quinta-feira, 8 de março de 2012

Lição 10 - A Promessa de Oração, por Robert J. Wieland . . . . . . . . . . . Compilado por Paul E. Penno

Para 4 a 11 de março de 2012
Judeus devotos celebram o dia da expiação (*no dia 10 do 7º mês judaico) pedindo a Deus para perdoar seus pecados. É quase a mesma coisa como os cristãos, só que estes pedem a Jesus Cristo para perdoá-los. Mas não há nenhuma empatia com o sentimento do coração de Deus quanto à necessidade de estar “em uma mesma mente” ("at-one-ment")1, com aquela que será a Sua noiva especial. As orações dos judeus e cristãos são todas unilaterais. O que Deus pode fazer por mim? Os cristãos em geral, são auto-centrados. Nossas orações são egocêntricas; “—me abençoe e abençoe os meus entes queridos.”
Por que devemos orar? A oração move a mão de Deus para que Ele faça coisas que de outra forma Ele não as faria? Se mudarmos o "faça" para "possa fazer", chegamos mais perto da verdade. Deus anseia fazer todas as coisas boas para nós que pedimos quando oramos a Ele para fazê-las, mesmo muito antes de orarmos. Ele quer; mas nossas orações tornam possível que Deus faça as coisas que Ele quer fazer. Portanto, não é uma questão do que Deus quer fazer por nós, mas o que Ele pode fazer por nós.
A pergunta é: "Por quê?" Bem, olhe para aquelas pessoas em Atos 12 orando a noite toda para Pedro ser libertado da mão assassina do rei Herodes Agripa I. Ele havia sido nomeado rei da Judéia e Samaria pelo Calígula imperador de Roma. Roma era o governante do mundo. Isso não tinha sido o plano de Deus. No novo concerto que Deus fez com Abraão, os descendentes de Abraão deveriam governar o mundo e não teria existido um império do mal de Roma, Israel teria governado o mundo sob o novo concerto. Mas Israel tinha abandonado o novo concerto e abraçou o velho concerto. Assim, Deus foi forçado a respeitar a autonomia de Roma porque Adão tinha vendido todas as possessões da Terra a Satanás, de modo que este se tornou "o príncipe deste mundo", segundo as palavras de Jesus em João 14:30.
Mas Cristo legalmente adquiriu de Satanás a soberania deste mundo, em virtude de Seu sacrifício; por isso Deus pode responder às orações do Seu povo que oram a Ele em nome de Jesus. Todo o tempo que Pedro esteva na prisão, Deus queria libertá-lo; agora, quando o Seu povo seriamente pediu-Lhe que o libertasse, "em nome de Jesus," Ele estava livre para agir, e Ele o libertou.
Nossas orações não "movem" a Deus para fazer o que de outra forma Ele não quereria fazer, ou, que está muito indiferente para fazer. Elas nos trazem em cooperação de coração com Deus, nos põem ao lado de Deus, "no grande conflito entre Cristo e Satanás." O problema é que a mesma "cooperação" pode significar muito mais do que a pequena coisa pela qual acontece estarmos orando agora!
Em uma ocasião, os discípulos de Cristo descobriram, talvez acidentalmente, uma oração centrada em Cristo. Enquanto Ele estava falando com a mulher samaritana no poço de Jacó, os discípulos tinham ido para o mercado local para comprar alguns mantimentos para eles comerem, pois eles estavam em uma longa viagem a pé da Judéia para a Galiléia. O Mestre raramente ouve uma oração como a presente — uma oração em marcha à ré: "Mestre, coma, porque sentimos que você está com fome. Você teve uma viagem longa e difícil hoje, e está quente e empoeirado. Veja, fomos à cidade e compramos pão, manteiga, leite, passas, figos, amêndoas — uma festa saborosa. Mestre, estivemos pensando em você, e nós entendemos como você se sente. Sabemos que não tem graça estar cansado e com fome. Mestre, come!" (João 4:31). Deixe-nos ajudá-Lo Senhor!
É raro uma criança pensar em dar algo ao seu benfeitor. Ela pode dar crédito ao Papai Noel por seus presentes de Natal, mas ela acha que é difícil pensar em termos de Papai Noel ser o centro (*das atenções). Gordão, alegre, Papai Noel, com a sua fábrica de brinquedos no Pólo Norte — como pode ele precisar de brinquedos ou alimentos? E, o que mais poderia ele precisar?
É também difícil para nós imaginarmos o Senhor Jesus como precisando de algo. Uma vez que Ele é infinitamente rico, como alguém de nós poderia dar-Lhe qualquer coisa de que Ele precisasse. Nós damos os nossos pequenos dízimos e ofertas, mas quem pode seriamente imaginar que essas ninharias enriquecem ao Senhor?
A oração invertida dos discípulos, "Mestre, come", dá um vislumbre de que orações ainda mais surpreendentes estão por vir dos corações humanos. O Pai, confiou Seu Filho à hospitalidade da raça humana. O que isto significa é que o Pai pôs-Se a confiar que a nossa natureza humana decaída escaparia da rotina entediante do seu egocentrismo e responderia às necessidades de Seu Filho.
Isto é o que está por detrás dessa oração invertida dos discípulos. Deus enviar Seu Filho a este mundo pressupôs da parte dEle uma “fé inversa” para começar. Fé é o que nós geralmente pensamos como parte do que o homem deve ter. É nós que temos fé em Deus. Mas que pensamento surpreendente perceber que Deus tem fé no homem ou Ele nunca teria enviado Seu Filho a nós.
Quando João disse: "Nós O amamos porque Ele nos amou primeiro" (1ª João 4:19), ele também poderia ter acrescentado: "Nós acreditamos nEle porque Ele primeiro acreditou em nós." Paulo tem a mesma idéia quando diz: "Se alguns foram incrédulos, a sua incredulidade aniquilará a fidelidade de Deus?" (Rom. 3:3). Pode a falta de fé do homem cancelar a fé de Deus?
Se você estivesse tentando evangelizar um bando de notórios sequestradores, poderia você confiar o seu filho recém-nascido, ou a filha, aos cuidados deles enquanto você partisse para uma longa viagem no exterior? Isso ilustra o que Deus fez!
Olhe para o bebê na manjedoura de Belém. A maioria das pessoas na cidade dormia naquela noite também, não se importando se Ele sobreviveu ou não. Mas houve alguns que se importaram, e eles provaram que Deus não cometeu nenhum erro quando Ele confiou Seu precioso filho à hospitalidade humana.
Cuidar das necessidades de Jesus é inspirado por uma fé que vê alguma coisa. Ver Cristo crucificado é algo maior do que qualquer equipe de fotógrafos pode retratar. Paulo viu algo que os demais onze discípulos não viram ao eles testemunharem a crucificação: "Julgando nós assim: que, se um morreu por todos, logo todos morreram. E Ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para Aquele que por eles morreu e ressuscitou" (2ª Coríntios. 5:14, 15).
"Se um morreu por todos" - é o mesmo que dizer que se Ele não tivesse morrido por todos, todos estariam agora mortos. A vida que vivemos não é nossa. Com percepção de Raio-X Paulo viu você e eu crucificados quando viu Cristo crucificado.
As implicações tornam-se surpreendentes. Nós não temos nada que possamos realmente chamar de nosso. O que Paulo diz é que, se Cristo não tivesse morrido por nós, estaríamos em nossos túmulos neste momento.
Isso abre a possibilidade de que, seguidores com as mentes bem focadas em Jesus podem desenvolver um novo nível de consciência de oração para que Ele possa ouvir as orações em marcha à ré. É o mesmo nível como a futura noiva de Apocalipse 19:7, 8; finalmente, "a esposa se aprontou" para o casamento do Cordeiro, é algo que ela faz por sua própria iniciativa, e não tem egocentrismo misturado nisso.
Este é o modo como a cruz muda o foco do nosso ponto de vista. Na verdade, a visão só começa quando nosso complexo auto-centrado é superado. Podemos começar a olhar para as coisas através dos olhos de Cristo. Nós somos capazes de perceber algo impossível de se ver de outra forma. É o seguinte:
Ele tem uma necessidade, hoje, que é maior do que em qualquer momento do passado, já que o Pai Lhe confiou a nós. Jesus ainda está com fome, e a fome Ele sabe que é o amor, insatisfeito não correspondido de um noivo com fome de Sua noiva para dar-lhe o seu amor, de todo o coração. Estamos habilitados a perceber que Ele merece uma recompensa, não nós! Ele merece uma resposta do coração humano pelo "trabalho de Sua alma" que não tenha sido ainda rendido a Ele. Ela finalmente está pensando nEle e não em si mesma. A ordem do dia bíblica diz que é tempo para isso.

- Robert J. Wieland
Compilado por Paul E. Penno



O irmão Roberto J. Wielandfoi um pastor adventista, a vida inteira, missionário na África, em Nairobe eKenia. É autor de inúmeros livros. Foi consultor editorial adventista do SétimoDia para a África. Ele deu sua vida pela África. Desde que foi jubilado, atésua morte, em julho último, aos 95 anos, viveu na Califórnia, EUA, onde aindaera atuante na sua igreja local.
Em 1950 ele e o pastor Donald K. Short, também missionário na África, em uma dasférias deles nos Estados Unidos, fizeram dois pedidos à Conferência Geral:
1º) que fossem publicadas todas as matérias de Ellen G. White sobre 1888, e
2º) que fosse publicada uma antologia dos escritos de Waggoner e Jones.
38 anos depois, em 1988, a Conferência Geral atendeu o primeiro pedido, o que resultou napublicação de 4 volumes com um total de 1821 páginas tamanho A4. Quantoao segundo pedido até hoje não foi o mesmo ainda atendido, muito embora hajainúmeras recomendações da serva do senhor à mensagem e às pessoas deles.


O irmão Paulo Penno, compilador destas idéias, é pastorevangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, daAssociação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, GadingRoad, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi ordenado ao ministériohá 38 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na Universidade deAndrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos escritos deAlonzo T. Jones e Ellet J. Waggoner, a qual está incluída na CompreensivaPesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também eleescreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da IgrejaAdventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigossobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi tambémpastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E.Penno Junior. Você podevê-lo, no You Tube, semanalmente, explanando a lição da semana seguinte naigreja adventista de Hayward, na Califórnia, em http://www.youtube.com/user/88denver99


Nota do tradutor:

1) Expiação, atonement, eminglês, “at-one-ment,” significa, literalmente, em uma mesma mente.”

--------------------------------------------------------