Para 23 a
30 de maio de 2015
A congregação que se reunia na sinagoga nos dias de Jesus
era composta de pessoas humildes — pescadores, comerciantes, artesãos, trabalhadores
e suas esposas. Ao participarem dos salmos, bênçãos, orações e leitura da lei e
dos profetas, ansiosamente aguardavam o sermão do nazareno que vinha causando
um rebuliço por toda a Galileia. E não ficaram decepcionados. “E maravilhavam-se da Sua doutrina, porque a
Sua palavra era com autoridade” (Lucas 4:32).
Eles ficaram muito impressionados — realmente com suas almas
impactadas! A pregação de Jesus causou um tremendo impacto!
Por quê? Porque “Sua palavra possuía autoridade” ou como
Marcos apresenta, “Ele ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas”
(Marcos 1:22). Esta foi sempre a maneira em que Jesus ensinava. O apóstolo
Mateus confirma isso: “E quando Jesus
concluiu estas palavras [o Sermão da Montanha], as multidões se maravilhavam da Sua doutrina, porque os ensinava como
quem tem autoridade e não como os escribas” (Mateus 7:28, 29). Seus
mestres, em sua maioria fariseus, eram escravos de aspas — gostavam de citar
autoridades.
Quando Jesus falava, porém, era exatamente o oposto. Seu
estilo era: “Vocês ouviram o que foi dito. ... Mas eu digo a vocês...” Ele
ensinava a Palavra de Deus, não apenas sobre a Palavra de Deus. Seu ensinamento
da Lei e dos Profetas era claro e simples, como tem sido com todos os
verdadeiros pregadores da Palavra.
O ensinamento de Jesus não era apenas claro, mas convincente,
porque o “Espírito Santo desceu sobre Ele”
em Seu batismo (Lucas 3:22), e porque Ele estava “cheio do Espírito Santo”, quando voltava do Jordão (Lucas 4:1), e
porque quando começou a ensinar, proclamou: “O
Espírito do Senhor está sobre Mim” (Lucas 4:18). Ouvintes de Jesus em
Cafarnaum foram condenados por Suas palavras. As pessoas ficaram chocadas,
estupefatas. O ensinamento de Jesus era com autoridade porque Ele proclamava a Palavra
de Deus claramente e com convicção.
O tema favorito de Cristo era ensinar sobre o Seu Pai e
nosso. “Cristo foi o maior Mestre que o mundo já conheceu. . . . Ele veio para
revelar o caráter do Pai, para que os homens sejam levados a adorá-Lo em espírito
e em verdade” (Ellen G. White, Exaltai-O,
pág. 166). O ensinamento de Jesus sobre Seu Pai é uma ideia importante
enfatizada na mensagem de 1888.
É estranho dizer, mas ódio e rejeição obstinada seguiram os Seus
passos toda a Sua vida. Ele protestou ao Seu próprio povo, “‘Tudo o que já fiz é por lhes dizer a verdade que ouvi de Deus, mas
vocês estão tentando me matar.’ Poucos
minutos depois, eles pegaram em pedras para Lhe atirarem” (João 8:40, 59,
GNB). Finalmente, a inimizade deles não conheceu limites. Não podiam suportar a
Sua presença entre eles, e gritaram: “Crucifica-o!
Crucifica-o!” Imaginem! Tratar o Filho de Deus assim!
A humanidade tem gasto milhares de anos à procura de Deus.
Os homens têm especulado, tentado adivinhar, argumentar, imaginar, filosofar
sobre Ele. Mas Jesus veio para revelar. “Quem
Me vê a Mim, vê ao Pai” (João 14:9). Os chineses têm um provérbio: “Uma
imagem vale mais do que mil palavras.” A vida e o caráter de Jesus nos dizem
mais sobre Deus do que mil opiniões de filósofos.
Assim, como Jesus veio para nos revelar a Deus, ao fazê-lo
Ele revelou outra verdade importante: Deus tem algumas pessoas que O odeiam.
Como a verdade do Ágape que tomou o mundo de surpresa, essa foi também uma nova
revelação. Nós, seres humanos sempre temos abundância de inimigos, mas ninguém
nunca tinha imaginado antes que Deus tem inimigos, muito menos de pessoas que
professam adorá-Lo!
Todas as religiões pagãs são baseadas na ideia de Deus ser
tão evasivo quanto a cura do câncer. Certas pessoas imaginam que Deus está
brincando de esconde-esconde e Se isolou dos seres humanos. Somente os
especiais são sábios ou inteligentes o suficiente para descobrir onde Ele está
Se escondendo. Milhões seguem em longas viagens a Meca, Roma, Jerusalém, ou
outros santuários, procurando por Ele. Os antigos gregos superaram todos nós na
construção de templos magníficos de mármore em que julgavam ser onde deviam
procurar por Deus.
Desde a infância todos já ouvimos falar do Bom Pastor, que
deixa suas “noventa e nove” ovelhas
naquela noite de tempestade selvagem e busca Sua única ovelha perdida “até encontrá-la” (Lucas 15:4-6). Sua
salvação depende inteiramente da iniciativa do pastor. O animal perdido sabe
que está perdido, mas não pode “levantar
e ir” por conta própria para encontrar a salvação. Então, o Senhor Jesus
Cristo a “procura”. A ovelha perdida
é você e eu, resgatados por um amor totalmente fora de nós.
E nós nos lembramos da moeda perdida, como a senhora revira
a casa de cabeça para baixo até que encontra aquele pedaço precioso de prata. A
moeda é diferente das ovelhas; ela não sabe que está perdida. Ela representa
você e eu, que estávamos “mortos em
nossos delitos e pecados, segundo o curso deste mundo, . . . cumprindo os
desejos da carne e da mente, . . . filhos da ira” (Efé. 2:1-3). Mas alguém
nos encontrou, enterrado no pó e lixo deste mundo tenebroso, inconsciente da
nossa condição.
E como este tema comum de Deus buscar e encontrar-nos se
aplicaria ao nosso dia-a-dia prático? Acaso essa ideia nos levaria a estar
espiritualmente preguiçosos, sem fazer nada?
O relato do Filho Pródigo parece à primeira vista contradizer
o amor de Deus à nossa procura, e não vice-versa. O filho perdido parece tomar
a iniciativa de sua própria salvação. “Eu
me levantarei e irei”, ele diz de si para si, e se levanta de junto daquele
chiqueiro e vai — por conta própria (Lucas 15:18). Como certos carros, ele tem
uma partida automática. O Pai não vai procurá-lo para “encontrá-lo”. Para sempre depois o rapaz poderia congratular-se: “Sim,
eu estava perdido, mas encontrei o meu caminho de volta e estou salvo, porque ‘procurei’ e ‘encontrei’ a salvação, e apliquei meu esforço em tomar passo a
passo! ... Eu fiz isso, estou salvo pela graça, mas também estou salvo pela
minha própria obediência”.
Mas espere um momento, Sr. Filho Pródigo, Sr. Laodiceia, não
vá tão depressa. Esta parábola ilustra como o Espírito Santo nos procura e
salva os perdidos. Foi Ele quem deu ao rapaz assentado perto dos porcos a
convicção de que seu pai o amava. O Espírito Santo o inspirou com a motivação,
porque, como o Consolador que Jesus prometeu enviar-nos, Ele, não eu, convenceu
o jovem (*na pocilga) do “pecado, da
justiça e do juízo, ... porque o príncipe deste mundo já está condenado” (João
16:7-11).
Por Paul E. Penno
Paulo
Penno é pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na
Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no
endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi
ordenado ao ministério há 38 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na
Universidade de Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos
escritos de Alonzo T. Jones e Ellet J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva
Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele
escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja
Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos
sobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi também
pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E.
Penno Junior. Ele foi o principal orador do seminário “Elias, convertendo
corações”, nos dias 6 e 7 de fevereiro de 2015, realizado na igreja adventista Valley Center Seventh-day Adventist Church localizada
no endereço: 14919 Fruitvale Road, Valley Center, Califórnia. Você pode vê-lo, no You Tube, semanalmente,
explanando a lição da semana seguinte na igreja adventista de Hayward, na
Califórnia, em http://www.youtube.com/user/88denver99
Atenção, asteriscos (*…) indicam acréscimos do
tradutor.
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