quinta-feira, 1 de março de 2012

Lição 9 - A Bíblia e a História, por Paul Penno

Para 25 de fevereiro a 3 de março de 2012
O autor David IrvingA mentiu sobre a história da Alemanha ao negar que Hitler autorizou o extermínio dos judeus em Auschwitz.B Ele foi rotulado de "falsificador da história." Aquele que mente sobre o passado mente sobre o futuro. Períodos de história distorcida arruínam o futuro de uma nação no caso das gerações futuras, em ignorância, duplicarem esta triste história.
Jeremias disse ao Reino de Judá, que os seus historiadores haviam mentido sobre sua história. "Como, pois, dizeis: 'Nós somos sábios, e a lei [Torá] do Senhor está conosco’, quando, na verdade a falsa pena dos escribas manejou-a falsamente?" (Jer. 8:8, NVI). Da mesma forma, os escribas e fariseus no tempo de Jesus "compulsaram falsamente" sua história e, assim, prepararam a visualização do caminho para a nação crucificar o Filho de Deus. Ellen G. White advertiu a igreja que "nada temos que recear quanto ao futuro, a menos que nos esqueçamos a maneira em que o Senhor nos tem guiado, e os Seus ensinos que nos ministrou no passado"1 (*grifos nossos).C
Líderes denominacionais tornam-se ansiosos com o mundanismo e a mornidão da igreja. Está o Céu preocupado também? (*SIM!) É o problema mais difícil com que o Senhor tem lutado em 6000 anos!

Somos instados a orarmos mais pela chuva serôdia. Bom! A igreja nunca será reavivada e despertada sem ela. No entanto, temos orado pela chuva serôdia por 150 anos, incluindo a mais recenteOperation Global Rain,” (Operação Chuva Global), mas a terra ainda não "foi iluminada com sua glória" (Apoc. 18:1). Incessantemente, os judeus, no Muro das Lamentações também estão orando, por seu Messias que viria. Mas primeiro têm o dever de ler Isaías 53 e o Novo Testamento e recuperar a fé no Messias, a quem seus pais crucificaram, e arrependerem-se. Será que o Céu também vê que temos a incumbência de cumprir um dever antes que nossas orações pela chuva serôdia possam ser respondidas?

Outra solução popular para despertar uma igreja letárgica é: "—Ponha os membros a trabalhar, ganhar almas. Isso vai reanimá-los." Mas como pode você motivar uma igreja morna a trabalhar, sem ser na base de arrancos? Se nós batizamos um bilhão de novos membros (*neste sistema), eles logo pegam o mesmo vírus tépido.
Nosso problema de mundanismo tem estado conosco por um longo tempo. A experiência do antigo Israel ilumina a nossa. A justificação pela fé de Abraão era para ter sido a luz orientadora da missão mundial de uma nação. "Em ti serão benditas todas as famílias da terra" (Gên. 12:3) o Senhor prometeu.
Abraão não fez nenhuma promessa em troca, tudo que ele fez foi crer na promessa do Senhor, Gên. 15:6. Essa promessa de Deus era a nova aliança. Antes da promulgação da lei no Sinai, com "trovões, e relâmpagos", terremoto, incêndio, e o termo (limite) de morte, o Senhor tentou restabelecer o mesmo novo concerto com os descendentes de Abraão: "Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes [acalentar, hebraico] a Minha aliança [Sua promessa do novo concerto com Abraão], então sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos" (Êxo. 19:5). De todas as nações do mundo, eles deviam ser postos "por cabeça, e não por cauda" (Deut. 28:13). Mas o monte Sinai foi o ponto decisivo no destino da nação, pois eles recusaram o novo concerto do Senhor de justificação pela fé. Ao invés de humildemente dizerem "Amém" à promessa de Deus, como Abraão fez (a palavra hebraica para "crer" é amém), o povo prometeu um programa de obras de obediência, "Tudo o que o Senhor tem falado, faremos" (Êxodo 19: 8). Este era o velho concerto. A nação comprometia-se a um longo desvio que, finalmente, os levaria ao terrível ato da crucificação de Cristo.
Os reis David e Salomão entenderam por um tempo a promessa do Senhor do novo concerto de total preeminência nacional de Israel no mundo, 1º Crônicas 17:9, 10, e 1º Reis 8:60. Isso significava que não deveria existir impérios mundiais cruéis para pisotear a terra, como a Assíria, Babilônia, Medo-Pérsia, Grécia ou Roma. Israel deveria permanecer para sempre a benevolente super-potência do mundo.
Mas após a divisão do reino em norte e sul em 933 a.C., dois fenômenos fantásticos evoluíram lado a lado: a apostasia aprofundada, tanto em Israel como em Judá, em paralelo com o terrorismo crescente da Assíria. Ao a apostasia do povo de Deus tornar-se quase total, as leis de Babilônia e, finalmente, de Roma, tornaram-se cada vez mais opressivas.
Ninguém pode imaginar quanto sofrimento desnecessário o mundo em geral teve de suportar! Tudo veio como resultado direto do antigo concerto o qual Israel firmou sobre si mesmo no Sinai. Essa escolha fatal foi o início do desvio que deve, depois de muitos séculos, finalmente, levar o povo de Deus de volta para a justificação pela fé que Abraão experimentou. Não há nenhuma evidência que qualquer rei depois de Davi realmente o entendeu. Provavelmente, Paulo foi o primeiro a perceber essa importância da história israelita como um desvio que leva de volta, eventualmente, para o novo concerto feito com Abraão: "De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados" (Gál. 3 : 24).
Uma visão panorâmica da história de Israel demonstra a incredulidade do velho concerto impelindo-os à ruína final. Nenhum governante do reino do norte nunca fez o que era "certo", embora o Senhor insistisse com eles por muitos profetas e mensageiros (2º Reis 17:13, 14). Finalmente em 722 a.C. a Assíria os esmagou para sempre como uma nação e os espalhou de forma irrevogável entre os gentios. Até mesmo a "cauda" desapareceu.
Enquanto isso, Judá rebelou-se constantemente. Vários de seus reis tentaram, desesperadamente, um reavivamento e reforma tapa-buracos, como Josafá, Ezequias, e por último de todos, o amado jovem Josias. Mas a Escritura mostra que cada um simplesmente tentou renovar um revivamento do antigo concerto. Nunca foi a justificação pela fé do novo concerto recuperada. Eles eram sinceramente cegos para a fé que Abraão tinha experimentado. O problema não era que eles tinham uma "organização," foi a sua alienação do coração.
Josias foi o último adiamento. Este jovem rei, zeloso para com o Senhor, não teve limites (639-608 a.C.). Mais uma vez, em profunda piedade ele procurou renovar o antigo concerto: "E fez que todos quantos se achavam em Jerusalém e em Benjamim o firmassem" (2º Crônicas 34:31, 32.). Nunca um rei obedeceu tão meticulosamente a palavra escrita. O jovem Jeremias se regozijou. Mas, enquanto mantendo tal devoção ao Espírito de Profecia escrito, Josias conseguiu rejeitar a sua demonstração viva. O problema era que o renovado "dom espiritual" veio através do caminho mais improvável que o rei ou o povo poderiam imaginar — a boca de um rei supostamente pagão! (35:2-24).
Será que como Josias, é possível para nós, como adventistas do sétimo dia, pensar que somos super-fiéis ao "Espírito de Profecia", enquanto ao mesmo tempo rejeitando a sua demonstração viva? Isso realmente aconteceu em 1888, os nossos irmãos repetiam o feito de Josias. Ao rejeitar aquela "mui preciosa mensagem" "enviada do céu", eles imaginaram que eram leais aos antigos escritos de Ellen White, pondo de lado a viva mensagem do Senhor.2
A experiência de fé do novo concerto foi o foco principal da oposição da liderança à mensagem de 1888. Enquanto eles se opuseram a Jones e Waggoner, eles realmente preferiam os temas essenciais do antigo concerto. A Ellen White foi mostrado em visão que esses reverenciados líderes estavam perdendo tempo tentando incitar uma visão diferente de Waggoner, pois ela "mostrou" que ele estava certo.3
Quem pode avaliar a confusão e trágicas apostasias que vieram por causa da fome insatisfeita dentro da Igreja (e no mundo) por aquele "mui precioso" evangelho? Falando de Uzá irreverentemente pegar a arca santa, Ellen White, em 1890, pediu a seus irmãos, "Tire suas mão da arca de Deus, e deixe o Espírito de Deus entrar e trabalhar em poderoso poder."4
Essa pequena palavra "deixe" significa que o Espírito Santo está ansioso para ir "trabalhar". Quando aquela mensagem do novo concerto for resgatada do esquecimento dos arquivos, Ele pode alimentá-lo como um maná celestial ao nosso mundo faminto.
-Paul E. Penno
Paulo Penno é pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi ordenado ao ministério há 38 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos escritos de Alonzo T. Jones e Ellet J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Você pode vê-lo, no You Tube, semanalmente, explanando a lição da semana seguinte na igreja adventista de Hayward, na Califórnia, em http://www.youtube.com/user/88denver99
Notas finais (as do tradutor são indicadas, no texto e aqui, com letras maiúsculas; e as do autor, com números ordinais):
A) David John Cawdell Irving, nascido em Brentwood, Essex, Inglaterra, em 24 de março de 1938, hoje ainda vivo, é um escritor britânico especialista em história militar da Segunda Guerra;
B) Auschwitz-Birkenau é o nome de um grupo de campos de concentração localizados no sul da Polônia, símbolos do Holocausto perpetrado pelo nazismo. No início de 1940 Auschwitz era apenas uma pequena cidade com aproximadamente treze mil habitantes na Alta Silésia alemã. Porém, no mês de maio desse mesmo ano iniciaram-se em suas cercanias as edificações do que chamaram brandamente de "campo de trânsito." Nos anos seguintes, ao a guerra progredir, Auschwitz converteu-se no centro de um conjunto de quase quarenta campos e sub-campos de concentração e extermínio.
1) Ellen White, em Testemunhos Seletos, vol. 3, pág. 443, originalmente estava em Life Sketches, pág. 196, edição de 1915.
C) O pr. Joel Sarli, no prefácio do livro “A MÃO DE DEUS AO LEME,” do saudoso pr. Enoch de Oliveira, editado pela Casa Publicadora Brasileira, Santo André, São Paulo, editado em 1985, diz:
Uma significativa porção das Escrituras Sagradas se compõe de relatos históricos que funcionavam para o Israel literal e funcionam para o Israel espiritual, como lembrete de que o Deus que interveio nos eventos passados é poderoso e capaz de ajudar e conduzir os destinos da geração presente.
Uma filosofia cristã da história forçosamente levará o investigador sincero a se encontrar com Deus, que em última instância é o verdadeiro Arquiteto da história da humanidade.
"Nos anais da história humana o crescimento das nações, o levantamento e queda de impérios, aparecem como dependendo da vontade e façanhas do homem. O desenvolver dos acontecimentos em grande parte parece determinar-se por seu poder, ambição ou capricho. Na Palavra de Deus, porém, afasta-se a cortina, e contemplamos ao fundo, em cima, e em toda a marcha e contramarcha dos interesses, poderio e paixões humanas, a força de um Ser todo misericordioso, a executar, silenciosamente, pacientemente, os conselhos de Sua própria vontade." – Educação, pág. 173.
Infeliz é o povo que perde a memória de suas origens, e a Igreja Adventista não pode esquecer sua história. É olhando para o passado que a igreja do presente renova sua confiança na certeza de que o Movimento Adventista não é um movimento de feitura humana, mas que foi provocado pela ação de Deus num cumprimento incontestável das profecias dos livros de Daniel e Apocalipse.
No ano de 1915, pouco antes de sua morte, Ellen G. White escreveu este testemunho de fé: "Ao recapitular a nossa história passada, havendo revisado cada passo de progresso até ao nosso nível atual, posso dizer: Louvado seja Deus! Ao ver o que Deus tem realizado, encho-me de admiração e de confiança na liderança de Cristo. Nada temos que recear quanto ao futuro, a menos que esqueçamos a maneira em que o Senhor nos tem guiado, e os ensinos que nos ministrou no passado." – Testemunhos Seletos, vol. 3, pág. 443.
A história dos organismos religiosos ensina que a terceira geração de membros enfraquece a textura do movimento, porque perde contato com os fundamentos cridos e defendidos pelos país pioneiros.
Alguns dos movimentos liberalizantes que se desenvolveram entre os adventistas em nossos dias, revelam que muitos estão perdendo contato com as razões e os fundamentos de nossa fé, e isso nos diversos campos de ação da Igreja: educação, administração, doutrinas e mesmo missão do Adventismo. Esta atitude tem destruído em muitos a confiança na presente atuação de Deus em relação a Sua Igreja, acenando-lhes com um futuro incerto e especulativo.
Este livro ... do pr. Dr. Enoch de Oliveira, ... busca no passado o argumento da história para iluminar as sendas das realizações presentes da Igreja. Assim, pois, ... é um livro de fé.
No momento em que muitos preferem palmilhar a senda das dúvidas, estribados na teologia do ''Se" e num racionalismo especulativo, o autor, num estilo rico e exuberante, esbanja certeza e lealdade, fé e confiança nos marcos inamovíveis das verdades adventistas.
A Igreja de Deus não está em crise. Em crise estão alguns que silenciosa ou audivelmente, velada ou publicamente, por razões pessoais, preferem se distanciar da estabilidade confortadora que a Igreja lhes oferece. Abandonam a segurança da arca de Deus para se aventurarem nas ideologias incertas do oceano das especulações humanas.
2) Veja, por exemplo, as cartas de Uriah Smith e George I. Butler a Ellen White, de 17 de fevereiro de 1890, e 24 de setembro de 1892 (Manuscritos e Memórias de Minneapolis 1888, págs. 152-157 e 206-212). O Senhor não só enviou "profetas" para Israel, mas "mensageiros" também, 2º Crôn. 36:16.
3) Ver Cartas de Ellen White de n.os 30, 59, ambas escritas em 1890; Materiais de Ellen G. White sobre 1888, págs. 622-626, e 599-605 respectivamente. (Essas cartas estão publicadas em inglês, em: http://www.1888mpm.org/~~V)
4) Materiais de Ellen G. White sobre 1888, pág. 543.
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