sexta-feira, 16 de março de 2012

Lição 11 - Deus como Artista, por Arlene Hill

Para 10 a 17 de março de 2012

E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom; e foi a tarde e a manhã, o sexto dia (Gên. 1:31).

A ideia de Deus como artista foi introduzida para os seres humanos, quando Ele criou a Terra. Nos primeiros dias da criação, Deus declarou Sua obra como “boa,” (*"e viu Deus que era bom), (" Gên. 1:10, 12, 18, 21, 25), mas Sua avaliação final continha o superlativo "muito" bom. Em nossa sociedade, nós nos tornamos tão acostumados ao exagero que podemos não reconhecer a descrição relativamente suave de Deus como sendo simplesmente verdadeira, não um exagero.

Muito bom inclui a idéia de belo. Descrevendo o jardim especial que Deus plantou para Adão e Eva, Ele diz, "fez brotar da terra toda a árvore agradável à vista, e boa para comida, ..." (Gen. 2:9). Até a comida era parte do plano artístico. Deus poderia ter alimentado sua criação, enviando maná ou porções concentradas de alimento todos os dias, mas Ele queria que as Suas criaturas fizessem a conexão entre as belas árvores e o alimento. Quão caracterizador de um Deus amoroso é o fato de que Ele proveu o alimento deles de árvores majestosas que formavam a cobertura protetora de sua casa, o jardim. Que prazer Adão e Eva devem ter tido ao descobrir as várias plantas e árvores, e ver o que elas produziam e como elas eram diferentes umas das outras, mas todas eram belas. Estas descobertas devem ter sido parte do que eles compartilharam com seu Pai celestial a cada tarde. Encorajados pelo que Deus criou, eles desfrutaram da bela comunhão com Ele na beleza da santidade. Nós ainda podemos ter essa comunhão com Ele, ao apreciarmos Sua criação se nós estivermos dispostos a reconhecê-Lo como criador.

Tudo o que o pecado toca perverte o que Deus fez. A admiração de Lúcifer de sua própria beleza iniciou sua fatídica jornada em rebelião aberta contra Deus, Eze. 28:17. Eva foi atraída para a árvore que ela encontrou, e "era agradável para os olhos" (Gên. 3:6). Até o dilúvio, a terra mantinha muito de sua beleza criada, mas depois, o resultado deve ter sido devastadoramente feio para Noé e sua família. O Deus da beleza jurou nunca mais amaldiçoar a terra. Ele começou colocando Seu arco-íris nas nuvens. Partes da Terra desenvolveram beleza, apesar das cicatrizes; mesmo rochas estéreis, picos de montanhas irregulares e fissuras profundas inspiram admiração e podem ser apreciadas como belos.

Felizmente, para a raça humana, a arte criativa de Deus não se limita à aparência exterior. Ele “ama o belo e, acima de tudo que é exteriormente atraente, ama a beleza de caráter; deseja que cultivemos a pureza e simplicidade, as mudas graças das flores" (Ellen G. White, Caminho a Cristo, pág. 85). A mensagem de 1888 esclareceu a grande verdade que os cristãos podem viver vidas vitoriosas por Cristo Jesus, "a lei do Espírito de vida" (Rom. 8:2). Ela rejeitou o conceito de que o desenvolvimento do caráter está baseado no esforço humano motivado apenas pela influência da vida santa de Cristo.

Esse caráter é simbolizado pela túnica de linho branco da justiça de Cristo, do qual Ellen G. White diz: "’este vestido fiado nos teares do Céu não tem um fio de origem humana’ (Parábolas de Jesus, pág. 311) ... esta veste foi tecida em Jesus, na mesma carne que você e eu temos, pois Ele participou da mesma carne e sangue que temos .... Cristo deve estar em nós, assim como Deus estava nEle, e o Seu caráter deve estar em nós, assim como Deus estava nEle, e Seu caráter é para ser tecido e transformado em nós através dos sofrimentos, tentações e provações que nós defrontamos. E Deus é o tecelão, mas não sem nós. É a cooperação do divino e do humano — o mistério de Deus em você e em mim — o mesmo mistério que estava no evangelho, e que é a mensagem do terceiro anjo" (Alonzo T. Jones, Boletim da Conferência Geral de 1893, pág. 207).

O caráter foi tecido por Deus sem a nossa participação, mas não será nosso sem nós. A beleza da coisa é que vamos ter a peça do vestuário tão completa como Cristo é. O tecelão é Deus e Ele conhece o padrão que Ele quer para cada um de nós. Muitas vezes, achamos que os fios parecem estar emaranhados e fora de forma, e não há beleza no nosso caráter como o vemos. Mas o padrão não é obra nossa. Nós não somos o tecelão, Deus é, e o Seu padrão é Cristo, e "ninguém conhece o Filho, senão o Pai" (Mateus 11:27). Não podemos moldar nossas vidas sobre o padrão, porque nós não O conhecemos, ou não podemos ver com clareza o suficiente para moldá-lo corretamente, mesmo se nós pudéssemos tecê-lo.. Deus vê o padrão na sua integralidade, antes que seja feito. Podemos descansar na certeza de que Deus vai completar a obra que Ele começou em nós, Fil. 1:6, de modo que o tecido resultante será perfeito, completo e bonito. Nossa responsabilidade é a de não resistir ao que Deus está fazendo em nossas vidas.

"Irmão, deixe-O tecê-lo até que o conclua. Deixe-O continuar em Seu bendito plano de tecer através de toda a nossa vida e experimentar o modelo precioso de Jesus Cristo. (*Paulo nos diz, “quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus, Filipenses 3:13-14). O dia está chegando, e não está longe, quando a lançadeira do tear divino entrelaçará o último fio. O último fio será colocado, o último ponto com o qual a figura do tecido vai ser completada, e selada com o selo do Deus vivo" (Jones, idem pág. 208)

"Por Sua obediência perfeita tornou possível a todo homem obedecer aos mandamentos de Deus. Ao nos sujeitarmos a Cristo, nosso coração se une ao Seu, nossa vontade imerge em Sua vontade, nosso espírito torna-se um com Seu espírito; nossos pensamentos serão levados cativos a Ele; vivemos Sua vida. Isto é o que significa estar trajado com as vestes de Sua justiça. Quando, então o Senhor nos contemplar, verá não o vestido de folhas de figueira, não a nudez e deformidade do pecado, mas Suas próprias vestes de justiça que são a perfeita obediência à lei de Jeová” (Ellen G. White, Parábolas de Jesus, pág. 312, originalmente publicado em Signs of the Times, de 22 de novembro de 1905).

—Arlene Hill

A irmã Arlene Hill é uma advogada aposentada da Califórnia, EUA. Ela agora mora na cidade de Reno, estado de Nevada, onde é professora da Escola Sabatina na igreja adventista local. Ela foi um dos principais oradores no seminário “É a Justiça Pela Fé, Relevante Hoje?”, que se realizou na sua igreja em maio de 2010, a Igreja Adventista do Sétimo Dia, localizada no endereço: 7125 Weest 4th Street , Reno, Nevada, USA, Telefone 001 XX (775) 327-4545; 001 XX (775) 322-9642.

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