quinta-feira, 14 de junho de 2018

Lição 11 — O selo de Deus ou a marca da besta? por Roberto Wieland



Para 9 a 16 de junho de 2018
Nossa lição desta semana descreve adequadamente nossa compreensão da “marca da besta” e do “selo de Deus”. No entanto, vamos explorar algumas ideias que podem trazer este tópico para um foco mais claro através da “dinâmica da mensagem de 1888”.
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Em cumprimento de Apocalipse 14:6-14, Deus está enviando uma mensagem especial do evangelho para iluminar todas as pessoas, para que aqueles que determinaram ser fiéis a Cristo possam tomar a decisão correta. Assim, o sábado do quarto mandamento será o ponto de teste em favor ou contra Cristo.
O Senhor, nesta tríplice mensagem dos últimos dias, adverte solenemente contra adorar ou obedecer ao poder da besta ou receber a sua marca. Ao exortar os homens a adorar a Cristo como o Criador, em vez de adorar a besta e a sua imagem, a tríplice mensagem ataca o cerne da questão. Chama um remanescente que guarda os mandamentos de Deus e a fé de Jesus. Guardar o verdadeiro sábado ou o falso será o ponto focal em colocar o selo de Deus na fronte (Apo. 7:1-3), ou a marca da besta na testa ou na mão (14: 9-11).
Se a mensagem de 1888 “é a mensagem do terceiro anjo, em verdade,”1 é óbvio que os conceitos evangélicos não podem substituí-la, porque as igrejas populares de guarda do domingo não estão proclamando a mensagem do selo de Deus e a marca da besta. De fato, a mensagem genuína de justificação pela fé de 1888 “se manifesta na obediência a todos os mandamentos de Deus”.2 Isso deve incluir a observância do quarto mandamento! No entanto, as igrejas evangélicas geralmente se têm oposto às verdades do sábado e do santuário durante todo o período da existência adventista do sétimo dia. Nenhum texto na Bíblia os ampara. Podemos encontrar ajuda na própria Bíblia?
O terceiro anjo não traz uma mensagem isolada, sozinho. Dois anjos o precederam e ele apenas “os seguiu”. O primeiro monta o cenário, "tinha o evangelho eterno para o proclamar aos que habitam sobre a terra" (Apo. 14:6). Portanto, a Boa Nova deve estar tanto na mensagem do terceiro anjo quanto na do primeiro anjo.
 “O selo de Deus” é puro evangelho, e é o outro lado da moeda da “marca da besta”. João liga o selo de Deus em Apo. 7:1-4 com as mensagens dos três anjos do capítulo 14, porque ambas as passagens estão relacionadas com encontrar e salvar um grupo de pessoas conhecidas como os “144.000”. O profeta percebe que não há maneira de tal grupo estar preparado para ficar "irrepreensíveis diante do trono de Deus" (14:5), a menos que esse “evangelho eterno” da graça seja finalmente entendido e proclamado em sua plenitude.
O que está implícito aqui é a apresentação mais clara e poderosa da Boa Nova que já iluminou a Terra, porque deve realizar uma obra de graça nunca antes realizada. Nunca um tal grupo de “144.000” foi preparado para suportar o impulso final da tentação de Satanás, e para a trasladação sem ver a morte.
Na Assembleia da Associação Geral de 1893, A. T. Jones perguntou: “O que preferem ter, a plenitude, perfeita totalidade de Jesus Cristo, ou menos do que isso, com alguns dos seus pecados encobertos de que nem sabem?” Congregação: “Sua plenitude”. Mas, vejam, os Testemunhos nos disseram que, se há manchas de pecado, não podemos ter o selo de Deus. Como pode esse selo de Deus, que é a impressão de Seu perfeito caráter revelado em nós, ser colocado sobre nós quando há pecado em nós? Ele não pode colocar o selo, a marca de Seu caráter perfeito, sobre nós até que o veja lá. E então Ele tem que cavar até os lugares profundos que nunca sonhamos, porque não podemos entender o nosso coração”.3
A “marca da besta” não é uma calamidade ou crise que Deus traz sobre a Terra. Não devemos pensar mal Dele! De acordo com Apocalipse 13, é o diabo que o traz como o resultado final da história humana de rebeldia. E o Céu é impotente para impedi-lo. Nenhum dos horrores que a profecia prediz é o que Deus traz; Ele está nos alertando ao que a história humana inevitavelmente levará.
O artifício de Satanás arruinará a Terra. Favorecerá o amor de si mesmo com o seu orgulho e arrogância. O selo de Deus é o sinal da cruz, a experiência de ser crucificado com Cristo através de uma apreciação de Seu amor ali revelado. A marca da besta é o oposto, o emblema da devoção ao interesse próprio, uma reação instintiva e total do coração contra esse amor. É o sinal para o colapso final de qualquer aparência de ordem ou segurança na Terra. Não podemos agora imaginar as cenas de horror que o “tempo de tribulação” final trará.
Todos os que recebem essa “marca da besta” devem, em última análise, envolver-se em uma recrucificação de Cristo na pessoa de Seus santos. Assim, por um lado, reunir-se-á no final dos tempos a revelação completa da depravação pecaminosa da humanidade e, por outro, a revelação completa da amorosa justiça de Ágape de Deus. A mensagem do terceiro anjo define a questão e catalisa a humanidade nesses dois campos.
Obviamente, isso significa muito mais do que supomos superficialmente. Deve ser por isso que Ellen White disse: “Há poucos, mesmo daqueles que afirmam crer nisso, que compreendem a mensagem do terceiro anjo, e, no entanto, esta é a mensagem para este tempo. ... Disse meu guia: ‘Há ainda muita luz para resplandecer da lei de Deus e do evangelho da justiça. Essa mensagem, entendida em seu verdadeiro caráter e proclamada no Espírito, iluminará a Terra com a sua glória’”.4
Ninguém pode conhecer a justificação pela fé no seu tempo do fim se não prestar obediência de coração a todos os mandamentos de Deus. Isso indicaria que os adventistas do sétimo dia têm uma melhor fonte para proclamar a justificação pela fé do que as versões populares das igrejas dominicais.5 Não pode haver subserviência contínua ao “homem do pecado” (que criou o sábado espúrio) se a justificação pela fé for claramente entendida à luz da purificação do santuário.
Quando recebido e proclamado pelo corpo corporativo do povo de Deus, será como tocar a trombeta com as notícias celestiais: "Regozijemo-nos e alegremo-nos, e demos-Lhe glória, posque vindas são as bodas do Cordeiro, e á a Sua esposa se aprontou." (Rev. 19: 7).
Esta edição do sábado testa a todos. Deixe que o seu amor por Jesus seja tão verdadeiro, tão forte e tão convincente que você dirá: "Com Deus me ajudando, guardarei a partir de agora o sétimo dia que Jesus, meu Salvador, santificou para mim".
—Dos escritos de Robert J. Wieland
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Notas finais:                                                                                                     

1) Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, Livro 1, pág. 372; The Review and Herald, April 1, 1890.
2) Ellen G. White, Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, págs. 91 e 92 (Itálicos supridos).
3) A. T Jones, "The Third Angel's Message – No. 17," A Terceira Mensagem Angélica — nº 17, Boletim da Associação Geral de 1893
4) Materiais de Ellen G. White sobre 1888, "A Call to a Deeper Study of the Word," (Um chamado para um mais profundo Estudo da Palavra”); Manuscrito nº 15, de Nov. de 1888, págs. 165, 166).
5) Confira Ellen G. White, Primeiros Escritos, págs. 55, 56, 260, 261.

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Notas:                                                                                                                   
Veja, em inglês, o vídeo desta 11ª lição do 2º trim. de 2018, exposta pelo Pr. Paulo Penno, na internet, no sitio: https://youtu.be/rjrvKGnD2_g

Esta lição em inglês está na internet no sitio: http://1888message.org/sst.htm
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Biografia do autor, Pr. Roberto Wieland:              
O irmão Roberto J. Wieland foi um pastor adventista, a vida inteira, missionário na África, em Nairobe e Kenia. Autor de inúmeros livros. Foi consultor editorial adventista do Sétimo Dia para a África. Ele deu sua vida por Cristo na África. Desde que foi jubilado, até sua morte, em julho de 2011, aos 95 anos, viveu na Califórnia, EUA, onde ainda era atuante na sua igreja local. Ele é autor de dezenas de livros. Em 1950 ele e o pastor Donald K. Short, também missionário na África, em uma das férias deles nos Estados Unidos, pediram à Associação Geral que fossem publicadas todas as matérias de Ellen G. White sobre 1888. 38 anos depois, em 1988, a Associação Geral atendeu o pedido, o que resultou na publicação de 4 volumes com um total de 1821 páginas tamanho A4, com o título Materiais de Ellen G. White sobre 1888.

Atenção: Asteriscos (*) indicam acréscimos do tradutor.
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