Lição
7 — Jesus: o Mestre das missões, por Roberto Wieland
Para
8 a 15 de agosto de 2015
O
sonho de Ellen White era que a mensagem de 1888 fosse proclamada em “cada
igreja”, e então iria espalhar-se para o mundo além, onde milhões de pessoas
iriam encontrar a verdade preciosa num ensinamento da cruz, que nunca tinham
visto antes.
O
fato é que multidões de cristãos protestantes e católicos-romanos, totalmente
sinceros, nunca entenderam a cruz de Cristo! A razão é que a sua crença comum
na imortalidade natural tinha sido um denso nevoeiro a ocultar de sua visão a
verdade do que aconteceu na cruz. Os adventistas do sétimo dia têm ensinado a
não imortalidade da alma por quase dois séculos, mas a sua confusão sobre os
dois concertos1
os impediu também de ver com clareza o que aconteceu na cruz. Assim, a
proclamação da cruz de Cristo tornou-se a essência da mensagem do alto clamor
de 1888 que “nós” tínhamos antecipado por décadas, contudo nunca soubemos o que
seria.
Jesus
proclamou esta mesma verdade, que é a missão central e ensino “evangelístico” da mensagem de 1888. Foi na Festa dos
Tabernáculos em Jerusalém pouco antes de Sua crucificação:
“No
último dia, o grande dia da festa, Jesus pôs-Se em pé, e clamou, dizendo: ‘Se
alguém tem sede, venha a Mim e beba. Quem crê em Mim, como diz a Escritura
[Cantares de Salomão 4:15], rios de água
viva correrão de seu ventre’” (João 7:37, 38).
Esta
é uma declaração profunda do método de evangelização e missão que Jesus amava.
Ele não está colocando pressão sobre nós para fazer isto ou aquilo; não está
nos fazendo sentir culpados por não fazer mais “evangelismo”. Ele está
garantindo que se nós realmente acreditarmos nEle, o evangelismo mais puro
estará fluindo de nossos corações a partir de uma fonte transbordante. Claro,
ninguém pode realmente “acreditar” se não entender a mensagem. Portanto, a
proclamação, o ensino, das “mais preciosas” verdades é absolutamente essencial.
Esta
é a noção que Ellen White, A. T. Jones e E. J. Waggoner viam na mensagem de
1888. O amor pela mensagem que é despertado por alguém que primeiro a descobre,
nunca morre. Você deseja compartilhá-la de alguma forma com toda a alma que
encontra. É uma repetição do que motivou os primeiros cristãos; e a juventude
capta a visão prontamente ao compreender claramente a mensagem.
Durante
anos Ellen White expressou mais de 300 endossos da mensagem de 18882, e o
peso de seu coração era dar a mensagem ao mundo. Ela estava pesarosa de que no
final dos tempos a oposição à mensagem resultaria em que esta fosse “em grande
medida, mantida afastada do mundo” (Mensagens
Escolhidas, livro 1, pág. 234 e 235). A mensagem em si estava embutida em
“evangelismo”. Não poderia ser parada, uma vez iniciada, a menos que “os
irmãos” conseguissem paralisá-la.
No
final dos tempos, sua principal decepção que ela expressou não foi que mais
dinheiro não tinha entrado para “evangelismo público”, mas o fato de que nossos
ministros e o povo não tinham compreendido a própria mensagem. O que ocupava
sua mente naquele momento do Alto Clamor não era tanto o que chamamos de
“evangelismo público”, em que um ou alguns indivíduos proclamam a mensagem e
muitos vêm ouvi-la (isso surgiria mais tarde), mas uma missão pessoal por parte
dos membros da Igreja que vieram a entender a mensagem. Ela antecipava um
método de um-para-um de proclamá-la como altamente eficiente, a ponto de
alcançar êxito em concluir a comissão evangélica no mundo numa única geração.
Ela viu esta ser a intenção do Céu para nós.
Mas o
poder por detrás de sua visão precisa ser entendido: era “a verdade do
evangelho”, como contida na própria mensagem de 1888. Não se tratava de enigmas
teológicos desvendados; não eram esforços conduzidos pela Associação em tendas
ou salões; era uma verdade simples apreendida por pessoas comuns que nunca a
tinham ouvido tão claramente antes. Apegava-se a suas almas como Boas Novas que
atendiam às necessidades de seus corações.
Incluía
novas ideias:
O Novo
Concerto. Nunca antes tinha sido proclamado tão claramente.
Inspirava as pessoas a compartilharem as ideias.3
A
justificação que Cristo realizou por Seu sacrifício “pelos pecados do mundo
inteiro.” Visões calvinistas e arminianas tinham agido como
cataratas espirituais cegando as pessoas; agora eram removidas. A clareza
resultante era uma motivação poderosa para compartilhar a mensagem.4
A
compreensão do que é a fé. Enfocava como uma apreciação de coração do que
custou ao Filho de Deus salvar o mundo. Deixe o coração ser movido com “a
verdade do evangelho,” deixe o Salvador ser erguido na Sua cruz e nada pode
fazer parar quem crê de compartilhá-la!5
A
obediência à lei. Na sequência da proclamação da mensagem de 1888,
obediência tornou-se uma alegria.6 “Milhares de dólares” em dízimo volviam à Igreja sem
aplicar-se pressão, simplesmente porque a mensagem de “que a fé opera por amor
[Ágape]” apegava-se à alma. Devolver
o dízimo para o Senhor tornou-se uma alegria Porque era visto que o “jugo [de
Cristo] é suave, e [Seu] fardo é leve.” Amor ao dinheiro era eclipsado pelo
amor do evangelho.
A
verdade da proximidade do Salvador. Isto trazia Jesus para tão perto que “nós” O vimos
como sendo real, “um Salvador ao alcance da mão, e não distante”.7 A
confusão em “nossa” ideia da personalidade de Cristo foi resolvida. Pensamentos
bíblicos substituiram a penumbra do nevoeiro protestante originalmente herdado
do catolicismo romano. Ellen White disse que os jovens eram levados a encontrar
face a face a Cristo como se dobrassem a esquina e ali estando Ele.
Por
fim, a doutrina do santuário torna-se viva.8 “Nós”
descobrimos uma razão para viver que nos constrangia com novo ardor. Podíamos
cooperar com Cristo em Sua obra final como Sumo Sacerdote. Cada indivíduo de
repente adquiria uma importância de respeito próprio, como alguém que poderia
ajudar a acelerar o retorno de Jesus porque poderíamos de fato ajudá-Lo em Sua
tarefa final.
E
assim por diante, as verdades de 1888 levariam muitos a exclamar: “Nunca vi tão
claramente a Bíblia antes!” Apenas tinham de dizer aos outros! Ninguém poderia
deter os crentes.
Ellen
White nos disse que ficaríamos surpresos com “os meios simples” que Deus
empregará na proclamação final da mensagem do terceiro anjo: esta era a
mensagem de 1888. (*Vários
me escreveram, indagando se a mensagem da justificação pela fé é a mensagem do
terceiro anjo, e tenho respondido: ‘É a mensagem do terceiro anjo, em verdade’”
—Review and Herald, 1º de Abril de
1890, E Mensagens Escolhidas, vol. 1,
pág. 372). Esta mensagem tomou a todos de surpresa em
1888, incluindo a própria Ellen White. Quando a própria mensagem em sua pura
força não for diluída com conceitos de Babilônia que a comprometam, não será
ela proclamada como o Céu intencionou, para “cada igreja adventista do sétimo
dia” e depois para o mundo? O fulgor final de glória do evangelho vai iluminar
o mundo, e pela primeira vez desde o Pentecostes missão e evangelismo
finalmente encontrarão o seu sentido próprio.
—Extraido dos escritos do Pr. Robert J. Wieland
O irmão Roberto J. Wieland foi um pastor
adventista, a vida inteira, missionário na África, em Nairobe e Kenia. É autor
de inúmeros livros. Foi consultor editorial adventista do Sétimo Dia para a
África. Ele deu sua vida por Cristo na África. Desde que foi jubilado, até sua
morte, em julho de 2011, aos 95 anos, viveu na Califórnia, EUA, onde ainda era
atuante na sua igreja local. Ele
é autor de dezenas de livros. Em 1950 ele
e o pastor Donald K. Short, também missionário na África, em uma das férias
deles nos Estados Unidos, fizeram dois pedidos à Conferência Geral: 1º)
que
fossem publicadas todas as matérias de Ellen G. White sobre 1888, e 2º) que fosse publicada uma antologia dos
escritos de Waggoner e Jones. Eles e sua mensagem receberam mais de 200
recomendações de Ellen G. White. 38
anos depois, em 1988, a Conferência Geral atendeu o primeiro pedido,
o que resultou na publicação de 4 volumes com um total
de 1821 páginas tamanho A4, com o título Materiais de Ellen G. White sobre 1888. Quanto ao segundo pedido
até hoje não foi o mesmo ainda atendido.
Asteriscos (*) indicam acréscimos do tradutor.
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Notas do
tradutor:
1)
A confusão sobre os dois concertos é
esclarecida, observando-se uma pergunta: quem
faz a promessa?
QUANDO você
ou eu fazemos a promessa a Deus, você tem o Velho Concerto. É Pedro prometendo que
ele nunca vai negar a Cristo, e, em seguida, negando-O antes que o galo
cantasse na manhã seguinte. É "todo
o povo", prometendo no Monte Sinai: "Tudo o que o Senhor tem falado, faremos!" (Êxo. 19:8) ..
“e obedeceremos” (24:7), e, em
seguida, curvando-se ante um bezerro de ouro poucos dias depois (Êxo. 32: 1-8).
O problema é simples: nós, humanos, não cumprimos as nossas promessas, na
verdade, não podemos cumpri-las, porque não temos justiça própria.
Alguém
pode dizer: "O que há de errado em fazer boas promessas a Deus, mesmo se
você quebrá-las?" Há várias coisas erradas nisso: o próprio Deus nunca lhe
pediu para fazê-las, e, ainda, Paulo diz que fazer promessas a Deus e
quebrá-las traz para você a "servidão"
espiritual, Gálatas 4:24. Foi o início de séculos de triste história israelita
que finalmente levou-os à "escravidão" de cativeiros estrangeiros e,
em seguida, no final, a crucificar o seu Messias. Aqueles que pensam que o
Antigo e o Novo Concertos são a mesma coisa estão confundindo liberdade com
escravidão!
Quando Deus faz a promessa, você tem o Novo Concerto. E crer em Sua promessa é
liberdade, não escravidão. Ele sempre mantém Sua promessa. "Deleita-te também no Senhor, e Ele te concederá os desejos do teu
coração" (Salmo 37:4). Você pode dizer: "Isso é uma boa nova —
mal posso acreditar que Ele vai fazer isso por mim!" Sarah não conseguia
acreditar, até que ela se arrependeu de sua incredulidade (Heb. 11:11). Você
pode se arrepender, também.
Quer entender os dois concertos? Só
Ellen G. White tem a idéia correta. No blog http://agape-edicoes.blogspot.com, você irá
encontrar (na coluna da direita), no ano de 2013, no mês de julho o arquivo com o Título: “3º Trim. 2013 — Os dois
concertos, continuação”, que disseca as págs. 367 a 373 de Patriarcas e
Profetas, frase por frase, e identificamos ali cada detalhe.
2) Temos uma relação de 374 endossos de Ellen
G. White aos 2 mensageiros de 1888 e sua mensagem. Está em Inglês, se você
puder ler em inglês mande-nos um envelope ofício endereçado a você mesmo com o
pedido: “—desejo receber as 374 recomendações de Ellen G. White às pessoas de
Waggoner e Jones e sua mensagem”.
3) O “NOVO
CONCERTO´´ É O CONCERTO ETERNO. Ainda no nosso blog http://agape-edicoes.blogspot.com você irá
encontrar (na coluna da direita), no ano de 2010, nos meses de agosto e
setembro, a tradução de todos os capítulos de “O Concerto Eterno”,
escrito por Ellet J. Waggoner, um dos dois mensageiros de 1888.
O livro O Concerto Eterno, de Ellet J. Waggoner é citado por Jean R.
Zurcher, em Tocados por Nossos
Sentimentos à pág. 73 (Na tradução de Cesar L. Pagani, IEST Publicações, está no meio da pág. 68) uma recomendação do Pr.
Albert V. Olson, vice-presidente da Conferência Geral, que disse: “Estou profundamente convencido de que algo
deve ser feito para colocar um dilúvio de luz nos lares de nosso povo. Não
conheço um livro melhor para fazer isso, além da Bíblia, do que O Concerto Eterno do irmão Waggoner” (originalmente citado em na sua obra Through Crisis to Victory, Da Crise à
Vitória, pág. 231, do Pr. Albert V. Olson).
Também Waggoner tem muito mais a dizer sobre os
concertos, atingindo o cerne da questão em seus comentários à carta aos Gálatas
no livro “The Glad Tidings” (Boas Novas).
Ainda no blog http://agape-edicoes.blogspot.com, se você, na barra de pesquisa (no canto superior esquerdo) digitar: “Concerto eterno” ou, “Os dois concertos”, encontrará também diferentes arquivos que ao longo de anos temos postado ali. Sobre os dois concertos você poderá localizar os seguintes arquivos nos meses e anos: fevereiro de 2011; novembro de 2011; dezembro de 2011; julho de 2013; outubro de 2013; julho de 2013; 2 arquivos em junho de 2014; etc... etc...
4) Jacó Armínio, Jacobus Arminius, nome latinizado de Jakob
Hermanszoon (1560-1609), foi um teólogo neerlandês da época da reforma
protestante que estudou, ensinou e eventualmente se desligou do calvinismo.
Após a sua morte, João Calvino provocou uma ampla discussão no Sínodo de Dort,
com a Confissão de Fé Belga, com sua objeção ao padrão reformado, resultando
nos cinco pontos do calvinismo na refutação dos ensinamentos de Armínio.
Armínio dizia: “—Cristo
morreu para tornar a salvação à disposição de todos no mundo. Mas apenas
aqueles que fazem algo por crer em Jesus são salvos.”
João
Calvino
dizia: “—Cristo salvou aqueles por quem Ele morreu, mas a expiação é limitada
aos eleitos pré-selecionados de Deus—.”
Os
eruditos adventistas hoje dizem que a nossa teologia adventista é arminiana,
mas confira por você mesmo se isto é bem assim: Cristo realmente salvou o mundo
através de Sua morte na cruz. Como Paulo o afirma, "A ação judicial, na sequência de um crime [de Adão], (*foi) emitida em um veredicto de condenação, mas o
ato de graça, seguindo por tantos crimes, emitidos num veredicto [judicial]
de absolvição.... O resultado de um ato
justo [a cruz] é absolvição e vida
para todos os homens” (Rom. 5:16, 18, NEB). (*Nova Versão da Bíblia em Inglês).
Ellet
J. Waggoner escreveu: “Deus operou a salvação para cada homem, e a deu a ele,
mas a maioria a despreza e a joga fora. O julgamento vai revelar o fato de que
salvação completa foi dada a cada um, e que os perdidos têm, deliberadamente,
jogado fora seu direito de posse de primogenitura” (Boas Novas, pág. 14, edições Boas Novas)
A mensagem de
1888 nos ajuda a ver nas Escrituras o que falta no calvinismo e no
arminianismo. O que Cristo realizou na Sua cruz é o perdão (*incondicional) de
Deus dado a todos. Salvação é eficaz para aqueles por quem Cristo morreu
(calvinismo), e Cristo morreu por todos (arminianismo) independentemente deles
crerem ou não.
A maior de
todas as verdades do adventismo é — JESUS É O SALVADOR DE TODA A HUMANIDADE!!!
A
mensagem de 1888 afirma que “—Cristo
provou a morte por todo homem” (Heb. 2:9). Ele pagou o “salário do pecado,” que “é a
morte" (Romanos 6:23) — “a
segunda morte” (*Apoc. 20:14). Assim ninguém deve nada a Deus: “Deus estava em Cristo
reconciliando consigo o mundo, não
imputando aos homens os seus pecados” (2ª Cor. 5:19). Só se perderá
quem rejeitar a salvação dada por Deus a todos, desprezando-a e jogando-a fora,
como Esaú desprezou seu direito de primogenitura, trocando-a por um prato de
lentilhas.
5)
Além do acima dito a mensagem de 1888 define fé dizendo: “Fé é crer que só a palavra de Deus
pode executar o que diz, esperar que só ela faça o que diz, e depender da
palavra de Deus para fazer o que só ela diz.
"Entrando Jesus em Cafarnaum, chegou junto
dele um centurião, rogando-Lhe, e dizendo: 'Senhor, o meu criado jaz em casa,
paralítico, e violentamente atormentado. E Jesus disse-lhe: ‘Eu ire, e lhe
darei saúde.’ E o centurião, respondendo, disse: 'Senhor, não sou digno de que
entres debaixo do meu telhado, mas dize somente uma palavra e o meu criado há de sarar. Pois também eu sou homem
sob autoridade, e tenho soldados às minhas ordens; e digo a este: Vai, e ele
vai; e a outro: Vem, e ele vem; e ao meu criado: Faze isto, e ele o faz.’ E
maravilhou-Se Jesus, ouvindo isto, e disse aos que O seguiam, Em verdade
vos digo que nem mesmo em Israel encontrei tanta fé” (Mat. 8:5 em diante, ênfase acrescida).
Por que Jesus disse que ele tinha fé? Afinal aquele homem era um romano, um gentio, um soldado, um líder
de homens guerreiros, um poderoso homem de guerra.
É que o centurião compreendeu o poder da palavra de autoridade. Ele disse: "Fale
uma palavra somente, e o meu servo será curado. Porque eu [também] sou um homem sujeito à
autoridade, tendo soldados subordinados a mim, e digo a este: Vai, e ele vai; e
a outro: Vem, e ele vem; e ao meu servo: Faze isto, e ele
o faz." O poder da fé deste homem era
que ele acreditava que Cristo era o Deus vivo, que Ele tinha o poder de
Deus em Sua Palavra, e ele estava disposto a depender daquela
palavra para fazer o que a palavra dissesse. E qual foi o resultado? É
dito no versículo 13, "o servo ficou curado naquela mesma hora.”
O que precisamos é abandonar a nosso próprio modo de agir e
permitir que Cristo tenha total controle, crendo que Ele está trabalhando, que
tudo vem dEle, e que Ele já providenciou um meio de escape, se nós
formos suficientemente simples para deixá-Lo trabalhar ao Seu próprio modo — por Sua palavra somente. Como o
centurião, precisamos lançar-nos sobre a todo-poderosa palavra de Deus, crendo
que não há modo humano de escape, e deixar que Ele tenha total controle de
nossas vidas, nossos pensamentos, nossos desejos. Todo poder está na palavra de
Deus. Nós não temos força alguma.
O centurião fez isso. Ele creu que só a palavra
de Deus poderia fazer o que afirmava. Ele esperou que apenas a
palavra de Deus pudesse fazer o que dizia. E, finalmente, ele dependeu
unicamente da palavra de Deus para fazer o que ela disse, e ele sabia que o
próprio Jesus era a Palavra de Deus. E por crer nisso, o centurião estava
expressando apreço pelo poder da palavra de Deus.
6) Judas diz que Deus é "poderoso
para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos irrepreensíveis com alegria
perante a Sua glória" (Judas 24). A obediência não é o ato de um
individuo, pois neste caso ele iria levar o crédito por isso. É a
"obediência de Cristo" recebida pelo indivíduo através da fé, que
opera pelo amor, e é creditada ao penitente, como se fosse sua própria. Não há
outra justiça. "Àquele que não
conheceu pecado, O fez pecado por nós, para que nEle fôssemos feitos justiça de
Deus" (2ª Coríntios 5:21).
O apóstolo Paulo diz: "Já estou crucificado com Cristo; e vivo, mas não eu, mas Cristo
vive em mim, e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, O
qual me amou e Se entregou a Si mesmo por mim" (Gál. 2:20). "Porque aquele que está morto está
justificado do pecado. Nós que estamos mortos para o pecado, como viveremos
ainda nele?" (Rom. 6:7, 2).
Pecado é o oposto da obediência, é a desobediência
ou incredulidade.
O Pai enviou Jesus "para que nisso vos abençoasse, no apartar, a cada um de vós, das
vossas maldades" (Atos 3:26). E Mateus escreveu: "e chamarás o Seu nome Jesus, porque Ele salvará o Seu povo dos
seus pecados" (Mat. 1:21), não nos seus pecados.
Ellen G. White disse: "A fonte do coração deve
ser purificada para que a corrente se possa tornar pura. Aquele que se esforça
para alcançar o céu por suas próprias obras em observar a lei, está tentando o
impossível. Não há segurança para uma pessoa que tenha uma religião meramente
legal, uma forma de piedade. A vida cristã não é uma modificação ou melhoramento
da antiga, mas uma transformação da natureza. Tem lugar a morte do eu e do
pecado, e uma vida nova. Esta mudança só se pode efetuar mediante a eficaz
operação do Espírito Santo" (O
Desejado de Todas as Nações, pág. 172).
E mais: "Portanto
pode também salvar perfeitamente os que por Ele se chegam a Deus, vivendo
sempre para interceder por eles" (Heb. 7:25). Por Sua vida imaculada,
obediência e morte na cruz do Calvário, intercedeu Cristo pela raça perdida
" (Parábolas de Jesus, pág.
156).
A obediência não se mantém sozinha como algo que
fazemos, mas é o cerne da mensagem de justificação pela fé do terceiro anjo.
Justiça pela fé é o mesmo que a justificação pela fé, e esses termos significam
obediência pela fé.
“Não pode
haver um estado mais privilegiado do que o de justificação" (Waggoner, no
artigo "Sendo Justificados,"
publicado na Signs of the Times, de
1º de maio de 1893).
Que sejamos "Cheios
dos frutos de justiça, que são por Jesus Cristo" (Fil. 1:11). Esta é a
justiça ou a obediência da fé (Rom. 1: 5; 16:26). Esta não é uma mera teoria, é
uma verdade prática.
7) Cristo assumiu nossa natureza com
4.000 anos de degenerescência, sem isenção alguma (DTN, pág. 49), nem sequer
moral (DTN, 117), para ser “Deus Conosco”. Desceu ao fundo do poço do pecado para
dele nos resgatar, estando sujeito às mesmas tentações que nós, “com risco
de fracasso e ruína eterna” (DTN, 49). E, a despeito de portar esse
“equipamento” defeituoso e falho, “não pecou”, muito embora tenha sido em tudo
tentado como nós. Se nós pregarmos a Cristo sem confessar que Ele veio em carne
pecaminosa (o conceito de carne no Novo Testamento), não estaremos sendo Mensageiros
da Esperança, mas apresentando um cristo falso, manifestando “o
espírito do anticristo”. Este é o mesmo espírito de Babilônia, que não cria em
um Deus Conosco, mas “nos deuses cuja morada não é com a carne” (Dan. 2:11). Isto é, “deuses
cuja morada não é com” os homens.
1ª
João 4: 2 e 3 diz: “Todo o espírito que confessa que Jesus Cristo veio em
carne é de Deus; e todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne
não é de Deus." Preste atenção no verbo “confessar”, no tempo
presente, “confessa”. Não é suficiente confessar que Jesus Cristo
veio na carne; isso não trará nenhuma salvação a qualquer pessoa. Devemos
confessar, com um claro conhecimento, que Jesus vem agora em carne, para
habitar em nós pecadores, e então nós somos de Deus. Cristo encarnou-Se há
2.000 anos atrás para demonstrar tal possibilidade.
Só
há uma maneira de se crer que Cristo vem para habitar no coração pecaminoso do
pecador, é crendo que Ele já fez isto uma vez. Ele já veio a este mundo e
habitou em carne humana pecaminosa, caída, deteriorada. E o que Ele fez uma
vez, Ele pode fazer milhares de outras vezes nos corações daqueles que O
permitirem. Aquele que nega a possibilidade de Sua vinda na carne dos homens
agora, nega assim o fato de ter Ele jamais assumido a carne humana caída.
No
Novo Testamento o termo “carne”, (“SARX”, do grego), é a natureza humana caída,
deteriorada, pecaminosa. Karl Barth, (1886/1968), considerado o maior
teólogo do século XX, em Church Dogmatic, vol. I, parte 2, pág. 151,
diz: “Carne é a natureza humana marcada pelo pecado de Adão.” O
dicionário Revised Bauer-Arndt-Gingrich Greek Lexicon, diz que a palavra
“sarx” (Gr.), “carne”, é a tendência dentro do homem caído para desobedecer a
Deus em todas as áreas da vida; o instrumento desejoso do pecado
(particularmente nos escritos de Paulo).
Negar
que Cristo veio na nossa carne para nos dar Sua vitória sobre o pecado, é
partilhar do espírito do anticristo. Não podemos ver como Deus pode mudar
nossas mentes para dar-nos vitória sobre o pecado, se insistirmos em ver como
Ele o fará. Isto é querer andar por visão, não por fé.
Se
queremos apresentar a “Jesus: o Mestre das missões”, como
é o título da lição desta semana, "sentiremos a necessidade de
apresentar Cristo como um Salvador que não está longe, mas perto, à mão."
Considere
O Desejado de Todas as Nações, págs. 311 e 312, onde a serva do Senhor
nos diz:
“Cristo
é a escada que Jacó viu, tendo a base na Terra, e o topo chegando à porta do
Céu, ao próprio limiar da glória. Se aquela escada houvesse deixado de chegar à
Terra, por um único degrau que fosse, teríamos ficado perdidos. Mas
Cristo vem ter conosco onde nos achamos. Tomou nossa natureza e venceu, para
que, revestindo-nos de Sua natureza, nós pudéssemos vencer. Feito ‘em
semelhança da carne do pecado’ (Rom. 8:3), viveu uma vida isenta de pecado. Por
Sua divindade, firma-Se ao trono do Céu, ao passo que, pela Sua humanidade, Se
liga a nós. Manda-nos que, pela fé nEle, atinjamos a glória do caráter de Deus.
Portanto, sede perfeitos, como "é perfeito vosso Pai que está nos
Céus". Mat. 5:48. (DTN, págs. 311 e 312, grifamos). “Cristo, com Seus
próprios méritos construiu uma ponte através do abismo que o pecado causou. Ele
liga o homem em sua fraqueza e desamparo, à fonte do poder infinito.” Patriarcas
e Profetas., pág. 184.
Apresentar
a Cristo como “isento” de nossa natureza no aspecto moral, é apresentar um deus
egoísta que não se deu completamente à humanidade, “com risco de perda eterna”,
mas que teria vindo ao nosso planeta como um embaixador, com isenções e
prerrogativas protecionistas, aqui cumprindo sua missão e voltando, 3 anos e
meio depois, para o seu pais de origem. Isto faria dos sofrimentos de Cristo no
Getsêmani e no Calvário uma peça teatral, fingimento. Este não é o Homem-Jesus apresentado na Bíblia e no Esp. de
Profecia.
Temos
que entender corretamente este tema da cristologia, porque “a humanidade do
Filho de Deus é tudo para nós. É a corrente de ouro que liga nossa alma a
Cristo, e por meio de Cristo a Deus. Isto deve constituir nosso estudo. Cristo
foi um homem real; deu prova de Sua humildade, tornando-Se homem. Entretanto,
era Ele Deus na carne. Quando abordamos este assunto, bem faremos em levar a
sério as palavras dirigidas por Cristo a Moisés, junto à sarça ardente: ‘Tira
as sandálias dos pés, porque o lugar em que estás é terra santa.’ Êxo. 3:5.
Devemos aproximar-nos deste estudo com a humildade de um discípulo, de coração
contrito. E o estudo da encarnação de Cristo é campo frutífero, que
recompensará o pesquisador que cave fundo em busca de verdades ocultas.” Mensagens
Escolhidas, vol. 1, pág. 244
Uma
das bênçãos da mensagem de 1888 é o fato de que o nosso Salvador entende muito
bem nosso sofrimento porque, na encarnação, Ele veio totalmente perto de nós. Ele veio a ser a própria
humanidade. Sem um verdadeiro entendimento da natureza que Cristo assumiu na
encarnação, nós sempre duvidaremos que Deus possa simpatizar-Se com as lutas da
vida em carne pecaminosa. Sabemos que Ele foi tentado "em todos os
pontos como somos," na mesma carne pecaminosa (mas nunca pecou), Ele
está intimamente ciente de nossas necessidades. Portanto podemos acreditar que
Ele fornecerá a ajuda de que nós necessitamos para sermos vitoriosos.
8) No blog http://agape-edicoes.blogspot.com, na coluna da
direita você verá bem no topo uma apresentação da importância da mensagem do
Santuário. Ali dizemos que em 1º de outubro de 2013 postamos dezesseis sermões
cristocêntricos; eles estão ali, confira-os.. Precisamos mergulhar fundo nos
aspectos práticos do objetivo da doutrina do Santuário, principalmente a sua
purificação. O que Jesus quer fazer hoje na sua e na minha vida aqui, agora,
para purificar o santuário do nosso coração? Qual é a aplicação prática da
expiação do pecado, como focada na mensagem de 1888? Confira.
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