Para 5 a 12 de julho de 2014
“Far-nos-ia
bem despender diariamente uma hora cada dia contemplando a vida de Jesus. Deveremos
tomá-la ponto por ponto, e deixar que a imaginação se apodere de cada cena,
especialmente as finais. Ao meditar assim em Seu grande sacrifício por nós,
nossa confiança nEle será mais constante, nosso amor vivificado, e seremos mais
profundamente imbuídos de Seu espírito. Se queremos ser salvos afinal, teremos
de aprender ao pé da cruz a lição de arrependimento e humilhação” (Ellen G. White, O Desejado de
Todas as Nações, pág. 83).
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Nossa lição desta semana centra-se
sobre a natureza divina de Cristo, e também sua "plena humanidade."
Uma pergunta é feita: "Por que é tão importante saber que Jesus era
plenamente humano?" (*Guia de estudos das Lições da Escola Sabatina, edição Adultos/professor, pág. 17, na edição do aluno, pág. ___, em ambas,
está no destaque ao final da página).
Uma das maiores verdades da mensagem de 1888 é que, em busca de nós,
Cristo veio todo o caminho para onde estamos, tomando sobre si "a semelhança da carne do pecado, e pelo
pecado, condenou o pecado na carne."1 Assim,
Ele é o Salvador "ao alcance da mão, e não de longe." Ele é o
"Salvador de todos os homens", até mesmo "o principal dos
pecadores."
A chave para compreender o coração da mensagem de 1888 encontra-se
naquela frase - "o Salvador que não está longe, mas bem perto."2 Ele, que é "o
caminho, a verdade e a vida" (*João 14: 6) Se fez manifesto como
Alguém "ao alcance da mão", "Emanuel, Deus conosco ...",
não Ele sozinho lá com Deus, mas “Deus
conosco" (Mat. 1:23).
Jesus Cristo vem a nós na mensagem de 1888 de uma forma única. E o
desconcertante, muitas vezes incompreendido, é que a história dessa mensagem
demonstra a grande controvérsia entre Cristo e Satanás. Deixe Cristo ser
revelado em Sua plenitude, e Satanás, com certeza vai ser despertado a se opor.
É assim até hoje.
Foi Cristo de fato, "como nós, em tudo tentado" a partir de
dentro, bem como de fora? Ou era Ele tão diferente de nós que Ele não podia
sentir nossas tentações interiores? Foi Ele real e verdadeiramente homem? Ou
foi Ele tentado apenas como o Adão sem pecado? Podemos ter certeza de que Ele
foi tentado como nós somos tentados?
Ou foi Ele tentado de alguma forma não humana, misteriosa, irrelevante para o
nosso entendimento?
Esta mensagem não foi uma distinção mesquinha, partidária de disputas
teológicas cerebrais, que são tão comuns entre nós hoje. Era simples, poderosa,
Boas Novas de salvação da alma que conquistou pecadores, incluindo adolescentes
tentados!
Ellen White em Caminho a Cristo nos dá a resposta sincera à pergunta da lição: “Ele, que era um com Deus, ligou-Se aos filhos dos homens por laços que nunca serão rompidos. Jesus ‘não Se envergonha de lhes chamar irmãos’". Heb. 2:11; “Ele é o nosso sacrifício, nosso Advogado, nosso Irmão, portando nossa forma humana perante o trono do Pai, e, através dos séculos eternos, unido à raça que Ele — o Filho do homem — redimiu. E tudo isto para que o homem pudesse ser erguido da ruína e degradação do pecado, a fim de que refletisse o amor de Deus e participasse da alegria da santidade.” (pág. 14).
Ellen White em Caminho a Cristo nos dá a resposta sincera à pergunta da lição: “Ele, que era um com Deus, ligou-Se aos filhos dos homens por laços que nunca serão rompidos. Jesus ‘não Se envergonha de lhes chamar irmãos’". Heb. 2:11; “Ele é o nosso sacrifício, nosso Advogado, nosso Irmão, portando nossa forma humana perante o trono do Pai, e, através dos séculos eternos, unido à raça que Ele — o Filho do homem — redimiu. E tudo isto para que o homem pudesse ser erguido da ruína e degradação do pecado, a fim de que refletisse o amor de Deus e participasse da alegria da santidade.” (pág. 14).
Alonzo T. Jones (um dos dois "mensageiros" de 1.888), em um
sermão na Assembleia da Conferência Geral de 1895 disse: "Aquele que era
um com Deus Se ligou com os filhos dos homens por laços que nunca deverão ser
quebrados' [citando Ellen White]. Em que foi Ele próprio ligado conosco? — em
nossa carne; em nossa natureza. Este é o sacrifício que ganha os corações dos
homens .... Quando consideramos que Ele mergulhou Sua natureza em nossa
natureza humana por toda a eternidade — isto é um sacrifício. Esse é o amor de
Deus. E nenhum coração pode argumentar contra isso.3
Esta “descida” ao nível da humanidade foi com o propósito de
levantar-nos para nos tornarmos aprovados em Cristo. "E, porque sois filhos, Deus enviou aos vossos corações o Espírito
de Seu Filho, que clama: Aba, Pai. Assim que já não és mais servo, mas filho;
e, se és filho, és também herdeiro de Deus por meio de Cristo" (Gal.
4, 6, 7). Em outras palavras, Cristo sendo "feito
carne"4
é uma verdade que é gloriosamente verificada na experiência pessoal daqueles
que creem nEle.
Cristo entrou na corrente da hereditariedade humana, não sendo isento de
nenhum dos males da nossa herança. "Ele
tomou sobre Si a semente [esperma, no
grego] de Abraão" (Heb. 2:16) "feito da semente [esperma] de Davi segundo a carne" (Rom
1:3). Ele não podia Se aproximar mais de nós do que o fez.
Ele veio com o propósito expresso de atacar e conquistar a fera do
pecado no covil onde tinha a sua residência em carne humana. COMO? — "Deus, enviando o Seu próprio Filho em
semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne, para que
a justiça da lei se cumprisse em nós" (Romanos 8:3, 4). Sua batalha
contra o pecado era real, em nenhum sentido, fez de conta ou fingiu.
Ele tornou-Se o Príncipe dos sofredores humanos, sorvendo ao máximo toda
a desgraça a que nós, seres humanos, estamos sujeitos. Mediante a fé nEle,
tornamo-nos "participantes das
aflições de Cristo" (1ª Pedro 4:13). Em outras palavras, os nossos
sofrimentos não são mais agonia sem sentido, mas são elevados a um parentesco
com Cristo. Em Cristo, os nossos sofrimentos humanos assumem uma glória eterna.
Ele foi "coroado de glória e de
honra" (Salmo 8:5) "por
causa da paixão da morte" (Heb. 2:9), e nós também, devemos nos
alegrar "com gozo inefável e
glorioso" (1ª Pedro 1:8) em Sua presença, percebendo nosso parentesco
com Ele no sofrimento. (*alcançando o fim da nossa fé e a salvação das nossas
almas, confira no verso 9).
A "descida" de Cristo até nós inclui Ele tomar sobre Sua
natureza sem pecado, a nossa natureza pecaminosa, para que pudesse ser tentado
como somos e ganhar o direito de nos socorrer (ajudar) em nossa tentação. Ele
era totalmente sem pecado, mas Ele também foi totalmente tentado como somos:
"E,
visto como os filhos participam da carne e do sangue, também Ele participou das
mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte,
isto é, o diabo, e livrasse todos os que, com medo da morte, estavam toda a
vida sujeitos à servidão .... por isso convinha que em tudo fosse semelhante
aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de
Deus, para expiar os pecados do povo. Porque naquilo que Ele mesmo sendo
tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados" (Heb. 2:14-18).
No antigo Israel, o sumo sacerdote era o conselheiro, pastor do povo,
médico, e curador de suas doentes almas. A melhor definição moderna da palavra
"sumo sacerdote" é Psiquiatra Divino, o Médico de nossas almas.
Cristo é o Curador celestial de nossas almas, próximo a cada um de nós, "pode também salvar perfeitamente os
que por Ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles"
(Heb. 7:25).
Se houvesse qualquer detalhe em que Cristo estivesse isento de suportar
nossas tentações, Ele seria incapaz de nos "socorrer" nessas mesmas
tentações. Fosse qual fosse o pecado que somos tentados a cometer que Ele não
tivesse sido tentado a cometer, não teríamos Salvador a em relação a
este pecado. Ficaríamos impotentes, para sempre incapazes de resistir a tal
tentação. Mas "não temos um sumo
sacerdote que não possa compadecer-Se das nossas fraquezas; porém, um que, como
nós, em tudo [em todos os pontos] foi
tentado, mas sem pecado" (4:15).
A realidade do Filho de Deus em realmente Se tornar um de nós é vista no
fato dEle assumir sobre Si nossa natureza pecaminosa, mas não participando de
nossos próprios pecados. (*esta é a diferença entre Cristo e Nós). Ele abre uma
janela para o Seu coração [*para o coração dEle mesmo], para que possamos ver a
luta que Ele teve de suportar: "Eu
não posso de Mim mesmo fazer coisa alguma. Como ouço, assim julgo, e o Meu
juízo é justo, porque não busco a Minha vontade, mas a vontade do Pai que Me
enviou” (João 5:30) "Porque Eu
desci do céu, não para fazer a Minha vontade, mas a vontade dAquele que Me
enviou" (6:38).
Certamente hoje temos de sentir a necessidade de apresentar Cristo como
um Salvador que não está longe, mas perto, à mão! Um mundo moribundo precisa
vê-Lo assim.
- A partir dos escritos de Robert
J. Wieland
Notas
de rodapé — a primeira e a última são do tradutor:
1) Note que não nos é nem mesmo repetido ao
final do verso a palavra semelhança dizendo
que Jesus condenou o pecado na semelhança da carne, mas sim que Cristo “condenou o pecado na carne”
(Rom. 8:3)
No
verso 4 é dito que Deus condenou o pecado na carne de Jesus a fim de que o
preceito da lei se cumprisse em nós, ou seja: a salvação em Cristo dá ao crente
a possibilidade de obedecer a Deus. Não por suas próprias forças, mas pelo
poder do Espírito Santo.
Longe
de abolir a Lei, Paulo estava destacando uma das funções da lei: mostrar a
nossa necessidade de um Salvador fazer parte da vida daquele que crê em Jesus
como propiciação pelos nossos pecados. Que o apóstolo Paulo acreditava na
eternidade da Lei de Deus podemos concluir ao ler os seguintes textos: Romanos
3:31, 6:15, 7:7, 12, 22, etc. Paulo
nunca foi contra e Lei de Deus, mas sim contra a maneira errada que alguns a interpretavam.
[2] Ellen
G. White, Mensagens Escolhidas, livro
3, pág. 181.
[3] Boletim diário da Conferência Geral de 1895,
páginas 381 e 382;
4) Cristo
era divino, espiritual. Ora, ninguém é feito o que já é, e sim o que ainda não é.
Assim, Cristo que já era divino e espiritual, foi feito carne. Carne real, como
a sua e a minha, pois quando Ele veio não existia outra carne senão a nossa pecaminosa carne que todos
temos. Veja O Desejado de Todas as Nações
pág. 49. Assim Ele, que já era plenamente divino assumiu sobre Si a plenitude
da humanidade.
"Quando
meditamos na encarnação de Cristo na humanidade, ficamos perplexos por um
mistério insondável, que a mente humana não pode compreender... O Criador dos
mundos, Aquele em quem estava corporalmente a plenitude da divindade, foi
manifesto no desamparado bebê na manjedoura. ... A divindade e a humanidade se
combinaram misteriosamente, e homem e Deus se tornaram um. ... Ao olhar para
Cristo na humanidade, olhamos para Deus, e vemos nEle o esplendor de Sua
glória, a expressa imagem de Seu ser." – (Comentários de Ellen G. White, SDA Bible Commentary, vol. 5, pág.
1.130. Originalmente em Sings of the
Times, de 30 de julho de 1896).
“Tomando
sobre Si a natureza humana em sua condição caída, Cristo não participou em nada
de seus pecados. ... Ele foi em todos os pontos tentado como nós somos”
(Comentários de Ellen G. White, SDA Bible
Commentary, vol. 5, pág. 1.131. Originalmente em Sings of the Times, de 9 de junho de 1898).
"Cristo...
teve experiência de todas as tristezas e tentações que recaem sobre os seres
humanos. Jamais outro nascido de mulher foi tão terrivelmente assediado pela
tentação; jamais outro suportou fardo tão pesado dos pecados e das dores do
mundo. Nunca houve outro cujas simpatias fossem tão amplas e ternas. Como
participante em todas as experiências da humanidade, Ele poderia não somente
condoer-Se dos que se acham sobrecarregados, tentados e em lutas, mas
partilhar-lhes os sofrimentos." – Ellen G. White, Educação, pág. 78.
Cristo
não venceu pelo uso de Seu próprio poder. "Jesus obteve a vitória por meio
da submissão e fé em Deus". – Pág. 130. "E não exerceu em Seu próprio
proveito poder algum que nos não seja abundantemente facultado." (O Desejado de Todas as Nações – Pág. 24).
"A
humanidade do Filho de Deus é tudo para nós. É a corrente de ouro que liga
nossa alma a Cristo, e por meio de Cristo a Deus. Isto deve constituir nosso
estudo: Cristo foi um homem real; deu prova de Sua humildade, tornando-Se
homem. Entretanto, era Ele Deus na carne." – (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, vol. 1, pág. 244).
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