quarta-feira, 25 de abril de 2018

Lição 4 — Salvação e o tempo do fim, por Arlene Hill



Para 21 a 28 de abril de 2019


A lição desta semana começa com um conceito interessante: "Uma diferença impressionante, mas crucial entre o cristianismo e as religiões não cristãs é que, embora estas enfatizem o que seus fundadores ensinaram aos fieis, elas não destacam o que seus fundadores fizeram por eles. E a razão para isso é que, seja lá o que for que seus fundadores tenham feito pelos fieis, isso não pode salvá-los. Tudo o que esses líderes puderam fazer foi tentar ensinar as pessoas a se 'salvarem'” [Guia de Estudo Bíblico para (*as lições da) Escola Sabatina, edição dos adultos, (*professor) pág. 45].
A maioria dos cristãos sabe que Cristo nasceu como um bebê na Terra morreu na cruz, ressuscitou e voltou para o céu. Infelizmente, a maioria está confusa sobre porque Ele fez tudo isso, (*e) se pode se aplicar a eles, como eles podem ganhar (*a salvação). Essencialmente, mesmo que saibam as coisas que Cristo fez, se é isso que entendem, ainda pensam que precisam se salvar a si mesmas.
Compreender o amor de Deus é a chave para entender que as coisas que Cristo realizou são incondicionais. Não há nada que possamos fazer para sermos bons o suficiente para conquistá-las. A mensagem dada à nossa Igreja em 1888 ensina que a salvação é baseada completamente no que Cristo fez e (*que isto) é pleno e completo. Como o segundo Adão (veja Romanos 5), Cristo literalmente salvou o mundo quando morreu a nossa segunda morte. Muitos tropeçam nesse conceito porque acham que significa que todos serão salvos. Embora Deus tenha predestinado toda a humanidade para ser salva quando Ele nos colocou em Cristo na Encarnação, Ele não nos forçará a aceitar Sua libertação da morte causada pelo pecado.
E. J. Waggoner captou a ideia: “Toda essa libertação é ‘de acordo com a vontade de nosso Deus e Pai’. A vontade de Deus é a nossa santificação (1ª Tes. 4:3). Ele quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade (1ª Tim. 2: 4). E Ele ‘realiza todas as coisas de acordo com o conselho da Sua vontade’ (Efé. 1:11)”.1
Note que “Ele, Deus, realizará todas as coisas e Sua vontade é que todos sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade. Muitas pessoas têm dificuldade em crer no que esses versos dizem.
 “(*Perguntam) ‘Você quer ensinar salvação universal?’ (*E. J. Waggoner responde:) Nós queremos ensinar exatamente o que a Palavra de Deus ensina — que “a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens” (Tit. 2:11). Deus operou a salvação para todo homem, e a deu a ele, mas a maioria a rejeita e joga fora. O julgamento revelará o fato de que a salvação completa foi dada a todo homem, e que os perdidos deliberadamente jogaram fora sua possessão do direito de herança.”2
Uma maneira comum pela qual as pessoas “rejeitam” a salvação que Cristo realizou em Sua cruz é que se recusam a crer que as boas novas são realmente boas. As pessoas ouvem a frase “justiça pela fé” e pensam que sabem o que isso significa, mas olham para as suas vidas e se preocupam por não cumprirem os padrões de uma boa vida cristã. Não podem acreditar que não há nada que tenham que fazer, mesmo que seja apenas manter um “relacionamento” com Deus. Uma vez que estabelecemos condições para ganhar o favor de Deus, inserimos o esforço humano no conceito de salvação. O cristianismo tem sido atormentado por pessoas que fazem regras para garantir que os membros da Igreja estejam em “boa posição” diante de Deus. Fazer e guardar regras nunca encontrará favor diante de Deus, nem O obrigará a levá-lo para o céu.
A. T. Jones explicou isso na assembleia da Associação Geral de 1895: “Aqui está uma passagem em Obreiros Evangélicos, página 319, que eu vou ler. É concernente a Cristo. ‘Não há uma ordem monástica sobre a Terra da qual Ele [Cristo] não teria sido excluído por ter ultrapassado as regras prescritas’. Exatamente. Você não pode vincular a vida de Deus por regras, e de todas as coisas você não pode atá-la por regras feitas pelo homem. Ele quer que nós, portanto, fiquemos imbuídos com a própria vida de Jesus Cristo, e a vida do próprio Cristo, de modo a que a vida vivida por Jesus Cristo e os princípios da verdade de Deus brilhem e operem na vida, a fim de que a vida de Cristo seja ainda manifesta em carne humana. É onde Deus nos trouxe Nele. E fomos trazidos a este lugar Nele, sendo que pela fé nós mesmos fomos crucificados com Ele, e mortos com Ele, e sepultados com Ele, e vivificados com Ele, e despertados com Ele, e ressuscitados com Ele, e assentados com Ele, na existência celestial, onde ele Se assenta à direita de Deus em glória”.3
Nossa lição enfatiza que a chave para a garantia da salvação deve sempre ser baseada em uma apreciação do amor de Deus, não olhando para o nosso desempenho. Nada demonstra mais o amor de Deus do que a cruz. Ellen White descreveu que a verdadeira obediência começa com uma mudança de coração, não com a observância de regras:
"Toda a verdadeira obediência vem do coração. Deste procedia também a de Cristo. E se consentirmos, Ele por tal forma Se identificará com os nossos pensamentos e ideais, dirigirá nosso coração e espírito em tanta conformidade com o Seu querer, que obedecendo-Lhe, não estaremos senão seguindo nossos próprios impulsos. A vontade, refinada, santificada, encontrará seu mais elevado deleite em fazer o Seu serviço. Quando conhecermos a Deus como nos é dado o privilégio de O conhecer, nossa vida será de contínua obediência. Mediante o apreço do caráter de Cristo, por meio da comunhão com Deus, o pecado se nos tornará aborrecível".4
Observe que é através de uma apreciação do caráter de Cristo que nossa vontade é refinada e santificada, não criando-se ou mantendo-se regras que produzam obediência genuína. Então, a vontade refinada e santificada naturalmente responderá com obediência genuína.
É a obra refinadora e santificante do Espírito Santo que aperfeiçoa nosso caráter e possibilita a genuína obediência. Qualquer tentativa de ganhar a salvação pela manutenção de regras desonra a Deus. Uma resposta do coração humano deve ocorrer através do Espírito Santo.
"Disse Jesus a respeito do Espírito: 'Ele me glorificará'. O Salvador veio glorificar o Pai pela demonstração de Seu amor, assim o Espírito havia de glorificar a Cristo, revelando ao mundo Sua graça. A própria imagem de Deus tem de ser reproduzida na humanidade. A honra de Deus, a honra de Cristo acha-se envolvida no aperfeiçoamento do caráter do Seu povo".5
“Temos este problema hoje? Podemos representar a Cristo como estando em segurança no convés jogando um salva-vidas para o pecador que está se afogando? Se ele agarra a corda, está tomando a iniciativa em sua própria salvação, e Paulo diz que ‘aniquila a graça de Deus’! (*Gál. 2:21). Não, a Bíblia representa a Jesus lá na água com o pecador que está afundando, um Salva-Vidas realmente o salvando em 100%. E se o pecador que está se afogando não O espancar, Jesus o colocará em segurança no convés. A salvação é totalmente de graça, ‘não de obras [nem mesmo 1%!], para que ninguém se glorie’ (Efé. 2: 8, 9).
“E não tenha medo de muito mais abundante graça”. É real, não há verdadeira obediência à lei, exceto “pela graça através da fé” (veja Rom. 5:20; Gál. 5: 6).”6

Arlene Hill
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Notas Finais:                                                                                                            

1) E. J. Waggoner, The Glad Tidings (Boas Novas), pág. 13; edição CFI (2016).    

2) Idem, págs. 13 e 14                                                                                              

3) A. T. Jones,  Boletim da Associação Geral de 1895. "The Third Angel's Message--No. 26," , “A Mensagem do 3º Anjo, nº 26”, pág. 494.

4) Ellen G. White, o Desejado de Todas as  Nações, vol. 3, pág. 690 (edição especial de 1970, CPB, Santo André, SP.,  em 3 volumes, para a difusão da colportagem).                                                                                          

5) Idem, pág. 671                                                                                                     

6) Robert J. Wieland, Dial Daily Bread," 2003.                                                         

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Notas:                                                                                                                       

Veja, em inglês, o vídeo desta 4ª lição do 2º trim. de 2018, exposta pelo Pr. Paulo Penno, na internet, no sitio: https://youtu.be/57tKse7Zh6E

Esta lição em inglês está na internet no sitio: 1888message.org/sst.htm

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Biografia da autora:

A irmã Arlene Hill é uma advogada aposentada da Califórnia, EUA. Ela agora mora na cidade de Reno, estado de Nevada, onde é professora da Escola Sabatina na igreja adventista local. Ela foi um dos principais oradores no seminário “É a Justiça Pela Fé, Relevante Hoje?”, que se realizou na sua igreja em maio de 2010, a Igreja Adventista do Sétimo Dia, localizada no endereço: 7125 Weest 4th Street, Reno, Nevada, USA, Telefone  001 XX (775) 327-4545; 001 XX (775) 322-9642. Ela também foi oradora do seminário “Elias, convertendo corações”, realizado nos dias 6 e 7 de fevereiro de 2015, na igreja adventista Valley Center Seventh-day Adventist Church localizada no endereço: 14919 Fruitvale Road, Valley Center, Califórnia, telefone: +001 XX 760-749-9524
Nota: Asteriscos (*) indicam acréscimos feitos pelo tradutor.
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