Para 14 a 21 de março
de 2015
O rei Salomão foi o
homem mais sábio de sua geração (talvez de todos os tempos). O Senhor o tinha
ricamente dotado de sabedoria que superava a de todos em seus dias.
No entanto, isso era
respaldado por uma base sólida de humildade pura, o que tornou possível que o
Senhor o abençoasse como o fez. Quando o Senhor lhe ofereceu (como descendente
do rei Davi) qualquer coisa que desejasse pedir, ele foi sábio para pedir as coisas
certas: “Senhor, meu Deus, fizeste [me]
Teu servo em lugar de Davi, meu pai, e sou apenas um menino pequeno. Não sei
como sair, nem como entrar . . . Dá, pois, ao teu servo um coração de
entendimento . . . para que eu possa discernir entre o bem e o mal” (1 Reis
3: 7-9).
O Senhor o elogiou
por ele não ter pedido riquezas, fama ou poder: “E esta palavra agradou ao Senhor, que Salomão tenha pedido tal coisa”
(vs. 10).
Numa atitude de
humildade de espírito, Salomão escreveu: “Eu
não aprendi a sabedoria, nem tenho o conhecimento do santo” (Prov. 30: 3).
Esta é uma confissão de que a sabedoria que Salomão possuía quando estava em
seu auge era um dom direto de Deus, e todas as suas ideias procediam da mesma
fonte divina. Sua sabedoria não era fundamentada em raciocínio, mas era
sabedoria revelada. Portanto, o Senhor deu-lhe o que ele tinha pedido, mas além
disso, o Senhor deu-lhe riqueza e poder e fama além do que se possa imaginar: “Eu também te dou o que não pediste, tanto
riquezas quanto honra” (vs. 12, 13). Mas, como Provérbios 18:12 nos diz: “Antes da honra está a humildade”.
Uma “dinâmica” muito
importante da mensagem de 1888 é que Cristo veio todo o caminho até onde
estamos, tomando sobre Si a “semelhança da carne do pecado”. Assim, Ele é um
Salvador “que se pode achar”, não
distante. Ele é o “Salvador de todos os
homens”, até mesmo do “principal dos
pecadores”.
Nossa lição faz a
pergunta: “Quem você pensa que é?”
Jesus teve que lutar com a mesma pergunta por toda a Sua vida na Terra como
nosso Salvador. O primeiro indício de que sabia quem era veio com a idade de 12
anos, quando perguntou a Maria e José no Templo de Jerusalém, “[não sabem] que Eu devia estar cuidando dos
negócios do Meu Pai?” (Lucas 2:49).
Mas problemas vieram
à tona nas tentações do deserto depois de Seu batismo com a idade de 30 anos: “Se, se, se . . . Tu és o Filho de Deus . .
.!” (Mat. 4:6ss). Mateus parece ser o mais consciente deste problema
com que Jesus constantemente lutou.
Satanás não deixaria Jesus sozinho, mesmo quando foi pendurado na cruz em Suas
horas finais: “Se tu és o Filho de Deus,
desce da cruz!” (Mat. 27:40).
Assim, se o divino
Filho de Deus em nossa carne ou natureza humana teve que lutar com este
problema na tentação, não desanime se está se perguntando quem você é! Você tem
o direito de manter sua cabeça erguida, ou é Satanás quem está certo ao
humilhar você e procurar destruir a sua autoestima?
Salomão quis saber
sobre o Redentor que desceu e depois subiu aos céus. “Quem subiu ao céu e desceu? . . . qual é o seu nome, e qual é o nome
de seu filho, se é que o sabes?” (Prov. 30: 4). Cristo “desceu” ao ponto mais baixo do universo — o ponto da segunda morte
de todos os habitantes deste planeta (cf. Heb. 2: 9), a entrega voluntária de
Si mesmo para morrer aquela morte da qual jamais se poderá esperar
ressurreição.
Mas o Pai não deixou
o Seu Filho na sepultura. A ascensão de Cristo ao céu depois de Sua
ressurreição foi um triunfo cósmico. O “cativeiro”,
que ele levou “cativo” foi a hoste de
santos ressuscitados com Ele (cf. Mat. 27:52, 53).
A ideia é que Ele
subiu às alturas do céu e capturou o espólio do inimigo, oferecendo tudo em
“presentes” a todos nós. Ele tomou um pequeno grupo de camponeses da Galileia e
lhes fez um primeiro pagamento de uma multidão de pessoas que ao longo dos
séculos têm sido os “dotados” líderes
de sua Igreja. Tendo ressuscitado do túmulo, Cristo assenhoreou-Se do universo
e redistribuiu a sua riqueza!
Jesus tem simpatia
especial por pessoas que desperdiçaram suas vidas e cujo coração está cheio de
remorso. Eles são os objetos especiais de Sua compaixão. Na verdade, são os
únicos que Ele veio salvar. O pobre publicano que batia no peito e nem sequer
levantava os olhos ao céu, que orou: “Deus,
sê propício a mim, pecador!” foi o único que voltou para casa justificado.
Foi endireitado, posto em posição correta perante Deus.
Por que Jesus tem uma
simpatia especial por essas pessoas? Só há uma resposta possível: porque Ele Se
arrependeu em seu lugar; Ele tomou a sua natureza; Ele foi tentado como são
tentadas; Ele é o Sumo Sacerdote (Heb. 2: 14-18.). E agora Ele convida você a compartilhar
o Seu amor e simpatia com todos os pecadores do mundo, para todos os filhos
pródigos que alimentam os porcos, por todos os publicanos que clamam por
misericórdia. E quando começar a compartilhar a Sua compaixão, a alegria de sua
própria vida apenas começou.
Ellet J. Waggoner, um
dos “mensageiros” de 1888, escreveu: “a humanidade [de Cristo] só velava a Sua
natureza divina, pela qual Ele estava inseparavelmente ligado ao Deus
invisível, e que era mais do que capaz de resistir com sucesso às fraquezas da
carne. Houve por toda a Sua vida uma luta. A carne, manipulada pelo inimigo de
toda a justiça, tenderia para o pecado, mas a Sua natureza divina nunca por um
momento nutria um mau desejo, contudo o Seu poder divino jamais por um momento
vacilou. Tendo sofrido na carne tudo o que os homens podem possivelmente
sofrer, Ele retornou ao trono do Pai tão impecavelmente quanto de quando deixou
as cortes de glória” (Cristo e Sua
Justiça, 32 pp., 33, edição Glad
Tidings).
A última pergunta em
nossa lição (sexta-feira) assim reza: “Como encontramos equilíbrio em tudo o
que fazemos?”
No início deste
estudo citamos o Rei Salomão: “Dá, pois,
ao teu servo um coração entendido . . . para que eu possa discernir entre o bem
e o mal” (1 Reis 3: 7-9). Isso pode ser entendido como “equilíbrio”, uma
palavra popular usada para descrever as relações entre os diferentes
entendimentos do evangelho.
Os cristãos
conservadores por centenas de anos têm discutido a relação entre fé e obras. A
palavra favorita empregada para descrever isso é “equilíbrio”. A idéia popular
é que se deve manter a fé e as obras em “equilíbrio”. Se você falar sobre a fé
por dez minutos, então também deve falar sobre obras por dez minutos. No
entanto, uma verificação da concordância revela que em nenhum lugar da Bíblia é
a palavra “equilíbrio” usada para descrever essa relação. Em escritos
inspirados, não há praticamente nada que sugira o uso da palavra como sendo
apropriado.
A Escritura e
escritos inspirados são claros, “além de qualquer dúvida” de que a salvação é
totalmente pela graça mediante a fé, e Paulo até mesmo vai além do seu caminho
para acrescentar: “Não vem das obras,
para que ninguém se glorie” (Efé. 2: 8, 9). A ideia de “equilíbrio” sugere
fortemente que a salvação é pela fé e pelas obras, uma transação de 50/50. Se
isso for verdade, certamente daria aos salvos algo para se vangloriar: “Sim,
Jesus me salvou, mas olha, eu fiz a minha parte também!”
Um popular livro de
Ellen G. White tem por título Fé e Obras,
sendo o título adicionado por editores muito tempo depois da morte da autora.
Contudo, dentro de suas capas ela repetidamente fala da fórmula correta como
sendo “a fé que opera”.
Já se sentiu como o
rei Salomão, sem saber como “sair ou entrar”
como se não soubesse como viver nestes novos tempos? Bem-aventurado será se
confessar essa realidade diante do Senhor, e simplesmente pedir-Lhe para
dirigir os seus passos, para guardar você de cometer qualquer erro estúpido,
salvá-lo de si mesmo, para que possa viver para Aquele que morreu por você. O
Senhor ainda ouve uma oração dessas!
Agora podemos manter
a nossa cabeça erguida, e ao mesmo tempo entesourar a verdadeira humildade de
alma, percebendo que a nossa identidade, o nosso futuro, o nosso prestígio,
tudo o que somos e sempre seremos, é pela graça de Cristo.
A
partir dos escritos de Roberto Wieland
O irmão
Roberto J. Wieland foi um pastor adventista, a vida inteira, missionário na
África, em Nairobe e Kenia. É autor de inúmeros livros. Foi consultor editorial
adventista do Sétimo Dia para a África. Ele deu sua vida por Cristo na África.
Desde que foi jubilado, até sua morte, em julho de 2011, aos 95 anos, viveu na
Califórnia, EUA, onde ainda era atuante na sua igreja local. Ele é autor de
dezenas de livros. Em 1950 ele e o
pastor Donald K. Short, também missionário na África, em uma das férias deles nos
Estados Unidos, fizeram dois pedidos à Conferência Geral: 1º) que
fossem publicadas todas as matérias de Ellen G. White sobre 1888, e 2º) que fosse publicada uma antologia dos escritos de
Waggoner e Jones. Eles e sua mensagem receberam mais de 200 recomendações de
Ellen G. White. 38 anos depois, em 1988, a Conferência
Geral atendeu o primeiro pedido, o que resultou na publicação de 4 volumes
com um total de 1821 páginas tamanho A4, com o título Materiais de Ellen G. White sobre 1888. Quanto ao segundo pedido
até hoje não foi o mesmo ainda atendido.
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