Para 28 de
fevereiro a 7 de março de 2015
Ellen White escreveu sobre “aqueles que nunca vão admitir estarem
errados”, e ao fazê-lo “justificam-se”. Toda oração do mundo não vai mudá-los e
eles não admitem qualquer reforma. “Eles não veem que estão com falhas, e estão
satisfeitos com a sua própria maneira errada de agir, e creem que todos devem
estar tão satisfeitos com eles como estão consigo mesmos”.
Depois de citar as palavras de Salomão, “Vês um homem sábio aos seus
próprios olhos? Maior esperança há para o tolo do que para ele”, Ellen White
continua (Prov. 26:12.): “O grande Mestre tem seus agentes humanos, a quem
chama de subpastores; e a estes, sob a Sua direção, Ele designa o trabalho de
pôr as coisas em ordem”.1
Hoje, os historiadores e líderes da Igreja dizem que a mensagem de Jones
e Waggoner era velha luz que terminou sendo aceita, embora tardiamente, pela
maioria da época de 1888, continuando até os dias atuais. Isso suscita a
pergunta, é a luz da mensagem de Apocalipse 18 “nova luz” ou “velha luz”?
Em certo sentido, é de fato “velha luz”, porque Salomão diz que “não há nada novo debaixo do sol” (Ecls.
1:9). Até mesmo Jesus não ensinou “nova luz”. Mas, oh, por qualquer padrão
humano de avaliação Sua mensagem era “nova luz preciosa” para este mundo
obscurecido! “Como algo estranho e novo, as palavras [de Cristo] caíam sobre os
ouvidos da multidão maravilhada”. Ellen White disse2 muitas
vezes praticamente o mesmo em relação à mensagem de Jones e Waggoner.
Durante anos tem havido uma obsessão com a ideia de que a mensagem de
1888 não era “nova luz”, mas apenas uma reiteração do que as igrejas
protestantes ensinavam no século 19. No entanto, nunca Ellen White
identificou-a como uma “reênfase”, e essa posição exige logicamente que as Igrejas
protestantes ensinassem “a mensagem do terceiro anjo, em verdade”.
Nenhuma geração do povo de Deus já foi trasladada sem ver a morte; nunca
antes “a seara da Terra” esteve “madura” para a foice do Salvador (Apo. 14:15).
Era intenção do Senhor que a mensagem de 1888 preparasse um povo para a
trasladação e para a colheita. Não requereria isso que a mensagem fosse mais
madura e desenvolvida do que qualquer geração anterior já haja apreendido?
A verdadeira pergunta permanece: será que a luz da mensagem do
alto clamor contém verdades não
enunciadas por Lutero, Calvino,
Wesley, Moody, Spurgeon, Billy Graham, etc., sim, até mesmo pelo apóstolo Paulo?
Embora Ellen
White diga que Lutero ensinava
a justificação pela fé “claramente”,
ela também afirma que ele não proclamou o evangelho completo, pois deve
ainda ser proclamado, já que “esta mensagem é uma parte
do evangelho que só poderia ser proclamada
nos últimos dias. . . . Os Reformadores
não a proclamaram”.3 Se os Reformadores não proclamaram
o evangelho completo, tinham eles toda a luz?
É apropriado,
portanto, reconhecer que a mensagem que está a preparar o grão para a colheita
deve incluir “uma parte do evangelho”, que os Reformadores não proclamaram. “O
evangelho” é a justificação pela fé, e a mensagem do terceiro anjo em verdade é
a mesma. A luz que os Reformadores não viram e proclamaram obviamente seria uma
“nova luz” no que tange ao povo de 1888.
Ellen White
acrescenta a declaração chocante: “Paulo, como vimos, não a pregou”. Pregou o
quê? “Uma parte do evangelho que só poderia ser pregada nos últimos dias”.4 Essa “parte do evangelho” não são cálculos
matemáticos frios dos 2.300 dias. O ponto genial da mensagem de 1888 foi a sua
relação da justificação pela fé com a verdade especial do julgamento ao tempo
da purificação do santuário. “Paulo . . . não a pregou”. A purificação do
santuário é certamente “uma parte do evangelho eterno”.
Ela diz que Jones e Waggoner “descobriram o precioso minério nas ricas veias de verdade . . . que esteve escondido por muito tempo”.5 Nenhum “precioso minério” é jamais “novo”, porque é sempre o velho minério que esteve sepultado na terra desde a criação. Mas por todos os padrões de comunicação humana, algo “descoberto” que o mundo nunca viu antes é “novo”.
Ela diz que Jones e Waggoner “descobriram o precioso minério nas ricas veias de verdade . . . que esteve escondido por muito tempo”.5 Nenhum “precioso minério” é jamais “novo”, porque é sempre o velho minério que esteve sepultado na terra desde a criação. Mas por todos os padrões de comunicação humana, algo “descoberto” que o mundo nunca viu antes é “novo”.
Ellen White ficou
impressionada com esta realidade a respeito de Paulo. Ela diz que “grandes
verdades que ficaram despercebidas e sem serem vistas desde o dia de
Pentecostes, devem brilhar” no futuro.6 Desde
quando? Do tempo de Lutero? Dos dias de Paulo? Não. “Desde o dia de Pentecostes”.
Por isso, é lógico que há algumas “grandes verdades” “do evangelho” que Paulo
não ensinou, porque o dia de Pentecostes precedeu o ministério de Paulo. No dia
de Pentecostes, Pedro proclamou arrependimento, “que seus pecados sejam apagados” (Atos 3:19).
Então, por que
Ellen White disse que a mensagem de 1888 não era “nova luz”? A resposta,
obviamente, está em seu contexto. É apologética. Ela está defendendo a mensagem
contra os seus críticos que a ridicularizavam como “romance” ou falsa doutrina
inventada por dois jovens entusiastas; e sua apreciação da mensagem mais tarde
cresceu até que pôde identificá-la como a mensagem de Apocalipse 18: 1. Essa
valorização mais ampla deve iluminar suas declarações anteriores.
Se nós
experimentamos a justificação pela fé, “
temos paz com Deus ... porque o amor [Ágape] de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, ... agora
temos recebido a expiação [reconciliação com Deus!] . . . e como o pecado reinou para morte, também reine a graça mediante
a justificação para a vida eterna, por Jesus Cristo, nosso Senhor” (Rom. 5:
1, 5, 11, 21).
Todas estas bênçãos
estão envolvidas na experiência da justificação pela fé. É por isso que
E. J. Waggoner, redator do The
Signs of the Times, disse uma vez corretamente
que “há somente uma coisa neste mundo de que um homem precisa, e trata-se da justificação”
a fim de estar pronto para a vinda de
Cristo.7 Por quê? Isso inclui o
que é comumente tido como sendo a santificação! Ele tinha uma ideia correta
do que a fé é—uma apreciação de coração do Ágape, do que realmente aconteceu na cruz de Cristo. Esta
é a verdade do santuário. Um
coração antes alienado está agora
reconciliado com Deus.
—Paul E. Penno
Notas do autor:
1) “Palavras aos Jovens,” Ellen G. White,
em The Youth’s Instructor (O Instrutor da
Juventude) de 31 de agosto de 1893;
2) O Maior Discurso de Cristo, Ellen G.
White, pág.6;
3) O Grande Conflito, Ellen G. White, pág. 356;
4) Ibidem
5) “As Trevas não o Entendem,” Ellen G.
White na Review and Herald, de 3 de June de
1890.
6) Fundamentos da Educação Cristã, Ellen G. White, pág. 473, escrito
em 1897.
7)”Como a Justiça é Obtida,” Ellet J. Waggoner em The Signs of the Times, 18 de Maio de 1891, pág. 255.
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