Para
22 de fevereiro a 1º de março de 2014
Nossa tendência é crer que as pessoas que consideramos poderosas neste mundo rejeitam a ideia de que
elas precisam ser discipuladas. As poderosas decisões
tomadas afetam milhões de pessoas, sem se importarem com quem elas sejam ou quais
suas verdadeiras necessidades. Mas deve haver algumas pessoas honestas de
coração em posições de poder. A Bíblia está cheia de histórias onde pessoas
poderosas e influentes responderam ao chamado de Deus. A diferença é que Deus
conhece seus corações, e como pessoas dispostas responderão. Todas as pessoas
precisam de discipulado espiritual, quer saibamos ou não.
Lidamos com as
pessoas com (*exercício de) "poder" o tempo todo. Nós nos submetemos
à autoridade dos empregadores, autoridades civis e outras em uma base diária.
Uma sociedade organizada não pode existir sem isso. Mesmo na Igreja Adventista
do Sétimo Dia, reconhecemos uma forma centralizada de governo. Líderes da
igreja local são subordinados às associações, que (*por sua vez) prestam
conta às uniões, divisões, e, finalmente, à Conferência Geral. Este sistema tem
servido a nossa denominação bem mais de 100 anos. Tal como acontece com todos
os líderes, o cargo que ocupam merece o nosso respeito.
Um dos aspectos mais
comoventes da crise que nossa igreja suportou na época de1888 é o espírito mostrado
pelos dois mensageiros escolhidos por Deus a muito poderosos líderes da igreja que
se opuseram a eles. Os princípios foram expressos por Ellen White muitas vezes:
"O Senhor nomeia e envia ministros não só para pregar, pois esta é uma
pequena parte de seu trabalho, mas para ministrar, para educar o povo a não
digladiar, mas a ser um exemplo de piedade. ... Alguns entraram na obra com uma
comissão humana e não divina. Eles se educaram como
debatedores" (Manuscript Releases, vol. 12, pág. 327).
A controvérsia que
atingiu seu ápice em 1888 começou vários anos antes. E. J. Waggoner e A. T.
Jones estavam ambos trabalhando em Healdsburg, Califórnia, como editores da
revista Signs of the Times (Sinais
dos Tempos). Estudando separadamente, ambos concluíram que a lei referida no
livro de Gálatas era os dez mandamentos. Durante o verão de 1884, Waggoner
escreveu dez artigos sobre a lei e o evangelho em Gálatas apoiando este ponto
de vista, o que era uma discordância da posição adventista aceita (*à época) de
que a lei em Gálatas referia-se apenas à lei cerimonial. Os artigos foram publicados
na Signs of the Times.
Não demorou muito
para que o seu ensino fosse contestado. George Butler, presidente da Conferência
Geral começou a escrever a Ellen White sobre o que ele considerava serem erros
ensinados por Jones e Waggoner. Uriah Smith, editor
da Review and Herald, concordou com
Butler. Finalmente,
no início de 1887, Ellen White escreveu uma carta a Jones e Waggoner com cópias
para Smith e Butler. Nesta carta, ela expressou grande preocupação ao ver as
duas posições em
discórdia. Ela temia que Waggoner tivesse cultivado um amor por discussões e
contendas, e que tanto Jones e Waggoner eram muito autoconfiantes e menos
cautelosos do que deveriam ser (Carta 37,
de 18 fev. de 1887; Materiais de Ellen G. White sobre 1888, vol.
1, págs. 26 a 31).
Jones agradeceu a
Ellen White pela carta que ela lhe escreveu, dizendo que ele iria tentar
fervorosamente lucrar com o testemunho, e que ele estava profundamente sentido com
o fato de que ele tenha tido qualquer parte em qualquer coisa que tenderia a
criar divisão ou fazer mal de alguma forma para a causa de Deus (Carta de A. T. Jones a Ellen G. White, de
13 de marco de 1887, publicada em Manuscripts and Memories of Minneapolis
(Manuscritos e Memórias de Minneapolis), págs. 66-67).
A reação de Waggoner foi
semelhante: “Eu desejo fervorosamente que o tempo possa vir em breve quando
todo o nosso povo esteja em consonância... Eu realmente sinto muito pelas sensibilidades
que existiram e existem entre ambas lideranças. ... eu sei muito bem que um
sentimento de crítica tem existido aqui, ao eu pensar em ninguém mais do que
eu. Como eu vejo agora esse espírito de crítica, que brota do tipo mais cruel
de orgulho, eu detesto isso, e não o quero mais" (Carta de E. J. Waggoner
a Ellen G. White, idem, em 1º de abril de 1887, págs. 71, 72).
Não é nosso propósito
nestas introspecções narrar as descrições que temos do espírito exibido por
Jones e Waggoner, que tendem a refutar as críticas deles. Eles estavam sob o
ataque constante, como ocorria com Ellen White, que aprovou a mensagem deles.
Como pessoas que conhecem e amam a mensagem, temos de aprender a lição de
deixar a mensagem efetuar a sua obra em nossos corações. O espírito de debate e
argumentação nunca "discipulou" pessoas defendendo pontos de vista
diferentes, mas isso não significa que devamos ficar calados. Devemos sempre
pedir a Deus sabedoria para falar a verdade com amor no momento adequado.
A maioria de nós já
experimentou a alegria de compartilhar a mensagem de 1888 com outras pessoas em
nossas igrejas, possivelmente incluindo nossos líderes. A responsabilidade mais
importante para nós é estudar a mensagem para o nosso próprio entendimento, e deixa-la
repousar em nossos corações pelos profundos sussurros do Espírito Santo. Uma
vez que entendamos como ela é maravilhosa, a nossa vontade será exortar os
outros a assim vê-la também. Nada de errado com isso, mas como sempre, isso
depende de como o fazemos. A mensagem deve ser estudada para realmente sondar
suas profundezas. Não há atalhos. Alguns têm receio de até mesmo estudar a
mensagem com medo de perder suas posições na liderança da igreja. É possível
discipular essas pessoas, e se Deus lhe deu essa tarefa, oro para que Ele vos
guie em como fazer isso. (*Toda verdade deve ser dita, mas com espírito de amor
Ágape e sem contendas).
Outros podem
concordar apenas com certos aspectos da mensagem. A maioria das pessoas vão
concordar que a morte de Cristo na cruz realizou algo por todos os seres
humanos, mas o ponto de vista arminiano assume a posição de que o que Ele fez
não é efetivo até que a pessoa primeiro se arrependa dos seus caminhos e venha
a Cristo. O sacrifício de Cristo na cruz não é meramente provisional, mas eficaz
para todo o mundo. A única razão pela qual alguém pode se perder é que ele
escolha resistir à graça salvadora de Deus. Assim, o sacrifício de Cristo
justificou todos os seres humanos e literalmente salvou o mundo da destruição
prematura. No livro, "1888
For Almost Dummies"
(1888 para Quase Estúpidos), Robert J. Wieland, dá resumos úteis).
Outro ponto sensível
da mensagem de 1888 é que Cristo tomou a natureza humana caída da humanidade na
encarnação. Nossa liderança da igreja não questionou essa posição até a metade
do século 20, quando se tornou vaga, e atualmente é considerada uma questão não
essencial. A visão de 1888 é que ao procurar a humanidade perdida, Cristo percorreu
todo o caminho, tomando sobre Si e assumindo a natureza caída e pecaminosa do
homem. Ele fez isso para que pudesse ser tentado em todos os pontos como nós
somos, e, ainda assim, demonstrar a perfeita justiça "em semelhança da carne do pecado" (Rom. 8: 3, 4). (Os
livros O Caminho Consagrado escrito por
A. T. Jones, e Tocado com os Nossos Sentimentos,
escrito por Jean Zurcher são úteis sobre este tema).
Possivelmente o ponto
mais disputado é a ideia de que a igreja nunca totalmente aceitou a mensagem e
precisa "corporativamente" arrepender-se e levar os membros atuais
para uma curiosidade profunda e estudo do que ela realmente era. (*Este
arrependimento corporativo é um desafio de Cristo a nós líderes do verdadeiro
povo de Deus em Apoc. 3:19, “ao anjo da
igreja que está em Laodicéia” (vs.14), e do verso 18 fica claro que Cristo
está falando dos elementos essenciais da mensagem de 1888: o “ouro”, a fé e o amor; “roupas brancas,” a pureza do caráter de
Cristo, e o “colírio,” o
discernimento espiritual). Embora haja
"bolsões" de crentes, os esforços são amortecidos por um corpo de
“obreiros assalariados que tanto pode reagir com indiferença ou com aberta
hostilidade. (Há pelo menos dois livros úteis sobre este tema: “Arrependimento corporativo,” e o “Apelo da Testemunha Verdadeira,” ambos
escritos por Robert J. Wieland, e também "Então
o Santuário Será Purificado" por Donald K. Short).
A história do que
realmente aconteceu na era de 1888 também é debatida. Aqueles que consideram
que a mensagem foi aceita na Conferência 1888 ou pouco depois simplesmente devem
distorcer os fatos. (Três excelentes histórias estão disponíveis: “1888 Re- examinado” por Robert J.
Wieland e Donald K. Short; “Deixe que a
História Fale” por Donald K. Short, e “O
Retorno do Chuva Serôdia” por Ron Duffield).
De maneira nenhuma
isso é uma bibliografia exaustiva, mas serve para destacar por onde começar ou
continuar a estudar. A paixão de Cristo foi a Sua aflição pelas almas. Quando
permitimos que o Espírito nos encha, nós também teremos essa paixão. O significado
de "discipulado" é que não há nenhuma classe de pessoas isentas da
necessidade da Boa Nova de Cristo e do que Ele fez por todos nós. Que Deus
abençoe a você e lhe dê coragem para realizar a Sua vontade.
-- Arlene Hill
A irmã Arlene Hill
é uma advogada aposentada da Califórnia, EUA. Ela agora mora na cidade de Reno,
estado de Nevada, onde é professora da Escola Sabatina na igreja adventista
local. Ela foi um dos principais oradores no seminário “É a
Justiça Pela Fé, Relevante Hoje?”, que se realizou na sua igreja em
maio de 2010, a
Igreja Adventista do Sétimo Dia, localizada no endereço: 7125 Weest 4th
Street , Reno, Nevada, USA, Telefone 001 XX (775)
327-4545; 001 XX (775) 322-9642.
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