Para 26 de novembro a 3 de dezembro de 2016
Você já sentiu uma “justa indignação” sobre a
mensagem de Justificação pela fé? Por que a Igreja não reconhece a mensagem da
chuva serôdia que amadurece a colheita para que Jesus venha? Já ficou “zangado” com
isso?
“Não é justo” é ideia comum e profundamente
sentida. Temos embutido em nós um sentido da justiça que deve ser exercida.
Derrubamos governos porque são injustos ou corruptos. Expomos a corrupção e a
injustiça em lugares altos e esperamos que seja corrigido.
Jó fez a acusação: “Deus não é justo!” Ele não está
apenas falando da corrupção nos lugares altos, mas da corrupção no Lugar
Altíssimo. Se não há justiça no universo, que esperança há para nós?
Pessoalmente, se eu sinto que Deus não me tratou direito, em minha saúde,
educação, habilidades, relacionamentos, trabalho, ou num relacionamento
fracassado, luto, doença ou transtorno psiquiátrico, então a minha fé será
prejudicada, minha obediência se tornará relutante, minha esperança destruída,
e minha alegria envenenada. A primeira tentação no jardim no Éden foi acreditar
que Deus não é justo. Somos lembrados ao nos encontrarmos com Eliú que a
justiça de Deus está no coração do livro de Jó.
Quando os três homens cessaram de responder a Jó,
porque ele era justo aos seus próprios olhos, então Eliú se ardeu de raiva. Ele
se ardeu de ira contra Jó porque se justificou a si mesmo em vez de a Deus. Ele
se ardeu de raiva também contra os três amigos de Jó porque eles não
encontraram resposta, embora tivessem declarado que Jó estava errado (Jó
32:1-5).
Eliú se ira primeiro com Jó “porque era justo aos
seus próprios olhos” (vs. 1) e “porque se justificou a si mesmo em vez de a
Deus” (v. 2). Ele está com raiva por um homem mortal reivindicar estar no
direito de uma maneira que sugeria que Deus deve estar em erro por levá-lo a
sofrer.
Justificava-se a raiva de Eliú? Seria o que
chamaríamos de “justa indignação”? Jesus mostrou justa indignação quanto à
deturpação da casa de Seu Pai (ver Lucas 19:46). E aqui temos um raro exemplo
de Jesus apresentando-Se “com raiva”. Ele cura alguém quando estava com raiva!
Naturalmente pensaríamos que Ele melhor faria em Se acalmar antes que curasse
alguém; Mas não, Sua “ira” era justificada, santa e justa.
Devemos pensar cuidadosamente antes de mostrar
nossa raiva. Tempo e lugar e escolha de palavras são sempre coisas sobre que
precisamos pensar quando falamos criticamente. Deveríamos expressar alguma
“justa indignação” em relação à recusa de Laodiceia em receber a chuva serôdia
da mensagem de Justificação pela fé?
Poderia Jesus estar às vezes irritado quando Se faz
presente pelo Espírito Santo em nossos cultos de adoração? Se pregamos,
cantamos hinos ou canções gospel, fazemos orações públicas, enquanto temos
“corações duros”, corremos o risco de irritá-Lo. Nunca é dito que a Sua
paciência é infinita, e estamos chegando perto do fim. Se alguém nos feriu
injustamente, temos direito a alguma “justa indignação”, mas nunca devemos
permitir que nossos corações se tornem “duros”. Podemos estar “zangados” com um
coração mole que ainda ama nosso oponente!
Suponha que o Espírito Santo tenha respondido à
oração fervorosa do pastor por Sua bênção em conduzir o culto e nos trazer uma
mensagem do céu, e estamos sentados lá, mantendo um coração duro e depois indo
para casa totalmente em condição impenetrável para o ministério do Espírito
Santo. Nunca deixe que mais de um sábado passe assim. Quando Jesus fica com
raiva (e Ele ainda pode!), Ele não fica num estado de ira quebrando pratos ou
gritando para nós. Simplesmente segue triste e nos deixa em paz. Quando isso
nos acontece, somos mais miseráveis e perdemos a
consciência de nossa miséria. Isso chega a um passo do inferno.
Aquelas pessoas a que Jesus estava ministrando em
Marcos 2 e 3 achavam que eram a “igreja verdadeira” que guardava os mandamentos
de Deus. O seu paralelo conosco estava desconfortavelmente perto. Inúmeras
vezes Ellen White comparou a Igreja a eles. Somente Em relação a “1888”, ela
disse muitas vezes que agimos “como os judeus”.
O Dr. Arnold Wallenkampf, anteriormente do
Instituto de Pesquisa Bíblica da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo
Dia, reconhece francamente que o pecado de nossos antepassados na era de
1888 foi uma repetição desse pecado dos judeus:
“Choca a imaginação que os delegados de uma
assembleia da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia pudessem tratar o
Espírito Santo de forma vergonhosa, insultá-Lo e feri-Lo, e até mesmo
figurativamente crucificar a Jesus na Pessoa do Espírito Santo. ... Era natural
para a maioria dos ministros seguir seus líderes reverenciados. ... Muitos dos
delegados . ... se tornaram cúmplices do pecado de rejeitar a mensagem de
justiça pela fé, através da ação de acordo com as leis da dinâmica de grupo”.1
O pecado de seguir cegamente os líderes, de se
deixar levar pela maré, de ter medo de ficar sozinho em defesa da verdade, é o
que Wallenkampf quer fizer por seu termo “dinâmica de grupo”. É, simplesmente,
um sinônimo de culpa corporativa.
O que representa um problema único são as
declarações de Ellen White de que “nós” repetimos o pecado dos judeus ao
rejeitarem a Cristo na pessoa de Seus “mensageiros especiais”. Há muito que
estão mortos. Como vamos fazer isso corretamente?
Jesus pode estar satisfeito com um pedido de
desculpas votado por nossos delegados oficiais? Ou o Espírito Santo pode
aceitar um mero convite para esquecer “nosso” “insulto”?
Deus é por demais grande para satisfazer-Se com tal
confissão de superfície. Não podemos arrastá-Lo até nossos níveis judiciais de
julgamento. Ele não está preocupado com os Seus sentimentos pessoais (embora
certamente os tenha!). Não quer indenização financeira ou desculpas de
convenções públicas. Sua ira não é egoísta; é uma indignação justa e ardente
porque um mundo foi privado de “uma mensagem preciosíssima” que Ele
“designou” dever ser proclamada. (*Testemunhos
para Ministros, págs. 91 em diante). E Ele ainda “assim ama” aquele mundo
pelo qual deu o Seu Filho unigênito! Ele Se esquece em Sua preocupação de que
esta mensagem seja proclamada, para que as pessoas que morrem por falta dela
possam ouvi-la.
Em nossa era de 1888 “nós”, como liderança da
Igreja trouxemos sobre nós uma acusação solene em plena visão do universo a
observar. É inevitável que o mundo também deva conhecer a verdade:
“A indisposição em ceder a opiniões preconcebidas,
e aceitar esta verdade [a lei moral em Gálatas], estava na base de uma grande
parte da oposição manifestada em Minneapolis contra a mensagem do Senhor
através dos irmãos [E. J.] Wagoner e [A. T.] Jones. Ao excitar essa oposição,
Satanás conseguiu afastar de nosso povo, em grande medida, o poder especial do
Espírito Santo que Deus desejava transmitir-lhes. ... A luz que era para
iluminar toda a Terra com a Sua glória foi resistida, e pela ação de nossos
próprios irmãos tem sido em grande medida afastada do mundo”.2
Há algo que podemos fazer para acertar as coisas
com o Céu e com o mundo: Aceite a mensagem que “em grande medida” rejeitamos.
Isso ainda é possível, mas envolve humilhar nossas almas. Apresente-a à Igreja,
clara, poderosa, e inequivocamente. Permita que os “mensageiros designados pelo
Senhor”, seus “mensageiros especiais” na era de 1888, falem à Igreja mundial.
Deixe esta “mui(sic)
preciosa mensagem” vitalizar nossas “29 doutrinas”, fazendo-as saturar todas as
nossas apresentações de rádio e TV, nossas campanhas evangelísticas públicas e
todas as nossas revistas e publicações. Proclame-a
ao mundo sem que haja um vestígio do legalismo do velho concerto. Só então
o Senhor poderá dizer de nós o que disse da oferta de Maria Madalena em
Betânia: “Ela fez o que pôde”.
Isso preparará o povo de Deus para a trasladação.
Não se engane: Satanás vai se opor a essa mensagem com força infernal. Mas “a
graça de Deus” será muito mais abundante. O povo de Deus responderá ao seu Sumo Sacerdote.
—Paul
E. Penno
Notas:
1) Arnold V. Wallenkampf, What
Every Adventist Should Know About 1888, (O que Cada Adventista Deve
Saber Sobre 1888) Review and Herald,
1988, págs. 43-45.
2) Ellen G.
White, Mensagens Escolhidas, livro 1, págs. 234, 235.
Notas finais:
O
vídeo, em inglês, do Pastor Paul Penno sobre esta lição, gravada com um sábado
de antecedência,
está na
Internet em: https://youtu.be/f28SPMWZweg
Esta
introspecção, em inglês, está na Internet, acesse: http://1888mpm.org
Depois, clique em SABBATH SCHOOL TODAY / Outline,
2016 / 4th quarter / The book of Jobe.
Biografia
do autor, Pastor Paulo Penno:
Paulo Penno foi pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward,
na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no
endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi
ordenado ao ministério há 42 anos e foi jubilado em junho de 2016, Após o curso
de teologia ele fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente ele
preparou uma Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White.
Recentemente também ele escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos
na História da Igreja Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos,
escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de justificação pela
fé segundo a serva do Senhor nos apresenta em livros como Caminho a Cristo,
DTN, etc. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim
nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Ele foi o principal orador
do seminário “Elias, convertendo corações”, nos dias 6 e 7 de fevereiro de
2015, realizado na igreja adventista Valley Center Seventh-day Adventist Church
localizada no endereço: 14919 Fruitvale Road, Valley
Center, Califórnia.
Atenção, asteriscos (*…) indicam acréscimos
do tradutor.
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