Para 28 de junho a 5 de julho de 2014
Tema Geral do trimestre “Os Ensinos de Jesus”
Nos dias de Cristo, Ele foi claro que "a salvação vem dos judeus" (João 4:22); a verdadeira
igreja era o Templo de Jerusalém que Ele disse ser "a casa do Meu Pai" (João 2:16). Ele, porém, dividiu essa
"igreja" abertamente com controvérsia.1
Se você tivesse vivido lá você já se perguntaria como este homem humilde
de Nazaré poderia estar certo e os grandes teólogos e líderes do Templo podiam
estar errados. Mas esse era o modo como as coisas eram. As pessoas honestas
ficaram perplexas; elas assistiam e ouviam e ponderavam, assim como você hoje.2
Jesus esclareceu as coisas para todos nós: "A Minha doutrina não é Minha, mas dAquele que Me enviou. Se
alguém quiser fazer a vontade dEle, conhecerá se ela (*a doutrina), é de Deus, ou se Eu falo de Mim mesmo. Quem
fala de si mesmo busca a sua própria glória, mas O que busca a glória dAquele
que O enviou é verdadeiro, e não há nEle injustiça" (João 7:16-18).
Isso ficou estabelecido para cada pessoa honesta de coração: os ensinamentos de
Jesus dividiram as pessoas em duas classes — aqueles que acabaram gritando "Crucifica-O!" e aqueles que
acreditavam nEle e tomaram a cruz deles para segui-Lo.
E hoje seus ensinamentos irão novamente separar o mundo em duas classes:
aqueles que aceitam a "marca da
besta" e aqueles que recebem o "selo
de Deus" (Apoc. 7:1-4; 17:14). Você e eu hoje estamos escolhendo em
qual lado estaremos. (*Veja também Efé. 4:30; 2ª Tim. 2:19, e Apoc. 14:1).
Esta semana, Cristo nos convida a descobrir o que Ele ensinou sobre Seu
Pai. Ele pode corrigir mal-entendidos sobre o caráter de Seu Pai. "O tema
predileto de Cristo era o paterno amor (*a ternura) e a abundante graça de
Deus."3 Ellet J. Waggoner
nomeava o "Pai" como o
"doce nome." Jesus nos ensinou "a chamá-LO de o grande Deus." Nosso Pai Celestial
é infinito. À primeira vista, essa verdade pode nos tentar a indagar se o
conforto que Ele pode nos dar é real e eficaz; como pode ser isso, se o Pai é
um ser infinito? (*grifamos).
A mensagem de 1888 nos ajuda a ver o verdadeiro caráter de nosso pai.
Não se esqueça que Ele também era o "Pai
nosso que estás no céu" (*Mat. 6:9) para Jesus durante seus anos de
permanência conosco nesta vida humana. O que quer que o Pai fosse para Jesus,
Ele é o mesmo para nós. O fato de Ele ser infinito não diminui em nada a
atenção pessoal que Ele dá a cada um de nós.
Se reconstituirmos o amor-Ágape
de Deus antes do tempo e da criação, antes do desejo de Deus de criar o homem à
Sua imagem, (*veremos que) existia amor dentro da família da Divindade. O Pai
sempre teve um filho para amar desde a eternidade, e o Filho, sempre expressou
o seu amor ao Pai, escolhendo subordinar-se ao Pai. O Espírito Santo ama o Pai
e o Filho, e, do mesmo modo, o Pai e o Filho amam o Espírito Santo.
Nós, seres humanos, às vezes tivemos pais terrenos que nos deixaram
confusos e perplexos com a palavra "pai." Mas Jesus veio para uma
missão à Terra especificamente para nos revelar a família da Divindade. "Todas as coisas Me foram entregues por
Meu Pai, e ninguém conhece o Filho senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão
o Filho, e aquele a quem o Filho O quiser revelar" (Mat. 11:27). Aqui
há maravilhosa instrução em negação do eu, que é a mais alta sabedoria. Tudo
está entregue nas mãos de Cristo, e Ele usa o poder apenas para revelar o Pai
aos homens, enquanto Ele mesmo permanece desconhecido. Falamos de conhecer a
Cristo, mas em conhecê-lo, aprendemos apenas do caráter de Deus. Ao vê-lo,
vemos Deus. Jesus disse a Filipe: "Quem
Me vê a Mim vê o Pai" (João 14:9).
Ele "esvaziou-Se" (*Fil.
2:7) para que o Pai pudesse aparecer. Em todo o universo, ninguém conhece o
Filho, senão o Pai (*ver
Mat.11:27; Luc. 10:22). Isso foi e é o sacrifício de Cristo. Olhando para
baixo à humanidade caída, Seu coração estava cheio de amor e compaixão, e Ele
disse ao Pai: "Anunciarei o Teu nome
a Meus irmãos" (Heb. 2:12). Então Ele Se sentiu feliz, desprezado,
desconhecido, mal interpretado e rejeitado, sem qualquer queixa, sabendo que o
Pai O compreendia.
Quando o Pai foi confrontado com um mundo [isto é, em Adão] que pecaram
e se rebelaram contra Ele; soltou Ele uma bomba sobre eles? NÃO! Ele fez o que
o universo não caído pensava ser impensável: perdoou-lhes e concedeu aos
pecadores um veredicto judicial de absolvição.
Agora, o Pai estava livre para tratar os pecadores como se nunca
tivessem pecado. O nome para esta ação é graça.
Romanos 5 descreve o que aconteceu: "O
ato de graça do Pai é fora de proporção em relação ao delito de Adão. Pois se o
delito deste único homem trouxe a morte sobre tantos, seu efeito é muito
ultrapassado, pela graça de Deus e o dom que veio para muitos, pela graça de um
só homem, Jesus Cristo" (v. 15, Nova
Bíblia em Inglês).
Que tipo de sacrifício pode equilibrar o montante de nossa culpa? Alguém
santo e inocente deve tomar o nosso lugar e "pagar o preço da culpa."
Este maravilhoso dom da graça não reduz a gravidade do pecado que
cometemos; a verdadeira dimensão da culpa do nosso pecado é a morte do Filho de
Deus.
Este é um "veredicto de absolvição" legal ou judicial que
Cristo realizou por nós e nos deu de presente. A mensagem de 1888 focou nesta
preciosa verdade como um raio laser. O Pai nos amou de tal modo que Ele nos deu
o Seu único Filho para morrer a segunda morte. Tudo o que Ele pede de nós é que
"creiamos" no que Ele tem feito. E esse verbo "crer"
significa a ação de expressar um agradecimento do fundo do coração pelo que
custou a Ele nos salvar. E essa apreciação de coração derrete o coração de
pedra, e nos transforma — ou seja, nos converte.
A Bíblia nos convida a "pensar em Deus." E quando o fazemos,
não é pensar nEle meramente como uma inteligência tipo eletrônica, infinita,
que permeia o universo, mas devemos pensar nEle como alguém infinitamente
próximo e pessoal — "Pai Nosso, que
estás no céu" (Mat. 6:9).
Suas memórias pessoais de seu pai terreno podem ser deficientes, mas o
Pai celestial não é limitado por nossas deficiências individuais, pessoais; Ele
tem uma estrada ou rota direta para o coração humano individual e Ele o convida
a "acreditar" nEle, em Sua plenitude do amor (Ágape).
- Paul E. Penno
Notas de rodapé (as duas primeiras são do tradutor):
1)
Veja que Paulo também diz o mesmo em Rom. 9. Ele
sentia “grande tristeza e contínua dor de
coração” (v.2) pela incredulidade dos israelitas “dos quais é (ou vem) a
adoção de filhos, e a glória, e as alianças, e a lei, e o culto, e as promessas
(vs.4) ... os pais ... e Cristo” (v.
5). E Isaias diz que “de Sião sairá a
lei, e de Jerusalém a Palavra do Senhor” (2:3) e no início deste mesmo
verso chama o templo, que estava sobre o monte do Senhor de “casa do Deus de Jacó”.
2)
Um líder de minha igreja há pouco tempo me indagou
porque neste blog não havia artigos de grandes teólogos da nossa igreja.
3)
Ellen G. White, Parábolas de Jesus, pág. 40.
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