Para 2 a 9 de maio de 2015
O grande
privilégio de pregar o evangelho foi dado a homens e mulheres. Não é apropriado
neste artigo entrar no debate atualmente acontecendo em nossa Igreja sobre a
ordenação de mulheres, no entanto, é evidente até mesmo num estudo superficial
da interação de Jesus com as pessoas em Seu ministério terreno que Ele pretende
que a ambos os sexos seja confiada a grande comissão de pregar o evangelho.
A compaixão
que Deus tem para as mulheres começou cedo. Em vez de amaldiçoar Eva, e,
portanto, todas as mulheres, Deus prometeu a sua progênie o privilégio de dar à
luz o Salvador, Gên. 3:15. Ao longo do Antigo Testamento as mulheres são usadas
por Deus para várias tarefas. Menção especial é dada às mães de João Batista e
de seu primo, Jesus. Durante o Seu ministério, Jesus curou, ajudou, e deu
atenção às mulheres, mesmo quando era contra as convenções humanas da época.
Ele teve piedade de mulheres que foram empobrecidas, como de quando elogiou a
viúva com a única moeda, a viúva, cujo filho morreu, e provavelmente muitas
outras. Ele associou-Se com mulheres ricas, como Maria e Marta, as irmãs de
Lázaro. Ele falou com as mulheres samaritanas no poço de Jacó, quebrando várias
barreiras sociais da época. Ele não condenou a mulher apanhada em adultério,
mas estabeleceu que ela não era a única pecadora na situação em que alistou os
pecados dos homens que lhe prepararam uma armadilha.
A mensagem de
1888 ensina que ao nos buscar, Cristo veio todo o caminho até onde estamos,
tomando sobre Si “a semelhança da carne
do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne”. Assim, Ele é um
Salvador “bem à mão, não distante”. Ele “é o Salvador de todos os homens”,
mesmo do “principal dos pecadores”. Estes exemplos bíblicos testemunham a
Encarnação de Cristo e a preocupação de cuidar de indivíduos.
Houve uma
mulher que foi escolhida para espalhar o evangelho de uma forma muito original.
Sua formação era a pior que uma mulher naqueles tempos podia ter. A Bíblia a
descreve como uma “mulher pecadora”. Seu nome era Maria, de Magdala. Maria era
a irmã de Lázaro, Marta e eles viviam numa casa em Betânia. É seguro supor que
a família fosse relativamente bem de vida, já que as pessoas pobres não tinham
dinheiro para possuir túmulos, como aquele em que Lázaro tinha sido sepultado.
Eles também tinham aparentemente uma estreita ligação com Simão, o fariseu
(Mar. 14:3) a quem Jesus tinha curado da lepra. Marcos e Lucas nos dizem que o
jantar foi na casa de Simão. Evidentemente Simão tinha a Marta como
suficientemente confiável para tê-la coordenando servir as bebidas.
É-nos dito que
Maria estava presente, mas ela não teria sido autorizada a comer com os homens.
A exata relação de Maria com Simão não é esclarecida, mas ele sabia que ela era
uma “pecadora”, ou uma mulher imoral, o que provavelmente era um segredo (Lucas
7:39). Ao contar do conhecimento secreto de Simão, a Bíblia apóia a afirmação
de que “Simão induzira ao pecado a mulher que ora desprezava. Ela fôra por ele
profundamente prejudicada” (O Desejado de
Todas as Nações, pág. 566). A hipocrisia de Simão e seus colegas se tornou
sinônimo da palavra fariseu. Satisfeito que seu envolvimento com aquela mulher
não era conhecido, Simão sentiu-se livre para condenar Maria, e questionar o
discernimento de Cristo.
Quando Maria
respondeu ao impulso do Espírito Santo para usar o dispendioso perfume (*com o
dinheiro) que tinha guardado tanto tempo para comprar, ela demonstrou que de
todos aqueles que haviam seguido tão de perto a Jesus, só ela reconheceu que
Ele ia morrer e ser sepultado. Por Maria estar disposta a realizar esse ato de
sacrifício e fé amorosa antes da morte de Jesus, ela teve o privilégio de
mostrar o único apoio humano que Cristo recebeu durante o Seu drama no
Getsêmani e na cruz. “E ao baixar à treva de Sua grande prova, levou consigo a
lembrança desse ato, penhor do amor que Seus remidos Lhe votariam para sempre”
(idem., pág. 560). Tendo entendido finalmente o significado do ato de Maria,
quantas vezes os discípulos não gostariam de que tivessem se unido tanto em seu
sacrifício quanto em sua ações?
Bela como esta
história é, ela não termina aí. Como todos nós, Simão não compreendeu
verdadeiramente o seu próprio coração. O Espírito Santo iluminou à mente de
Jesus uma história que poderia salvar Simão de si mesmo, e salvar-nos também se
pudermos captar o seu ponto básico. Ela responde a todos os nossos devaneios
auto-congratulatório sobre nossas boas obras. A história é simples. “Um certo
credor tinha dois devedores; um lhe devia cem denários, e outro cinquenta.
Quando se revelaram incapazes de pagar, ele perdoou a ambos. Qual deles o amará
mais” (Lucas 7: 41-42)? Depois de explicar ainda mais a sua história a Simão,
Jesus expressa a fórmula que Simão precisava desesperadamente aprender, e que o
povo “morno” de Deus está perecendo por entender hoje se não quiser permanecer
morno por mais um século ou até mais: “Por isso te digo que os seus muitos
pecados lhe são perdoados, porque muito amou; mas aquele a quem pouco é
perdoado pouco ama”
Por que
escrevemos sobre Maria Madalena?
1.
Como
uma cópia fotográfica se assemelha ao seu negativo, assim o seu estranho ato
assemelhava-se ao Seu grande sacrifício. Jesus teve que defendê-la, porque,
fazendo assim Ele estava Se defendendo, (*e) Sua cruz.
2.
Ela
tinha pago um preço enorme por aquele vaso de alabastro com unguento (300
moedas de prata, o salário de um homem que trabalha todo um ano). Jesus pagou
um preço enorme para nos redimir.
3.
O
que Maria fez foi de modo selvagemente extravagante —“desperdiçar” uma garrafa
inteira de unguento “mui precioso” quando era necessário apenas uma colher de
chá (*para encher a casa com aquela fragrância); então o que Jesus fez foi
igualmente (e ainda mais!) extravagante—derramando o Seu sangue suficiente para
salvar um mundo inteiro quando apenas um punhado de pessoas irá responder.
4.
O
motivo de Maria foi totalmente altruísta; ela não tinha ideia de que seria
elogiada. Tudo o que quis fazer foi dizer: “Obrigado, Senhor, por salvar a
minha alma!” Então, o motivo de Jesus foi pura e simplesmente amor pelas
pessoas perdidas, nenhum propósito aquisitivo misturado para obscurecer a pura
chama da devoção para conosco. Maria estava refletindo os motivos de Jesus. As
percepções de Maria, seu discernimento, eram mais responsivas do que o de
qualquer um dos doze discípulos de Jesus.
5. A Bíblia lhe dá destaque como uma
“pecadora”, ou seja, uma assim notável (Lucas 7:37); ela foi “muito perdoada”,
não pouco. Ela sabia disso, percebeu-o; portanto, o seu coração pecaminoso, com
ela agora convertida, poderia ser expandido acima do tamanho normal para “amar
muito” (vs. 47). Daí, o seu ato surpreendente, o mais belo já realizado por
qualquer pecador arrependido na história.
6.
Por
conseguinte, Jesus viu nela um exemplo, um “protótipo”, uma demonstração, de
que o Seu amor-Ágape poderia e iria, eventualmente, produzir em “144.000”
pessoas.
7.
O
seu ato de amor em nada contribuiu para a sua salvação, que já tinha
sido realizada.
Assim, Jesus
definiu a mais clara demonstração do que a palavra fé significa: “Vá em paz”,
disse Ele; “A tua fé te salvou” (vs. 50). Jesus pregou para todos os tempos uma
definição clara da fé: uma apreciação de coração do que Ele tem feito por nós
para nos salvar do próprio inferno. Quando a fé é assim entendida, ela nada
pode fazer mais do que “operar” (Gál. 5: 6).
Pouco antes de
sua morte, Jesus disse que a verdade bíblica da história da autêntica Maria
Madalena deve ser contada “em todas as
partes do mundo onde este evangelho for pregado” (Marcos 14: 9). É uma
parte da mensagem do terceiro anjo, em verdade!
—Arlene Hill
[Esta escritora é grata a Robert J.
Wieland e seus escritos, especialmente seu livro, Maria Madalena: A História Bíblica, para esses
conceitos.]
Nota: Este relato de Maria Madalena se
acha em todos os quatro evangelhos: Mat. 26:6-13; Mar. 14:3-9; Luc. 7:36-50;
João 12:1-8.
A irmã Arlene Hill é uma advogada aposentada da Califórnia, EUA. Ela agora
mora na cidade de Reno, estado de Nevada, onde é professora da Escola Sabatina
na igreja adventista local. Ela foi um dos principais oradores no seminário “É a Justiça Pela Fé, Relevante
Hoje?”, que se realizou na sua igreja em maio de 2010, a Igreja Adventista
do Sétimo Dia, localizada no endereço: 7125 Weest 4th Street , Reno,
Nevada, USA, Telefone 001 XX
(775) 327-4545; 001 XX (775) 322-9642. Ela também foi oradora do
seminário “Elias, convertendo corações”, realizado nos dias 6 e 7 de fevereiro
de 2015, na igreja adventista Valley
Center Seventh-day Adventist Church localizada no endereço: 14919 Fruitvale Road, Valley Center, Califórnia.
Nota: Asteriscos (*) indicam acréscimos feitos pelo tradutor.
_____________________________________________