sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

A Última Geração. Paciente como Cristo e Jó

Deus está pronto para o desafio. Ele esperou a Sua vez. A exposição suprema foi reservada para o concurso final. Da última geração Deus selecionará Seu escolhidos. Não os fortes nem os poderosos, não os honrados nem os ricos, não os sábios nem os entendidos, mas pessoas comuns e vulgares irá Deus tomar, e por meio deles fará Sua demonstração. Satanás alegou que os que, no passado, serviram a Deus, o fizeram por motivos mercenários, que Deus os paparicou, e que ele, Satanás, não teve livre acesso a eles. Se lhe tivesse sido dada plena permissão para aplicar seu método, eles também seriam vencidos. Ele acusa que Deus tem medo de deixá-lo fazer isto. "Dá-me uma chance justa," diz Satanás, "e eu ganharei a vitória" (*sobre eles).

“E então, para silenciar para sempre as acusações de Satanás; para tornar evidente que Seu povo O serve por motivos de lealdade e justiça, sem interesse de recompensa; para limpar o Seu próprio nome e caráter das acusações de injustiça e arbitrariedade; e para mostrar aos anjos e homens que Sua lei pode ser guardada pelo mais fraco dos homens, sob as circunstâncias mais desencorajadoras e mais desfavoráveis, Deus permite Satanás tentar Seu povo, da última geração, ao extremo. Serão ameaçados, torturados, perseguidos. Ficarão face a face com a morte quando sair o decreto para adorar a besta e sua imagem (Apoc. 13: 15). Mas não cederão. Estão dispostos a morrer antes que pecar.

“Deus retira Seu Espírito da terra. Satanás terá uma medida maior de controle do que já teve antes. É verdade que ele não poderá matar o povo de Deus, mas isso parece ser a única limitação. E ele usará cada permissão que tem. Sabe o que está em jogo. É agora ou nunca.

“Deus, para fazer a demonstração completa, faz mais uma coisa. Esconde-Se. O Santuário no céu está fechado. Os santos clamam a Deus de dia e de noite por libertação, mas Ele aparece não ouvir. Os escolhidos de Deus estão atravessando o Getsêmani. Eles estão passando por uma pequena parte da experiência de Cristo durante as três horas na cruz. Aparentemente devem enfrentar suas batalhas sozinhos. Devem viver à vista de um Deus santo sem um intercessor.

“Mas embora Cristo tenha terminado Sua intercessão, os santos são ainda o objeto e cuidado do Seu amor. Santos anjos os vigiam. Deus lhes provê proteção de seus inimigos; fornece-lhes comida; os protege de destruição, e os supre com graça e poder para um viver santo (Veja Salmo 91). Mas estão ainda no mundo, ainda tentados, afligidos, atormentados.

“Vencerão eles a prova? Aos olhos humanos parece impossível. Se ao menos Deus pudesse vir livrar-los, tudo estariam bem, mas eles estão determinados a resistir o maligno. Se necessário for morrerão, mas não pecarão. Satanás não tem nenhum poder—e nunca teve—para fazer qualquer homem pecar. Ele pode tentar, pode seduzir, pode ameaçar; mas não pode compelir. E agora Deus demonstra, pelo mais fraco dos fracos, que não há nenhuma desculpa, e nunca houve para qualquer homem pecar. Se homens na última geração com êxito podem repelir o ataque de Satanás; se podem fazer isto com todas as circunstâncias mais adversas contra eles, e com o santuário fechado, que desculpa há para os homens pecarem?” (Milian Lauritz Adreasen em The Sanctuary Service, O Serviço do Santuário, escrito em 1937).

Os 144.000

Na última geração Deus dá a demonstração final de que os homens podem guardar a lei de Deus e que podem viver sem pecar. Deus faz tudo para tornar a demonstração completa. A única limitação que Deus põe sobre Satanás é que não pode matar os santos. Pode tentá-los, pode atormentar e pode ameaçá-los; e faz o seu melhor. Mas falha. Não pode fazê-los pecar. Ele vencem a prova, e Deus põe Seu selo sobre eles.

Através da última geração de santos Deus finalmente é vindicado. Por eles Ele derrota Satanás e ganha a vitória. Formam uma parte vital do plano de Deus. Passam por lutas impressionantes; “contra as hostes espirituais da maldade nos lugares celestiais” (*Ef. 6:12). Mas eles puseram sua confiança no Mais Alto, e não serão envergonhados. Sofreram fome e sede, mas agora "nunca mais terão fome, nunca mais terão sede; nem sol nem calma alguma cairá sobre eles. Porque o Cordeiro que está no meio do trono os apascentará, e lhes servirá de guia para as fontes vivas das águas; e Deus limpará de seus olhos toda a lágrima” (Apocalipse 7:16, 17).

Eles "seguem o Cordeiro para onde quer que vá" (Apocalipse 14:4). Quando por fim as portas do templo se abrirem, uma voz soará: "Somente os 144.000 entram neste lugar" (Ellen G. Ehite, Primeiros Escritos, pág. 19). Pela fé eles seguiram o Cordeiro aqui. Foram com Ele no lugar santo; seguiram-nO ao santíssimo. E, doravante, unicamente os que assim O seguirem aqui, O seguirão ali.

Serão reis e sacerdotes. Eles O seguirão ao santíssimo, onde somente o Sumo Sacerdote pode entrar. Ficarão de pé na presença desvendada de Deus. Eles O seguirão "onde que vá". Eles não apenas estarão "diante do trono de Deus e O servem de dia e de noite no Seu templo" (Apocalipse 7:15) mas sentar-se-ão com Ele no Seu trono, assim como Ele também venceu, e sentou-Se com Seu Pai no Seu trono, Apoc. 3:21.

A questão de maior importância no universo não é a salvação de homens, importante quanto isto possa parecer. A coisa mais importante é a vindicação do nome do Deus das falsas acusações feitas por Satanás. A controvérsia se aproxima do fim. Deus está preparando Seu povo para o último grande conflito. Satanás também se prepara. O desafio está perante nós e será decidido na vida do povo de Deus. Deus depende de nós como dependeu de Jó. Está Sua confiança bem colocada?

É um maravilhoso privilégio conceder a este povo ajudar a limpar o nome de Deus por nosso testemunho. É maravilhoso que sejamos permitidos testificar por Ele. Mas não deve ser esquecido, no entanto, que este testemunho é um testemunho de vida, não meramente de palavras. "NEle estava a vida; e a vida era a luz dos homens” (João 1:4). "A vida era a luz". Assim era com Cristo, também assim deve ser então conosco. Nossa vida deve ser uma luz, como Sua vida o era. Dar às pessoas a luz é mais que do que entregar-lhes um folheto. Nossa vida é a luz. Ao vivermos, damos luz aos outros, Sem vida, sem vivermos a luz, nossas palavras ficam sozinhas. Mas ao nossa vida tornar-se luz, nossas palavras tornam-se eficazes. É nossa vida que deve testificar para Deus.

Possa a igreja de Deus apreciar o sublime privilégio dado a ela! "Vós sois as minhas testemunhas, diz o Senhor” (Isaias 43:10). “Deus estranho não houve entre vós, pois vós sois as Minhas testemunhas, diz o Senhor; que Eu Sou Deus" (Verso 12). Possamos nós ser reais testemunhas, testificando o que Deus fez por nós!

Tudo isto está intimamente ligado com o trabalho do Dia da Expiação. Nesse dia o povo de Israel, tendo confessado seus pecados, eram completamente purificados. Eles já foram perdoados; agora o pecado foi separado deles. Eram santos e sem culpa. O acampamento de Israel estava limpo. (*Ver Patriarcas e Profetas, págs. 355 a 358, e, se tiver tempo, o contexto, desde o início do capítulo O Tabernáculo e seus Serviços, cap. 30; bem como Êxodo 25 a 40, e Levítico 4 e 16)

Nós agora vivemos no grande dia antitípico da purificação do santuário. Cada pecado deve ser confessado e pela fé ser enviado de antemão a julgamento. Ao o sumo sacerdote entrar no santíssimo, assim o povo de Deus deve agora ficar face a face com Deus. Devem saber que cada pecado é confessado, que nenhuma mancha de mal resta.

A purificação do santuário no céu dependente da purificação do povo de Deus na terra. Quão importante, então, que o povo de Deus seja santo e sem culpa! Neles cada pecado deve ser queimado, de modo que possam estar à vista de um Deus santo e viver com o fogo devorador. "Ouvi, vós os que estais longe, o que tenho feito; e vós que estais perto, conheceis o Meu poder. Os pecadores de Sião se assombram, o tremor surpreendeu os hipócritas. Quem dentre nós habitará com o fogo consumidor? Quem dentre nós habitará com as labaredas eternas? O que anda com justiça e o que fala com retidão; o que rejeita o ganho da opressão, que sacode das suas mãos todo o suborno; o que tapa os seus ouvidos para não ouvir falar de derramamento de sangue e fecha seus olhos para não ver o mal. Este habitará nas alturas; as fortalezas das rochas serão o seu alto refúgio, o seu pão lhe será dado, as suas águas serão certas" (Isaias 33:13-16).

Por Milian Lauritz Andreasen1

Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira

Notas do tradutor:

1) Este artigo foi extraído do livro O Serviço de Santuário, 1937 de Milian Lauritz Andreasen. Ele serviu como presidente da Associação da Grande Nova Iorque (de 1909 - 1910), presidente de Seminário Teológico de Hutchinson (de 1910 - 1918), decano de Faculdade da União Atlântica (de 1918 - 1922), decano de Faculdade Missionário de Washington (agora Faculdade da União de Columbia) (de 1922 - 1924), presidente da Associação de Minnesota (de 1924 - 1931), presidente de Faculdade da União do Nebraska (de 1931 - 1938), e secretário ministerial da Conferência Geral (de 1941 - 1950). No Seminário Teológico Adventista do Sétimo Dia (agora localizado na Universidade de Andrews) (de 1937 – 1949), e foi reconhecido como o principal acadêmico denominacional no (*assunto da) expiação e temas relacionados.

Desde 1937 Andreasen apresentou o pacote que tomou as implicações da fé adventista, como ele entendeu ser sua conclusão lógica. Sua discussão com a igreja foi sobre a teologia da expiação e a humanidade de Cristo que foram expressadas nas perguntas do livro Questões Sobre Doutrina (QSD). Andreasen argumentou que o livro estabeleceu uma mudança sinistra na teologia adventista do sétimo dia. No seu livro, O Serviço de Santuário, Andreasen reuniu isto tudo junto no capítulo de encerramento, A Última Geração. Andreasen aconselhou que QSD não fosse publicado, e discutiu extensivamente com líderes de igreja para corrigir as idéias que eles, finalmente, colocaram em impressão. Eventualmente QSD foi publicado e Andreasen foi a público identificando o que ele via como aspectos problemáticos do livro. A igreja caçou suas credenciais ministeriais em 1961, mas o reintegrou postumamente em 1962 (Questões Sobre Doutrina, Comentado por George R. Knight.), Editora da Universidade Andrews, em 2003). Muitos adventistas hoje têm Andreasen como uma figura significativa na herança teológica deles.

Livros do Pastror Milian Lauritz Andreasen:

· Isaiah, the Gospel Prophet (Review & Herald, 1928)

· Man, Here and Hereafter (Pacific Press, 1937)

· The Sanctuary Service (Review & Herald, 1937)

· The Faith of Jesus and the Commandments of God (Review & Herald, 1939)

· The Sabbath, Which Day and Why? (Review & Herald, 1942)

· A Faith to Live By (Review & Herald, 1943)

· Following the Master (Southern Publishing Association, 1947)

· The Book of Hebrews (Review & Herald, 1948)

· The Faith of Jesus (Review & Herald, 1949)

· God's Holy Day (Review & Herald, 1949)

· A Day from Eden (Review & Herald, 1951)

· Saints and Sinners (Review & Herald, 1951)

· What Can a Man Believe? (Review & Herald, 1951)

· Prayer (Pacific Press, 1957)

· Letters to the Churches (Hudson Printing Company, 1959)