quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Lição 6 - Discipulando os "comuns," por Arlene Hill




Para 1º a 8 de fevereiro de 2014

Poucas pessoas se consideram "normais". A maioria de nós gosta de pensar que há algo de especial sobre nós, pelo menos o suficiente para ter o direito de estar nesta terra. No entanto, quando Adão vendeu a raça humana em pecado, perdemos o direito a qualquer coisa, exceto o que o nosso novo mestre, Satanás, poderia nos dar, que é a morte. Todos os filhos de Adão, comuns ou especiais para os padrões do mundo, estão na mesma situação. A chave para entender a cruz é reconhecer esta condição sem esperança. Nossa lição afirma que "a morte de Cristo foi o grande equalizador: ela mostrou que todos nós somos pecadores necessitados da graça de Deus" (*Primeira frase do estudo para sábado à tarde). Na verdade temos esta necessidade; mas, como é que a Cruz de Cristo mostra isto?
A lição da cruz não era nenhum segredo místico reservado para o círculo íntimo de alguns discípulos mais próximos (*de Jesus). No auge de Seu ministério quando "ia com Ele uma grande multidão", Ele corajosamente proclamou a todos eles a mesma verdade desafiadora: "E voltando-Se disse-lhe: ‘Se alguém vier a Mim e não aborrecer a seu pai, e mãe e mulher, e filhos, e irmãos e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser Meu discípulo. E qualquer que não levar a sua cruz, e não vier após Mim, não pode ser Meu discípulo" (Lucas 14:25-27) . Era como se Ele tivesse dito, Eu estou contente de ver você Me seguindo, mas está você realmente certo, do fundo do coração, que esta é a sua escolha? Se você Me seguir, você deve necessariamente aceitar a Minha rota.
É claro que a decisão de aceitar o evangelho é uma decisão para aceitar o caminho da cruz, e que a decisão só pode ser tomada pelo íntimo do coração. Nenhum elaborado programa de reuniões evangelísticas ou pregação emocional pode trazer um coração a essa decisão sem o poder de atração do Espírito Santo.
A razão pela qual a cruz é o "poder de Deus para salvação" (*Rom. 1:16) é que somente o amor tem verdadeiro poder de atração. "Com amor eterno te amei, por isso com benignidade te atraí” (Jer. 31:3). Cristo prefere nos atrair pela cruz a nos conduzir pelo Seu poder. Os convertidos que vêm por meio da cruz, são aqueles a quem o Pai apela. Em Seu misterioso processo de atrair, o Pai não quer apenas uma obediência da boca para fora, mas Ele quer verdadeiros discípulos que seguirão o Cordeiro por onde quer que Ele vá (*veja Apoc. 14:4).
Existem barreiras para este processo de atração? Sim, mas elas vêm de dentro de nós. Muitos pensam que temos de parar de pecar antes de Deus nos aceitar. Nós tentaremos nosso melhor para "purificar o nosso ato,” mas, no fundo, nunca temos certeza de que fizemos o suficiente.
Nenhum processo difícil, ou obscuro envolvido na batalha contra o pecado é o método de Deus. Cristo ganhou a batalha por nós, se estivermos dispostos a depender pela fé dEle, em vez de nossos próprios esforços. Mas nossa natureza nos obriga a valorizar esses esforços cheios de orgulho, como se tivessem poder de salvação. Quando você vê que Ele veio em sua carne, ou seja, tomou o seu lugar na sua situação particular, neste momento, você pode ver como o amor é colocado na linha reta da rota de colisão da cruz, a única fonte poderosa de salvação.
Tão logo você diga "obrigado," por uma generosidade feita a você, seu coração responde com um profundo sentimento de contrição. Todas as suas pequenas atitudes de amor próprio são reveladas em seu aspecto mais vil. Como em luz ultravioleta, todos os motivos de seu coração, de repente aparecem diferentes de como você nunca os viu antes. Nenhuma pregação emocional fez tal mágica — você mesmo viu algo. O que você viu naquela luz foi seu verdadeiro eu, o eu que é sem amor. Uma luz brilha da cruz que ilumina a sua alma nos holofotes do céu, e você se vê como os seres do universo não caído olham para você, com cada falha de caráter exposta. Você quer se esconder, mas esta estranha luz de amor banha sua alma, e cada pequena raiz de orgulho, autoestima e confiança em obras esvai-se. Este é o verdadeiro amor Ágape, o amor que cria valor nos indivíduos que (*Ele, Ágape) ama, não importa quão "comuns" sejam.
A queda no Éden afetou toda a raça humana, pois Adão e Eva só poderiam gerar filhos com a natureza pecaminosa que tinham adquirido. Muitos pensam que a advertência de Deus para eles, "porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás" (Gên 2:17), não foi cumprida, porque eles não morreram "naquele dia". É tentador pensar que de alguma forma eles tinham alguma força da vida dentro de si que os impediu de morrer como Deus havia dito.

"Tão logo houve pecado, houve um Salvador. Cristo sabia que Ele teria que sofrer, mas Ele Se tornou o substituto do homem. Assim que Adão pecou, o Filho de Deus Se apresentou como garantia pela raça humana, com o mesmo poder para evitar a condenação pronunciada sobre o culpado casal como quando Ele morreu na cruz do Calvário .... que amor! Que incrível condescendência! O Rei da glória propôs humilhar-Se à humanidade caída! Ele iria colocar os pés nos passos de Adão. Ele tomaria a natureza caída do homem e Se engajaria em lidar com o forte inimigo que triunfou sobre Adão. Ele iria vencer Satanás, e assim fazendo, Ele abriria o caminho para a redenção da desgraça da falha e queda de Adão àqueles que creem nEle" (Ellen G. White, Review and Herald, 12 de março de 1901; 24 de fevereiro de 1874).
Cristo está disposto a fazer discípulos de todos, "comuns" ou " especiais". Pois “O mesmo Pai vos ama’ (João 16:27). Ele deseja atrair-vos de novo a Si, e ver refletida em vós Sua própria pureza e santidade ... Quanto mais perto vos chegardes de Jesus, tanto mais cheio de faltas parecereis aos vossos olhos; porque vossa visão será mais clara e vossas imperfeições se verão em amplo e vivo contraste com a Sua natureza perfeita. Isto é prova de que os enganos de Satanás perderam seu poder; ... Não pode habitar um amor profundo e arraigado no coração daquele que não reconhece sua pecaminosidade. A alma transformada pela graça de Cristo admirará o Seu caráter divino; se, porém, não reconhecermos nossa própria deformidade moral, é isto uma prova inequívoca de que não obtivemos uma visão da beleza e excelência de Cristo" (Ellen G. White, Caminho a Cristo , págs. 64-65).
Esta lição incorpora muitas verdades das Boas Novas da mensagem de 1888 que aquecem o coração, incluindo estas poucas: 1ª) Cristo realizou algo para cada ser humano. Ele morreu a segunda morte por "todos homens", e, portanto, elegeu "todos os homens para serem salvos. "Para o mundo foi feito o sacrifício de Cristo" (Parábolas de Jesus, pág. 301) "Cristo ... resgatou a queda vergonhosa de Adão, e salvou o mundo" (Minha Consagração Hoje, pág. 323). 

*Veja o último parágrafo da lição de quarta-feira: “A cruz revela, de uma forma que não podemos entender, o ‘valor infinito’ (EGW) de cada ser humano, independentemente de seu status na vida, que é ... nada mais  do que uma invenção humana fundamentada em conceitos e atributos que não fazem sentido no Céu, ou são até mesmo contrários aos princípios do Céu.”
2ª) Por Sua cruz erguida e Seu ministério sacerdotal em curso, Cristo está atraindo "todos os homens" — Seu amor é tão forte e persistente que o pecador deve resistir a ele, a fim de se perder. "A morte passou a todos os homens, porque todos pecaram, e o dom da justiça passou a todos os homens na vida de Cristo" (Ellet J. Waggoner, Romanos, pág. 102).
3ª) Ao buscar-nos, Cristo percorreu todo o caminho até onde estamos, tomando sobre Si a “semelhança da carne do pecado, [e] pelo pecado, condenou o pecado na carne" (*Rom. 8:3). Assim, Ele é um Salvador ao "alcance da mão, e não está longe de nós." "Havia em toda a Sua vida [de Cristo] uma luta. A carne, movida pelo inimigo de toda justiça, tenderia para o pecado, mas a Sua natureza divina nunca por um momento nutriu um desejo mal, nem o Seu poder Divino por um momento vacilou" (E. J. Waggoner, Cristo e Sua Justiça, pag. 34, edição Boas Novas).
Tornamo-nos conscientes de que a verdadeira prova do discipulado é que vejamos a nossa própria pecaminosidade. Não importa se somos pessoas "comuns" ou importantes e especiais, segundo os padrões do mundo. A cruz requer que vemos a nossa impotência para fazer qualquer coisa a respeito do pecado pelos nossos esforços. Se estamos dispostos a ver o que o nosso pecado custou a Deus para resolver o problema na cruz, seremos atraídos para Aquele que morreu por nós e consagrou um caminho de salvação1 para que possamos estar com Ele. Que incrível amor!

- Arlene Hill

A irmã Arlene Hill é uma advogada aposentada da Califórnia, EUA. Ela agora mora na cidade de Reno, estado de Nevada, onde é professora da Escola Sabatina na igreja adventista local. Ela foi um dos principais oradores no seminário “É a Justiça Pela Fé, Relevante Hoje?”, que se realizou na sua igreja em maio de 2010, a Igreja Adventista do Sétimo Dia, localizada no endereço: 7125 Weest 4th Street, Reno, Nevada, USA, Telefone  001 XX (775) 327-4545; 001 XX (775) 322-9642.



Nota do tradutor:
1)      Veja o arquivo postado neste blog na sexta-feira, 27 de dezembro de 2013, para a lição 13 do último trimestre de 2013, com o título “O Novo e Vivo Caminho.
 

____________________________