Para a
semana de 24-30 setembro de 2017
Em Gálatas 6:11-18 Paulo faz um sumário da sua carta às
igrejas da Galácia. Ele exorta o
leitor a permanecer fiel ao evangelho. Aqueles
que requeriam a circuncisão negaram tanto a Cruz bem como a nova criação. O que quer que Paulo escreveu
anteriormente sobre esses oponentes do evangelho (Gálatas 1:7-9 ver
especialmente, 2:4, 5, 12, 3:1, 10; 4:17; 5:2-5, 7, 11, 12) é aqui trazido à baila. Por algumas frases concisas ele deixa
claro que os judaizantes não estão de modo algum interessados no
bem-estar espiritual dos Gálatas. Eles
estavam preocupados apenas consigo mesmos: a sua própria honra, sua própria
conveniência (livre de perseguições por causa da cruz).
Em sua carta Paulo contrastou a circuncisão com a cruz. Seus principais argumentos contra a
circuncisão são encontrados nos capítulos cinco e seis. Se você se tornar circuncidado para
ser salvo, Cristo e Sua salvação de nada lhes servirá (Gálatas 5:2-4). Paulo viu as consequências que vêm
para aqueles que praticam a circuncisão como um meio de salvação: afastamento
de Cristo, uma queda de graça. O
livro de Gálatas começa e termina com a graça de Deus. É iniciado (1:3) e finalizado (6:18), com
saudações de graça. Na finalização com saudação de graça é revelado que
cair da graça resulta em oposição à justificação pela fé, o evangelho e a cruz
de Cristo (6:12 14).
Paulo foi veemente em sua negação dos falsos irmãos
ensinando a respeito da circuncisão. Este
assunto desperta o uso das mais fortes expressões da fala. Ele escreveu, talvez ironicamente, que
ele desejava que eles castrassem ou mutilassem a si mesmos (Gálatas 5:12).
Os judaizantes não entenderam o verdadeiro significado da
circuncisão. Eles passaram a crer
que o ato da circuncisão em si trazia justiça. Mas originalmente, Deus havia dado o
rito da circuncisão e o fez um sinal de justiça. Abraão já tinha pela fé
(Romanos 4:11). A circuncisão era
para ser um símbolo da remoção, ou o corte, de todas as obras da carne para a
salvação. Ele simbolizava o novo
nascimento, um novo coração, uma nova criação (Deuteronômio 30:6). Paulo sabia que essa experiência só
poderia vir pela contemplação e crendo em Cristo, que foi levantado na cruz. Em João 3:14 Jesus usou a imagem da
serpente sobre a haste para explicar o Seu reino. Ele disse: "E como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o
Filho do homem seja levantado." Olhar — crer — são respostas de
humilde e contrito agradecimento, pelo presente dado. Não há nada nessas respostas de que se
gloriar.
A circuncisão era o meio pelo qual o "fariseus que
creu" se gabava. Considere
alguns dos seus fortes argumentos das Escrituras para a circuncisão. Há uma abundância de textos para a
prática deles da circuncisão. Dois
em especial eram vitais para a sua causa — um a partir da experiência de
Abraão, o outro de uma experiência de Moisés. Os
fariseus conheciam a ordem que Deus deu a Abraão que declarava que qualquer
homem não circuncidado tem de ser "cortado" — condenado à morte por
essa negligência (Gênesis 17:14). Este
foi um "texto de prova" muito forte. Moisés conhecia este texto
também.
Evidentemente Moisés circuncidou o mais velho de seus dois
filhos, mas não o segundo filho. Talvez
Zípora objetou. Mais tarde, na
viagem para o Egito, eles pararam para dormir. O Senhor permitiu-lhes ver que havia
uma sentença de morte sobre Moisés. A
ameaça foi tão terrível que sua esposa Zípora venceu sua antipatia à
circuncisão e realizou o rito em seu filho mais novo. Ela sabia exatamente o que fazer. Quando a vida de seu marido estava em
risco por causa dessa negligência (Êxodo 4:24-26), Zípora realizou o trabalho.
Armado com estes fortes "textos de prova", os
judaizantes exigiam saber como Paulo poderia ousar negar o rito da circuncisão. Por que sua jactância na cruz se opõem
aqueles que se vangloriavam na circuncisão?
Paulo sabia que a circuncisão era uma sombra típica da
morte de Cristo. Ele sabia que
quando foi "cortado o Messias" ("cut off" Daniel 9:26, KJV)
da vida, Ele cumpriu o rito da circuncisão, assim como Ele cumpriu todos os
outros serviços típicos. Circuncisão
da carne significava o corte ou a morte, da carne. Então, Cristo era para ser circuncidado
ou cortado da vida na cruz para nos salvar.
A palavra usada aqui em Daniel para "cortar",
“cut off”, é ‘Karath'. Esta é a mesma palavra usada quando
Deus deu a Abraão o rito da circuncisão em Gênesis 17:13,14. É a mesma palavra usada quando Zípora
circuncidou o filho dela como registrado em Êxodo 4:23-26. O uso do "textos de prova"
provou ser inválido à luz da cruz. Nesta luz Paulo
se vangloriou.
Os oponentes do evangelho apresentaram a circuncisão como
se isso fosse muito mais importante do que meramente a cruz de Cristo. Paulo disse aos Gálatas que os
legalistas queriam "se gloriarem" em sua carne (Gálatas 6:13). A glória de Paulo sempre era na cruz
(v. 14). Que esses "fariseus que criam" elevavam
a circuncisão para a salvação é claro de Atos 15:1, 5. Eles ensinavam que o evangelho sem a
circuncisão não era nada. Paulo
ensinou que a circuncisão não era nada e que a cruz era tudo. A cerimônia de circuncisão tornou-se
nula e sem efeito, porque era um tipo da morte de Cristo e assim conheceu o seu
cumprimento e seu fim na cruz. A sombra cessou na gloriosa substância. O Sol da Justiça obliterou todas as
sombras. Este foi o motivo para
Paulo se vangloriar.
A Cruz tanto crucifica quanto eleva. Ela "corta" do mundo todos
aqueles que vão crer. Esta é a
obra de Deus em nos humilhar no pó. Fé
na cruz nos dá a humildade e contrição. Nos
une a Deus. União com Deus,
então, eleva o crente. Foi a cruz
que elevou Jesus da terra ao céu. Esta
foi a Sua glória. É a cruz que
nos traz glória e como disse Paulo, é a única coisa em que se glóriar. Sim, a
cruz significa escárnio e vergonha do mundo, mas nos eleva para longe do mundo,
e nos coloca no alto com Cristo nos lugares celestiais (Colossenses 2:2-3).
O poder da cruz é o poder da criação (Romanos 1:16-20, 1ª
Coríntios 1:18,24). "Porque em Cristo Jesus nem a
circuncisão, nem incircuncisão tem virtude alguma, mas sim o ser uma nova
criatura" (Gálatas 6:15). Circuncisão
não tem poder de criar. Só a cruz
pode fazer isso. "Se alguém está em Cristo, nova
criatura é" (2ª Cor. 5:17) e é só através da morte para o eu que nos
tornamos unidos a Jesus (Romanos 6:3).
"Por que a glória na cruz? — Porque por ela o mundo
está crucificado para nós, e nós para o mundo. A epístola termina onde começa, com a
libertação do "presente século
mau", e é apenas a cruz que realiza a libertação. A cruz é o símbolo da humilhação,
portanto nela nos gloriamos, porque na humilhação está a exaltação "(E. J.
Waggoner, As Boas Novas, página 254).
- Jerry Finneman
O
irmão Geraldo L. Finneman é um
pastor adventista, já tendo atuado nos estados de Michigan, Pensilvânia e
Califórnia nos EUA. Ele prepara materiais para encontros evangelísticos, incorporados com os conceitos
das Boas-Novas da Mensagem de 1888 de Justificação pela fé. Além de pastor da
IASD ele também já foi presidente do Comitê de Estudos da Mensagem de 1888. Já
há alguns anos não me encontro com ele mas me parece que, devido à idade, está
para, ou, já se aposentou, mas ouvi dizer que continua trabalhando por boa
parte do dia, atualmente na área de Battle Creek, a cidade que abrigava a
antiga sede da igreja. Há um excelente livro escrito por ele, "Christ in the Psalms” [Cristo nos
Salmos], infelizmente não está traduzido para o português.
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