sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Lição 2 -- O Fruto do Espírito é Amor

A um dos mensageiros especiais à nossa igreja foi dada uma visão que demonstra a importância do entendimento como Deus define o conceito de amor:

"Os que se levantaram com Jesus enviavam sua fé a Ele no santíssimo [o Apartamento também chamado de Santo dos Santo], e oravam, 'Meu Pai, dá-nos o Teu Espírito’. Então Jesus assoprava sobre eles o Espírito Santo. Nesse sopro havia luz, poder, e muito amor, alegria e paz” (Primeiros Escritos, págs. 55).


*Agora observem o contraste;

"Virei-me para ver o grupo que ainda estava curvado perante o trono [que não tinha seguido Cristo, pela fé ao santíssimo]; eles não sabiam que Jesus o havia deixado. Satanás parecia estar junto ao trono, tentando conduzir a obra de Deus. Os vi olhar para o trono, e orar, ‘Pai, dá-nos o Teu Espírito’. Satanás então inspirava-lhes uma influência má; nela havia luz e muito poder, mas nenhum suave amor, alegria e paz" (idem, pág. 56)1.


Note as diferenças, Satanás não podia falsificar "amor, alegria e paz". A vida e morte de Jesus revestiu uma obscura palavra grega, Ágape, e sua resposta humana, fé, com realçado significado, que virou o “mundo antigo de ponta cabeça" (*Atos 17:6, na KJV, ou. “de cabeça para baixo” ).


"Para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra e glória na revelação de Jesus Cristo" (I Pe. 1:7).


"O ouro provado no fogo é a fé que opera por amor. Somente isto nos pode pôr em harmonia com Deus. Podemos ser ativos, executar muito trabalho; mas sem o amor, tal como há no coração de Cristo, jamais podemos ser contados na família celestial" (Parábolas de Jesus, pág. 158).


O próprio Cristo tornou claro o que fé é, e sua visão é diferente do conceito popular. "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu Seu Filho unigênito, para que todo aquele que nEle crê...” Note: O amor de Deus é a primeira coisa, e até que esse amor seja revelado, não pode haver nenhum crer. Como resultado do Seu "amor" e "dádiva", o pecador acha possível "crer". Assim, fé é uma experiência do coração, ou, nas palavras de Ellen White "obra do coração," e não pode existir até que o amor de Deus seja entendido e apreciado. Note, por favor, muito cuidadosamente um ponto fundamental: o "crer" não é motivado por um medo de perecer (*no inferno) nem por uma ambiciosa recompensa de vida eterna. Crer é o resultado direto do amor.


O trabalho do Sumo Sacerdote no Santíssimo do santuário resultará na completa purificação dos motivos dos que seguem Sua obra pela fé. Tornar-se-ão cristãos maduros e "acabaram com as coisas de menino” (1ª Cor. 13:11), isto é, motivações centradas em si mesmos (*foram banidas).


Ao passo que todas religiões não-cristãs, assim como cristãs apóstatas, apelam ao egoísmo do homem e insegurança, os apóstolos apresentaram um evangelho com um apelo radicalmente diferente. Paulo, por exemplo, não começou seu sermão com uma apresentação da necessidade do homem, mas das obras de Deus. "Quando fui ter convosco, ... nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e Este crucificado" (*1ª Cor. 2: 1 e 2). O resultado foi o desenvolvimento de verdadeira fé nos corações dos ouvintes. Tal resposta de coração é o verdadeiro artigo de "fé" achada na justificação pela fé do Novo Testamento. Esta é a mensagem do terceiro anjo em verdade!


A verdadeira motivação cristocêntrica para serviço e obediência encontra refrescante demonstração nos apelos dos mensageiros de 1888. A. T. Jones disse:

"Ouvi de uma pessoa...falando de trabalho missionário, ‘— Oh, devo fazer mais trabalho, ou não terei estrelas em minha coroa. Devo fazer mais, ou outra pessoa terá mais estrelas do que eu." ...Este não é o motivo correto; nenhum motivo é correto senão o amor por Cristo.

"Pense nisto, meus irmãos, devo eu estar feliz e contente ao chegar àquele bendito lugar, e (*quando) o Salvador entregar-me uma coroa, vocês acham, irmãos, que eu poderia ficar na presença dEle e usar esta coroa? ...Você acha que poderia ficar de pé diante do meu Mestre e vendo as marcas dos pregos nas Suas mãos, e vendo as marcas dos espinhos, que furaram Sua testa encantadora — você acha que eu poderia ... receber daquelas mãos uma coroa, para ser colocada na minha cabeça? Não! Não! Eu vou querer render-me aos Seus pés e colocá-la na Sua cabeça, porque dEle é o poder e a glória" (Sermão proferido em 24 de setembro de 1888, na cidadde de Oakland, Califórnia, citado na obra Batendo à Porta, escrita pelo pastor Roberto J. Wieland, pág. 66).

Este tipo de amor é um dom de Deus, uma faceta dos frutos do Espírito Santo. Podemos conformar nossa conduta para parecer como se tivéssemos tal amor, mas nosso amor sempre surgirá de motivos egoísticos. Qualquer distorção desta verdade, é somente isso, uma distorção, e constitui uma recusa para seguir Jesus no Seu ministério de purificação no Santíssimo do santuário.

Arlene Hill2

Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira.

Nota do tradutor

1) Para melhor entendimento seria bom examinarmos o contexto desta declaração. Leia-o em Primeiros escritos, a partir da pág. 54 até 56. Para o caso de você não o tiver à mão aqui transcrevo parte:

Fim dos 2.300 Dias

“Vi um trono, e assentados nele estavam o Pai e o Filho. Contemplei o semblante de Jesus e admirei Sua adorável pessoa. Não pude contemplar a pessoa do Pai, pois uma nuvem de gloriosa luz O cobria. Perguntei a Jesus se Seu Pai tinha a mesma aparência que Ele. Jesus disse que sim, mas eu não poderia contemplá-Lo, pois disse: ‘Se uma vez contemplares a glória de Sua pessoa, deixarás de existir.’ Perante o trono vi o povo do advento - a igreja e o mundo. Vi dois grupos, um curvado perante o trono, profundamente interessado, enquanto outro permanecia indiferente e descuidado. Os que estavam dobrados perante o trono ofereciam suas orações e olhavam para Jesus; então Jesus olhava para Seu Pai, e parecia estar pleiteando com Ele.

“Uma luz ia do Pai para o Filho e do Filho para o grupo em oração. Vi então uma luz excessivamente brilhante que vinha do Pai para o Filho e do Filho ela se irradiava sobre o povo perante o trono. Mas poucos recebiam esta grande luz. Muitos saíam de sob ela e imediatamente resistiam-na; outros eram descuidados e não estimavam a luz, e esta se afastava deles. Alguns apreciavam-na, e iam e se curvavam com o pequeno grupo em oração. Todo este grupo recebia a luz e se regozijava com ela, e seu semblante brilhava com glória.

Vi o Pai erguer-Se do trono e num flamejante carro entrar no santo dos santos para dentro do véu, e assentar-Se. Então Jesus Se levantou do trono e a maior parte dos que estavam curvados ergueram-se com Ele. Não vi um raio de luz sequer passar de Jesus para a multidão descuidada depois que Ele Se levantou, e eles foram deixados em completas trevas. Os que se levantaram quando Jesus o fez, conservavam os olhos fixos nEle ao deixar Ele o trono e levá-los para fora a uma pequena distância. Então Ele ergueu o Seu braço direito, e ouvimo-Lo dizer com Sua amorável voz: ‘Esperai aqui; vou a Meu Pai para receber o reino; guardai os vossos vestidos sem mancha, e em breve voltarei das bodas e vos receberei para Mim mesmo.’ Então um carro de nuvens, com rodas como flama de fogo, circundado por anjos, veio para onde estava Jesus. Ele entrou no carro e foi levado para o santíssimo, onde o Pai Se assentava. Então contemplei a Jesus, o grande Sumo Sacerdote, de pé perante o Pai. Na extremidade inferior de Suas vestes havia uma campainha e uma romã, uma campainha e uma romã. Os que se levantaram com Jesus enviavam sua fé a Ele no santíssimo, e oravam: ‘Meu Pai, dá-nos o Teu Espírito.’ Então Jesus assoprava sobre eles o Espírito Santo. Neste sopro havia luz, poder e muito amor, alegria e paz.

“ Voltei-me para ver o grupo que estava ainda curvado perante o trono; eles não sabiam que Jesus o havia deixado. Satanás parecia estar junto ao trono, procurando conduzir a obra de Deus. Vi-os erguer os olhos para o trono e orar: "Pai, dá-nos o Teu Espírito." Satanás inspirava-lhes uma influência má; nela havia luz e muito poder, mas não suave amor, alegria e paz. O objetivo de Satanás era mantê-los enganados e atrair de novo e enganar os filhos de Deus.”

2) A autora, Arlene Hill, é uma fiel adventista, professora da escola sabatina em sua igreja na cidade de Reno, estado de Nevada, nos EUA. Profissionalmente foi advogada, no estado da Califórnia, estando hoje aposentada.


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