Para 3 a 10 de junho de 2017
Na
fé cristã, existe um verdadeiro princípio: se a falsa doutrina é proclamada, as
pessoas irão acreditar se ninguém a refutar com a verdade. Quando professores
vieram da sede da igreja em Jerusalém para as igrejas na Galácia ensinando
falsa doutrina, Paulo, o apóstolo, refutou vigorosamente o erro deles em sua
Carta aos Gálatas. Ele estava obedecendo o comando de Judas, que disse: "Amados, procurando eu escrever-vos com
toda diligência ... e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos
santos" (vs. 3). A razão que (*o apóstolo) Judas dá é que falsos
professores corromperam a verdade do evangelho, e ele (*Judas) estava dizendo:
Fale a verdade!
Hoje,
alguns cristãos se afastam da "disputa" pelo evangelho, dizendo:
"queremos paz e silêncio". O ditado comum é verdadeiro: tudo o que é
necessário para que o mal triunfe seja que homens bons não digam nada. Quando o
Filho de Deus Se encarnou nesta terra, Ele teve apenas uma vida breve, mas
falou tão vigorosamente pela verdade que Ele mudou o mundo. Estamos nos
aproximando rapidamente da luta final do "grande conflito" entre
Cristo e Satanás. É tarde demais para quem ama Jesus se contentar em ser um
covarde espiritual.
Mas
alguém pode seguir Cristo verdadeiramente e não se envolver em guerra? Cristo,
que está fortemente envolvido no "grande conflito", nos diz: "Não é o discípulo mais do que o mestre,
nem o servo mais do que o seu senhor. ... Não cuideis que Eu vim para trazer paz
à Terra; não vim trazer paz, mas espada; ... E quem não toma a sua cruz, e não segue
após Mim, não é digno de Mim" (Mat. 10:24, 34, 38). Não há espaço aqui para divagações!
Um
exemplo atual de conflito que enfureceu as mentes e os corações durante centenas
de anos é "justificação (ou justiça) pela fé". A batalha tem
acontecido durante a maior parte dos 2000 anos desde Cristo. Um livro inteiro
no Novo Testamento é dedicado ao conflito — o Livro de Gálatas. Não havia
nenhuma maneira de ser um cristão, àquela época, e não tomar partido, quer em
apoio ao que Paulo declarou ser "a verdade do evangelho" ou aceitando
o que falavam os falsos mestres que vieram de "Jerusalém" para se
opor a ele. E a batalha não diminuiu! Aborde o assunto em quase qualquer igreja
ou classe bíblica, e você verá as faíscas voarem. Deve este conflito continuar
idefinidamente para sempre? Ou os que escolhem crer em Cristo resolvem o
conflito e entram em unidade de coração genuína e duradoura? A Bíblia é clara?
Ou a própria fonte de nossa própria fé está atrapalhada e confusa?
A
rejeição da luz de 1888 abriu o caminho para ideias falsas, entrando disfarçadamente
com aparência de justiça pela fé. Na verdade, se nos desviarmos da genuína fé, nada pode nos impedir
que abraçarmos a contrafacção. A. T. Jones, na Assembleia da Associação Geral
de 1893, mostrou como a mente dedicada ao eu se torna a mente de Satanás. Ele
rastreou o desenvolvimento da "justificação (ou justiça) pela fé" através do paganismo até às sutilezas do romanismo.
Ele disse que existem dois tipos de justificação pela fé — um verdadeiro e uma
falsificação.
A
falsificação diz que a justificação pela fé é puramente um pronunciamento legal
feito a milhões de anos-luz de distância que não tem relação com o coração
humano; Nós, (*dizem eles) verbalmente "aceitamos Cristo" e pomos em operação o maquinário celestial. O
nome de alguém é então inserido no computador de Deus e nossos benefícios
eternos de segurança social são então creditados em nossa conta. Nossa
decisão iniciou este processo de absolvição legal. Nós fomos inteligentes o
suficiente para colocar as moedas na máquina caça-níquel. Um elemento de
orgulho pode entrar aqui; “—Nós
iniciamos o processo de nossa salvação.” Um
exemplo perfeito do que Pedro nos disse: "Enquanto eles nos
prometem a liberdade, eles próprios são escravos da corrupção, porque por quem
uma pessoa é vencida, por ele também é levado à escravidão" (2ª Pedro 2:19, Nova Versão do Rei Tiago).
Pedro
diz que esses falsos mestres introduzem sutilmente "heresias de perdição" (2ª Pedro 2: 1). Uma das coisas mais
angustiantes sobre eles era que “negarão o
Senhor que os resgatou” (ú.p. do verso). Os cristãos são propriedade de
Jesus porque Ele os comprou, como diz Pedro. O preço que Ele pagou foi o Seu
sangue, Sua vida (veja 1ª Pedro 1:18, 19). Os falsos mestres negaram seu
Mestre, repudiando Sua propriedade. Isto fizeram por sua conduta licenciosa,
retornando à escravidão do pecado.
Os
falsos mestres afirmam ser libertos e esclarecidos. Para eles, Jesus era o
mensageiro do reino da luz que veio despertá-los para sua verdadeira natureza,
para ajudá-los a descobrir o seu verdadeiro eu. Ele não veio para morrer, mas
para informar, para revelar o grande conhecimento. Ele não era seu Mestre, e
eles não eram Seus escravos. Em vez disso, eles tinham a centelha da divindade
em si mesmos, assim como Jesus. Não estavam ligados por nenhuma ordem. Tal era
o seu evangelho, e era atraente. Pedro diz que eles negaram o Mestre que os
havia comprado pelo preço mais alto imaginável e, portanto, os possuía. O
resultado de sua impertinência seria "repentina perdição" (2ª Pedro
2: 1) — o juízo (*ú.p. do verso 4), mesmo que eles também negassem que um
julgamento acontecesse
Os
falsos mesteres eram populares "Muitos seguirão as suas dissoluções"
(2ª Pedro 2: 2) — e a imoralidade deles e a de seus seguidores levaram "o
caminho da verdade", significando o cristianismo, "ao descrédito".
Pedro diz que uma motivação importante dos falsos mestres
é a ganância — uma cobiça por dinheiro, sexo e poder (vs. 3). (*literalmente
lemos neste verso: “farão de vós negócio
com palavras fingidas”). Esses mestres eram especialmente habilidosos para
atrair mulheres (2ª Tim. 3: 6), controlando suas mentes, suas bolsas, seus
corações e seus corpos. (*“Se introduzem
pelas casas, e levam cativas mulheres néscias carregadas de pecados, levadas de
várias concupiscências,” ú.p. do verso).
Como eles fizeram isso? Com histórias que inventaram (2ª
Pedro 2: 3), ou seja, doutrinas fabricadas. As mulheres e os homens sensíveis
estavam angustiados e deprimidos por um mundo rude e opressivo. Os falsos mestres
alegavam dar a explicação do porquê as coisas serem como eram e como ser
libertos delas. Diziam que tinham o verdadeiro evangelho, uma boa nova que
poderia restaurar a imagem própria e autoestima de pessoas que se sentiam
desvalorizadas pelo sistema. As pessoas estavam mais do que dispostas a pagar
para se tornar um dos dignos.
Mas os mensageiros de 1888 (E. J. Wagoner e A. T. Jones)
contrariaram esses ensinamentos com uma nova compreensão libertadora da
justificação pela fé:
1º) Faz com que o crente se torne obediente à
lei de Deus, não erradicando sua natureza pecaminosa, mas permitindo que ele
triunfe sobre ela: "Deus justifica os ímpios ... Isso não
significa que Ele dê uma lustrada nas falhas do homem, de modo que ele seja
considerado justo, embora ele seja realmente perverso, mas isso significa que Ele
faz desse homem um cumpridor da lei. No momento em que Deus declara um homem
ímpio justo, nesse instante o homem é cumpridor da lei. ... Assim se vê, portanto,
que não pode haver um estado mais elevado que o da justificação. Faz tudo o que
Deus pode fazer por um homem exceto o tornar imortal, o que se realizará
somente na ressurreição. ... Fé e submissão a Deus devem ser exercidas continuamente,
a fim de reter a justiça — para continuar a ser um cumpridor da lei".1
2º) A fé salvadora é uma apreciação do coração
pelo sacrifício de Cristo: "Neste fato abençoado da crucificação
do Senhor Jesus, que foi cumprido por toda alma, não somente estão estabelecidos
os fundamentos da fé para toda alma, mas é dado o dom da fé a toda alma. E
assim a cruz de Cristo é ... o próprio poder de Deus manifestado para nos
livrar de todo pecado e nos levar a Deus".2
3º) A verdadeira justificação pela fé não tem
sentido, se não for apreciado quão próximo Cristo veio a nós: "Não
há elemento de fraqueza na lei, a fraqueza está na carne. Não é pela
inexistência de uma boa ferramenta que não se possa fazer um
apoio adequado de
uma vara podre ... Pobre, o homem caído não tinha força em sua carne para habilitá-lo
a guardar a lei. E assim Deus imputa aos crentes a justiça de
Cristo, que foi feito à semelhança de Carne pecaminosa, para que "a
justiça da lei" possa ser cumprida em suas vidas ... Cristo tomou sobre Si
mesmo a natureza do homem, e transmitirá a Sua própria justiça a quem aceita o
Seu sacrifício".3 (*Como suficiente para salvá-lo).
4º) Esta mensagem especial e inigualável foi
destinada pelo Senhor para preparar Seu povo para a trasladação: o que
significa, então, esta mensagem especial de justificação que Deus enviou para a
igreja e para o mundo? ... Esta mensagem especial de justificação que Deus nos
enviou é preparar-nos para a glorificação na vinda do Senhor. Nisto, Deus está
nos dando o mais forte sinal que Lhe
é possível dar, que a próxima coisa é a
vinda do Senhor.4
A mensagem de 1888 atravessou séculos de neblina numa
visão mais clara da verdade do Novo Testamento iluminada pelo sol.
Deus convida você a chegar a Ele e resolver a questão de
uma vez por todas, de modo que sua mente e coração sejam claros e seus pés se
estabeleçam na pedra sólida. Davi disse: "Esperei
com paciência no Senhor, e Ele Se inclinou para mim, e ouviu o meu clamor. Tirou-me
de um lago horrível, dum charco de lodo, pôs os meus pés sobre uma rocha, e firmou
os meus passos" (Salmo 40: 1, 2).
Dê a Deus um dia de sua vida (de joelhos, se possível) e
leia com oração uma autêntica tradução da própria Bíblia (não paráfrases ou
comentários), e deixe o nevoeiro ficar fora de sua mente e coração. Faça a sua
escolha para acreditar em quão boa é a Boa Nova. Não fique orgulhoso e tire
conclusões; Teste e volte a testar suas convicções. Podemos confiar na Bíblia!
Basta lê-la com simples senso comum.
Extraído principalmente
dos escritos de Roberto Wieland
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Notas:
1) E. J. Waggoner, Signs of the Times, 1º de maio de 1893.
2) A. T. Jones, Review and Herald, 24 de outubro de 1899.
3) E. J. Waggoner, Bible
Echo, 15 de fevereiro de 1892.
4) A. T. Jones, Boletim
da Associação Geral de1895, pág. 367.
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Biografia
do autor, Pr. Roberto Wieland:
O irmão Roberto J. Wieland foi um pastor
adventista, a vida inteira, missionário na África, em Nairobe e Kenia. É autor
de inúmeros livros. Foi consultor editorial adventista do Sétimo Dia para a
África. Ele deu sua vida por Cristo na África. Desde que foi jubilado, até sua
morte, em julho de 2011, aos 95 anos, viveu na Califórnia, EUA, onde ainda era
atuante na sua igreja local. Ele é autor de dezenas de livros. Em 1950 ele e o pastor Donald K. Short, também missionário na
África, em uma das férias deles nos Estados Unidos, pediram à Associação Geral
que fossem publicadas todas as matérias de Ellen G. White sobre 1888.
38 anos depois, em 1988, a Associação
Geral atendeu o pedido, o que resultou na publicação de 4 volumes
com um total de 1821 páginas tamanho A4, com o título Materiais de Ellen G. White sobre 1888.
Asteriscos
(*) indicam acréscimos do tradutor.
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Sugestões para leitura suplementar:
1. Robert J. Wieland e Donald K. Short, 1888
Re-examinado, capítulo 9, "Uma Falsa Justificação pela Fé: Semeando a
semente da apostasia, pág. 100ff. Sowing
the Seed of Apostasy," p. 100ff.
2. Robert J. Wieland, Grace on Trial (Graça em julgamento): The Heartwarming
Message the Lord "Sent" to Us in 1888 (A Mensagem do
Senhor que Aquece Corações, Envida a nós em 1888) capítulo 6, "If You
Can't Understand It, It's Not the Gospel," (Se você não pode entendê-lo,
Não é o Evangelho p. 65ff.
Notas:
Veja, em
inglês, o vídeo desta 11ª lição do 2º trimestre de 2017, exposta pelo Pr. Paulo
Penno, na internet, no sitio: https://youtu.be/YifHRmCpzM8
Esta lição está
na internet, em inglês, no sitio: 1888message.org/sst.htm
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