quinta-feira, 8 de março de 2012

Lição 10 - A Promessa de Oração, por Raul Diaz

Para 4 a 11 de março de 2012
"De tarde e de manhã e ao meio dia orarei; e clamarei, e ele ouvirá a minha voz" (Salmo 55:17).
No hinário adventista americano há um hino (305) que é um “Spiritual Negro”,

Pela manhã quando me levanto,
pela manhã quando me levanto,
pela manhã quando me levanto,
Dê-me Jesus.
Coro:
Dê-me Jesus;
Dê-me Jesus,
Você pode ter todo este mundo,
Dê-me Jesus.

É um belo cântico americano “spiritual negro”: que ecoa tanto o Salmo 55, verso 17, bem como o Salmo 5, versos 1-3. Estes dizem: “Dá ouvidos às minhas palavras, ó Senhor, atende a minha meditação. Atende à voz do meu clamor, Rei meu e Deus meu, pois a ti orarei. Pela manhã ouvirás a Minha voz, ó Senhor, pela manhã apresentarei a Ti a minha oração, e vigiarei.”

As palavras do rei Davi poderiam facilmente ter sido escritas pelo profeta e estadista Daniel. É evidente que ele era um homem que erguia a voz para o Senhor durante todo o dia, pois em Daniel 6:10, diz: "...Daniel, pois, quando soube que o edito estava assinado (a lei escrita proibindo a oração a qualquer deus, senão ao rei, sob pena de morte), ele entrou em sua casa, (ora, havia no seu quarto janelas abertas para o lado de Jerusalém) e três vezes no dia se punha de joelhos, e orava, e dava graças diante do seu Deus como também antes costumava fazer."

Muitos de nós, que professamos amar ao Senhor, e que temos responsabilidades que nos absorvem incontrolavelmente, muitas vezes sentimos que estamos ocupados demais para orar, e que Deus “conhece os nossos corações.” Mas aqui está o ocupado estadista Daniel, um homem caçado e perseguido por causa da inveja de seus colegas e vizinhos, de joelhos para orar, três vezes ao dia, na relativa privacidade do seu quarto — com a janela aberta. Eu seria negligente se não acrescentasse que Daniel era, pela fé, mesmo assim, engajado em princípios de vida saudável, pois suas janelas estavam abertas, usufruindo do Sol e do ar fresco, e sabemos que em sua infância ele defendeu o uso de uma dieta simples e natural. Obviamente, Daniel era um homem de fé e oração.

Para Daniel exercer a fé que tinha, ele também deve ter sido um homem da palavra, pois “que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus" (Romanos 10:17). Como é que Daniel, um cativo de um povo conquistado, vivendo em um ambiente político hostil à verdadeira adoração de Deus, tinha acesso à Palavra escrita de Deus? Embora não possamos saber com certeza qual o acesso físico que ele tinha à Palavra escrita, sabemos que antes de serem levados cativos para Babilônia, ele havia sido treinado por seus piedosos pais para conhecer e amar a Deus, e respeitar e depender da Sua Palavra. Assim Daniel, como Davi, poderia dizer: "Escondi a Tua Palavra no meu coração, para eu não pecar contra Ti" (Sal. 119:11).

Maria, mãe de Jesus, também foi uma seguidora de Deus, que escondeu a Palavra de Deus em seu coração, pois em Lucas 2:19, a Bíblia diz que “Maria guardava todas estas coisas, (profetizadas a ela) conferindo-as (ou considerando-as) em seu coração”. Quando conhecemos a palavra, e a guardamos em nossos corações por todo o dia, como Maria, Daniel e Davi fizeram; quando consideramos e refletimos sobre seu significado e contexto passado, a palavra orienta nossas orações em curso, e orar guiado pela palavra é conversar com Deus. Este é o meio de manter as promessas de Deus vivas nas nossas mentes. Isso é viver pela fé, quer dizer, viver de toda palavra “que sai da boa do Senhor:” alimentos, vestuário, amizade, amor, trabalho (Deuteronômio 8:3 e Mateus 4:4).

A irmã White indaga, "como é de admirar, pois, que oremos tão pouco! (Quando) Deus está tão pronto e disposto a ouvir a oração sincera do mais humilde de Seus filhos ... há muita relutância da nossa parte em tornar conhecidas a Deus nossas necessidades! Que pensarão os anjos do Céu, a respeito dos pobres e desamparados (nós) seres humanos, sujeitos à tentação, quando o coração de Deus, pleno de infinito amor se inclina anelante para eles, pronto para lhes dar mais do que pedem ou pensam, mas oram tão pouco e têm tão pouca fé? Os anjos têm prazer em prostrar-se perante Deus, deleitam-se em estar em Sua presença. Consideram a comunhão com Deus como seu mais alto privilégio; e, contudo, (nós) os filhos da terra, que tanto precisam de auxílio, que só Deus pode dar, parecem satisfeitos com andar sem a luz do Seu Espírito, e a companhia de Sua presença" (paráfrase de Caminho a Cristo, pág. 94, feita pelo autor deste artigo).

O salmista disse: "Pela manhã ouvirás a minha voz, ó Senhor; pela manhã apresentarei a Ti a minha oração, e vigiarei" (Salmos 5:3). "Por quê de manhã?", você pode perguntar — "o que há de tão importante sobre a parte da manhã?" É porque de manhã nossas mentes estão geralmente mais descansadas, calmas e livres de cuidados, antes de iniciar os afazeres do dia. As primeiras horas da manhã geralmente são mais silenciosas, o que nos permite ouvir o que o Senhor vai nos dizer sobre nossas circunstâncias para o dia ou a hora. Na parte da manhã, Suas promessas especiais para nós vêm espontaneamente (a nós), enquanto esperamos nEle na expectativa de Suas respostas às nossas preocupações. (*”Eu amo aos que me amam, e os que cedo me buscam, me acharão” Prov. 8:17).

Mas oh, como nós odiamos esperar! Nós temos coisas para fazer, lugares para ir e pessoas para ver. Devemos começar a nos mexer imediatamente! Vivemos na tirania do "urgente". Mas pare e imagine, se você quiser, o salmista Davi buscando o Senhor no início da manhã antes de correr mais uma vez para se esconder do assassino rei Saul. Imagine que este modo de vida para o divinamente nomeado herdeiro do trono, Davi, continuou durante treze anos! No contexto de sua fuga pela própria vida, certamente nossas desculpas caem por terra pela ocupação em relação ao tempo perdido pela devoção matinal com o Senhor. Porque, certamente, mesmo que possamos sentir que estamos sendo perseguidos por várias agendas, planos, e as necessidades prementes dos filhos, cônjuges e trabalho — mesmo trabalho da igreja, certamente não estamos sendo perseguidos fisicamente, para que nossa vida possa ser tirada.

No entanto, Daniel estava. Ele também, ao se ajoelhar para orar três vezes ao dia, em seus aposentos, em seu quarto, com sua janela aberta (não escondido) estava sendo perseguido por vizinhos assassinos. Você pode dizer: "Bem, ele estava orando por libertação, por sua vida." Mas e você e eu, não precisamos de libertação? Não é Satanás “um leão bramando, buscando a quem possa tragar?" (1ª Pedro 5:8). Nosso único meio de libertação é ouvir o Senhor através da palavra para nós mesmos, de preferência, pela manhã.

Não caiamos na mesma armadilha que os israelitas no Monte Sinai, quando disseram a Moisés, “—ouça você ao Senhor por nós, e diga-nos o que Deus disse, porque se O ouvirmos diretamente, morreremos” (Êxodo 19 e 20). Pela manhã, o Senhor quer aumentar a nossa fé, que vem pelo ouvir a Palavra da promessa que o Senhor vai nos dizer. Ele quer renovar as impressões da lei em nossos corações e mentes, para que possamos estar dispostos a ouvir atenta e ansiosamente a Sua voz, ao Ele revelar o evangelho — disposto a fazer, mesmo antes de sabermos, o que Ele está pedindo de nós (a definição hebraica de obedecer é Shama).

Meu amigo, há uma citação pouco conhecida que parece apropriada para concluir nossa percepção sobre a oração. É atribuída a Ellen White na Review and Herald, datado de 7 de outubro de 1865: "A oração é a resposta para cada problema na vida. Isso nos coloca em sintonia com a sabedoria divina, que sabe como ajustar tudo perfeitamente. Então, muitas vezes não oramos em determinadas situações, porque do nosso ponto de vista a perspectiva é impossível. Mas nada é impossível para Deus, Mat. 19:26. Nada é tão emaranhado que não possa ser desembaraçado. Nenhuma relação humana é tão tensa que Deus não possa trazer reconciliação e entendimento. Nenhum hábito é tão arraigado que não possa ser vencido. Ninguém é tão fraco que não possa ser tornado forte. Ninguém é tão doente que não possa ser curado. Nenhuma mente é tão turbada, que não possa ser tornada brilhante. Quer precisemos ou desejemos, se confiarmos em Deus, Ele irá supri-lo. Se alguma coisa está causando preocupação e ansiedade, deixemos de ouvir as dificuldades e confiemos em Deus por cura, amor e poder."

—Raul Diaz

O irmão Raul Diaz é um membro da Igreja adventista da cidade de Monte Vernon, no estado de Illinois, perto de Chicago. Ele atua em diversos departamentos da igreja, prega em diferentes ocasiões e locais, e ensina a lição da escola sabatina em sua unidade evangelizadora em sua igreja local — Seventh-day Adventist church, na cidade de Mt. Vernon, Illinois, localizada no endereço: 12831 N. Norton, Dr., Mount Vernon, Il. 62864-8231, U.S.A, Tel.: 001 XX (618) 244-7064,

endereço: www.mtvernonadventist.org

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