Extraído da Enciclopédia Adventista, vol. 10 da série SDABC,
2ª edição, Review and Herald Publishing Association, Washington DC., 1976, e de outras fontes:
2ª edição, Review and Herald Publishing Association, Washington DC., 1976, e de outras fontes:
Ellet
Joseph Waggoner,
Nascido
em Baraboo, Wisconsin, em 1855, filho de Joseph Harvey
Waggoner e de Dona Maryetta Hall
Waggoner, convertidos ao adventismo dois anos antes. Sendo Adventista de berço,
a segunda geração de pioneiros, concluiu o segundo grau no Colégio de Battle
Creek, Michigan, nos primeiros anos daquela
instituição, e prosseguiu seus estudos na Faculdade Médica Bellevue, na cidade
de Nova Iorque. Casou-se com Jessie Fremont Moser, a quem conheceu no Colégio
de Battle Creek. Iniciou sua carreira como médico no Sanatório Adventista de
Battle Creek, mas considerou que seu coração estava em evangelismo e preferia
pregar a clinicar, e assim entrou para o ministério evangélico.
Depois
de revelar talento para escrever, foi ele chamado a trabalhar como
editor-assistente da revista Signs of the Times, em 1884,
sob a direção de seu pai. Nesse tempo, muitos líderes da igreja ainda
acalentavam conceitos semi-arianos ou adocianistas, concernentes à natureza divina de
Cristo, daí a importância da questão levantada por Waggoner: “Cristo é Deus?”
Como resposta aos tais, naquele ano Waggoner publicou uma série de artigos
naquela revista, nos quais afirmava sua fé na divindade de Cristo, Criador de
todas as coisas, a quem os anjos adoram exatamente como fazem a Deus, o Pai.
Dois
anos mais tarde, tornou-se editor-chefe da revista Signs of the Times,
cargo que manteve até 1891.
Foi
um dos dois mensageiros da Assembléia da Associação Geral de 1888, realizada em
Mineápolis, estado de Minessota, EUA, entre 17 de outubro e 4 de novembro daquele
ano, tendo sido o primeiro teólogo adventista a apresentar a Cristologia sistemática referente à divindade e
à humanidade de Jesus Cristo.
Os
Pastoes Roberto J. Wieland, e Donald K. Short, em sua exposição à Conferência
Geral, em meados do século XX, do documento intitulado An Introduction to
the 1888 Message, (Uma Introdução à Mensagem de 1888,
relatou uma relação de mais de duzentos
endossos de Ellen G. White à obra e mensagem de Waggoner e Jones. Cremos que uma
das mais conhecidas e importante (do ponto de vista espiritual) está em Testemunhos para Ministros e Obreiros
Evangélicos, págs. 91 e 92:
“Em Sua grande misericórdia, enviou o Senhor uma mui (*sic)
preciosa mensagem a Seu povo por intermédio dos Pastores E.J. Waggoner e A.T. Jones
(*na assembléia da Associação Geral, de 1888 e anos que se seguiram). Esta
mensagem devia pôr de maneira mais preeminente diante do mundo o Salvador
crucificado, o sacrifício pelos pecados de todo o mundo. Apresentava a
justificação pela fé no Fiador; convidava o povo para receber a justiça de
Cristo, que se manifesta na obediência a todos os mandamentos de Deus.”
Na
assembléia da Associação Geral de Minneápolis, em 1888, Waggoner apresentou uma
série de palestras sobre a divindade de Cristo, um assunto que estava na agenda
da Conferência. Embora não tenha deixado versões escritas de suas
apresentações, Waggoner publicou uma série de quatro artigos na Signs of the
Times sobre o assunto, imediatamente após a sessão nos dias 25 de março, 1,
8 e 15 de abril de 1889. Isso sugere que eles foram relatos de suas palestras.
Eles também foram incluídos nas primeiras quatro seções do livro Christ and
His Righteousness (Cristo e Sua Justiça), publicado em 1890. Esse
livro contém a maioria das idéias prevalecentes na Cristologia adventista
sistematizada por Waggoner
Para
provar que Ele realmente era Deus, Waggoner citou muitos versos nos quais
Cristo era chamado Deus. Para benefício daqueles que ainda negavam isso, ele
explicou que o nome de Deus “não foi dado a Cristo em conseqüência de alguma
grande realização, mas é Seu por direito hereditário”. “Cristo é a ‘expressa
imagem’ da pessoa do Pai (Heb. 1:3)... Conquanto
Filho do Deus auto-existente, Ele tinha por natureza todos os atributos da
divindade”. O próprio Cristo ensinou de maneira categórica que Ele era Deus (João 14:8 e 9;
10:33; 8:58) Waggoner enfatizava a importância da declaração do Apóstolo Paulo em Col.
1:19: “Porque aprouve a Deus que nEle
habitasse toda a plenitude.” E Col. 2:9:
“Porque nEle habita corporalmente toda a plenitude da divindade.” Waggoner qualifica isso como “o mais absoluto e inequívoco
testemunho”, noção que foi repetida quinze vezes em seu estudo.
Não
bastou para ele simplesmente dizer: “Jesus Cristo é Deus.” Os apóstolos
descrevem-nO também como “Criador”. Waggoner cita Colossenses 1:15-17,
afirmando que “não há coisa alguma no Universo que deixou de ser criada por
Cristo... Tudo depende dEle para existir ... Ele sustém todas as coisas pela
palavra do Seu poder”. Em Hebreus 1:10, o próprio Pai diz ao Filho: “Tu, ó Senhor, no princípio fundaste a
Terra e os céus são obra das Tuas mãos.”
A insistência de Waggoner sobre o fato de ser Cristo da mesma substância de Deus e possuir vida em Si mesmo, não era, indubitavelmente, uma novidade aos olhos de muitos dos delegados na assembléia de Minneápolis. Sua posição sobre a natureza divina de Cristo era, provavelmente, parte da razão para a oposição de muitos delegados à sua mensagem sobre a justificação pela fé. Ele, evidentemente, achou que era essencial afirmar a igualdade de Cristo com Deus, pois somente a vida de Deus em Cristo tinha o poder de salvar pecadores, justificando-os por Sua graça.
Sua
contribuição nesse ponto, como também a respeito da natureza humana de Cristo,
foi decisiva. Froom reconhece isso prontamente: “Em 1888, Waggoner estava sendo
pioneiro, e sem os benefícios das muitas afirmações posteriores dela [Ellen White]”, “não apenas sobre a eterna
preexistência de Cristo, como também de Sua existência individual e Sua
infinitude, igualdade e onipotência”.
Ellen White assim se expressou após ouvir
Waggoner: “A plenitude da divindade em Jesus Cristo foi-nos
mostrada com beleza e encanto” (Review and Herald, 27 de maio de 1890).
Para ela, isso demonstrava que Deus estava operando entre eles.
Nos
anos que se seguiram aquela “mui preciosa mensagem” (TM, 91 e 92, no original),
Ellet J. Waggoner, e Alonzo T. Jones, juntamente com a mensageira do Senhor,
Ellen G. White, passaram a fazer séries de reuniões nas igrejas apresentando ao
povo aquela mensagem.
Tempos
depois este trio evangelístico se desfez em decorrência de “nomeações”: EGW “enviada”
para a Austrália, Alonzo Trevier Jones permaneceu nos EUA e Ellet José Waggoner, de 1892 até 1902,
trabalhou na Inglaterra, primeiramente
como editor da Present Truth, e depois como primeiro presidente da
Associação do Sul da Inglaterra. Durante estes anos ele retornou aos EUA para
as assembléias da Conferência Geral de 1897, 1899, 1901 and 1903. Em todas,
exceto a última, ele foi o orador principal. Após retornar aos Estados Unidos definitivamente,
entre1903 e 1904 Waggoner foi porofessor de Bíblia na faculdade Emmanuel
Missionary College, em Berrien Springs, Michigan.
Por causa de seu divórcio e novo casamento com Edith Adams despendeu os anos que
se seguiram, à parte da igreja, mas após 1910, tornou-se professor de teologia
no Colégio de Battle Creek, nessa época dirigido por John Harvey Kellogg. (Seventh-day
Adventist Encyclopedia, vol. 10,
pág. 1563).
Um
correspondente nosso nos disse, através de e-mail, que "no livro 'Ellet J. Waggoner--The Myth and
the Man', as informações sobre Waggoner não são nada ‘gloriosas’ sobre os seus
últimos anos de vida, tendo aderido de corpo e alma aos conceitos panteístas, e
terminado com uma amante, interpretando até isso dentro da sua nova visão de
panteísmo (o amor universal, não sei o quê mais...). Só que a esposa dele não
quis conversa fiada e sapecou-lhe um pedido de divórcio. Seria interessante informar
isso ao seu público”.
Bem, vamos informar: admitamos que haja muita verdade
nisto. Mas o que isto importa para a validade das mensagens de “Justificação
pela fé” e da “Justiça de Cristo”?
Quando começaram a aparecer rumores de “apostasia”
dos dois mensageiros de 1888, Ellen G. White respondeu a um interlecutor: “Se isto vier a ocorrer em nada alterará
a mensagem que deram”.
Postamos neste blog, a seguir, cinco (5)
arquivos com 374 recomendações da serva do Senhor às pessoas dos dois
mensageiros e sua mensagem nos anos de 1888 até 1896. Deus não erra. Ao Ele
escolher Waggoner e Jones (TM págs 91 a 97) sabia que Sua mensagem seria aceita
por poucos e rejeitada por milhões que a teriam como “pedra de tropeço e rocha de escândalo” (1ª Pedro 2:8).
Nós também não invalidamos a linda
mensagem de Balaão, a despeito de seu erro de ter “amado o prêmio da injustiça” (2º Pedro 2: 15).
O Senhor “repreenda” os que “contendem” (Judas
9) contra os servos dEle com irrazoável oposição persistente, e os levam a se desviarem
com galhofas, ironia e zombaria ferinas.
Creio que isto levou os dois a se
afastarem. Ora, não estou aqui procurando desculpa para qualquer erro de Jones
e Waggoner. Não há desculpas para o pecado. Se houvesse, deixaria de ser pecado.
Mas a própria Ellen White
atribuiu a culpa derradeira deles pelo final fracasso dos dois "em grande
medida" aos irmãos oponentes. Foi um teste para estes, e para nós,
permitido pelo Senhor. É a “operação do erro
para que creiam a mentira, para que sejam julgados todos os que não creram a
verdade, antes tiveram prazer na iniquidade *na injustiça” (2ª Tess. 2: 11 e 12). É uma fidalguia
de Deus nos permitir pendurar nossas dúvidas em ganchos em nossas mentes, se é que não queremos,
de coração, receber a chuva serôdia. É a bondade severa do livre arbítrio se eu
não quero reconhecer a obra de Waggone e Jones (entre 1888 e 1896) como o
começo da chuva serôdia e do alto clamor
"Seja
qual for o curso que o mensageiro persiga, será objetável aos opositores da
verdade; e eles capitalizarão sobre cada defeito em maneiras, costumes, ou
caráter de seus advogados." (RH, 18 de outubro de 1892). "Os que tomaram posição contra a luz em Mineápolis
perderam grandes bênçãos, pois deixaram o eu tomar o senhorio” (Carta O
19, 1892). Em O Desejado de Todas as Nações, pág. 704, vemos que
Caifás, por ciúme, elegeu a Cristo como seu rival. Também os “judeus buscavam outro Cristo: ‘Quem é este?
Não é o filho de José?’
“Homens professando santidade têm desprezado a
Cristo na pessoa de Seus mensageiros.?" (Fundamentos da Educação
Cristã, pág. 472).
“Deve ser dito para crédito de Jones e
Waggoner que eles não renunciaram à fé no Deus de Israel. Eles nunca se
tornaram infiéis ou agnósticos ou ateus. Nunca renunciaram ao sábado ou a sua
dedicação de toda a vida a Cristo. No clima de hoje de assistência à Igreja
eles seriam ainda membros em condição regular. O pecado deles foi que perderam a fé na corporação da Igreja e sua
liderança”.
Por outro lado temos diversas fortes evidências
do retorno dos dois mensageiros à comunhão da IASD nos últimos anos de suas
vidas.
Em 28 de maio de 1916, Waggoner morreu de doença do coração com a idade de 61 anos, e seu amigo Alonzo T. Jones realizou o seu funeral.
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Waggoner
era um teólogo muito fecundo. Escreveu vários e importantes livros,
numerosos panfletos e centenas de artigos para revistas. No entanto, ficou mais
conhecido pelo papel que desempenhou na Assembléia da Associação Geral de 1888,
em Minneapolis, juntamente com seu colega Alonzo T.
Jones. Juntos deixaram sua marca na história da igreja adventista, pelas
apresentações sobre justificação pela fé.
Para Waggoner, o assunto somente poderia ser compreendido através das lentes da
Cristologia.
Veja a bibliografia de Waggoner em um arquivo neste blog a seguir.
Veja a bibliografia de Waggoner em um arquivo neste blog a seguir.
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Os principais livros de Ellet Joseph Waggoner:
- Fathers of the Catholic Faith (Pais da Fé Católica), (Oakland: Pacific Press Pub. Co., 1888);
- The Gospel in the Book of Galatians (O Evangelho na Epístola aos Gálatas) (Oakland: Pacific Press Pub. Co., 1890);
- The Gospel in Creation (O Evangelho na Criação), Battle Creek, Mich.: International Tract Society, 1895);
- The Glad Tidings (Boas-Novas) (Oakland: Pacific Press Pub. Co., 1900);
- The Everlasting Covenant (O Concerto Eterno) (Londres: International Tract Society, 1900).
- Romans (Carta aos Romanos), editor Baker, Greg.: A. L. Hudson, traduzido para o português, postado neste mês no blog agape-edicoes.blogspot.com
Veja no próximo arquivo a Bibliografia Completa de Waggoner
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