Para 25 de abril a 2 de maio de 2015
Volte comigo,
ao longo dos séculos para um dia, quase dois mil anos atrás, na pequena e
humilde aldeia de Nazaré. Seguimos nosso caminho rua abaixo sobre uma rua de
pavimento de paralelepípedos estreitos, passando pelas pequenas lojas com as
suas frentes abertas. Vemos os profissionais atuando em seus trabalhos enquanto
passamos em frente de oficina após oficina.
Chegamos a uma
oficina que é diferente. A frente está bem caiada de branco, e a rua foi
varrida. Entramos e encontramos um homem bondoso e forte exercendo o ofício de
carpinteiro, e ao seu lado um jovem assistente de uns 21 anos de idade. O jovem
está aplainando um pedaço de madeira, tornando-a reta. Ele descansa um momento
e enxuga a testa. Ele não é outro senão o Príncipe do Céu, o Rei
Jesus, vindo para lançar Sua sorte com os trabalhadores e os pobres.
Voltamos
novamente porque ficamos fascinados pela pequena oficina. Voltamos no sábado, mas
a loja está fechada. Notamos que as pessoas estão todas caminhando em direção a
um edifício notável no centro da vila. Nós as seguimos e encontramos lugares só na parte traseira de uma congregação bem cheia. Para
nossa surpresa, vemos o filho do carpinteiro ali presente, (*participando do
culto. Voltamos anos depois, também no sábado, e vemos novamente o filho do
carpinteiro) “chegando a Nazaré, onde fora criado, e,
segundo o seu costume, entrou na sinagoga no dia de sábado, e levantou-Se para
ler" (Lucas 4:16).
O costume de
Jesus era a observância do sábado. Seu Salvador e meu, desde o primeiro até o
último dia de Seu ministério, observava apenas um dia — o sétimo dia do
mandamento — como o sábado, dia de repouso.
O nosso nome,
adventistas do sétimo dia, proclama o evangelho de Jesus Cristo. O sábado do
sétimo dia é o descanso de Deus do evangelho, em Jesus Cristo. Será que é isso
que Ellen White deu a entender quando disse que se deve proclamar "o sábado
mais amplamente"?1 (*O
sábado) é o selo do amor de Deus nos corações de Seu povo.
O que Deus
tencionava que a Mensagem de 1888 cumprisse
Ellet J.
Waggoner ofereceu uma ponderação que leva a pensar: "Uma contemplação
inteligente da criação de Deus nos dá uma verdadeira concepção do Seu poder; pois
o Seu eterno poder e divindade são compreendidas pelas coisas que Ele fez. . .
. É a fé que dá a vitória; portanto, uma vez que a fé vem por aprender o poder
de Deus, por Sua palavra e pelas coisas que Ele fez, obtemos a vitória para
triunfar através das obras de Suas mãos. O sábado, portanto, que é o memorial
da criação, é, se devidamente observado, uma fonte do maior reforço do cristão
na batalha”.2 Há muito sabemos que
a mensagem de Apocalipse 18 será o povo de Deus apresentando "o sábado
mais amplamente”.3
Obviamente, isso é o que Deus pretendia que a mensagem de 1888 realizasse para
nós.
Deus criou a
Terra em seis dias e descansou no sétimo dia. Isso fez do sábado o dia de
descanso de Deus. Ele terminou a obra que havia realizado nos seis dias da
criação. O sétimo dia foi seu descanso perfeito.
O sábado: O Sinal da Paz. Como é o
sábado o sinal da mensagem da cruz de Cristo? O sábado foi o sinal original da
paz com Adão antes do pecado entrar. O sábado é o sinal de paz com Deus para
aqueles cujo "eu" é crucificado com Cristo. O sábado foi o sinal
original da paz no mundo primitivo e o será na Terra renovada. O sábado é para
ser o sinal de paz da aliança eterna de Deus com a humanidade restaurada na
nova Terra.
Como a
mensagem da cruz de Jesus revela a verdade do sábado mais amplamente? Qual é a
ligação entre o sábado e a expiação que Cristo concede aos pecadores? O
significado da palavra "expiação" [at-one-ment] é “com
a mesma mente,” tradução literal do inglês da palavra “atonement.”
Como Deus faz com que rebeldes estejam em paz com Ele? O que se segue é
uma explicação da relação entre a mensagem de 1888 e o sábado do sétimo dia,
tal como apresentado no Evangelho de Lucas.
Cristo
completou Sua obra de criação em seis dias e descansou no sétimo dia. Cristo
completou o Seu sacrifício perfeito no Calvário no sexto dia — a sexta-feira — e
descansou no túmulo no sétimo dia. O sinal de Seu "descanso" no
triunfo sobre o pecado é o sábado. As mulheres que embalsamaram o Seu corpo
para sepultamento "no sábado
repousaram, conforme o mandamento" (Lucas 23:56), com Ele no sétimo
dia. O sábado é o memorial da criação e da redenção de Cristo. O sábado é a declaração
de paz de Cristo aos pecadores. Ele legalmente declarou a todos o Seu perdão
dos pecadores com as palavras: "Pai,
perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem" (Lucas 23:34).
Jesus expôs o
"pecado desconhecido" que está enterrado no coração de cada rebelde.
É a raiz de nossa controvérsia com Deus. É a causa de nossa falta de
entendimento de Sua natureza como sendo um Deus de ira e indignação contra nós.
A causa da nossa desconfiança de Deus é que, oculto no interior, se acha o
desejo de nos livrarmos de Deus. Os pecadores acusam a Deus por toda a sua
culpa, a inquietação. Eles olham para Ele como sendo exigente com todos os
tipos de regras muito difíceis e restritivas. (*E dizem:) Se pudéssemos
livrar-nos de Deus, então teríamos paz.
Realmente, o
problema não é nos livrarmos de Deus. O problema é livrar-nos dos nossos
equívocos a respeito da natureza de Deus como irado para com os pecadores, e
ver o Seu amor por você e por mim revelado na morte de Cristo. Jesus morreu na
cruz para revelar o nosso pecado inconsciente pela qual queremos nos livrar dEle.
Se pudermos ver isso, em seguida, podemos começar a saber o que significa o
perdão.
A expiação diz
respeito a Deus vencer nossos corações rebeldes. A expiação não tem nada a ver
com a mudança de disposição de Deus para conosco como pecadores. "Deus estava em Cristo reconciliando
consigo o mundo a Si mesmo" (2 Cor. 5:19, KJV). "Porque, se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela
morte de Seu Filho, muito mais, tendo sido reconciliados, seremos salvos pela
Sua vida" (Rom. 5:10).
Qual é a
verdadeira expiação? Deus não precisa de reconciliar-Se com os pecadores. Os
pecadores precisam da expiação a fim de se reconciliarem com Deus. Deus nunca
vai Se reconciliar com o "pecado". Mas Ele dá a expiação da morte de
Jesus (*como um dom) aos pecadores para que se reconciliem com Ele.
Paulo
apresenta o verdadeiro conceito da expiação com estas palavras: "Porque todos pecaram e estão
destituídos da glória de Deus; sendo justificados gratuitamente pela sua graça,
pela redenção que há em Cristo Jesus” (Rom. 3:23 e 24).
Aqui está o
dom de justificação de Deus para "todos" os que "pecaram."
É um dom universal. Que Deus daria aos pecadores uma absolvição legal é um
presente que demonstra a enormidade de Seu amor. Todos os pecadores deveriam
estar mortos porque a morte é o salário do pecado; mas, o fato é que todos os
pecadores vivem. Por quê? Porque Jesus morreu a morte que todos os pecadores
mereciam, e agora Deus pode pleitear perante o universo que a Sua lei é justa e
reivindicada. A lei foi mantida. Ele concede um segundo tempo de graça, um
período de tempo para os pecadores individuais verem e apreciarem o Seu dom de
modo a que possam, como indivíduos, ser reconciliados com Ele pela morte de Seu
Filho.
Jesus é o "Descanso" do pecado. Quando Jesus
morreu na sexta-feira e descansou na tumba no dia de sábado, Deus declarou a
Sua paz ao mundo inteiro de pecadores. Ele concedeu "descanso" do
pecado a todos. Jesus é o "descanso" do pecado a todos os pecadores
de corações inquietos, sem descanso.
A
reconciliação dos corações dos pecadores é a justificação pela fé. "Ao qual Deus [o Pai] nos propôs para propiciação pela fé em Seu [de
Jesus] sangue, para demonstrar a Sua
justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos (*passados), sob (*mediante) a paciência de Deus; ... para que Ele seja justo e justificador daquele
que tem fé em Jesus" (Rom. 3: 24-26). Não é apenas o sacrifício de
Jesus o que a palavra "propiciação" significa, é o sacrifício de
Deus. Deus não precisa de "propiciação" para aplacar a Sua ira para
com os pecadores e, assim, reconciliar-Se com eles, que são os únicos que
precisam de "propiciação." Os pecadores é que são cheios de escuridão
e incompreensões sobre o caráter de Deus.
O pecador
agora experimenta uma mudança de coração. Ele é nascido de novo pela
regeneração da manifestação do amor de Deus na morte de Jesus por ele ou ela
pessoalmente. Ele experimenta a justificação pela fé, que é o perdão dos
pecados. Seus pecados passados são perdoados, ou seja, são removidos. Ele sabe
que este é o caso, porque acredita na palavra de Deus sobre este assunto.
—Paul E.
Penno
Notas:
1) “Vi
que Deus tinha filhos que não reconheciam o sábado e não o guardavam. Eles não
haviam rejeitado a luz sobre este ponto. E ao início do tempo de angústia fomos
cheios do Espírito Santo ao sairmos para proclamar o sábado mais amplamente” (Ellen G. White, Primeiros Escritos, pág. 33, ênfases acrescidas)
2) Ellet J. Waggoner, Christ and His
Righteousness [Cristo e Sua Justiça], pág.
43 (edição Glad Tidings).
3)
Ellen G. White Primeiros
Escritos, páginas 33 e 85.
Paulo Penno é pastor evangelista da igreja
adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte
Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward,
Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi ordenado ao ministério há 38 anos.
Após o curso de teologia ele fez mestrado na Universidade de Andrews.
Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos escritos de Alonzo T.
Jones e Ellet J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva Pesquisa dos
Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele escreveu o livro “O
Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista do 7º
Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos sobre vários
conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da
igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno
Junior. Ele foi o principal orador do seminário “Elias, convertendo corações”,
nos dias 6 e 7 de fevereiro de 2015, realizado na igreja adventista Valley Center Seventh-day Adventist Church localizada
no endereço: 14919 Fruitvale Road, Valley Center, Califórnia. Você pode vê-lo, no You Tube, semanalmente,
explanando a lição da semana seguinte na igreja adventista de Hayward, na
Califórnia, em
Atenção, asteriscos (*…) indicam acréscimos
do tradutor.