quarta-feira, 6 de maio de 2015

Lição 6 – As mulheres no ministério de Jesus, por Arlene Hill

Para 2 a 9 de maio de 2015

O grande privilégio de pregar o evangelho foi dado a homens e mulheres. Não é apropriado neste artigo entrar no debate atualmente acontecendo em nossa Igreja sobre a ordenação de mulheres, no entanto, é evidente até mesmo num estudo superficial da interação de Jesus com as pessoas em Seu ministério terreno que Ele pretende que a ambos os sexos seja confiada a grande comissão de pregar o evangelho.
A compaixão que Deus tem para as mulheres começou cedo. Em vez de amaldiçoar Eva, e, portanto, todas as mulheres, Deus prometeu a sua progênie o privilégio de dar à luz o Salvador, Gên. 3:15. Ao longo do Antigo Testamento as mulheres são usadas por Deus para várias tarefas. Menção especial é dada às mães de João Batista e de seu primo, Jesus. Durante o Seu ministério, Jesus curou, ajudou, e deu atenção às mulheres, mesmo quando era contra as convenções humanas da época. Ele teve piedade de mulheres que foram empobrecidas, como de quando elogiou a viúva com a única moeda, a viúva, cujo filho morreu, e provavelmente muitas outras. Ele associou-Se com mulheres ricas, como Maria e Marta, as irmãs de Lázaro. Ele falou com as mulheres samaritanas no poço de Jacó, quebrando várias barreiras sociais da época. Ele não condenou a mulher apanhada em adultério, mas estabeleceu que ela não era a única pecadora na situação em que alistou os pecados dos homens que lhe prepararam uma armadilha.
A mensagem de 1888 ensina que ao nos buscar, Cristo veio todo o caminho até onde estamos, tomando sobre Si “a semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne”. Assim, Ele é um Salvador “bem à mão, não distante”. Ele “é o Salvador de todos os homens”, mesmo do “principal dos pecadores”. Estes exemplos bíblicos testemunham a Encarnação de Cristo e a preocupação de cuidar de indivíduos.
Houve uma mulher que foi escolhida para espalhar o evangelho de uma forma muito original. Sua formação era a pior que uma mulher naqueles tempos podia ter. A Bíblia a descreve como uma “mulher pecadora”. Seu nome era Maria, de Magdala. Maria era a irmã de Lázaro, Marta e eles viviam numa casa em Betânia. É seguro supor que a família fosse relativamente bem de vida, já que as pessoas pobres não tinham dinheiro para possuir túmulos, como aquele em que Lázaro tinha sido sepultado. Eles também tinham aparentemente uma estreita ligação com Simão, o fariseu (Mar. 14:3) a quem Jesus tinha curado da lepra. Marcos e Lucas nos dizem que o jantar foi na casa de Simão. Evidentemente Simão tinha a Marta como suficientemente confiável para tê-la coordenando servir as bebidas.
É-nos dito que Maria estava presente, mas ela não teria sido autorizada a comer com os homens. A exata relação de Maria com Simão não é esclarecida, mas ele sabia que ela era uma “pecadora”, ou uma mulher imoral, o que provavelmente era um segredo (Lucas 7:39). Ao contar do conhecimento secreto de Simão, a Bíblia apóia a afirmação de que “Simão induzira ao pecado a mulher que ora desprezava. Ela fôra por ele profundamente prejudicada” (O Desejado de Todas as Nações, pág. 566). A hipocrisia de Simão e seus colegas se tornou sinônimo da palavra fariseu. Satisfeito que seu envolvimento com aquela mulher não era conhecido, Simão sentiu-se livre para condenar Maria, e questionar o discernimento de Cristo.
Quando Maria respondeu ao impulso do Espírito Santo para usar o dispendioso perfume (*com o dinheiro) que tinha guardado tanto tempo para comprar, ela demonstrou que de todos aqueles que haviam seguido tão de perto a Jesus, só ela reconheceu que Ele ia morrer e ser sepultado. Por Maria estar disposta a realizar esse ato de sacrifício e fé amorosa antes da morte de Jesus, ela teve o privilégio de mostrar o único apoio humano que Cristo recebeu durante o Seu drama no Getsêmani e na cruz. “E ao baixar à treva de Sua grande prova, levou consigo a lembrança desse ato, penhor do amor que Seus remidos Lhe votariam para sempre” (idem., pág. 560). Tendo entendido finalmente o significado do ato de Maria, quantas vezes os discípulos não gostariam de que tivessem se unido tanto em seu sacrifício quanto em sua ações?
Bela como esta história é, ela não termina aí. Como todos nós, Simão não compreendeu verdadeiramente o seu próprio coração. O Espírito Santo iluminou à mente de Jesus uma história que poderia salvar Simão de si mesmo, e salvar-nos também se pudermos captar o seu ponto básico. Ela responde a todos os nossos devaneios auto-congratulatório sobre nossas boas obras. A história é simples. “Um certo credor tinha dois devedores; um lhe devia cem denários, e outro cinquenta. Quando se revelaram incapazes de pagar, ele perdoou a ambos. Qual deles o amará mais” (Lucas 7: 41-42)? Depois de explicar ainda mais a sua história a Simão, Jesus expressa a fórmula que Simão precisava desesperadamente aprender, e que o povo “morno” de Deus está perecendo por entender hoje se não quiser permanecer morno por mais um século ou até mais: “Por isso te digo que os seus muitos pecados lhe são perdoados, porque muito amou; mas aquele a quem pouco é perdoado pouco ama”
Por que escrevemos sobre Maria Madalena?
1.                      Como uma cópia fotográfica se assemelha ao seu negativo, assim o seu estranho ato assemelhava-se ao Seu grande sacrifício. Jesus teve que defendê-la, porque, fazendo assim Ele estava Se defendendo, (*e) Sua cruz.
2.                      Ela tinha pago um preço enorme por aquele vaso de alabastro com unguento (300 moedas de prata, o salário de um homem que trabalha todo um ano). Jesus pagou um preço enorme para nos redimir.
3.                      O que Maria fez foi de modo selvagemente extravagante —“desperdiçar” uma garrafa inteira de unguento “mui precioso” quando era necessário apenas uma colher de chá (*para encher a casa com aquela fragrância); então o que Jesus fez foi igualmente (e ainda mais!) extravagante—derramando o Seu sangue suficiente para salvar um mundo inteiro quando apenas um punhado de pessoas irá responder.
4.                      O motivo de Maria foi totalmente altruísta; ela não tinha ideia de que seria elogiada. Tudo o que quis fazer foi dizer: “Obrigado, Senhor, por salvar a minha alma!” Então, o motivo de Jesus foi pura e simplesmente amor pelas pessoas perdidas, nenhum propósito aquisitivo misturado para obscurecer a pura chama da devoção para conosco. Maria estava refletindo os motivos de Jesus. As percepções de Maria, seu discernimento, eram mais responsivas do que o de qualquer um dos doze discípulos de Jesus.
5.           A Bíblia lhe dá destaque como uma “pecadora”, ou seja, uma assim notável (Lucas 7:37); ela foi “muito perdoada”, não pouco. Ela sabia disso, percebeu-o; portanto, o seu coração pecaminoso, com ela agora convertida, poderia ser expandido acima do tamanho normal para “amar muito” (vs. 47). Daí, o seu ato surpreendente, o mais belo já realizado por qualquer pecador arrependido na história.
6.                      Por conseguinte, Jesus viu nela um exemplo, um “protótipo”, uma demonstração, de que o Seu amor-Ágape poderia e iria, eventualmente, produzir em “144.000” pessoas.
7.                      O seu ato de amor em nada contribuiu para a sua salvação, que já tinha sido realizada.
Assim, Jesus definiu a mais clara demonstração do que a palavra fé significa: “Vá em paz”, disse Ele; “A tua fé te salvou” (vs. 50). Jesus pregou para todos os tempos uma definição clara da fé: uma apreciação de coração do que Ele tem feito por nós para nos salvar do próprio inferno. Quando a fé é assim entendida, ela nada pode fazer mais do que “operar” (Gál. 5: 6).
Pouco antes de sua morte, Jesus disse que a verdade bíblica da história da autêntica Maria Madalena deve ser contada “em todas as partes do mundo onde este evangelho for pregado” (Marcos 14: 9). É uma parte da mensagem do terceiro anjo, em verdade!

Arlene Hill

[Esta escritora é grata a Robert J. Wieland e seus escritos, especialmente seu livro, Maria Madalena: A História Bíblica, para esses conceitos.]

Nota: Este relato de Maria Madalena se acha em todos os quatro evangelhos: Mat. 26:6-13; Mar. 14:3-9; Luc. 7:36-50; João 12:1-8.


A irmã Arlene Hill é uma advogada aposentada da Califórnia, EUA. Ela agora mora na cidade de Reno, estado de Nevada, onde é professora da Escola Sabatina na igreja adventista local. Ela foi um dos principais oradores no seminário “É a Justiça Pela Fé, Relevante Hoje?”, que se realizou na sua igreja em maio de 2010, a Igreja Adventista do Sétimo Dia, localizada no endereço: 7125 Weest 4th Street , Reno, Nevada, USA, Telefone  001 XX (775) 327-4545; 001 XX (775) 322-9642. Ela também foi oradora do seminário “Elias, convertendo corações”, realizado nos dias 6 e 7 de fevereiro de 2015, na igreja adventista Valley Center Seventh-day Adventist Church localizada no endereço: 14919  Fruitvale Road, Valley Center, Califórnia.

Nota: Asteriscos (*) indicam acréscimos feitos pelo tradutor.

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