Para 13 a 20 de fevereiro de 2016
O princípio mais importante da
mensagem de 1888 encontra-se em tomar as Escrituras exatamente como rezam.
Estes versos preciosos em Lucas abrangem o nosso verso para memorização para
esta semana, e muito mais! “E ele lhes disse: Ó néscios, e tardos de
coração para crer tudo o que os profetas disseram! Porventura não convinha que
o Cristo padecesse estas coisas e entrasse na Sua glória? E, começando por
Moisés, e por todos os profetas, explicava-lhes o que dEle se achava em todas
as Escrituras. . . . E disseram um para o outro: Porventura não ardia em nós o
nosso coração quando, pelo caminho, nos falava, e quando nos abria as
Escrituras?” (Lucas 24:25, 27, 32, 45).
O caráter de Deus é a questão
central no grande conflito e é na Palavra de Deus que aprendemos a verdade de
Seu caráter. Os homens que foram chamados na lição desta semana deixaram tudo e
O seguiram - baseado unicamente em Sua palavra.
*Nota:
a expressão “companheiros de armas” não é encontrada na Bíblia. A Bíblia usa o
termo “irmãos”. Irmãos são duas ou mais pessoas que estão crucificadas com
Cristo, atreladas com Cristo e vivem somente por Sua palavra como o único
padrão e autoridade em sua vida. Cada um tem a Cristo neles, a esperança da
glória (Col. 1:26, 27).
Quando falava com os dois
discípulos no caminho de Emaús, Lucas nos diz que Jesus começou por Moisés. Na
época de 1888, A. T. Jones usou a mesma abordagem, começando por Moisés e Eva
no Éden para mostrar o quão importante é a palavra de Deus é.1 “Deus deu Sua Palavra ao homem para ser recebida por
meio do Espírito Santo. Esta Palavra de Deus é apenas uma extensão do
pensamento de Deus, que não é senão a expressão da mente de Deus. Assim, o
homem, recebendo esta Palavra, seria participante constante da mente de Deus — cumprindo
a Escritura: ‘De sorte que haja em vós o
mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus’” (Fil. 2: 5). (*A
versão KJ usa a palavra mente no lugar de sentimento).
Ele
prossegue: “Para o homem no jardim veio outra palavra — oposta à palavra de
Deus. Esta segunda palavra era a expressão de um segundo pensamento, e esse
pensamento foi o produto de outra mente. Receber esta palavra seria receber o
pensamento expresso na palavra; e receber o pensamento era ser participante
dessa segunda mente. Esta segunda palavra está sempre em oposição à palavra de
Deus”.
“Ora, a serpente . . . disse à mulher” (Gên. 3:1-5). Aqui estava a
segunda palavra representando a segunda mente — aqui estava este “teólogo numa
árvore”, explicando o que Deus quis dar a entender com o que Ele disse;
interpretando a palavra de Deus.
O
engano jaz na tentativa de explicar o que Deus quer dizer com o que disse. A
Palavra de Deus significa o que diz, e diz o que Ele quer transmitir. Como
professor da Palavra de Deus, use qualquer quantidade de tempo necessária para
ajudar as pessoas a verem o que a Palavra de Deus diz; mas nunca por um momento
sequer tente explicar o que isso significa.
Os dois caminhos estavam agora
diante de Eva; as duas palavras, os dois pensamentos, e as duas mentes. Ela
aceitou a segunda palavra e o resultado foi uma inversão de sua própria
natureza. Satanás e o homem agora tinham a mesma mente.
Se Eva tivesse feito a coisa
simples de ficar com a primeira palavra exatamente como era, não haveria de ter
pecado. Se ela tivesse dito a Satanás: “Eu não sei se a Palavra que eu citei
significa o que você sugere que signifique, e não me importo, o que sei é que a
Palavra diz, e vou tomá-la apenas no que diz; e nisto permaneço. Não vou comer
do fruto desta árvore, porque a Palavra diz que não devo fazê-lo”.
Neste ato simples reside o
poder da palavra divina para preservar a alma do pecado. Para cada pessoa esta
coisa simples é tão verdadeira hoje como o foi e como se teria provado a Eva. A
Palavra divina, simplesmente conservada por Eva, iria para sempre livrá-la do
pecado. O Senhor Jesus, em carne humana, foi livrado de pecar simplesmente
apegando-se à Palavra divina. “Escondi a
Tua palavra em meu coração, para eu não pecar contra Ti” (Salmo 119:11). O
pecado de Eva foi não crer na simples palavra de Deus e a ela ater-se. Sua
incredulidade foi tornada completa por sua desobediência em comer da árvore.
Hoje a nossa paralisia
laodiceana decorre do mesmo problema enfrentado por Eva junto à árvore do
conhecimento do bem e do mal — vamos apegar-nos com firmeza à Palavra de nosso Criador
e, portanto, ser guardados de pecar, ou vamos cair nas explicações e
interpretações dos teólogos nas árvores? O apóstolo Paulo escreve: “Mas temo que, assim como a serpente enganou
Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos
sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo” (2 Cor. 11: 3).
Escrevendo sobre a Bíblia e
Interpretação, E. J. Waggoner disse: “Interpretar significa explicar o que é
ininteligível — colocar o que é vago e misterioso em linguagem clara, mas a
Bíblia não necessita disso. Ela é simples e clara para aqueles que são simples
o suficiente para apenas crerem no que ela diz, sem tentarem adaptá-lo a suas
ideias.
“Davi disse: ‘Lâmpada para os meus pés é a Tua Palavra, e luz para o meu caminho’ (Salmo
119:105). A luz tem o propósito de tornar outras coisas claras, mas uma luz que
não podia ser vista sem a ajuda de outra luz não seria de muito valor como luz.
“Como é, então, que as pessoas encontram tanta
dificuldade em entender a Bíblia? É porque há uma firme convicção na mente da
maioria das pessoas de que a Bíblia não quer dizer o que diz. Assim, as pessoas
vão a todos os lugares, exceto à Bíblia, para descobrir o significado da
Bíblia. Obtêm de uma fonte ou outra uma ideia do que a Bíblia quer dizer, em
seguida tentam encaixar a linguagem da Bíblia a essa ideia. Isso torna
necessário um ‘sistema de interpretação’; e segundo diferentes tipos de pessoas
têm ideias diferentes, então há diferentes sistemas de interpretação, e todas
tendem a obscurecer a luz.
“Não há, então, necessidade de professores? Na
verdade, há. O dom de ensino é o terceiro na ordem dos dons de Cristo, e está
acima do dom de operar milagres (ver 1 Cor. 12:28). ... Ensinar a Bíblia
corretamente não consiste em ‘interpretar’ isso pela sabedoria humana, mas em ‘comparar coisas espirituais com
espirituais’ (1 Cor. 2:12, 13), com a ajuda do Espírito, cujo ofício é
orientar a toda a verdade (João 16:13).
“Jesus, o grande Mestre, que foi ungido com o
Espírito Santo para o propósito de pregar o Evangelho aos pobres, ocupou o Seu
tempo dirigindo a mente das pessoas para a Palavra. Elas não conseguiam
entendê-la porque a tinham reinterpretado tanto.
“Quando ele caminhava com os dois discípulos
de Emaús, “explicou-lhes por todas as
Escrituras as coisas concernentes a Si mesmo” (Lucas 24:27). ... Ele
colocou as Escrituras tão claramente perante eles que não podiam deixar de
vê-la como eram, e, referindo-se ao assunto, disseram: ‘não nos ardia o coração enquanto nos falava pelo caminho, e enquanto
nos abria as Escrituras?’ (v. 32).
“Que
as Escrituras sejam abertas”. ‘A
revelação das Tuas palavras dá luz’ (Salmo 119:130). Porque elas mesmas são
luz e dão ‘entendimento aos simples’. O que é necessário é considerarmos
o que diz o Senhor, e Ele nos dará ‘entendimento
em todas as coisas’ (2 Tim. 2:7).
“Ele dirigiu suas mentes para a Palavra, e
eles viram o que não podiam ver antes. ... É evidente que ‘os olhos deles estavam
como que fechados de modo a que não O conheciam’, a fim de que a sua fé pudesse
descansar sobre as Escrituras por si sós, e tendo encontrado a Cristo e Sua
vida na Palavra sua fé pudesse ficar firme a Sua presença visível fosse
removida dentre eles”. 2
E. J. Waggoner escreve sobre
sua experiência pessoal: “Cristo é principalmente a Palavra de Deus, a
expressão do pensamento de Deus; e as Escrituras são a Palavra de Deus
simplesmente porque revelam a Cristo. Foi com esta convicção que comecei o meu
estudo real da Bíblia trinta e quatro anos atrás (1882). Naquele tempo Cristo
Se apresentou diante dos meus olhos ‘evidentemente crucificado’ diante de
mim. Eu estava assentado um pouco à parte do corpo da congregação na grande
tenda na campal de Healdsburg, numa sombria tarde de sábado. Não tenho a menor
ideia de qual era o tema do discurso. Nunca me lembrei de um texto ou palavra.
Tudo o que permaneceu comigo foi o que eu vi. Subitamente, uma luz brilhou ao
meu redor, e a tenda estava, para mim, muito mais brilhantemente iluminada como
se o sol do meio-dia tivesse estado brilhando, e vi a Cristo pendurado na cruz,
crucificado por mim.
“Naquele momento tive o meu primeiro
conhecimento positivo, que me veio como um dilúvio avassalador, de que Deus me amava,
e que Cristo morrera por mim. Deus e eu éramos os únicos seres de que eu estava
consciente no universo. Eu sabia, por visão real, que Deus estava em Cristo
reconciliando o mundo Consigo mesmo; eu era o mundo inteiro com todo o seu
pecado. Estou seguro de que a experiência de Paulo no caminho de Damasco não
foi mais real do que a minha ... Resolvi imediatamente que estudaria a Bíblia à
luz dessa revelação, para que pudesse ajudar outros a verem a mesma verdade.
Sempre acreditei que cada parte da Bíblia deve estabelecer, com maior ou menor
nitidez, essa gloriosa revelação [de] Cristo crucificado”.
Ellen
White apoia firmemente este princípio de 1888 sobre a Palavra de Deus: “Temos
que tomar a Palavra de Deus como ela reza, as palavras de Cristo como Ele as
proferiu”.3 “Acredite que Jesus quer dizer exatamente o que diz;
tomai-O em Sua palavra, e pendurai vossa alma desamparada sobre Ele”.4
Queridos
irmãos, somos os “néscios”, e os “tardos de coração para crer tudo o que os
profetas disseram”. Que Jesus abra nosso entendimento para que possamos
compreender a Escritura e aprender a apreciar a sua “mais preciosa mensagem”.
--Daniel
Peters
Notas do autor:
1) A. T.
Jones, trechos tirados de três artigos de A Obra Medico Missinária: 17 de junho;
1º de julho, e 9 de julho;
2) E. J.
Waggoner, trechos tirados de “Interpretação,” The Present Truth,
[A Verdade Presente], 19 de setembro de 1895;
3) E. G. White, Lift Him Up, pág. 265;
4) E. G. White, Review and Herald, 23 de jumho de 1896.
O irmão Daniel
Peters e sua esposa Linda, vivem na
parte leste da cidade de Los Angeles, Estado da Califórnia, EUA. Ele trabalha
como conselheiro oficial antidrogas e álcool para mães e mulheres grávidas. O
seu coração foi sensivelmente tocado pela “mui preciosa mensagem” (Test. p/
Ministros, págs . 91 e 92) e sua vida tem sido apaixonadamente dedicada a esta
mensagem que Deus outorgou à Sua igreja em 1888. Ele e sua família são membros
da igreja adventista do sétimo dia de Whittier, uma cidade a 19 kms ao sul de
Los Angeles, localizada no nº 8841 na Calmada Avenue, Whittier, Ca. 90605, EUA.
Ele é tataraneto de Ellet J. Waggoner. O irmão Daniel é um ardoroso estudante
da Bíblia e do Espírito de Profecia e de toda literatura relativa à mensagem de
1888. Ele foi um dos principais oradores no seminário “É a Justiça Pela Fé,
Relevante Hoje?”, realizado em 21 e 22 de maio de 2010) na Igreja Adv. Do 7º
Dia da cidade de Reno, estado de Nevada, localizada na 7125 Weest 4th Street.
Asteriscos (*) indicam
acréscimos do tradutor.
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