Para 20 a 27 de fevereiro de 2016
A grande final da obra do
Espírito de Deus será uma obra de extraordinária beleza e simplicidade. Ellen
G. White a descreve desta forma: “Os que aguardam a vinda do esposo devem dizer
ao povo: ‘Eis aqui está o vosso Deus’ (Isa. 40:9). Os últimos raios da luz
misericordiosa, a última mensagem de graça a ser dada ao mundo, é uma revelação
do caráter do amor divino. Os filhos de Deus devem manifestar Sua glória”.1
A boa notícia é que essas
palavras se tornarão realidade! O anúncio ainda será soado, “vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua
esposa se aprontou. E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e
resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos” (Apo. 19:
7, 8). A chave para o cumprimento está no arrependimento que Cristo requer.
O segredo do sucesso da igreja
primitiva foi o entendimento de que “vocês
crucificaram a Cristo”, seguindo-se a isso o verdadeiro arrependimento.
Cristo crucificado tornou-Se o apelo central do ministério de todos os
apóstolos. O livro de Atos nunca teria sido escrito se os membros da igreja
primitiva não tivessem percebido a sua parte da culpa do assassinato do Filho
de Deus, da mesma forma compartilhando a alegre experiência de arrependimento
apropriado.
Pentecoste
— Um Modelo Glorioso e Sua Antítese
Pentecostes foi um modelo
glorioso e ideal que inspirou o povo de Deus por quase 2000 anos. O que tornou
esses grandes resultados possíveis? As pessoas aceitaram o princípio da culpa
corporativa, e francamente confessaram a sua parte no maior pecado de todos os
tempos. “Quando eles ouviram isto,
compungiram-se em seu coração, e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos,
irmãos, o que devemos fazer?” (Atos 2:37).
A antítese de Pentecostes foi a
recusa do Sinédrio em aceitar o quadro de culpa corporativa de Estêvão através
da história nacional de Israel. A evidência provava que Jesus era o Messias.
Mas a rejeição total e final veio quando Estêvão estava diante dos líderes da
nação e apelou-lhes ao arrependimento pondo a nu a história da nação. Leia o seu testemunho:
“Estêvão
. . . tomou sua defesa com voz clara, penetrante, que repercutia pelo recinto
do conselho. Com palavras que mantinham a assembléia absorta, prosseguiu
relatando a história do povo escolhido de Deus. Mostrou completo conhecimento
da história judaica e sua interpretação espiritual, agora manifesta mediante
Cristo. Começou com Abraão e fez um retrospecto através da História, de geração
em geração, repassando todos os registros nacionais de Israel a Salomão,
acentuando os mais impressivos pontos para vindicar sua causa.
“Tornou clara sua própria lealdade para com
Deus e para com a fé judaica, enquanto mostrava que a lei na qual os judeus
confiavam para a salvação não fora capaz de salvar Israel da idolatria. Ligou
Jesus Cristo com toda a história judaica. Referiu-se à construção do templo de
Salomão, e às palavras deste, bem como de Isaías: ‘Mas o Altíssimo não habita em templos feitos por mãos de homens’ (Atos
7:48). ‘O Céu é o Meu trono, e a Terra o
estrado de Meus pés. Que casa Me edificareis? diz o Senhor: ou qual é o lugar
do Meu repouso? Porventura não fez a Minha mão todas estas coisas?’ (Atos
7:49 e 50). O lugar da mais alta adoração de Deus estava no Céu.
“Quando Estêvão atingiu este ponto, houve um
tumulto entre o povo. ... Embora estivesse apenas no meio de seu sermão,
concluiu-o abruptamente quebrando de súbito a cadeia da História, e,
voltando-se para seus enfurecidos juízes, disse: ‘Homens de dura cerviz, e
incircuncisos de coração e ouvido: vós sempre resistis ao Espírito Santo . . .
assim vós como vossos pais”2
O apedrejamento de Estêvão foi
a rejeição final do testemunho que o Espírito Santo trouxe, e para este mal não
havia mais remédio. Mas na mesma hora em que Israel selou a sua condenação
eterna por assassinar a Estêvão, um processo entrou em operação na natureza
humana honesta que levaria a uma correção corporativa e nacional do pecado de
Israel. Quando as “testemunhas depuseram
as suas vestes aos pés de um jovem, cujo nome era Saulo”, pouco percebiam
que esse jovem com uma consciência perturbada logo pensaria em termos de uma
estruturação de um “corpo de Cristo” de dimensão mundial. Ele, por fim,
apresentaria as bênçãos do arrependimento corporativo e nacional que os judeus
tragicamente recusaram.
Escolhido
Para Cumprir um Destino Divino
E agora, neste tempo do fim,
aceitamos e professamos ser o Israel de Deus, escolhido, chamado a cumprir um
destino divino. Como filhos de Abraão na última geração, seremos capazes de
aprender com os nossos antepassados espirituais de 2.000 anos atrás e nossos
pioneiros de 150 anos e pouco atrás? Quando vemos que os judeus rejeitaram a
Cristo, porque rejeitaram a sua própria história escrita, não temos de abrir os
olhos para o perigo que enfrentamos?
Em 1888 rejeitamos “em grande medida”
a “mui preciosa mensagem” enviada pelo Senhor a Seu povo por intermédio dos
Pastores Waggoner e Jones.3 O
Espírito Santo que o Senhor quis transmitir foi levado para longe de nós. “A
luz que deve iluminar toda a Terra com a sua glória foi resistida, e pela ação
de nossos próprios irmãos tem sido, em grande medida, conservada afastada do
mundo”.4 Mas a “tradição dos anciãos” diz que isto não é
assim. O desprezo de mais de 1.800 páginas (Material de 1888 de Ellen G. White)
dá suporte à negação, continuando a proclamar que não houve rejeição
denominacional. Como os judeus, negamos nossa própria história. Como pode o
casamento do Cordeiro ter lugar quando a Noiva diz: “Eu não fiz isto”, e o
noivo diz: “Oh sim, você fez”.
Consideração solene declara que
a raiz dos nossos problemas denominacionais pode ser encontrada no nosso
episódio de 1888. O fruto desse evento torna-se um pouco mais amargo a cada ano
que passa. A visão celestial proclama que não há necessidade para esta igreja
continuar indefinidamente. A eternidade pode ser anunciada em breve! O trabalho
pode ser concluído num tempo incrivelmente curto. Mas vai exigir mais do que
temos sido dispostos a enfrentar até agora. Vai exigir a aceitação do “colírio”
celestial. Vai exigir o arrependimento de todos os tempos, aceitando o “amor” e
“repreensão” que a Testemunha Verdadeira dá. Isso requererá uma compreensão da
verdade de nossa história, que até agora nos tem escapado.Vai exigir a correção
de confusão teológica. Vai exigir o abandono de políticas mundanas e programas
feitos pelo homem. Toda espécie de legalismo terá que morrer. Finalmente, a
experiência final que aguarda a igreja é semelhante ao que Jesus deparou no
Getsêmani. Só os que verdadeiramente são de Deus estarão dispostos a aceitar
isso.
Do Éden ao Calvário, a
Laodiceia, o universo tem assistido a consequência do pecado. Mas agora a
última Igreja está em cena. Não há oitava igreja. A rejeição teimosa dos
últimos anos pode ser superada. Jesus disse que edificaria a Sua igreja. Quando
a igreja aceita tudo o que o Senhor deseja que tenha vai cumprir o mesmo papel
que Cristo cumpriu quando esteve na Terra. Sua obra durante “esse breve período
de três anos” foi “o máximo que o mundo podia suportar” da “presença do
Redentor”.5 A obra do povo de Deus no final será tão eficaz e
abreviada pela mesma razão.
Um arrependimento como o de
Pentecostes é o que Cristo exige de nós hoje. Ele virá, como um veio de ouro
perdido na terra, que deve emergir de novo noutro lugar. Como o remédio em
quantidade suficiente produz uma concentração na corrente sanguínea, o nosso
arrependimento deve ser abrangente e de grande alcance, para que o Espírito
Santo realize uma obra totalmente eficaz. Alguns estão seriamente conscientes
de que este é o grande dia final da Expiação. Junte-se
a eles!
—Extraido dos escritos de Robert J. Wieland e
Donald K. Short
Notas (de Ellen G. White):
1) Parábolas de Jesus, págs. 415,
416;
2) História da Redenção, págs. 264,
265;
3) Testemunhos para Ministros e Obreiros
Evangélicos,
pág. 91;
4) Mensagens Escolhidas, livro 1, pág.
235;
5) O Desejado de Todas as Nações, pág. 541.
O irmão Roberto J. Wieland foi um pastor
adventista, a vida inteira, missionário na África, em Nairobe e Kenia. É autor
de inúmeros livros. Foi consultor editorial adventista do Sétimo Dia para a
África. Ele deu sua vida por Cristo na África. Desde que foi jubilado, até sua
morte, em julho de 2011, aos 95 anos, viveu na Califórnia, EUA, onde ainda era
atuante na sua igreja local. Ele é autor de dezenas de livros. Em 1950 ele e o pastor Donald K. Short, também missionário na
África, em uma das férias deles nos Estados Unidos, fizeram dois pedidos à
Conferência Geral: 1º) que fossem publicadas todas as matérias de Ellen G. White sobre 1888, e 2º) que fosse publicada uma antologia dos escritos de
Waggoner e Jones. Eles e sua mensagem receberam mais de 200 recomendações de
Ellen G. White. 38 anos depois, em 1988, a Conferência
Geral atendeu o primeiro pedido, o que resultou na publicação de 4 volumes
com um total de 1821 páginas tamanho A4, com o título Materiais de Ellen G. White sobre 1888. Quanto ao segundo pedido
até hoje não foi o mesmo ainda atendido.
Donald K. Short foi um missionário adventista do sétimo dia na África,
desde a década de 1950. Foi editor de nossa casa
publicadora ali. Foi também editor do Boletim mensal do Comitê de
Estudos da mensagem de 1888, e escreveu
alguns dos melhores livros sobre a mensagem de 1888. Ele e o irmão Roberto Wieland escreveram o
livro 1888 Re-examinado, que despertou muitas mentes dentro do
adventismo para as belezas e encantamentos de Cristo contidos na mensagem. Ele morreu em 2005 ou 2006?
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