sexta-feira, 13 de junho de 2008

Lição 11 - O Poder de Sua Ressurreição

A palavra grega anastasis (ressurreição) literalmente significa "levantar-se outra vez". Satanás derrotou a raça humana pelo pecado, e na árvore do Conhecimento (*do bem e do mal) ele subjugou suas conquistadas vítimas declarando que era mais forte que Deus. Ali, Adão pecou e devia morrer eternamente, Entretanto Cristo postou-Se entre o morto (Adão) e o (Deus) vivo, assim colocando a raça humana inteira numa alongada provação1 (veja Review and Herald, de 12 de março de 1901; Carta 22, de 13 de Fev. de 1900; O Comentário Bíblico Adventista, vol. 7A, pp. 16-17). O poder prometido da ressurreição de Cristo foi visto nesse primeiro exemplo de justificação no Jardim do Éden. "O pecado não terá domínio sobre vós" (Rom. 6:14).

Jesus "foi entregue por causa de nossas transgressões, e ressuscitado para nossa justificação" (Rom. 4:25). "E, se Cristo não foi ressuscitado, é vã a vossa fé, e ainda estais nos vossos pecados”2 (I Cor. 15:17). Sua ressurreição do equivalente da segunda morte (não como as ressurreições da filha de Jairo, a do filho do viúva de Nain, e mesmo a de Lazaro, *que voltaram a morrer), provou que Satanás não tem nenhum poder para nos fazer continuar vivendo uma vida de pecado (veja O Desejado de Todas as Nações, pp. 209-210)3.

Paulo fala aos filipenses que ele quer "ser achado nEle, não tendo como minha justiça, a que vem da lei (o legalismo do velho concerto), mas a que vem pela fé em Cristo, a saber, a justiça que vem de Deus pela fé” (Fil. 3:9). Comentando este verso, E. J. Waggoner declarou: "O poder pelo qual um homem é feito justo é o poder da ressurreição. Este poder da ressurreição, que opera justiça num homem, é a garantia da ressurreição final para a imortalidade no último dia, pelo qual ele toma posse da sua herança" (Comentário sobre Romanos, de E. J. Waggoner, p. 91).

Falando da prometida herança na Nova Terra, Waggoner escreveu: "A herança é um legado de justiça... Agora, o homem que pensa que pode obter justiça fora da lei, está, em realidade, tentando substituir a justiça de Deus pela sua própria. Em outras palavras, ele tenta receber a terra por fraude" (ibidem, p. 88).

A posição de Waggoner é a de que a idéia do velho concertismo, de suposta capacidade do homem, por meio da "fé" ou "boas obras," acrescentar a (*sua obra) à obra de salvação de Deus, realmente tenta obter a promessa por meio de uma mentira. As "obras da lei" (legalismo) não adicionam nada à equação da salvação (Gal.. 3:18, 21-22; 4:21-26; Boas Novas, pp. 66, 70-72, *este livro é um comentáio do livro de Gálatas Tornado Claro, também de Waggoner). "Mas, desde que o evangelho é contrário à natureza humana, nós nos tornamos observadores da lei não fazendo, mas, crendo. Se obrássemos para obter justiça, nós estaríamos simplesmente exercitando nossa própria natureza humana pecaminosa, o que jamais nos aproximaria da justiça, mas nos afastaria dela" (ibidem, p. 56; veja também de E. G. White, Fé e Obras, p. 24)4.

No começo de julho de 1886, E. J. Waggoner (*com apoio de Ellen G. White, como veremos a seguir) começou a expandir um entendimento dos dois concertos que estava fora de sincronização com a visão mantida pela maioria da liderança da igreja. Os homens que se opuseram à posição de Waggoner afirmavam que a graça foi reivindicada à custa da lei. Viam a posição de Waggoner concernente à "lei em Gálatas" como um ataque à posição longamente-mantida pela igreja sobre a lei moral e o Sábado. Se a "lei em Gálatas" era, "principalmente," a lei moral, então estes homens supuseram que sua defesa (*da guarda) do Sábado seria “pregada na cruz," assim como nossos oponentes reivindicavam. Foi esta disputa que estabeleceu a atitude predominante na assembléia da Conferência Geral de Minneapolis em 1888..

Como este fato histórico se relaciona com o estudo da lição desta semana? A lição da segunda-feira focaliza a história dos dois discípulos que se encontraram com Jesus ressuscitado no caminho de Emaús (Lucas 24:13-32). Sobre isto o Guia de estudos da lição dos adultos, edição do professor (*pág. 141, 5º §) faz esta declaração:

"O que esta história deve nos ensinar é a importância de não sobrepormos nossos próprios desejos, nossa vontade, nossas expectativas, à compreensão da doutrina. Precisamos ser submissos ao que a Palavra de Deus ensina, mesmo que ensine coisas que não são exatamente iguais ao que gostamos"5.

A lição também aponta que estes discípulos

"estavam tão concentrados em sua decepção que deixaram de perceber a iluminação e claridade que estavam bem à sua frente” (fls 142, 1º §).

E a lição faz algumas perguntas pertinentes:

“De que modo semelhante desconsideramos o Espírito Santo? De que modos as coisas nos foram apresentadas tão claramente e ainda, no momento, pela dureza de nosso coração as perdemos completamente? Como podemos evitar enganos semelhantes?6” (ibidem)

A maioria da liderança da igreja rejeitou a verdade dos concertos que Waggoner tentou apresentar durante os anos 1886-1896 porque diferiu das próprias expectativas deles concernentes à doutrina. O coração da "mui preciosa mensagem" é a distinção entre o novo e o velho concertos, entre crer nas eternas promessas do concerto de Deus, ou confiar nas promessas do homem para obedecer. Numa carta datada de 8 de março de 1890, Ellen White escreveu ao Pr. Uriah Smith: "Você mesmo, o irmão Dan Jones, o irmão Porter e outros estão gastando seus poderes de investigação inutilmente, para produzirem uma posição concernente aos concertos, para diferir da posição que o irmão Waggoner apresentou". (Materiais de Ellen G. White sobre 18887, vol. 2, p. 604). Em distinção por contraste à posição mantida por Uriah Smith e G. I. Butler, Ellen White mais tarde escreveu a Uriah Smith, referindo-se à lei em Gálatas 3:24, dizendo: "Nesta Escritura, o Espírito Santo, pelo apóstolo [Paulo], fala especialmente da lei moral" (Idem, vol. 4, p. 1575).

Por que esta mensagem incitou tanta oposição? "Uma indisposição de ceder a opiniões preconcebidas, e aceitar esta verdade, (*lembre-se, ela está falando ai da lei em gálatas) estava à base uma grande parte da oposição manifestada em Minneapolis contra a mensagem do Senhor através dos irmãos Waggoner e Jones". (ibidem, *este texto está também em, Mensagens Escolhidas, vol. I, p. 234). O que foi perdido pela oposição? "Excitando aquela oposição, Satanás teve êxito em afastar do povo, em grande medida, o poder especial do Espírito Santo que Deus anelava comunicar-lhes" (ibidem, idem, pp. 234 e 235, *grifamos)

Quando nós estivermos dispostos a morrer para o eu, para a auto-exaltação, e as opiniões preconcebidas, então o Espírito Santo nos levantará dentre os mortos e dará ao nosso Movimento (*Adventista) poder para terminar a obra.

“... As energias espirituais de Seu povo têm estado por muito tempo entorpecidas, mas deve haver uma ressurreição da morte aparente. Mediante oração e confissão do pecado, devemos abrir o caminho do Rei. Ao fazermos isso, o poder do Espírito nos sobrevirá. Necessitamos da energia pentecostal. Esta virá; pois o Senhor tem prometido enviar Seu Espírito como o poder que tudo vence.” Obreiros Evangélicos, pp. 307 e 308

—Ann Walper

Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira

A irmã Ana Walper é uma enfermeira padrão, ávida estudante da Bíblia, e é ativa na igreja adventista que freqüenta; este ano exercendo as funções de diretora da Escola sabatina; instrutora de uma de suas unidades, e líder do dep. de Liberdade Religiosa. Durante os meses de verão ela trabalha como enfermeira voluntária em acampamentos da juventude adventista nos estados de Kentucky e Tenneesse nos EUA. Escreve, já por 14 anos, artigos no jornal de sua cidade sobre as Boas Novas de Cristo e Sua Justiça.

Nota da autora:

1) Ellen G. White comentando por que Adão imediatamente não morreu, como Deus disse que ele iria morrer, pergunta: "Por que a pena de morte não foi imediatamente imposta ao caso de Adão? —Porque um resgate foi achado. O Filho unigênito de Deus ofereceu-Se para tomar o pecado do homem sobre Si, e fazer uma expiação pela raça caída. Não podia ter havido nenhum perdão para o pecado, se esta expiação não tivesse sido feita" (Review and Herald, 23 de abril de 1901; Comentário Bíblico Adventista, vol. 1, p. 1082; por favor note que a expiação foi feita no começo da história da terra, logo que Adão pecou, e que a "raça caída" foi incluída em Adão quando foi resgatada).

Notas do tradutor:

2) Veja os versos 23 e 24. São também esclarecedores: “Ora, não é só por causa dele que está escrito que lhe foi imputado (*pela promessa feita a Abraão, vs.16); mas também por causa de nós a quem há de ser imputado, a nós os que cremos nAquele que dos mortos ressuscitou a Jesus nosso Senhor;

3) Em O Desejado de Todas as Nações, páginas 209 e 210 Jesus afirmou: ‘Tudo quanto o Pai faz, o Filho o faz igualmente. ... Assim como o Pai ressuscita os mortos, e os vivifica, assim também o Filho vivifica aqueles que quer.’ João 5:19 e 21. Os saduceus diziam que não havia ressurreição do corpo; mas Jesus lhes diz que uma das maiores obras de Seu Pai é ressuscitar os mortos, e que Ele próprio possui poder de fazer a mesma obra. ‘Vem a hora, e agora é, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, e os que a ouvirem viverão.’ João 5:25. Os fariseus criam na ressurreição dos mortos. Cristo declara que mesmo agora o poder que dá vida aos mortos se encontra entre eles, e eles hão de testemunhar-lhe a manifestação. É esse mesmo poder de ressuscitar que dá vida à alma morta ‘em ofensas e pecados’. Efés. 2:1. Esse espírito de vida em Cristo Jesus, a ‘virtude da Sua ressurreição’ (Filip. 3:10), liberta os homens ‘da lei do pecado e da morte’. Rom. 8:2. O domínio do mal é despedaçado e, pela fé, a alma é guardada do pecado. Aquele que abre o coração ao Espírito de Cristo, torna-se participante daquele grande poder que lhe fará o corpo ressurgir do sepulcro.

4) Do livro Fé e Obras, de E. G. White, à pág. 24, lemos: “...quaisquer obras que o homem pode prestar a Deus serão muito menos do que nada. Meus pedidos só se tornam aceitáveis por estarem baseados na justiça de Cristo. A idéia de fazer algo para merecer a graça do perdão é errônea do começo até o fim. "Senhor, não trago na mão valor algum; simplesmente me apego a Tua cruz." (*A serva do Senhor extraiu esta última frase do sermão nº 181, de C.H.Spurgeon, pregado na manhã de domingo de 28/2/1858 no salão de música, Royal Surrey Gardens, na Inglaterra)

5) Por exemplo. A Escritura, pela pena inspirada de Paulo, nos diz: “Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança da carne do pecado ...” (Rom. 8:3). Muitos, até mesmo entre nós, para satisfazerem seu desejo de não serem taxados de "seita", e o desejo de manter idéias preconcebidas, entendem a palavra “semelhança” ao contrário do claro sentido no grego, exatamente como “dessemelhança, desigualdade, diferença”. Por quê? É que o ser humano não gosta de aceitar a idéia de um Deus que Se dispôs a descer ao seu nível.

Mas Ele, a despeito de Se revestir de nossa natureza defeituosa, ainda assim saiu vitorioso. Ele era, foi e sempre será “Santo, Santo, Santo”. Ele é totalmente altruísta, desceu ao fundo do poço, aonde a raça caída estava: depôs aos pés do Pai todas as Suas prerrogativas e veio a esta terra “com risco de perda eterna” DTN, p. 49, a fim de ser “Deus conosco”, não um deus lá com “os deuses, cuja morada não é com a carne,” como afirmava Babilônia (Dan. 2:11). Foi somente assim que Ele “por causa do pecado, condenou o pecado na carne” (Rom. 8:3).

Ele assumiu o “risco de perda eterna”! Que Deus maravilhoso!!!

Como podemos nós rejeitar este Salvador, e mudar esta verdade???

“Que ninguém busque destruir os fundamentos de nossa fé -- os fundamentos que, mediante estudo da Palavra feito com oração, e por meio da revelação, foram postos no princípio de nossa obra. Sobre esses fundamentos temos estado a construir por mais de cinqüenta anos. Podem homens supor que têm encontrado um caminho novo, que podem pôr um fundamento mais sólido do que o que foi posto; mas isso é grande engano. "Ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já está posto (I Cor. 3:11)” Obreiros Evangélicos, pág. 307 (*Grifamos)

6) Crendo no que a Palavra diz.

7) Em 1998, no centenário da assembléia da Conferência Geral, realizada em Mineápolis, o Patrimônio dos Escritos de Ellen White publicou uma antologia de tudo que ela escreveu sobre “1888”, que resultou em 4 volumes, com um total de 1821 páginas (formato A-4), xerocopiadas dos documentos originais, com o títuloMateriais de Ellen G. White sobre 1888”. Nesta coleção literária, via de regra, não está incluído o que já havia até então sido publicado de Caminho a Cristo, O Desejado de Todas as Nações, O Maior Discurso de Cristo, Parábolas de Jesus, etc. ...

. Certa indignação foi manifestada por defensores da “Nova Teologia”, por ter a Conferência Geral publicado “tudo” que a Serva do Senhor escreveu sobre 1888, entretanto cremos que o Senhor está preparando o caminho para que Sua igreja finalmente receba esta mensagem, que é a chuva serôdia, segundo diz a serva do Senhor, e que há de ser o elemento final para preparar a noiva para encontrar o Noivo celestial. (Apoc. 19: 7).


O Pr. Kenneth H. Wood, Jr., (1917 - 2008) falecido em 25 de maio último, conhecido ministro adventista do sétimo-dia, presidente do Patrimônio dos Escritos de Ellen G. White desde 1980, e membro de oficio do Comitê Executivo da Conferência Geral, diz, à pág. 305 de sua obra Tocado pelos Nossos Sentimentos, que: “Antes de a igreja proclamar com poder divino a última mensagem de advertência ao mundo, ela deve unir-se em torno da verdade sobre a natureza humana de Cristo. (Pág. 234 na nossa recente edição em português).


Os editores da Conferência Geral dizem, à fls 5, §8: “Para todos os que buscam entender o evento de 1888, da perspectiva de Deus, nós recomendamos o estudo destas cartas, manuscritos, artigos e sermões. Acreditamos que eles servirão como uma ajuda para cada adventista do 7º dia que deseja se beneficiar das lições que nossos ancestrais aprenderam, ou falharam em aprender, cem anos atrás.”

E a isto somente podemos dizer, AMÉM!!! Sábio conselho!!!

Tenha um feliz sábado, na compania do nosso Maravilhoso Deus,

lhe deseja o irmão em Cristo,

João Soares da Silveira