quarta-feira, 4 de março de 2015

Lição 10 – Por Trás da Máscara, por Paul E. Penno

Para 28 de fevereiro a 7 de março de 2015

Ellen White escreveu sobre “aqueles que nunca vão admitir estarem errados”, e ao fazê-lo “justificam-se”. Toda oração do mundo não vai mudá-los e eles não admitem qualquer reforma. “Eles não veem que estão com falhas, e estão satisfeitos com a sua própria maneira errada de agir, e creem que todos devem estar tão satisfeitos com eles como estão consigo mesmos”.
Depois de citar as palavras de Salomão, “Vês um homem sábio aos seus próprios olhos? Maior esperança há para o tolo do que para ele”, Ellen White continua (Prov. 26:12.): “O grande Mestre tem seus agentes humanos, a quem chama de subpastores; e a estes, sob a Sua direção, Ele designa o trabalho de pôr as coisas em ordem”.1
Hoje, os historiadores e líderes da Igreja dizem que a mensagem de Jones e Waggoner era velha luz que terminou sendo aceita, embora tardiamente, pela maioria da época de 1888, continuando até os dias atuais. Isso suscita a pergunta, é a luz da mensagem de Apocalipse 18 “nova luz” ou “velha luz”?
Em certo sentido, é de fato “velha luz”, porque Salomão diz que “não há nada novo debaixo do sol” (Ecls. 1:9). Até mesmo Jesus não ensinou “nova luz”. Mas, oh, por qualquer padrão humano de avaliação Sua mensagem era “nova luz preciosa” para este mundo obscurecido! “Como algo estranho e novo, as palavras [de Cristo] caíam sobre os ouvidos da multidão maravilhada”. Ellen White disse2 muitas vezes praticamente o mesmo em relação à mensagem de Jones e Waggoner.
Durante anos tem havido uma obsessão com a ideia de que a mensagem de 1888 não era “nova luz”, mas apenas uma reiteração do que as igrejas protestantes ensinavam no século 19. No entanto, nunca Ellen White identificou-a como uma “reênfase”, e essa posição exige logicamente que as Igrejas protestantes ensinassem “a mensagem do terceiro anjo, em verdade”.
Nenhuma geração do povo de Deus já foi trasladada sem ver a morte; nunca antes “a seara da Terra” esteve “madura” para a foice do Salvador (Apo. 14:15). Era intenção do Senhor que a mensagem de 1888 preparasse um povo para a trasladação e para a colheita. Não requereria isso que a mensagem fosse mais madura e desenvolvida do que qualquer geração anterior já haja apreendido?
A verdadeira pergunta  permanece: será que a luz da mensagem do alto clamor contém verdades não enunciadas por Lutero, Calvino, Wesley, Moody, Spurgeon, Billy Graham, etc., sim, até mesmo pelo apóstolo Paulo?
Embora Ellen White diga que Lutero ensinava a justificação pela fé “claramente”, ela também afirma que ele não proclamou o evangelho completo, pois deve ainda ser proclamado, já que esta mensagem é uma parte do evangelho que só poderia ser proclamada nos últimos dias. . . . Os Reformadores não a proclamaram”.3 Se os Reformadores não proclamaram o evangelho completo, tinham eles toda a luz?
É apropriado, portanto, reconhecer que a mensagem que está a preparar o grão para a colheita deve incluir “uma parte do evangelho”, que os Reformadores não proclamaram. “O evangelho” é a justificação pela fé, e a mensagem do terceiro anjo em verdade é a mesma. A luz que os Reformadores não viram e proclamaram obviamente seria uma “nova luz” no  que tange ao povo de 1888.
Ellen White acrescenta a declaração chocante: “Paulo, como vimos, não a pregou”. Pregou o quê? “Uma parte do evangelho que só poderia ser pregada nos últimos dias”.4 Essa “parte do evangelho” não são cálculos matemáticos frios dos 2.300 dias. O ponto genial da mensagem de 1888 foi a sua relação da justificação pela fé com a verdade especial do julgamento ao tempo da purificação do santuário. “Paulo . . . não a pregou”. A purificação do santuário é certamente “uma parte do evangelho eterno”.
Ela diz que Jones e Waggoner “descobriram o precioso minério nas ricas veias de verdade . . .  que esteve escondido por muito tempo”.5 Nenhum “precioso minério” é jamais “novo”, porque é sempre o velho minério que esteve sepultado na terra desde a criação. Mas por todos os padrões de comunicação humana, algo “descoberto” que o mundo nunca viu antes é “novo”.
Ellen White ficou impressionada com esta realidade a respeito de Paulo. Ela diz que “grandes verdades que ficaram despercebidas e sem serem vistas desde o dia de Pentecostes, devem brilhar” no futuro.6 Desde quando? Do tempo de Lutero? Dos dias de Paulo? Não. “Desde o dia de Pentecostes”. Por isso, é lógico que há algumas “grandes verdades” “do evangelho” que Paulo não ensinou, porque o dia de Pentecostes precedeu o ministério de Paulo. No dia de Pentecostes, Pedro proclamou arrependimento, “que seus pecados sejam apagados” (Atos 3:19).
Então, por que Ellen White disse que a mensagem de 1888 não era “nova luz”? A resposta, obviamente, está em seu contexto. É apologética. Ela está defendendo a mensagem contra os seus críticos que a ridicularizavam como “romance” ou falsa doutrina inventada por dois jovens entusiastas; e sua apreciação da mensagem mais tarde cresceu até que pôde identificá-la como a mensagem de Apocalipse 18: 1. Essa valorização mais ampla deve iluminar suas declarações anteriores.
Se nós experimentamos a justificação pela fé, “ temos paz com Deus ... porque o amor [Ágape] de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, ... agora temos recebido a expiação [reconciliação com Deus!] . . . e como o pecado reinou para morte, também reine a graça mediante a justificação para a vida eterna, por Jesus Cristo, nosso Senhor” (Rom. 5: 1, 5, 11, 21).
Todas estas bênçãos estão envolvidas na experiência da justificação pela fé. É por isso que E. J. Waggoner, redator do The Signs of the Times, disse uma vez corretamente que “há somente uma coisa neste mundo de que um homem precisa, e trata-se da justificação” a fim de estar pronto para a vinda de Cristo.7 Por quê? Isso inclui o que é comumente tido como sendo a santificação! Ele tinha uma ideia correta do que a fé é—uma apreciação de coração do Ágape, do que realmente aconteceu na cruz de Cristo. Esta é a verdade do santuário. Um coração antes alienado está agora reconciliado com Deus.


Paul E. Penno


Notas do autor:                                                                                 
1)   “Palavras aos Jovens,” Ellen G. White, em The Youth’s Instructor (O Instrutor da Juventude) de 31 de agosto de 1893;
2)   O Maior Discurso de Cristo, Ellen G. White,  pág.6;
3)   O Grande Conflito, Ellen G. White, pág. 356;                                
4)   Ibidem                                                                                           
5) “As Trevas não o Entendem,” Ellen G. White na Review and Herald, de 3 de June de 1890.
6) Fundamentos da Educação Cristã, Ellen G. White, pág. 473, escrito em 1897.
7)”Como a Justiça é Obtida,” Ellet J. Waggoner em The Signs of the Times, 18 de Maio de 1891, pág. 255.
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áfuturo. [6]ereiro a 7 de março de 2015                                                         

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