Para 1º a 8 de fevereiro de 2014
Poucas pessoas se
consideram "normais". A maioria de nós gosta de pensar que há algo de
especial sobre nós, pelo menos o suficiente para ter o direito de estar nesta
terra. No entanto, quando Adão vendeu a raça humana em pecado, perdemos o
direito a qualquer coisa, exceto o que o nosso novo mestre, Satanás, poderia nos
dar, que é a morte. Todos os filhos de Adão, comuns ou especiais para os
padrões do mundo, estão na mesma situação. A chave para entender a cruz é
reconhecer esta condição sem esperança. Nossa lição afirma que "a morte de
Cristo foi o grande equalizador: ela mostrou que todos nós somos pecadores
necessitados da graça de Deus" (*Primeira frase do estudo para sábado à
tarde). Na verdade temos esta necessidade; mas, como é que a Cruz de Cristo
mostra isto?
A lição da cruz não era
nenhum segredo místico reservado para o círculo íntimo de alguns discípulos
mais próximos (*de Jesus). No auge de Seu ministério quando "ia com Ele uma grande multidão", Ele
corajosamente proclamou a todos eles a mesma verdade desafiadora: "E voltando-Se disse-lhe: ‘Se alguém vier
a Mim e não aborrecer a seu pai, e mãe e mulher, e filhos, e irmãos e irmãs, e
ainda também a sua própria vida, não pode ser Meu discípulo. E qualquer que não
levar a sua cruz, e não vier após Mim, não pode ser Meu discípulo" (Lucas
14:25-27) . Era como se Ele tivesse dito, Eu estou contente de ver você Me
seguindo, mas está você realmente certo, do fundo do coração, que esta é a sua
escolha? Se você Me seguir, você deve necessariamente aceitar a Minha rota.
É claro que a decisão
de aceitar o evangelho é uma decisão para aceitar o caminho da cruz, e que a
decisão só pode ser tomada pelo íntimo do coração. Nenhum elaborado programa de
reuniões evangelísticas ou pregação emocional pode trazer um coração a essa
decisão sem o poder de atração do Espírito Santo.
A razão pela qual a
cruz é o "poder de Deus para
salvação" (*Rom. 1:16) é que somente o amor tem verdadeiro poder de
atração. "Com amor eterno te amei,
por isso com benignidade te atraí” (Jer. 31:3). Cristo prefere nos atrair
pela cruz a nos conduzir pelo Seu poder. Os convertidos que vêm por meio da
cruz, são aqueles a quem o Pai apela. Em Seu misterioso processo de atrair, o
Pai não quer apenas uma obediência da boca para fora, mas Ele quer verdadeiros
discípulos que seguirão o Cordeiro por onde quer que Ele vá (*veja Apoc. 14:4).
Existem barreiras
para este processo de atração? Sim, mas elas vêm de dentro de nós. Muitos
pensam que temos de parar de pecar antes de Deus nos aceitar. Nós tentaremos
nosso melhor para "purificar o nosso ato,” mas, no fundo, nunca temos
certeza de que fizemos o suficiente.
Nenhum processo
difícil, ou obscuro envolvido na batalha contra o pecado é o método de Deus.
Cristo ganhou a batalha por nós, se estivermos dispostos a depender pela fé dEle,
em vez de nossos próprios esforços. Mas nossa natureza nos obriga a valorizar esses
esforços cheios de orgulho, como se tivessem poder de salvação. Quando você vê
que Ele veio em sua carne, ou seja, tomou o seu lugar na sua situação
particular, neste momento, você pode ver como o amor é colocado na linha reta da
rota de colisão da cruz, a única fonte poderosa de salvação.
Tão logo você diga
"obrigado," por uma generosidade feita a você, seu coração
responde com um profundo sentimento de contrição. Todas as suas pequenas atitudes
de amor próprio são reveladas em seu aspecto mais vil. Como em luz
ultravioleta, todos os motivos de seu coração, de repente aparecem diferentes
de como você nunca os viu antes. Nenhuma pregação emocional fez tal mágica — você mesmo viu algo.
O que você viu naquela luz foi seu verdadeiro eu, o eu que é sem amor. Uma luz
brilha da cruz que ilumina a sua alma nos holofotes do céu, e você se vê como
os seres do universo não caído olham para você, com cada falha de caráter
exposta. Você quer se esconder, mas esta estranha luz de amor banha sua alma, e
cada pequena raiz de orgulho, autoestima e confiança em obras esvai-se. Este é
o verdadeiro amor Ágape, o amor que
cria valor nos indivíduos que (*Ele, Ágape)
ama, não importa quão "comuns" sejam.
A queda no Éden
afetou toda a raça humana, pois Adão e Eva só poderiam gerar filhos com a
natureza pecaminosa que tinham adquirido. Muitos pensam que a advertência de
Deus para eles, "porque no dia em
que dela comeres, certamente morrerás" (Gên 2:17), não foi cumprida,
porque eles não morreram "naquele dia". É tentador pensar que de
alguma forma eles tinham alguma força da vida dentro de si que os impediu de
morrer como Deus havia dito.
"Tão
logo houve pecado, houve um Salvador. Cristo sabia que Ele teria que sofrer,
mas Ele Se tornou o substituto do homem. Assim que Adão pecou, o Filho de Deus
Se apresentou como garantia pela raça humana, com o mesmo poder para evitar a
condenação pronunciada sobre o culpado casal como quando Ele morreu na cruz do
Calvário .... que amor! Que incrível condescendência! O Rei da glória propôs humilhar-Se
à humanidade caída! Ele iria colocar os pés nos passos de Adão. Ele tomaria a
natureza caída do homem e Se engajaria em lidar com o forte inimigo que
triunfou sobre Adão. Ele iria vencer Satanás, e assim fazendo, Ele abriria o
caminho para a redenção da desgraça da falha e queda de Adão àqueles que creem
nEle" (Ellen G. White, Review and
Herald, 12 de março de 1901; 24 de fevereiro de 1874).
Cristo
está disposto a fazer discípulos de todos, "comuns" ou "
especiais". Pois “O mesmo Pai vos
ama’ (João 16:27). Ele deseja atrair-vos de novo a Si, e ver refletida em vós
Sua própria pureza e santidade ... Quanto mais perto vos chegardes de Jesus, tanto
mais cheio de faltas parecereis aos vossos olhos; porque vossa visão será mais clara
e vossas imperfeições se verão em amplo e vivo contraste com a Sua natureza
perfeita. Isto é prova de que os enganos de Satanás perderam seu poder; ... Não
pode habitar um amor profundo e arraigado no coração daquele que não reconhece
sua pecaminosidade. A alma transformada pela graça de Cristo admirará o Seu
caráter divino; se, porém, não reconhecermos nossa própria deformidade moral, é
isto uma prova inequívoca de que não obtivemos uma visão da beleza e excelência
de Cristo" (Ellen G. White, Caminho
a Cristo , págs. 64-65).
Esta lição incorpora
muitas verdades das Boas Novas da mensagem de 1888 que aquecem o coração,
incluindo estas poucas: 1ª) Cristo realizou algo para cada ser humano. Ele
morreu a segunda morte por "todos homens", e, portanto, elegeu
"todos os homens para serem salvos. "Para o mundo foi feito o
sacrifício de Cristo" (Parábolas
de Jesus, pág. 301) "Cristo ...
resgatou a queda vergonhosa de Adão, e salvou o mundo" (Minha Consagração Hoje, pág. 323).
*Veja o último parágrafo
da lição de quarta-feira: “A cruz revela, de uma forma que não podemos entender,
o ‘valor infinito’ (EGW) de cada ser humano, independentemente de seu status na vida, que é ... nada mais do que uma invenção humana fundamentada em
conceitos e atributos que não fazem sentido no Céu, ou são até mesmo contrários
aos princípios do Céu.”
2ª) Por Sua cruz
erguida e Seu ministério sacerdotal em curso, Cristo está atraindo "todos
os homens" — Seu amor é tão forte e persistente que o pecador deve
resistir a ele, a fim de se perder. "A morte passou a todos os homens,
porque todos pecaram, e o dom da justiça passou a todos os homens na vida de
Cristo" (Ellet J. Waggoner, Romanos,
pág. 102).
3ª) Ao buscar-nos,
Cristo percorreu todo o caminho até onde estamos, tomando sobre Si a “semelhança da
carne do pecado, [e] pelo pecado,
condenou o pecado na carne" (*Rom. 8:3). Assim, Ele é um Salvador ao "alcance da mão, e não está longe de nós."
"Havia em toda a Sua vida [de Cristo] uma luta. A carne, movida pelo
inimigo de toda justiça, tenderia para o pecado, mas a Sua natureza divina
nunca por um momento nutriu um desejo mal, nem o Seu poder Divino por um
momento vacilou" (E. J. Waggoner, Cristo
e Sua Justiça, pag. 34, edição Boas
Novas).
Tornamo-nos
conscientes de que a verdadeira prova do discipulado é que vejamos a nossa
própria pecaminosidade. Não importa se somos pessoas "comuns" ou
importantes e especiais, segundo os padrões do mundo. A cruz requer que vemos a
nossa impotência para fazer qualquer coisa a respeito do pecado pelos nossos
esforços. Se estamos dispostos a ver o que o nosso pecado custou a Deus para
resolver o problema na cruz, seremos atraídos para Aquele que morreu por nós e
consagrou um caminho de salvação1 para que possamos estar com Ele. Que incrível
amor!
- Arlene Hill
A
irmã Arlene Hill é uma advogada
aposentada da Califórnia, EUA. Ela agora mora na cidade de Reno, estado de
Nevada, onde é professora da Escola Sabatina na igreja adventista local. Ela
foi um dos principais oradores no seminário “É a Justiça Pela Fé, Relevante
Hoje?”, que se realizou na sua igreja em maio de 2010, a Igreja Adventista
do Sétimo Dia, localizada no endereço: 7125 Weest 4th Street, Reno,
Nevada, USA, Telefone
001 XX (775)
327-4545; 001 XX (775) 322-9642.
Nota
do tradutor:
1)
Veja o arquivo postado neste blog na
sexta-feira, 27 de dezembro de 2013, para a lição 13 do último trimestre de
2013, com o título “O Novo e Vivo Caminho.”
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