Para 21 a 28 de julho de 2018
Quando éramos crianças pequenas na Escola Sabatina,
costumávamos ter um ditado que achamos engraçado. Os saduceus não acreditavam
na ressurreição dos mortos, é por isso que eles eram chamados de “sad-you-see”
(*Triste-você-veja, em português). Por que eles não acreditavam na
ressurreição? Porque não acreditavam na promessa de Deus, Seu concerto eterno.
A ressurreição foi claramente ensinada na experiência
de seus pais, Abraão, Isaque, Jacó e José. Quando Estêvão esteve diante do
Sinédrio, ele iniciou o seu poderoso discurso com a promessa de Deus a Abraão e
continuou durante todo o seu longo sermão registrado com alusões ao concerto
(Atos 7). Nossa lição da Escola Sabatina (parte de terça-feira) afirma que o
sermão de Estêvão foi um “processo judicial da aliança” levantado perante o
Sinédrio.
A alusão de Estevão à promessa de ressurreição de Deus
a Abraão não passava pela cabeça dos componentes do Sinédrio. Por exemplo,
Estevão começou com a ordem de Deus a Abraão: “Sai da tua terra e dentre a
tua parentela e dirigi-te à terra que eu te mostrarei” (Atos 7:3). Abraão
viajou com a sua família e trouxe o seu falecido pai para Canaã, e Deus “não
lhe deu nela herança, nem ainda o espaço de um pé; mas prometeu que lhe daria a
posse dela, e depois dele à sua descendência [Cristo]” (vs. 5). Abraão não
possuía nada em Canaã, nem mesmo uma sepultura para o seu pai. É óbvio a partir
dessas palavras que Deus nunca pretendeu dar a Abraão apenas um pequeno espaço
no Oriente Médio. Deus prometeu toda a terra em justiça a Abraão e seus
descendentes.
Quando Abraão morreu, ele ainda não possuía a
Palestina, mas creu na promessa de Deus: “Pela fé ele [Abraão] habitou na
terra da promessa, como em terra alheia, morando em cabanas [tendas
nômades] com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa: porque
esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus” (Heb.
11: 9-10). “Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas; mas
vendo-as de longe, e crendo-as e abraçando-as, confessaram que eram
estrangeiros e peregrinos na terra” (v. 13).
E. J. Waggoner comenta sobre esta passagem que os
patriarcas “afirmaram claramente, diz Paulo, que procuravam um país, e já
descobrimos que aquele país era a terra toda; e como não ficaram desapontados
porque o país não lhes foi dado em sua vida, é evidente que eles entenderam que
a promessa incluía a ressurreição dos mortos”.1
Paulo testificou de sua fé diante do rei Agripa: “E
agora pela esperança da promessa que por Deus foi feita a nossos pais estou
aqui e sou julgado; à qual as nossas doze tribos esperam chegar, servindo a
Deus continuamente, noite e dia. Por esta esperança, ó rei Agripa, eu sou
acusado pelos judeus. Pois que? Julga-se coisa incrível entre vós que Deus
ressuscite os mortos? (Atos 26: 6-8).
A promessa de Deus contém a esperança da ressurreição
para habitar na nova terra em justiça. “Mas nós, segundo a Sua promessa,
aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça” (2ª Pedro
3:13).
Mas tudo isso é muito familiar. Foi quando Estevão
falou da “vinda do Justo” (Atos 7:52), que o Sinédrio perdeu a causa e
assassinou Estêvão. Estevão praticamente disse que Deus não morava no templo
deles (v. 47-49). Era tudo menos justo. O concerto de Deus com Abraão
prometeu-lhe uma “Semente” vindoura [vs. 5, Descendente] em Quem o Espírito
Santo manifesta inteira e completa justiça. Deus habitou no “Reto [justo]” que
os fariseus e saduceus assassinaram (v. 52).
Deus deu a Abraão “o concerto da circuncisão”
(v. 8) porque ele estava disposto a receber o dom do Espírito Santo de “justiça
pela fé” em seu coração. Foi esse presente do Espírito de Deus que os mestres
da lei recusaram na vinda de Cristo e, assim, cometeram o pecado imperdoável e
assassinaram o Justo. Por se recusarem a acreditar no concerto de Deus, não
reconheceram a prometida “Semente”—o seu Messias. Assim, eles eram
“incircuncisos de coração” e rejeitaram a sua justiça, embora afirmassem “ter
recebido a lei” (v. 53). Ao resistirem ao Espírito Santo e rejeitarem o seu
Messias, manifestaram a incredulidade do velho concerto em seus corações.
“Enfureciam-se em seus corações” (vs. 54). Em outras palavras, o Espírito Santo passou
por eles, mas não lhes fez bem. Rejeitaram a mensagem e o mensageiro.
Quando Estevão testificou: “Eis que vejo os céus
abertos, e o Filho do homem que está em pé à mão direita de Deus” (v. 56),
ele virtualmente estava dizendo: “Eu vejo o ressuscitado
em pé vindicado à mão direita de Deus”, e isso selou o destino de Estêvão.
Um dos principais temas da mensagem de 1888 são as
boas novas do concerto eterno de Deus. O Novo Concerto foi a promessa
unilateral de Deus a Abraão e seus descendentes de lhes dar toda a terra feita
nova como “uma possessão eterna” e a justiça necessária para herdá-la “em
Cristo”. O Velho Concerto era a promessa do povo no Monte Sinai de realizar
obediência fiel: “Tudo o que o Senhor tem falado, faremos” (Êxo. 19: 8).
Aquela Velha Aliança se tornou a tese fundamental da compreensão de Israel da
verdade de Deus que culminou no assassinato de seu Messias. Assim, a história
de Israel demonstra que o concerto “do monte Sinai ... gera filhos para a
servidão” (Gál. 4:24).
Todos os esforços para firmar as “promessas” do Velho
Concerto em crianças e jovens estão fadados a “gerar para a servidão” em sua
experiência espiritual. Ellen White diz: “O conhecimento de vossas promessas
violadas e dos votos não cumpridos, enfraquece a confiança em vossa própria
sinceridade, levando-vos a julgar que Deus não vos pode aceitar”.2 Deus não nos pede para prometer-lhe
justiça; Ele nos pede para crer em Suas promessas a nós.
--Paul E. Penno
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Notas de rodapé:
1) E. J. Waggoner, “A
Esperança da Promessa,” Bible Echo and
Signs of the Times, vol. 4, nº 10 de 15 de maio de 1889, pág. 154.
2) Ellen G. White, Caminho a Cristo, pág. 47
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Notas:
Veja, em inglês, o vídeo
desta 4ª lição do 3º trim. de 2018, exposta pelo Pr. Paulo Penno, na internet,
no sitio: https://youtu.be/dGK6ZcX_5KI
Esta lição em inglês está na internet no sitio: http://1888message.org/sst.htm
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Biografia do autor,
Pastor Paulo Penno:
Paulo Penno foi pastor
evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da
Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading
Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Foi ordenado ao ministério há
42 anos e jubilado em junho de 2016, Após o curso de teologia fez mestrado na
Universidade de Andrews. Recentemente preparou uma Compreensiva Pesquisa dos
Escritos de Ellen G. White. Recentemente também escreveu o livro “O Calvário no
Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia.” (Este
livro postamos, por inteiro, no nosso blog Ágape Edições (agape-edicoes.blogspot.com) em
1º de agosto de 2017). Ao longo dos anos o Pr. Paulo Penno, escreveu muitos
artigos sobre vários conceitos da mensagem de justificação pela fé segundo a
serva do Senhor nos apresenta em livros como Caminho a Cristo, DTN, etc. O pai
dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente
escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Ele foi o principal orador do
seminário “Elias, convertendo corações”, nos dias 6 e 7 de fevereiro de 2015,
realizado na igreja adventista Valley Center Seventh-day Adventist Church
localizada no endereço: 14919 Fruitvale
Road, Valley Center, Califórnia.
Atenção, asteriscos (*…)
indicam acréscimos do tradutor.
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