sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Lição 4 -- O Fruto do Espírito é Paz

Às vezes o Senhor acalma a tempestade.


Às vezes o Senhor deixa a tempestade em fúria—e acalma Seus filhos.


E você? Você fica tranquilo quando tempestades lhe assaltam e rugem ao seu redor? Ou gasta você seus dias tentando achar paz num mundo turbulento? O mundo procura paz num sentido externo. Como estou sendo tratado? Como me dou com meu cônjuge, meus filhos, meus pais, meu chefe? Mas a verdadeira paz não é encontrada nestas coisas. Jesus disse, "Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemoriza” (João 14:27). O mundo não tem paz verdadeira. Verdadeira paz significa nossos corações não se turbarem, estarem livres de medo, porque o verdadeiro amor (Ágape) (*estando em nós) “lança fora o temor” (1ª João 4:18). As tempestades podem rugir ao nosso redor. Algumas podem mesmo vir em nossa direção e dar-nos um tapa diretamente no rosto. Essa é a razão pela qual Paulo diz, em Romanos 12:18, "Se é possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens,” porque às vezes nós temos que defrontar o centro da tempestade, externamente. Mas quando você tem que defrontrar estas tempestades, como seu coração age?


"Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemoriza” (João 14:27). Tendo dito isto há quase 2000 anos, eu só posso concluir que Deus nos deu Sua paz. Não temos que procurá-la. Não temos que fabricá-la. Quando você considera que a Palavra de Cristo tem inerente, dentro dela, o poder para criar o que diz (Gênese 1), Deus criou paz em nós simplesmente fazendo tal declaração. Então, deixe-a acontecer; não deixe o seu coração se atemorizar. Deixe a força e coragem de Deus lavá-lo. Renda-se ao poder de Deus. Deixe de resistir e permita que Ele atue à Sua maneira no seu coração e vida.


Você já pensou sobre as coisas que nos incomodam? Frequentemente, anos depois de ocorrido o fato, podemos lembrar-nos de ter tido uma discussão impetuosa com alguém, talvez com nosso cônjuge. Lembramo-nos muito bem da discussão, mas quando a pergunta é feita sobre qual o assunto, ninguém pode lembrar-se dele! No entanto, quando um grande assunto surge, tal como perder um trabalho devido à observância do Sábado, por exemplo, os nossos corações estão em paz perfeita. A razão para esta dicotomia é o nosso próprio egoísmo, porque, quando estamos à vontade, assumimos a defensiva e estamos realmente dispostos a defender até à morte espiritual o mais trivial dos nossos ideais. Por outro lado, quando estamos agindo de acordo com a vontade de Deus, Ele torna efetiva em nós, mesmo durante a tempestade, a perfeita paz que Cristo deixou conosco (*quando foi para o céu). "Muita paz têm os que amam a Tua lei, e para eles não há tropeço" (Salmo 119:165). Deixemos Deus escolher nossas batalhas por nós.


O mundo não tem verdadeira paz. Então, como podemos obter esta tão preciosa mercadoria? Como evitarmos que nossos corações sejam turbados? Como podemos obter coragem e liberdade do medo? Deixemos os mensageiros de 1888 responderem isto, porque eles o expressaram isto muito bem:

"Graça e paz da parte de Deus Pai" [Gálatas 1:3]—isto é a palavra do Senhor e, portanto, significa mais que a palavra do homem. O Senhor nunca formula elogios vazios. Sua Palavra é criativa e aqui temos a forma (*imperativa) do poder criador da Sua Palavra.


Deus disse, ‘Haja luz; e houve luz’ (*Gên. 1:3). Portanto ao pronunciar: "Haja graça e paz para vocês," isto acontece (*de acordo com a nossa fé). Deus enviou graça e paz, trazendo justiça e salvação a todos os homens — mesmo a você, quem quer que você seja, e também a mim. Assim, quando você ler Gál.1:3, não o entenda como um tipo de lisonja, nem mera saudação passageira, mas como a Palavra criativa que traz a você, pessoalmente, todas as benções da paz de Deus. É para nós a mesma Palavra que Jesus falou à mulher: "Os teus pecados te são perdoados". "Vai-te em paz" (Lucas 7:48 e 50).


Esta graça e paz vêm de Cristo, "O qual Se deu a Si mesmo por nossos pecados” (*Gal. 1:4). "A graça foi dada a cada um segundo a medida do dom de Cristo" (Efésios 4:7). Mas esta graça é "a graça que há em Cristo Jesus" (2ª Timóteo 2:1). Portanto sabemos que Cristo é dado a cada um de nós. O fato de que homens vivem é uma evidência de que Cristo foi dado a eles, pois Cristo é a "vida," e a "vida" é "a luz dos homens” (*João 1:4). Esta vida-luz "ilumina a todo o homem" (João 1:9; ver também 14:6; 1:4). Em Cristo "todas coisas subsistem por Ele" (Colossenses 1:17), e assim é que, desde que Deus "não poupou o próprio Filho, antes O entregou por todos nós," Ele não pode fazer outra coisa senão, com Ele, livremente, nos dar “todas coisas” (Rom 8:32). "Seu divino poder nos deu tudo que diz respeito à vida e piedade" (2ª Pedro 1:3). E. J. Waggoner, Boas Novas, págs. 10 e 11).


Então, com o que nós temos que nos preocupar? Confira 2ª Coríntios 5:19, "Isto é, Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação" (Ênfase em negrito adicionada). Deus nada tem contra você. Temos nós, talvez, algo contra Ele?


O que é paz? —A maioria de pessoas têm a idéia que é um tipo de sentimento estupefato. Pensam que paz com Deus significa um sentimento celestial indescritível; e então eles sempre procuram esse sentimento imaginário como evidência de que são aceitos por Deus.

Mas paz com Deus significa a mesma coisa que significa com os homens: significa simplesmente a ausência de guerra. Como pecadores nós somos inimigos de Deus. Ele não é nosso inimigo, mas nós somos seus inimigos. Ele não luta contra nós, mas nós lutamos contra ele. Como então podemos ter paz com Ele? Simplesmente parando de lutar, e abaixando os nossos braços (*rendendo-nos a Ele). Podemos ter paz sempre que estejamos prontos a parar de lutar.


"Paz com Deus." — Note que quando temos paz com Deus nós não estaremos simplesmente em paz com ele, mas temos Sua paz. Esta paz foi deixada na terra para os homens; pois o Senhor disse, "Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou” (João 14:27). Deu-a a nós. Já é nossa, portanto. Sempre foi nossa. O único problema é que nós não cremos nela. Tão logo creiamos nas palavras de Cristo, então nós certamente teremos a paz que Ele deu. E é paz com Deus, porque achamos a paz em Cristo, e Cristo “está no seio do Pai” (João 1:18).


Paz e Justiça.— "Muita paz têm os que amam a Tua lei" (Salmo 119:165). "Ah! Se tivesses dado ouvidos aos meus mandamentos, então seria a tua paz como o rio, e a tua justiça como as ondas do mar" (Isa. 48:18). A Justiça é paz, porque a nossa guerra contra Deus era nossos pecados que nós acariciávamos. A vida de Deus é justiça, e Ele é o Deus da paz. ...


A paz e Sentimento. —A pergunta é feita, "Pode alguém ter paz com Deus e não tem um sentimento de paz"? O que diz a Escritura? "Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus" (*Rom 5:1). O que traz a paz? A fé. Mas fé não é sentimento. Se fosse necessário que devesse haver um certo sentimento com paz, então se não tivermos aquele sentimento deveríamos saber que não fomos justificados; e então justificação seria uma questão de sentimento, e não de fé. ... Paz que dependa de sentimento deixará de existir tão logo comecemos a sentir tribulação. Mas nada pode fazer qualquer diferença com a paz que vem pela fé. "Tenho-vos dito isto, para que em Mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo” (João 16:33). E. J. Waggoner, Waggoner em Romanos, págs. 93 e 94. (ênfase adicionada)

— Craig Barnes


O irmão Craig Barnes tem ministrado séries de palestras sobre Justiça pela Fé em nossas igrejas, em Nashville, estado de Tennessee, EUA. Ele é capelão e co-regente, juntamente com sua esposa Joyce Barnes, do LAR REFÚGIO PRIMAVERIL na SUA cidade. Este lar é para pessoas com disfunções mentais, mas o irmão Barnes tem pregado o evangelho a eles, e se regozija na simplicidade das verdades do evangelho que torna possível aos internos, assim como às crianças, captarem as boas novas.



Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira



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