quarta-feira, 15 de abril de 2015

Lição 3– Quem é Jesus Cristo?, por Robert J. Wieland

Para 11 a 18 de abril de 2015

A Dinâmica da Mensagem de 1888: Em busca de nós, Cristo veio todo o caminho até onde estamos, tomando sobre Si a “semelhança da carne do pecado, e por causa do pecado, condenou o pecado na carne” (*Rom. 8:3). Assim, Ele é um Salvador (*que está sempre) “perto, à mão, não distante” (* Emanuel”, Isa. 7:14, este nome significa “Deus conosco”, Mat. 1:23). Ele “é o Salvador de todos os homens” (*1ª Tim. 4:10) até mesmo do “principal dos pecadores” (*1ª Tim. 1:15).
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Nossa lição desta semana aborda uma pergunta frequente sobre Jesus: Quem é Ele? Esta pergunta tem absorvido as mentes dos teólogos e pastores sinceros pela maior parte de vários séculos. Centenas, talvez milhares de livros foram escritos para responder a esta pergunta, mas a mensagem de 1888 fornece uma resposta que traz Jesus para fora da neblina teológica — para a luz do sol.
Quem é Ele? “O Filho de Deus” sim, 100% verdade, mas há mais.
Ele estava entre nós, aqui neste planeta cerca de 2.000 anos atrás. “Estava no mundo, e o mundo foi feito por Ele, e o mundo não O conheceu” (João 1:10). Será que o mundo O conhece melhor hoje? Esperamos que sim; há pessoas no mundo todo que pregam sobre Ele.
Em seu livro The Glad Tidings (pág. 10), Ellet J. Waggoner escreveu: “Todo o ensino do evangelho é baseado na divindade de Cristo. Os apóstolos e profetas estavam tão plenamente imbuídos dessa verdade que isso aparece em todos os lugares em seus escritos. Jesus Cristo é ‘a imagem do Deus invisível’ (Col. 1:15), ‘sendo o resplendor da Sua glória, e é a expressa imagem da Sua pessoa’ (Heb. 1: 3). ‘No princípio ... estava com Deus e o Verbo era Deus’ (João 1: 1)  ‘antes que o mundo existisse’ (João 17: 5). ‘Ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por Ele’ (Col. 1:17)”.
Mas pensem no povo de Nazaré; outrora eles amavam Jesus como o bebê de Maria e como uma criança, não sabendo, logicamente, quem Ele era. As mulheres O tratavam carinhosamente como um bebê, e O admiravam como adolescente. Ele voltou uma ocasião para visitá-los e para pregar durante o seu culto do sábado. Anunciou-lhes a Sua “especialidade médica”: “O Espírito do Senhor está sobre Mim, porque o Senhor Me ungiu para pregar o evangelho [Boas Novas] aos mansos, enviou-Me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos [escravos], e restaurar a vista aos cegos [um supremo oftalmologista] e pôr em liberdade os oprimidos” (*Isa. 61:1).
Mas todo aquele amor ao próximo da vizinhança que outrora sentiam por Ele tornou-se azedo e amargo, e tentaram jogá-Lo de sobre um penhasco e matá-Lo, quando Ele lhes anunciou que era o Messias (cf. Luc. 4: 16-29). O que antes fora amor havia se transformado em amargo ódio! Se você provou mesmo um pouquinho disso, pode simpatizar-se com Jesus pela dor que Ele teve de sentir.
A identidade de Cristo
Reconhecer a Sua identidade ainda divide a Igreja em quase todos os lugares. Estamos todos de acordo quanto a Sua divindade: Ele é o Filho divino do Pai, o Criador do universo, absolutamente sem pecado. Mas quem é Jesus em relação a sua encarnação?  
Em geral, (*todos) estamos unidos em vê-Lo como o descendente de Adão; mas o problema é — que Adão? O sem pecado, antes de ele e Eva caírem? Ou é Ele o descendente do Adão caído?
A questão não é se Jesus era ou não perfeitamente sem pecado em Sua encarnação: não temos dúvida quanto à perfeita impecabilidade de Jesus em Sua natureza como ser humano, em Sua encarnação. A questão é: teve Jesus que enfrentar, e condenar o pecado, em Sua natureza humana? Esta é a luta que todos temos. Ou era Jesus “isento” dessa luta, de modo que não tinha nenhuma batalha com o pecado a “vencer”?
Mas Jesus também é “o Filho do homem”. O Pai “enviou” o Seu Filho em “semelhança da carne do pecado, e por causa do pecado, condenou o pecado na carne” (Rom. 8: 3). Ele tornou-Se um de nós, eternamente, para suportar a nossa natureza humana, bem como Sua natureza divina. Isso também é 100% verdadeiro. Mas o que Ele realizou por essa grande condescendência e sacrifício?
O Pai deu a Jesus a “descrição do trabalho” (*que Ele deveria realizar:) — Salve o Mundo Perdido.  A “Descrição de trabalho” de Jesus”, quando o Pai O enviou a este mundo escuro, foi: salve o mundo perdido! (Veja Rom. 8: 3):
1. Derrote Satanás na humanidade;
2. Entre na briga onde o problema está;
3. Tome sobre Sua natureza sem pecado (trazida do céu), a mesma caída, carne e natureza pecaminosas que todos os seres humanos têm;
4. Em seguida, condene ou derrote o pecado ali, no seu último esconderijo no universo;
5. Livre a raça humana desse cativeiro de pecado, (*e)
6. Triunfe no “grande conflito” sobre Satanás.
Sem “exceção”, nem “colete à prova de bala”, Jesus entrou na mesma arena onde todos nós perdemos a batalha. E aqui, em nossa carne e natureza humanas, Ele “condenou”, derrotou, destruiu o pecado. Ele veio aonde o pecado tinha raízes — na carne humana. Em nossa mesma carne Ele ganhou o grande conflito com Satanás, abriu as portas do céu para os pecadores crentes, arrependidos, e alegrou os corações de todo o céu. Cristo fez a Sua obra; Ele realmente “salvou o mundo”.
Mas tanto “Babilônia” quanto Laodiceia não conseguem entender que Jesus morreu a segunda morte de cada pessoa que já nasceu: Ele, “pela graça de Deus provou [a segunda] morte para cada pessoa” (Heb. 2: 9). Não apenas o nosso “sono” (*a primeira morte). O sacrifício na cruz era infinitamente maior do que temos sido capazes de ver. O ensino da imortalidade natural diz que Jesus não morreu realmente a morte real, o nosso salário do pecado — a morte! Assim Ele não “pagou tudo isso”.
Romanos 8: 4 diz o que vai acontecer agora: “Para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito”. Aqui está a verdade fundamental da mensagem de 1888: os seres humanos (*quando da volta de Jesus, a última geração) pela fé em Jesus vão vencer o pecado, “condená-lo” em nossa carne decaída, e estarão prontos para a segunda vinda de Jesus — algo que nenhum outro grupo corporativo realizou em toda a história passada.
A Transfiguração
Lucas dá um relato vívido da Transfiguração. Jesus foi glorificado no Monte da Transfiguração, conversando com Moisés e Elias. Luz celestial.
Mas agora Ele retorna para a Sua vida diária de ministério pelas pessoas que sofrem. Ele continua o Seu trabalho no Santuário Celestial. Como nosso Sumo Sacerdote está fazendo “intercessão” por nós (Rom. 8:34.); e João compara Cristo a “um advogado para com o Pai” (1ª João 2: 1). Em outras palavras, Jesus é um advogado de defesa a pleitear o nosso caso “junto ao Pai”. Nosso advogado divino está trabalhando em nosso favor.
Em misericórdia para com a Igreja remanescente (e o mundo), “o Senhor, em Sua grande misericórdia, enviou uma mui preciosa mensagem ao Seu povo”, há mais de 120 anos atrás, que contava a verdade salvadora de uma forma clara e tão simples que uma criança pode entender. Cristo tomou sobre Sua natureza sem pecado a nossa natureza caída e pecaminosa para que pudesse salvar a raça humana do pecado. “Tentado em todos os pontos como nós somos [tentados], mas sem pecado” (Heb. 4:15), Ele livrou toda a raça humana do cativeiro do pecado. Ele disse a Seu Pai que tinha “consumado a obra que Me deste a fazer” (João 17:4).
Mas isso não é tudo da Boa Nova: Ele terá um povo que recebe Sua fé e vai vencer também, “assim como [Ele] venceu” (*Apoc 3:21). Serão aqueles trasladados na segunda vinda de Jesus (cf. 1ª Tes. 4:16, 17).
Na última página da Bíblia, a mais feliz de todas, eu e você somos convidados: “O Espírito [Santo] e a esposa dizem: Vem! E quem ouve, diga: Vem; e quem tem sede, venha; e quem quiser tome de graça da água da vida” (Apoc. 22:17).


Redigido a partir dos escritos de
Robert J. Wieland

O irmão Roberto J. Wieland foi um pastor adventista, a vida inteira, missionário na África, em Nairobe e Kenia. É autor de inúmeros livros. Foi consultor editorial adventista do Sétimo Dia para a África. Ele deu sua vida por Cristo na África. Desde que foi jubilado, até sua morte, em julho de 2011, aos 95 anos, viveu na Califórnia, EUA, onde ainda era atuante na sua igreja local. Ele é autor de dezenas de livros. Em 1950 ele e o pastor Donald K. Short, também missionário na África, em uma das férias deles nos Estados Unidos, fizeram dois pedidos à Conferência Geral: 1º) que fossem publicadas todas as matérias de Ellen G. White sobre 1888, e 2º) que fosse publicada uma antologia dos escritos de Waggoner e Jones. Eles e sua mensagem receberam mais de 200 recomendações de Ellen G. White. 38 anos depois, em 1988, a Conferência Geral atendeu o primeiro pedido, o que resultou na publicação de 4 volumes com um total de 1821 páginas tamanho A4, com o título Materiais de Ellen G. White sobre 1888. Quanto ao segundo pedido até hoje não foi o mesmo ainda atendido.

Atenção: Asteriscos (*) indicam acréscimos do tradutor.
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