quinta-feira, 3 de julho de 2014

Lição 1 — Nosso Amado Pai Celestial, por Paul E. Penno



Para 28 de junho a 5 de julho de 2014



Tema Geral do trimestre “Os Ensinos de Jesus”

Nos dias de Cristo, Ele foi claro que "a salvação vem dos judeus" (João 4:22); a verdadeira igreja era o Templo de Jerusalém que Ele disse ser "a casa do Meu Pai" (João 2:16). Ele, porém, dividiu essa "igreja" abertamente com controvérsia.1
Se você tivesse vivido lá você já se perguntaria como este homem humilde de Nazaré poderia estar certo e os grandes teólogos e líderes do Templo podiam estar errados. Mas esse era o modo como as coisas eram. As pessoas honestas ficaram perplexas; elas assistiam e ouviam e ponderavam, assim como você hoje.2
Jesus esclareceu as coisas para todos nós: "A Minha doutrina não é Minha, mas dAquele que Me enviou. Se alguém quiser fazer a vontade dEle, conhecerá se ela (*a doutrina), é de Deus, ou se Eu falo de Mim mesmo. Quem fala de si mesmo busca a sua própria glória, mas O que busca a glória dAquele que O enviou é verdadeiro, e não há nEle injustiça" (João 7:16-18). Isso ficou estabelecido para cada pessoa honesta de coração: os ensinamentos de Jesus dividiram as pessoas em duas classes — aqueles que acabaram gritando "Crucifica-O!" e aqueles que acreditavam nEle e tomaram a cruz deles para segui-Lo.
E hoje seus ensinamentos irão novamente separar o mundo em duas classes: aqueles que aceitam a "marca da besta" e aqueles que recebem o "selo de Deus" (Apoc. 7:1-4; 17:14). Você e eu hoje estamos escolhendo em qual lado estaremos. (*Veja também Efé. 4:30; 2ª Tim. 2:19, e Apoc. 14:1).
Esta semana, Cristo nos convida a descobrir o que Ele ensinou sobre Seu Pai. Ele pode corrigir mal-entendidos sobre o caráter de Seu Pai. "O tema predileto de Cristo era o paterno amor (*a ternura) e a abundante graça de Deus."3 Ellet J. Waggoner nomeava o "Pai" como o "doce nome." Jesus nos ensinou "a chamá-LO de o grande Deus." Nosso Pai Celestial é infinito. À primeira vista, essa verdade pode nos tentar a indagar se o conforto que Ele pode nos dar é real e eficaz; como pode ser isso, se o Pai é um ser infinito? (*grifamos).
A mensagem de 1888 nos ajuda a ver o verdadeiro caráter de nosso pai. Não se esqueça que Ele também era o "Pai nosso que estás no céu" (*Mat. 6:9) para Jesus durante seus anos de permanência conosco nesta vida humana. O que quer que o Pai fosse para Jesus, Ele é o mesmo para nós. O fato de Ele ser infinito não diminui em nada a atenção pessoal que Ele dá a cada um de nós.
Se reconstituirmos o amor-Ágape de Deus antes do tempo e da criação, antes do desejo de Deus de criar o homem à Sua imagem, (*veremos que) existia amor dentro da família da Divindade. O Pai sempre teve um filho para amar desde a eternidade, e o Filho, sempre expressou o seu amor ao Pai, escolhendo subordinar-se ao Pai. O Espírito Santo ama o Pai e o Filho, e, do mesmo modo, o Pai e o Filho amam o Espírito Santo.
Nós, seres humanos, às vezes tivemos pais terrenos que nos deixaram confusos e perplexos com a palavra "pai." Mas Jesus veio para uma missão à Terra especificamente para nos revelar a família da Divindade. "Todas as coisas Me foram entregues por Meu Pai, e ninguém conhece o Filho senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho O quiser revelar" (Mat. 11:27). Aqui há maravilhosa instrução em negação do eu, que é a mais alta sabedoria. Tudo está entregue nas mãos de Cristo, e Ele usa o poder apenas para revelar o Pai aos homens, enquanto Ele mesmo permanece desconhecido. Falamos de conhecer a Cristo, mas em conhecê-lo, aprendemos apenas do caráter de Deus. Ao vê-lo, vemos Deus. Jesus disse a Filipe: "Quem Me vê a Mim vê o Pai" (João 14:9).
Ele "esvaziou-Se" (*Fil. 2:7) para que o Pai pudesse aparecer. Em todo o universo, ninguém conhece o Filho, senão o Pai (*ver Mat.11:27; Luc. 10:22). Isso foi e é o sacrifício de Cristo. Olhando para baixo à humanidade caída, Seu coração estava cheio de amor e compaixão, e Ele disse ao Pai: "Anunciarei o Teu nome a Meus irmãos" (Heb. 2:12). Então Ele Se sentiu feliz, desprezado, desconhecido, mal interpretado e rejeitado, sem qualquer queixa, sabendo que o Pai O compreendia.
Quando o Pai foi confrontado com um mundo [isto é, em Adão] que pecaram e se rebelaram contra Ele; soltou Ele uma bomba sobre eles? NÃO! Ele fez o que o universo não caído pensava ser impensável: perdoou-lhes e concedeu aos pecadores um veredicto judicial de absolvição.
Agora, o Pai estava livre para tratar os pecadores como se nunca tivessem pecado. O nome para esta ação é graça.
Romanos 5 descreve o que aconteceu: "O ato de graça do Pai é fora de proporção em relação ao delito de Adão. Pois se o delito deste único homem trouxe a morte sobre tantos, seu efeito é muito ultrapassado, pela graça de Deus e o dom que veio para muitos, pela graça de um só homem, Jesus Cristo" (v. 15, Nova Bíblia em Inglês).
Que tipo de sacrifício pode equilibrar o montante de nossa culpa? Alguém santo e inocente deve tomar o nosso lugar e "pagar o preço da culpa."
Este maravilhoso dom da graça não reduz a gravidade do pecado que cometemos; a verdadeira dimensão da culpa do nosso pecado é a morte do Filho de Deus.
Este é um "veredicto de absolvição" legal ou judicial que Cristo realizou por nós e nos deu de presente. A mensagem de 1888 focou nesta preciosa verdade como um raio laser. O Pai nos amou de tal modo que Ele nos deu o Seu único Filho para morrer a segunda morte. Tudo o que Ele pede de nós é que "creiamos" no que Ele tem feito. E esse verbo "crer" significa a ação de expressar um agradecimento do fundo do coração pelo que custou a Ele nos salvar. E essa apreciação de coração derrete o coração de pedra, e nos transforma — ou seja, nos converte.
A Bíblia nos convida a "pensar em Deus." E quando o fazemos, não é pensar nEle meramente como uma inteligência tipo eletrônica, infinita, que permeia o universo, mas devemos pensar nEle como alguém infinitamente próximo e pessoal — "Pai Nosso, que estás no céu" (Mat. 6:9).
Suas memórias pessoais de seu pai terreno podem ser deficientes, mas o Pai celestial não é limitado por nossas deficiências individuais, pessoais; Ele tem uma estrada ou rota direta para o coração humano individual e Ele o convida a "acreditar" nEle, em Sua plenitude do amor (Ágape).

  - Paul E. Penno


Notas de rodapé (as duas primeiras são do tradutor):

1)                   Veja que Paulo também diz o mesmo em Rom. 9. Ele sentia “grande tristeza e contínua dor de coração” (v.2) pela incredulidade dos israelitas “dos quais é (ou vem) a adoção de filhos, e a glória, e as alianças, e a lei, e o culto, e as promessas (vs.4) ... os pais ... e Cristo” (v. 5). E Isaias diz que “de Sião sairá a lei, e de Jerusalém a Palavra do Senhor” (2:3) e no início deste mesmo verso chama o templo, que estava sobre o monte do Senhor de “casa do Deus de Jacó”.
2)                   Um líder de minha igreja há pouco tempo me indagou porque neste blog não havia artigos de grandes teólogos da nossa igreja.
3)                  Ellen G. White, Parábolas de Jesus, pág. 40.  
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