Para 10 a 17 de março de 2018
Nossa lição nos dá excelentes avisos e sábios
conselhos sobre empréstimos e gastos com dinheiro, e ficar fora de dívida. No
entanto, a mensagem de 1888 vai além da nossa interação diária com o dinheiro
para um tipo diferente de “dívida”, que nunca pode ser reembolsada. Vamos
começar com o que Ellet J. Wagoner teve a dizer:
“‘Eu sou devedor.’
— Essa foi a nota-chave da vida de Paulo, e foi o segredo do seu sucesso. Hoje
em dia ouvimos homens dizendo: ‘O mundo me deve um viver’. Mas Paulo considerou
que se devia ao mundo. E, no entanto, ele não recebeu nada do mundo, exceto
açoites e abusos. Mesmo o que havia recebido antes que Cristo o encontrasse foi
uma perda total. Mas Cristo o encontrou e Se entregou por ele para que ele
pudesse dizer: “Já estou crucificado com
Cristo; e vivo, não mas eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na
carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me , e Se entregou a Si mesmo por
mim’(Gálatas 2:20).
‘Como a vida de Cristo era sua vida, e Cristo Se
entregou pelo mundo, Paulo necessariamente tornou-se um devedor para o mundo
inteiro. Este foi o caso de todo homem que foi servo do Senhor...
“A vida de Cristo era a sua vida, e Cristo Se
entregou pelo mundo, Paulo necessariamente tornou-se um devedor para o mundo
inteiro. Este tem sido o caso de todo homem que tem sido um servo do Senhor. . .
. ’Qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, seja vosso servo, como o
Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a Sua vida em
resgate por muitos "(Mateus 20: 26-28)".1
Se você crê ou não no evangelho, o fato é que
Cristo morreu em seu lugar quando morreu por “todos” (“para o mundo”).
Portanto, se Ele não tivesse morrido por nós, você agora, neste momento,
estaria morto e em seu túmulo. Quando Paulo entendeu isso, ele respirou profundamente. “Eu não pertenço a mim mesmo! Não
tenho nada que seja meu por certo—mesmo a minha vida física devo a Cristo que
morreu por mim. Meu dinheiro, minha casa, minha terra, minha educação, meu
tempo, minha força—nenhuma dessas coisas que eu chamo de “minhas” são realmente
minhas. Estou infinita e eternamente em dívida, uma dívida imposta pela graça
de Cristo”.
Paulo continua e explica-nos como esta poderosa
motivação funciona em nossos corações: “Ele
morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para Aquele
que por eles morreu e ressuscitou” (2ª Coríntios 5: 15). No idioma
original, a ideia é clara de que aqueles que entendem e acreditam nesta grande
verdade de graça “doravante” acham impossível viver vidas centradas no eu. Não
mais ranger de dentes e apertar os punhos e tentar forçar-se a trabalhar duro
para o Senhor; é automático. A apreciação do amor de Cristo transformou você num
escravo para sempre, um escravo “sob a graça”, de Cristo.
A palavra-chave, e, claro, por toda a Bíblia, é “amor”. Você não pode
realmente viver sob graça, a menos que aprecie esse amor revelado na cruz.
Quando o pecador vê essa cruz e aprecia esse tipo de amor derramado, tudo por
ele, as lágrimas aparecem em seus olhos. Seu coração
está derretido.
Mas deve aquele que realmente crê em Jesus viver sob a tensão de se sentir
indigno, “o maior dos pecadores”, sentindo uma convicção constante de estar em
dívida? Esta é uma condição adequada para um cristão sentir? Se Jesus estivesse
morando aqui, sentiria como tendo uma dívida diária a pagar, uma obrigação de
viver para os outros e não para Si mesmo? O que podemos
saber com certeza?
(1) Ele nos convida: “Vinde a Mim
todos os que estais cançados e oprimidos, e Eu vos aliviarei ... Meu jugo é
suave e o Meu fardo é leve” (Mat. 11: 28-30).
(2) “O Salvador do mundo” redimiu você, salvou você, puxou você para fora
da lama, morreu a segunda morte que teria sido sua; o adotou para a família do
Pai. Efésios 1: 3-12 detalha precisamente todas as riquezas da Sua graça, que
Ele já lhe deu no dom de Si mesmo.
Mesmo o pão que você comeu hoje é a compra de Sua cruz, para você. A riqueza
infinita foi-lhe prodigalizada; e você deve saber, perceber, revelar-se em seu
novo status de príncipe ou princesa “nos lugares celestiais em Cristo” (*Efé.
2:6).
(3) Mas a fé genuína tem uma defesa inerente contra uma terrível arrogância
espiritual que é tão má que realmente afasta as pessoas de Cristo. O mais
patético de todos os delírios é a vaidosa autoconfiança que pode presumir que
você é especialmente honrado pelo Céu, quando, de fato, Jesus está
profundamente envergonhado de você, e detesta a sua dessemelhança do Seu
caráter.
(4) Qual é a defesa inerente contra esta tragédia? A consciência do coração
do que custou ao Filho de Deus para salvá-lo. No meio de sua alegria em sua
salvação, você sempre sente que é tudo um presente imerecido. Torna-se uma
alegria lembrar que você está eterna e infinitamente em dívida.
Como o Filho de Deus inocente e divino, Cristo tornou-Se um de nós. Ele
entrou no fluxo corporativo de nossa humanidade caída para que pudesse levar a
carga de culpa sobre Si mesmo e pagar nossa dívida de morte. Por Sua vida
perfeita, Ele satisfez as exigências da lei, e a Sua morte é considerada como a
nossa morte porque Ele Se tornou um de nós.
A razão pela qual Paulo pode dizer: “Estou
crucificado com Cristo” (Gálatas 2:20) e “Se um morreu por todos, logo
todos morreram” (2ª Coríntios 5:14); é porque a Bíblia vê essa união
corporativa dEle mesmo conosco muito real. Isso não significa que pagamos a
dívida pelos nossos pecados, mas que somos identificados com Cristo ao Ele
pagar a dívida. Nossa enorme conta nos livros do céu é carimbada “Pago!” Ao
consentir em unir-nos com Cristo pela fé, a morte dEle na cruz torna-se a nossa
morte e a sua justiça se torna nossa.
Quando o Pai deu o Seu Filho, Cristo também Se deu a Si mesmo. O preço que
Jesus pagou não foi apenas um breve tempo gasto nesta terra como (*se fosse um)
diplomata visitante depois do qual Ele retornou ao Seu antigo lar; antes, Ele
Se entregou para ser um de nós, para sempre conosco. Ele sempre manterá a Sua
humanidade. O preço que Ele pagou não foi alguns dias ou horas de agonia física
ou espiritual a ser suportada com a perspectiva em vista de alívio e
restauração; Ele realmente foi para o inferno para nos salvar. Ele concordou em
morrer o equivalente à “segunda morte” o que significa, como diz um autor, “adeus
à vida para sempre”. Ele teve que “provar a morte por todos”, para que não
tenhamos que provar a Sua amargura (Heb. 2:9).
É hora de perceber quão infinitamente estamos em dívida com um Salvador que
nos salvou do que está em nós mesmos. Pense nisso e
estará cantando o Coro de Aleluia.
—Extraído dos escritos de Robert Wieland
Notas finais:
1) Ellet J. Waggoner, Waggoner sobre Romans,
págs. 18, 19.
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Notas:
Veja,
em inglês, o vídeo desta 11ª lição do 1º trim. de 2018, exposta pelo Pr. Paulo
Penno, na internet, no sitio: https://youtu.be/vnMVpSqMmc4
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Esta
lição em inglês está na internet no sitio: 1888message.org/sst.htm
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Biografia do
autor, Pr. Roberto Wieland:
O irmão Roberto
J. Wieland foi um pastor adventista, a vida inteira, missionário na África, em
Nairobe e Kenia. Autor de inúmeros livros. Foi consultor editorial adventista
do Sétimo Dia para a África. Ele deu sua vida por Cristo na África. Desde que
foi jubilado, até sua morte, em julho de 2011, aos 95 anos, viveu na
Califórnia, EUA, onde ainda era atuante na sua igreja local. Ele é autor
de dezenas de livros. Em 1950 ele e o pastor
Donald K. Short, também missionário na África, em uma das férias deles nos
Estados Unidos, pediram à Associação Geral que fossem publicadas todas as
matérias de Ellen G. White sobre 1888. 38 anos
depois, em 1988, a Associação Geral atendeu o pedido, o que resultou na
publicação de 4 volumes com um total de 1821 páginas
tamanho A4, com o título Materiais de
Ellen G. White sobre 1888.
Asteriscos
(*) indicam acréscimos do tradutor.
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