quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Lição 7, Senhor do sábado, por Ellet J. Waggoner

Para 10 a 17 fevereiro de 2012
Cristo é o Senhor do sábado, o Criador de todas as coisas, e o Instituidor, com Seu Pai, do dia de descanso. Ele o guardou, portanto, aqueles que têm Sua vida neles irão guardá-lo também. E eles não vão ter medo das consequências, quer se trate de perda de cargo, perda de riqueza ou influência, ou a perseguição daqueles que não conhecem a Deus.
O dia do Senhor, segundo a Bíblia, que é o nosso único guia, é o sétimo dia da semana. E, no entanto, muitas pessoas não o consideram assim, porque pensam que, de uma forma ou de outra, a crucificação de Cristo fez uma mudança no dia. Deve ser suficiente dizer que o Senhor com a Sua voz do Sinai chamou o sétimo dia de o Seu dia. O Senhor Jesus Cristo declarou-Se Senhor do dia, Ele nunca deu sequer um indício de que qualquer outro dia era o Seu dia especial. Nenhum outro dia, nunca foi chamado Seu dia, mas todos os outros dias da semana são classificados sob o título geral de "os seis dias de trabalho."
Mas, vamos ver exatamente que relação existe entre a cruz de Cristo e o sábado. Em primeiro lugar, descobrimos que o sábado foi dado ao homem no final da criação da terra, antes da queda. É uma instituição do Éden (veja o segundo capítulo do Gênesis). Portanto, a manutenção dele, como foi dado, deve trazer algo do Éden para este mundo iníquo.
O sábado foi dado para comemorar a criação concluída. "Abençoou Deus o dia sétimo, e o santificou; porque nele descansou de toda a obra que Deus criara e fizera" (Gên. 2:3). "Em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou: porquanto abençoou o Senhor o dia de sábado, e o santificou" (Êxodo 20:11). E assim, quando o salmista diz que a obra do Senhor é gloriosa e majestosa, ele acrescenta: "Ele fez com que Suas maravilhas fossem lembradas" (Salmo 111:3, 4). Como? Ao dar o sábado. Aquilo que faz com que uma coisa seja lembrada é um memorial, e assim temos a mais clara e literal tradução do texto anterior: "Ele fez um memorial para as suas obras maravilhosas."
Há outra coisa que remonta pelo menos até o sábado, e que é a crucificação de Cristo. Lemos de Cristo, que Ele é "o Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo" (Apoc. 13:8). Portanto, o sábado e a cruz correm paralelos através da história do mundo, e é certo que Cristo levantado sobre a cruz de madeira, à vista dos homens, não poderia fazer diferença com o sábado. Qualquer efeito que a cruz era para ter no sábado deve ter sido visto no início, mas é certo que, desde a crucificação de Cristo foi apenas a continuação de uma coisa que tinha acontecido pelo menos quatro mil anos antes, não poderia fazer nenhuma mudança no sábado que existia todo esse tempo, em conexão com ela.
O sábado, como vimos, é o memorial das obras maravilhosas de Deus, e o poder de Deus é visto claramente nas coisas que Ele fez. Agora, o Evangelho é "o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê" (Rom. 1:16). Portanto, uma vez que o poder de Deus é visto nas coisas que Ele fez, e o sábado é o memorial de Suas obras, é evidente que o sábado é o grande memorial do Evangelho. Em, e através dele, aprendemos o poder de Cristo para salvar.
A cruz de Cristo é também o poder de Deus. "Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus" (1ª Coríntios 1:18). Portanto, desde que o sábado e a cruz de Cristo demonstram o mesmo poder de Deus, é evidente que não só eles são paralelos, mas que eles são mui intimamente ligados. Leia Colossenses 1:12-17 e veja como este texto mostra tal conexão. Cristo, que é “a imagem do Deus invisível,” é Aquele “em quem temos a redenção pelo Seu sangue,” “porque nEle foram criadas todas as coisas,”e todas as coisas subsistem nEle”.
O sábado, que é o memorial das obras de Deus, mostra exatamente a mesma coisa que a cruz de Cristo apresenta para nós. Isso mostra o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê. Porque resgate é criação. "Porque pela graça sois salvos por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus: não vem das obras, para que ninguém se glorie" (Efé 2:8, 9).
A Criação e a redenção são idênticas, e o sábado e a cruz estão tão intimamente ligados, porque ambos são manifestações do poder da vida de Cristo. Ele é o primogênito de toda criatura, ou de toda a criação. NEle todas as coisas foram criadas. Ele é a cabeça ou a fonte, “o princípio da criação de Deus” (Apoc. 3:14). Ou seja, nEle todas as coisas foram criadas. Em Cristo todas as coisas existem desde os dias da eternidade, da mesma forma como elas existiram depois que Ele, por Sua palavra, as fez aparecer. "E todas as coisas subsistem por Ele" (Colossenses 1:17). "NEle vivemos, e nos movemos, e existimos” (Atos 17:28).
É pela vida de Cristo que somos salvos (Rom. 5:10). O sangue é a vida, e temos a redenção pelo Seu sangue. Na cruz, Cristo derramou Seu sangue, derramou a Sua vida pelo homem. A pregação da cruz é o poder de Deus, porque é a pregação da entrega da vida de Cristo para nossa salvação. Mas aquela vida que foi dada por nós na cruz é a vida a partir do qual toda a criação surgiu. Portanto, a cruz de Cristo nos traz o poder criativo, que é comemorado pelo sábado. "É a lei contrária às promessas de Deus? De modo algum" (Gál. 3:21). Assim, o sábado do Senhor, em vez de ser oposição ao Evangelho de Cristo, é exatamente o coração do Evangelho.
O sábado é um grande memorial das obras maravilhosas de Deus, que são a medida da Sua graça. Ele o deu para que possamos saber que Ele é o Senhor que nos santifica. Assim como a cruz de Cristo traz alegria e celebração, também a cruz do sábado não é uma cruz difícil de ser suportada, mas uma cruz que eleva e salva. Em vez de luto sobre as dificuldades envolvidas em guardar o sábado, dizemos com o salmista: "Pois tu, Senhor, me alegraste pelos Teus feitos; exultarei nas obras das Tuas mãos" (Salmo 92:4).

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Ellet J. Waggoner
[Extraído dos: "O Sábado e a Cruz,"
Publicado pela revista adventista The Present Truth
[A Verdade Presente], em 20 de julho de 1893; e,
"Guardando o dia de descanso,"
Idem, em 1º de março de 1894]

Ellet J. Waggoner é um dos dois pastores que nos apresentaram a mensagem da Justiça de Cristo em 1888 em Mineápolis. Devido à resistência da liderança em abraçar esta mensagem, Ellen G. White e os dois saíram pelas igrejas pregando-a diretamente aos membros, e, diz ela, obtiveram grande aceitação e muitas consagrações. Depois disto, por voto da Conferência Geral, os três foram separados: Ellen G. White foi enviada para a Austrália, Waggoner para a Europa. E Jones permaneceu nos Estados Unidos. Ele tinha formação acadêmica como médico, mas foi tocado pelo chamado para o ministério, e preferiu exercê-lo ao invés de desfrutar dos grandes rendimentos da sua profissão. Os dois mensageiros, até o ano de 1896, em centenas de sermões, campais, igrejas, publicações e nas Assembléias da Associação Geral eram oradores e escritores constantes. Ellen G. White endossou a pessoa e a mensagem dos dois mensageiros da Justiça de Cristo centenas de vezes. Temos a relação, em inglês, destes endossos para enviar a você, gratuitamente, se no-la solicitar, bastando nos remeter um envelope subscritado para você mesmo, com selo para o peso de 2 folhas A4.
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