quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Lição 8, Cuidado com a Criação, por Arlene Hill

Para 18 a 25 de fevereiro de 2012
Depois de anunciar a primeira promessa de um Salvador em Gênesis 3:15, Deus então revela a Adão e Eva o castigo do seu pecado. Como parte desse castigo, Ele diz a Adão "... maldita é a terra por causa de ti..." (Gên. 3:17). Note, o solo não foi amaldiçoado por causa de alguma coisa inerente nele, mas por causa do que eles fizeram. A maldição afetou até mesmo outras criaturas, embora apenas a serpente seja apontada de modo especial.
Originalmente, Deus criou a terra, o ar, água, sol, lua e estrelas em apôio à terra e as criaturas que Ele fez para habitá-la. Linda como a terra deve ter sido, Deus decidiu fazer mais uma coisa. "E plantou o Senhor Deus um jardim no Éden, do lado oriental; e pôs ali o homem que tinha formado" (Gên. 2:8). Era para ser uma casa viva para Adão. O trabalho de Adão era "manter" ou preservar e proteger a casa.
Deus amaldiçoou a terra novamente por causa do pecado da humanidade quando Ele enviou o dilúvio. Depois, "... o Senhor disse em Seu coração: ‘Não tornarei mais a amaldiçoar a terra por causa do homem; ... nem tornarei mais a ferir todo o vivente, como fiz’" (Gên. 8:21). Em 9:9 -12 temos a promessa unilateral de Deus para a humanidade, a flora e a fauna. Ele não pediu a eles para prometerem nada em troca. Eles simplesmente receberam as bênçãos. O arco-íris é o sinal da Sua aliança que a terra nunca mais será destruída por uma enchente,
O livro de Deuteronômio contém advertências de Moisés. A consequência inevitável de se recusar a ouvir a Sua voz e valorizar os seus mandamentos é o cativeiro e a morte. No entanto, Israel não quis ouvir. Em última análise, o povo de Israel foi pior do que os pagãos ao seu redor. Para preservá-los, Deus tirou a liberdade e ele foi enviado ao cativeiro babilônico. Daniel se inclui em sua confissão corporativa: “Sim, todo o Israel transgrediu a Tua lei, desviando-se para não obedecer à Tua voz, por isso a maldição e o juramento se derramaram sobre nós ..." (Daniel 9:11)
Mesmo após a restauração de Jerusalém, Israel obstinadamente se recusou a apresentar os seus corações a Deus que tinha tratado com amor e paciência com eles há anos. A cegueira deliberada estava preparando Israel para perder a vinda do Messias, e a mensagem de Elias, que é, "Ele converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus pais; para que Eu não venha, e fira a terra com maldição" (Malaquias 4:6).
Assim, se a terra e tudo que ela sustenta são amaldiçoados, por que os seres humanos hoje devem proteger e preservar algo que Deus acabará por destruir? Falando sobre a maldição que Balaão tentou (*lançar), Moisés disse a Israel "...o Senhor teu Deus não quis ouvir Balaão; antes o Senhor teu Deus trocou em bênção a maldição; porquanto o Senhor teu Deus te amava" (Deut. 23: 5). Não foi porque Israel merecesse isso, foi porque Deus os amava. Como Deus pode fazer isso? São Suas advertências sem sentido, para serem postas de lado porque Ele nos ama?
Deus não pode anular Sua lei, quer seja a lei sobre a humanidade ou sobre a natureza. Como sempre, a solução é encontrada na obra de Cristo. "Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-Se maldição por nós ..." (*Gálatas 3:13). A menos que o ato de redenção de Cristo inclua todas as maldições pronunciadas por causa do pecado, a terra vai continuar como atualmente está, cheia de espinhos e abrolhos; amaldiçoada. Pedro nos diz que "os céus e a terra que agora existem pela mesma palavra se reservam para o fogo ..." (2ª Pedro 3:7). Em seguida, ele discute que tipo de pessoas devemos ser: "Segundo a Sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça. Por isso, amados, aguardando estas coisas, procurai que dEle sejais achados imaculados e irrepreensíveis em paz" (vs. 13 e 14).
Repare que ele se refere a uma única promessa, que é a vinda do Senhor. "Assim, temos a impressão que a vinda do Senhor tem sido o grande evento em direção ao qual todas as coisas tendem desde a própria queda. A "promessa da sua vinda" é a mesma promessa de um novo céu e uma nova terra. Esta foi a promessa feita aos 'pais'" (Ellet J. Waggoner, O Concerto Eterno, págs. 34 e 35)1
A mensagem enviada à nossa igreja durante o final dos anos da década de 1800, incluindo a Sessão da Conferência Geral de 1888, nos diz que qualquer vida humana, ou não, existe em razão da redenção de Cristo na cruz. Nossa responsabilidade é para com aqueles por quem Cristo morreu, e aliviar o sofrimento é parte disso.
Quando a terra é devastada por más práticas ambientais, o resultado é a miséria humana, animal (*e vegetal). Como podemos esperar que as pessoas ouçam o Evangelho da cruz de Cristo, quando muitos da população mundial estão preocupados com a ocupação pela subsistência. Na medida em que estiver ao nosso alcance, devemos ter a responsabilidade de "cuidar" da terra para que as pessoas não fiquem tão preocupadas com a sobrevivência a ponto de não poderem ouvir o Evangelho? Devemos aliviar o sofrimento daqueles que estão aflitos. Devemos ser bons mordomos da terra que Deus nos confiou. É a pura verdade do evangelho, no entanto, que traz o "repouso" final do pecado, que as almas humanas tão desesperadamente necessitam.
O mundo acredita na sobrevivência dos mais aptos de modo que se o ambiente de um animal é destruído, isto é prejudicial para ele. É verdade que os seres humanos são mais importantes, mas os cristãos devem mostrar ao mundo um padrão diferente. O exemplo que Cristo deu enquanto estava na terra é útil. Ele sempre focou em trazer as pessoas a uma compreensão do Evangelho. Ele nunca se envolveu em causas humanas, mas viveu uma vida simples. Nos tempos modernos diríamos que Ele deixou uma pequena "pegada de carbono". Seu foco permaneceu sobre as pessoas que Ele veio salvar, e Ele andava aliviando o sofrimento. O fato de que a Terra será destruída e refeita não pode ser uma desculpa para aumentar o sofrimento por práticas descuidadas.
Cuidar da criação de Deus inclui tudo, das lagostas até plantas e animais raros que estão em risco de extinção, a própria terra e, sim, até mesmo as pessoas. Todos fazem parte da criação de Deus que sofre com a maldição do pecado. Precisamos dizer ao mundo que por causa da cruz, "nunca mais haverá maldição contra alguém; e nela estará o trono de Deus e do Cordeiro" (Apoc. 22:3).
- Arlene Hill


A irmã Arlene Hill é uma advogada aposentada da Califórnia, EUA. Ela agora mora na cidade de Reno, estado de Nevada, onde é professora da Escola Sabatina na igreja adventista local. Ela foi um dos principais oradores no seminário “É a Justiça Pela Fé, Relevante Hoje?”, que se realizou em maio de 2010, na Igreja Adventista do Sétimo Dia, localizada no endereço: 7125 Weest 4th Street , Reno, Nevada, USA, Telefone 001 XX (775) 327-4545; 001 XX (775) 322-9642.


Nota do tradutor:
1) O livro O Concerto Eterno, você encontra todo traduzido, no nosso blog http://agape-edicoes.blogspot.com, O texto acima foi tirado do cap. 2. Em agosto de 2010 postamos até o capítulo 43, e o restante do livro (caps. 44 a 47) em setembro de 2010.
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