Para 2 a 9 de setembro de 2017
Uma canga (jugo) era usada nos tempos antigos para controlar um escravo. As mãos e pescoço eram colocados em um tronco (cepo) apoiado sobre os ombros. Assim controlado, o pobre prisioneiro era levado pelo senhor.
O "jugo da servidão"
é o velho concerto. "A liberdade com que Cristo nos
libertou" é o novo concerto (Gál. 5:1). Os dois concertos são dois
entendimentos diferentes do povo de Deus através dos tempos, duas percepções
opostas do plano de salvação de Deus.
Os gálatas estavam sendo enganados pelos defensores de um método de
falsificação da salvação. Você
deve ser "circuncidado" a fim de ser salvo. Um "devedor" deve "guardar toda a lei" (v. 3). O erro dos gálatas foi o velho
concerto. Você prometeu obedecer
e viver.
Os gálatas se auto-expulsaram da escola de Cristo. Tendo sido inicialmente motivados pelo
"dom inefável" da
"graça" de Deus, eles entraram agora num programa de obras (*do tipo
daqueles manuais) “faça você mesmo” de ser "justificados
pela lei" (v. 4). O
problema não é a lei. O problema
é o seu falho entendimento doutrinário.
Um chefe gastronômico pode servir uma refeição de sete pratos, sempre
muito apetitosa. Mas se houver
uma gota de arsênico na comida, se ela não lhe matar, certamente vai
paralisá-lo. Se há uma pitada de
fermento na massa, ela irá permear o pão (vs. 9). Em outras palavras, se há uma gota de
legalístico egocentrismo na nossa compreensão do evangelho, então há uma queda
da graça de Deus e uma perda do primeiro amor.
O problema da mornidão na última das sete igrejas do Apocalipse é que
Laodicéia perdeu seu primeiro amor. Ela
arrastou-se no erro do galacianismo. Seu
velho concerto de prometer fazer tudo certo (*Êxodo 19:8) é uma queda da graça.
Quando ela ensina às crianças histórias que elas devem obedecer para serem
salvas, ou sua juventude é levada a fazer promessas de obedecer, o fracasso
delas faz com que pensem que Deus não as pode aceitar. Elas deixam a igreja. Seus pais choram se perguntando o que deu
errado. É porque elas foram
ensinadas a "confiar e obedecer" (*confiar em) Deus e (*em) si mesmas.
Exceto quanto à reencarnação, não é diferente em princípio do que a
doutrina do karma1 no
hinduísmo. Se você se sair bem
nesta vida, você vai voltar em uma exaltada vida após a morte. O velho concerto é o princípio pagão
de que se pode ganhar a salvação e a vida eterna por meio de suas obras com a
ajuda de Deus. É a fonte da apatia
espiritual.
Não é de admirar que o livro de Gálatas fosse a vela de ignição para a
mensagem de 1888. É a mensagem a
Laodicéia. "A mui preciosa mensagem"2 honra e enaltece o grandioso sacrifício de Jesus com
a verdade da purificação do santuário. O mesmo fez Paulo
no livro de Gálatas.
Paulo percebeu que a única cura para o egocentrismo do galacianismo era "a verdade do evangelho" (Gál.
2: 5 e 14). Paulo ensinou-os a "obedecer ["ouvir" hupokeo] a verdade" (Gál. 3:1, 5:7). Quando
Paulo estava no meio deles, os gálatas inclinaram-se para ouvir, ao ele
proclamar Cristo e este crucificado. Seus
"ouvidos" se tornaram "olhos",
por assim dizer, de modo que eles "viram" Cristo "evidentemente crucificado entre” eles (Gál. 3:1).
Os gálatas esqueceram quem Paulo era, quem eles eram, onde eles estavam. Seus corações endurecidos foram
derretidos pelo amor reconciliador do sacrifício de Jesus que pagou por eles. Uma coisa para os judeus é crucificar
um deles. Mas para você matar o
Filho de Deus é outra. Cristo
toma o seu túmulo no inferno que você merece e em troca lhe dá a Sua vida
eterna que Ele merece.
Esta verdade de coração humilde é "o
escândalo da cruz" (Gál. 5:11). Não
há ofensa na boa pregação de sermões legalistas. Ninguém vai ser perseguido por dizer
às pessoas que elas devem obedecer. Entretanto,
apelando para os pecadores virem ao pé da cruz defrontando o orgulho sufocado
na poeira vai expor o pregador a “sofrer perseguição" (vs. 11).
Pedro e os discípulos amavam a Jesus, e assim declararam sua devoção a
um homem. Jesus lhes disse que
havia uma cruz no futuro deles. Pedro
prometeu que nunca iria abandonar Jesus. Mas
Pedro nunca calculou "o escândalo da
cruz", e quando o medo tomou conta dele e dos outros, todos eles O abandonaram
e fugiram. Não houve sequer um discípulo que honrou seu Salvador, declarando
aos Romanos: "Se vocês O crucificarem, então vocês me cruciquem
também!"
A única cura para tal medo de preservar o eu a todo custo é a "fé que opera pelo amor" (Gál.
5:6). "Equilíbrio"
entre fé e obras não é a equação. Estritamente falando, não somos salvos pela
nossa fé, muito menos por nossas obras. Se
esse fosse o caso, teríamos algo de que nos gloriarmos, de que éramos tão
inteligentes a ponto de ver uma boa barganha para a salvação.
Somos salvos pela "fé de Jesus"3 (Apoc. 14:12;. Gál. 2:16). "Deus
repartiu a cada homem a medida da fé" (Rom. 12: 3). É um pecado alguém dizer que não tem
fé. Se der um minúsculo passo e
colocar o dedo na tomada elétrica, vai levar um choque. Se escolhe crer que Jesus é seu
Salvador, este pequeno passo de aprender a crer vai crescer. E não há fim para a quantidade de "boas obras" que "a fé que opera pelo amor [Ágape]" pode produzir.
Há apenas um lugar em toda a Bíblia onde esta "fé que opera pelo amor" é chamada de "justificação
pela fé", e é em Gálatas 5:5. "A
justiça pela fé" é dom de Deus para cada homem. Ela está esperando para ser
reconhecida. É "vista"
(*como) o amor reconciliador do sacrifício de Jesus que move a alma para
escolher dizer "não" à impiedade, e "SIM" para o poderoso
Espírito Santo.
Justiça é o poder de Jesus Cristo vencendo a tentação do pecado e
endireitando o que está errado. Cristo
é a única fonte da "justiça de Deus." A Justiça de Cristo é a preparação que
é necessária para obter "a esperança" da herança eterna da terra
prometida a Abraão (2ª Pedro 3: 13; Atos 26: 6, 7, e Heb. 11: 9, 10).
Paulo expressa palavras positivas em relação à lei: "Ame o teu próximo como você acha natural amar a si mesmo" (Gál.
5:14). É ilógico ensinar como o
evangelho da auto-estima o faz, que você só pode amar o próximo ao você aprender
a amar a si mesmo. Se você se
considera o mais importante, você nunca mais vai amar alguém da mesma forma —
este é o evangelho segundo Lúcifer.
Em vez disso, o evangelho do Cordeiro crucificado ensina que Cristo ama
você. Ele pagou um preço infinito
ao tomar a sua sepultura. Você,
assim, aprende a apreciar o seu valor em vista desta moeda Divino-humana. Cristo concede a você o dom do
auto-respeito. Verdadeiramente
torna o coração humilde!
- Paul E. Penno
Notas
do tradutor:
1)
Carma ou karma
é uma
das crenças hinduístas, e é um termo de uso religioso dentro
das doutrinas budista, hinduista e jainista, adotado posteriormente também pela
Teosofia, pelo espiritismo, e por um subgrupo significativo do movimento da
Nova Era, para expressar um conjunto de ações dos homens e suas consequências.
Este termo, na física, é equivalente a lei: "Para toda ação existe uma
reação de força equivalente em sentido contrário". Neste caso, para toda
ação tomada pelo homem ele pode esperar uma reação. Se praticou o mal então
receberá de volta um mal em intensidade equivalente ao mal causado. Se praticou
o bem então receberá de volta um bem em intensidade equivalente ao bem causado.
Dependendo da doutrina e dos dogmas da religião discutida, este termo pode
parecer diferente, porém sua essência sempre foca as ações e suas
consequências.
2) Testemunhos para
Ministros, pág. 91, sic;
3) Veja o artigo que publicamos neste blog em 19 de outubro, a propósito da lição 4 deste trimestre, Fé DE Jesus e Fé EM Jesus, por Alonso T. Jones. Originalmente havíamos intitulado tal artigo como Justificação pela Fé, mas o mudamos hoje para Fé DE Jesus e Fé EM Jesus a fim de tornar mais evidente tal importante contraste.
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Biografia
do autor, Pastor Paulo Penno:
Paulo Penno foi pastor
evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da
Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading
Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Foi ordenado ao ministério há
42 anos e jubilado em junho de 2016, Após o curso de teologia fez mestrado na
Universidade de Andrews. Recentemente preparou uma Compreensiva Pesquisa dos
Escritos de Ellen G. White. Recentemente também escreveu o livro “O Calvário no
Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia,” e, ao
longo dos anos, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de
justificação pela fé segundo a serva do Senhor nos apresenta em livros como
Caminho a Cristo, DTN, etc. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja
adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Ele
foi o principal orador do seminário “Elias, convertendo corações”, nos dias 6 e
7 de fevereiro de 2015, realizado na igreja adventista Valley Center
Seventh-day Adventist Church localizada no endereço: 14919 Fruitvale Road, Valley Center, Califórnia.
Atenção, asteriscos (*…) indicam acréscimos
do tradutor.
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