quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Lição 6 — O Espírito Santo e a vida santificada, por três autores.



Para 4 a 11 de fevereiro de 2017

            "A santidade é integridade. O que é perfeito é santo.
Mas o homem é imperfeito. Ele era  perfeito na sua criação, mas pecou e perdeu a sua retidão." O corpo, a alma e o espírito se contaminaram com o pecado e, portanto, ficaram sujeitos à morte; pois o pecado é um câncer que, abandonado a si mesmo, avança firmemente na alma, até a morte ser um resultado.Trazer o homem de novo para um estado de santidade, é trazê-lo de volta à condição que era dele antes da queda. E isto é feito não por qualquer mudança exterior visível, mas pelo dom de Cristo — a substituição de Sua perfeição por tudo o que é imperfeito no homem. Cristo Se dá a nós, para que Sua perfeição seja a nossa perfeição, tanto de corpo quanto de alma e espírito.
"A santidade — ou totalidade — vem somente da presença de Cristo, trazendo Sua perfeição. Nada que o homem faça pode trazer santidade, ... só Deus pode fazer o que é santo, e o que não o é só pode assim Ser feito por Sua presença".1
Ellen White viu como a mensagem dos dois "mensageiros" de 1888, A. T. Jones e E. J. Waggoner, chamou a atenção para os aspectos práticos do ministério sacerdotal de Cristo no Santuário Celestial. A mensagem não causou frustração ao apelar para a vida santa, ela proveu os meios para isso. É aqui que os dois grandes "rios", a verdade do santuário e a justificação pela fé, fluiram juntos.
A mensagem de Jones-Wagoner reconheceu claramente que o perdão dos pecados é uma declaração judicial que se baseia unicamente na expiação feita na cruz. Mas eles também viram que a palavra da Bíblia para perdoar significa uma "retirada" real do pecado. Assim, desde a Assembléia da Associação Geral de 1888 eles reconheceram a distinção entre o ministério diário ou contínuo no santuário (*no primeiro compartimento) e o ministério anual (*no segundo compartimento — o Santísimo). Há uma diferença entre o perdão dos pecados e a purificação dos pecados.
A purificação do santuário celestial (*de 1844 até o fim) é uma obra que inclui as pessoas e a elas se estende. Proporciona a perfeição de seu caráter em Cristo, por um lado, e, por outro na destruição final do pecado e dos pecadores e na purificação do universo de toda mácula do pecado. Este é o "completar do mistério de Deus"2. É Cristo totalmente formado em cada crente. O próprio santuário não pode ser purificado enquanto o povo de Deus continuar a derramar nele um fluxo constante de pecados. O fluxo será interrompido em sua fonte — nos  corações e vidas do povo de Deus. O ministério de Cristo no compartimento Santíssimo "pode aperfeiçoar os que a ele se chegam" e realmente aperfeiçoa "para sempre os que são santificados" (Heb. 10: 1, 14).3
Então, como a santificação se encaixa?       
Qualquer pessoa que é justificada pela fé do Novo Testamento está automaticamente no processo de santificação. Ele nunca tem que mudar de engrenagem da salvação pela fé para a salvação pelas obras. "Como, pois, recebestes o Senhor Cristo Jesus, assim também andai nEle: ... estabelecidos na fé" (Colossenses 2: 6, 7; *“confirmados,” Almeida Fiel). Por sua expressão "a fé", o apóstolo Paulo não significa um credo ou conjunto de doutrinas, mas o fenômeno de uma apreciação de coração da cruz de Cristo. O método permanece o mesmo: pela fé.
Na santificação, é o Senhor que nos conduz ao longo de nosso caminho, como Ele fez na justificação. A fé continua trabalhando pelo amor, sempre no tempo presente.
De modo algum o Senhor nos deixa voar sozinhos, para manter a velocidade ou a queda. A santificação nunca é pelas obras; nem é uma mistura de fé e obras no sentido de esforços automotivados para destacar o mérito para que possamos ganhar uma recompensa. Claramente, Cristo disse a Paulo que o estava enviando às pessoas “para abrir-lhes os olhos e das trevas os converteres, ...  (*transformá-los) a fim de que recebam a remissão (*o perdão) dos pecados e a herança entre os que são santificados pela fé (*que está) em Mim" (Atos 26:18).4 Não lemos em nenhum lugar do Novo Testamento que é nosso dever santificar-nos a nós mesmos. Em vez disso, somos "santificados ... pelo Espírito de nosso Deus" (1ª Coríntios 6:11). Jesus ora ao Pai para nos santificar, João 17:17; E Cristo também santifica e purifica Sua igreja, Efésios 5:26.
Tudo se resume na declaração abrangente de Paulo: "Que o próprio Deus da paz vos santifique em tudo, ... irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel é O que vos chama, o Qual também o fará" (1ª Tessalonicenses 5:23, 24).
O Senhor não desiste facilmente. "Aquele que em vós começou uma boa obra, a aperfeiçoará (*a completará) até ao dia de Jesus Cristo" (Fil. 1: 6). Esta obra que Ele faz é santificação.
 (*No guia de estudos em inglês), no rodapé da lição de terça-feira há uma pergunta (*que não foi incluida no nosso guia de estudos em português): "Se alguém lhe perguntasse: 'Como faço para obter a vitória sobre o pecado que me é prometida na Bíblia'?"
Uma resposta clara está na mensagem de 1888: A "vitória" não é "ganha" por nossas próprias boas obras, mas permitindo ao Senhor realizar Sua boa obra em nós até à conclusão.
"A obra do Espírito Santo no coração é quebar e expulsar o amor próprio ... O templo da alma deve ser esvaziado e limpo de sua impureza moral, para que Jesus encontre espaço para permanecer na alma como um Convidado honrado, de modo que [Ele] a testemunha pura e verdadeira, possa ser o poder exercido em uma vida santa. Então Cristo é revelado no coração pela fé e vitórias preciosas são ganhas"5
Em todas as eras passadas "a esposa do Cordeiro" (*Apoc. 19:7) nunca se preparou, mas como o Esposo celestial pode chamar a atenção de Sua igreja? No incêndio dos escritórios da Review and Herald e do Hospital de Battle Creek? (Tudo isso aconteceu depois da Assembléa da Associação Geral de 1901). Pode Ele chamar a atenção do Seu povo por uma demanda sem precedentes motivada pelo medo de uma vida santa? A resposta tem que estar no texto: "Foi-lhe dado [à Sua noiva] que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente (*branco); porque o linho fino é a justiça dos santos" (Apocalipse 19: 8).
Os meios que o Senhor empregará não serão um trovão do céu ou um terremoto, mas uma mensagem terna, calma e reconfortante da "justiça dos santos". A mensagem que corteja o coração — "justiça pela fé", o Noivo Se aproximando num apelo, um toque suave de verdade.

--Dos escritos de Ellen G. White, Ellet J. Waggoner, e Robert J. Wieland

Notas finais:

 (A segunda, a terceira e a quarta notas são do tradutor)

1) Ellet J. Waggoner, "Concepções equivocadas de santidade", The Present Truth, de 12 de outubro de 1893.

2) Sobre a "completar do mistério de Deus” (The Time of Finishing the Mystery of God) veja, EM INGLÊS:
De A. T. Jones, o outro mensageiro de 1888: http://www.sundaylaw.net/books/other/jones/conway/conway13.htm

3) “Enquanto o juízo investigativo prosseguir no Céu, enquanto os pecados dos crentes arrependidos estão sendo removidos do santuário, deve haver uma obra especial de purificação, ou de afastamento de pecado, entre o povo de Deus na Terra” (O Grande Conflito, pág. 425).

4) Os dois mensageiros de 1888, tanto A. T. Jones quanto E. J. Waggoner, pregavam que é fácil ser salvo e difícil de se perder se você, simplesmente entender e crer na completa verdade do evangelho, que nos foi apresentada por eles dois de uma maneira singular, a saber, que todas as ordens de Deus são habilitações.
“Colaborando a vontade do homem com a de Deus, ela se torna onipotente. Tudo que deve ser feito a Seu mando pode ser cumprido por Seu poder. Todas as Suas ordens são promessas habilitadoras” (Ellen G. White, Parábolas de Jesus, pág. 333).
Deus “é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante a Sua glória ... e majestade, domínio e poder, agora, e para todo o sempre. Amém” (Judas 24 e 25).
“Ninguém é tão vil, ninguém tão decaído, que esteja além da operação desse poder. Em todos quantos querem submeter-se ao Espírito Santo deve ser implantado um princípio novo de vida: a perdida imagem de Deus deve ser restaurada na humanidade.
“Mas o homem não se pode transformar pelo exercício de sua vontade. Não possui faculdade por cujo meio esta mudança possa ser efetuada. O fermento - algo totalmente externo - precisa ser introduzido na farinha, antes de a alteração desejada efetuar-se. Assim a graça de Deus precisa ser recebida pelo pecador antes de ele ser tornado apto para o reino da glória. Toda cultura e educação que o mundo pode oferecer fracassarão em fazer de um degradado filho do pecado, um filho do Céu. A energia renovadora precisa vir de Deus. A mudança só pode ser efetuada pelo Espírito Santo” (Parábolas de Jesus, pág. 96)

5) Materiais de Ellen G. White sobre 1888, 30 de outubro de 1889, vol. 2, pág. 467.

Notas:                                                                                                      

Veja, em inglês, esta lição 6 exposta pelo Pr. Paulo Penno, na internet no sitio https://youtu.be/KDdWsF1BLnA
O vídeo do Pr. Paulo Penno, em inglês, pode ser recebido semanalmente. Solicite a inclusão do seu e-mail na lista do sitio: sabbathschooltoday@1888message.org
You may subscribe to the e-mail version of Sabbath School Today by sending a request to sabbathschooltoday@1888message.org
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Os textos bíblicos em português são da Edição Almeida Corrigida e Revisada, Fiel ao Texto Original.
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Bibliografia da 1ª autora:
“O Legado Literário de Ellen G. White”, Pr. Alberto R. Timm. Atualizada até 2005.
Estará disponível no blog Ágape Edições sexta-feira, dia 10 de fevereiro de 2017.         

Biografia do 2º autor,
Estamos preparando uma biografia de Ellet Joseph Waggoner, com sua extensa bibliografia.
Estará disponível no blog Ágape Edições sexta-feira, dia 10 de fevereiro de 2017.

Biografia do 3º autor,
O irmão Roberto J. Wieland foi um pastor adventista, a vida inteira, missionário na África, em Nairobe e Kenia.
É autor de inúmeros livros. Foi consultor editorial adventista do Sétimo Dia para a África.
Ele deu sua vida por Cristo na África. Desde que foi jubilado, até sua morte, em julho de 2011, aos 95 anos, viveu na Califórnia, EUA, onde ainda era atuante na sua igreja local.
Em 1950 ele e o pastor Donald K. Short, também missionário na África, em uma das férias deles nos Estados Unidos, fizeram dois pedidos à Associação Geral:
1º) que fossem publicadas todas as matérias de Ellen G. White sobre 1888, e
2º) que fosse publicada uma antologia dos escritos de Waggoner e Jones.
Tendo em vista que eles e sua mensagem receberam mais de 200 recomendações de Ellen G. White.
38 anos depois, em 1988, a Associação Geral atendeu o primeiro pedido, o que resultou na publicação de 4 volumes com um total de 1821 páginas tamanho A4, com o título Materiais de Ellen G. White sobre 1888.
Esta série de 4 volumes dos Materiais de Ellen g. White sobre 1888, em português, está sendo impresso pelo irmão Severino Kull. Reserve já o seu exemplar: silverinokull@gmail.com, coordenador do IAGE Campestre (“Instituto de Agricultura e Evangelismo”) iage.vidanocampo@gmail.com 037 9 9931 1844 vivo
Quanto ao segundo pedido até hoje não foi o mesmo ainda atendido

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