Ele o faça em nós.
Ellet J. Waggoner, um dos dois "mensageiros" de 1.888, diz
isso muito bem: "Assim, pois, os que são da fé são guardadores da lei,
porque “os que são da fé são abençoados
(*como o crente Abraão,” Gal.3:9), e os que guardam os mandamentos são
abençoados. Pela fé, observam os mandamentos. Desde que o evangelho é contrário
à natureza humana, nós nos tornamos cumpridores da lei, não fazendo, mas
crendo. Se nós obrarmos pelo que é justo, estaremos exercendo apenas a nossa
própria natureza pecaminosa humana, e assim não ficaríamos próximos da justiça,
mas longe dela. Mas, por crer nas "grandíssimas
e preciosas promessas ', nós nos tornamos “participantes da natureza divina
"(2ª Pe. 1:4, KJV), e então, todas as nossas obras são feitas em Deus...(1)
"... Ainda mais, temos certeza de que ‘Deus nos criou, em Cristo Jesus, para as
boas obras, ... para que nós andássemos nelas,’” Efésios 2:10.
"Ele mesmo preparou (guardou) essas obras para os
que O temem, as quais operou para todos os que confiam nEle. Salmo 31:19. ‘A obra de Deus é esta, que creais nAquele
que Ele enviou’ (João 6:29). As obras de Deus são maravilhosas, mas não
podemos fazê-las. Elas só podem ser executadas apenas por Aquele que é bom, e
Este é Deus. Se alguma vez houver algo de bom em nós, Deus é quem o efetua em
nós. Não há nenhum menosprezo de tudo o que Ele faz "(Boas
Novas, págs. 56, 57).
Vamos deixá-Lo fazer isso (*em
nós).
--Craig Barnes
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O irmão Craig Barnes tem ministrado séries de palestras sobre Justiça
pela Fé em nossas igrejas, em Nashville, estado de Tennessee, EUA. Ele é
capelão e co-regente, juntamente com sua esposa Joyce Barnes, do LAR REFÚGIO PRIMAVERIL na sua cidade.
Este lar é para pessoas com disfunções mentais, mas o irmão Barnes tem pregado
o evangelho a eles, e se regozija na simplicidade das verdades do
evangelho que torna possível aos internos, assim como às crianças,
captarem as boas novas.
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Nota do Tradutor:
(1)
Isto é exatamente o que Isaias 26:12 nos diz:
“Senhor ... tu és o que fizeste em nós todas as nossas obras.” Comentando este
texto João Wesley assim se expressa: “Todas as boas obras feitas por nós são os
efeitos da graça de Deus. ... Graça é tanto favor como poder. Nós a recebemos
tanto passivamente —...quando somos
criados do nada—, e ativamente —...quando
Deus opera em nós—.
(Primeiro § do primeiro sermão de João Wesley, da
série Sermões Rotineiros).
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