Para 28 de abril a 5 de maio de 2018
Qual
é a verdade de Cristo no santuário celestial? Como vamos apresentá-Lo “em pé
voltado ao pecador”?
Existem
argumentos sérios que podem ser apresentados em apoio à motivação do medo de
desistir do pecado. O medo não é completamente ou necessariamente negativo. Uma
pessoa perfeitamente saudável, sem problemas, vai olhar para os dois lados
antes de atravessar uma rua movimentada. É senso comum. Também não se pode
negar que, ao longo dos milênios de anos da história humana, os servos
inspirados de Deus empregaram frequentemente o medo como sua ferramenta de
motivação para induzir os pecadores a responder. Os profetas do Antigo
Testamento frequentemente falam de Deus destruindo nações e pessoas. Não há
dúvida de que Deus enviou o Dilúvio para destruir os pecadores, também os fogos
de Sodoma e Gomorra, e destruiu os egípcios na travessia do Mar Vermelho.
A
questão que motiva preocupação na mensagem de 1888 é: Que apelo Deus usará
naquela “iluminação da terra com glória” (*Apo.19:7) final? Uma “voz” soará do
céu com poder sem precedentes: “Sai dela [Babilônia], meu povo” (*Apo. 18:4).
Será que a motivação será associada a uma revelação singularmente clara da
cruz, o que o Filho de Deus realizou lá e o que Lhe custou salvar o mundo? Ou
será o apelo de medo por excelência, por uma mensagem que soa como a mais
aterrorizante de todos os tempos? “A mensagem do terceiro anjo em verdade”1 parece à
primeira vista ser a última.
Ao
buscar um “equilíbrio” entre o que parecem ser visões contraditórias, podemos
perguntar: O ministério da purificação do santuário de nosso Sumo Sacerdote
inclui um conceito mais claro da expiação do que o povo de Deus como um corpo
percebeu no passado? Se assim for, resultará numa reconciliação mais completa
com Deus do que no passado foi experimentado pelo povo de Deus como um corpo? E
novamente, se assim for, será uma revelação mais clara do Ágape de Cristo? Deve
ser verdade que nada menos pode alcançar uma reconciliação sem precedentes!
É
verdade que esta questão reabre uma afirmação discutida há meio século — a
mensagem de 1888 foi genuinamente nova, ou foi apenas uma renovada ênfase de
ideias reformistas e correntes evangélicas do século XVI? A mensagem de 1888
foi muito antes da mensagem da Reforma Protestante. A ideia da mensagem de
justificação pela fé, de 1888, faz paralelo e é coerente com com
aquela verdade única de Cristo, nosso Sumo Sacerdote, que purifica o Seu povo e
o santuário celestial.
Entendida
corretamente, a mensagem de 1888 apresenta um apelo ao coração com uma
motivação imposta por Ágape. A razão deve ser que a purificação do santuário
realiza uma “expiação final”, vista como uma experiência final da reconciliação
com Deus de todo o coração.
Onde
a mensagem “seja reconciliado com Deus” associa-se à compreensão da cruz? O contexto de 2ª Cor. 5:14, 15 pode
ajudar.
“O amor [Ágape] de Cristo [é o que] nos
constrange”, isto é, nos motiva (Peterson em A Mensagem, a traduz, “ me levou a tais extremos”). Mas neste
último dia de expiação, não é apenas um apóstolo Paulo “extremista”, assim
motivado, mas uma “corpo” associado de crentes. Nunca antes isso aconteceu com tal “corpo”.
Por que esse desenvolvimento? A
Igreja amadurece, pensa e aprecia esse “amor” mais profundamente. Por causa da
luz mais clara, conceitos mais convincentes e significativos, “nós” concluímos
a partir de evidências razoáveis—”assim julgamos”.
“Julgamos”
o quê? A resposta: como “Um morreu por todos”. A equação investiga por que Ele
morreu e o que Ele realizou por meio disso. A cruz tem que se tornar o foco da
“mensagem do terceiro anjo na verdade”.
O
que a motivação resultante realiza? Realiza um grau sem precedentes de
consagração sentida por “todos os santos”. “Aqueles que vivem” não podem mais
“viver para si mesmos”, que é a única solução para o problema da indiferença
corporativa de Laodiceia. Essa parece ser a motivação que “constrange” aquele
corpo corporativo de crentes a “seguir o Cordeiro (o Cristo crucificado) para
onde quer que Ele vá”. É um novo nível de desenvolvimento na história cristã
considerado digno de menção especial no Apocalipse, onde todas as referências à
Igreja são expressas em termos corporativos.
O
contexto indica que a experiência de “ser reconciliado com Deus” depende de uma
compreensão clara de como “Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o
mundo”, como Ele tomou sobre Si as “suas transgressões”. Os últimos raios de
luz a brilhar sobre este mundo escuro, dizem-nos, serão, portanto, “uma
revelação do caráter de amor de Deus”. Aqui está a verdade objetiva, não apenas
a emoção subjetiva.
Então,
a questão é evangelística, não teologia complexa. Que mensagem pode reconciliar
o coração alienado, amante do mundo, autocentrado e “morno” com Deus? A menos
que uma compreensão mais clara do evangelho esteja envolvida, o resultado
inevitavelmente será mais mornidão de devoção, perpetuada geração após geração
por mais séculos.
A
verdade atual da purificação argumenta com o pecador “em lugar de Cristo”. Isto
é, como ganhadores de almas, devemos habilitar o pecador a se identificar com
Cristo tão plenamente que ele experimente um encontro de primeira mão com Ele
tão vívido quanto a mulher samaritana em seu poço ou Nicodemos em sua
entrevista noturna. Este é um evangelismo que leva almas e mantém almas. Nada
além disso toma conta dos jovens adventistas entediados e amantes do mundo.
—Paul E. Penno
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Nota final:
1) Ellen G. White, The Review and Herald, 1º de abril de 1890; Mensagens Escolhidas, book 1, pág. 372.
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Notas:
Veja,
em inglês, o vídeo desta 5ª lição do 2º trim. de 2018, exposta pelo Pr. Paulo Penno, na internet, no sitio: https://youtu.be/ABKn5wCXJyg
Esta
lição em inglês está na internet no sitio: http://1888message.org/sst.htm
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Biografia do autor, Pastor Paulo Penno:
Paulo Penno foi pastor
evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da
Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading
Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Foi ordenado ao ministério há
42 anos e jubilado em junho de 2016, Após o curso de teologia fez mestrado na
Universidade de Andrews. Recentemente preparou uma Compreensiva Pesquisa dos
Escritos de Ellen G. White. Recentemente também escreveu o livro “O Calvário no
Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia.” (Este
livro postamos, por inteiro, no nosso blog Ágape Edições (agape-edicoes.blogspot.com) em
1º de agosto de 2017). Ao longo dos anos o Pr. Paulo Penno, escreveu muitos
artigos sobre vários conceitos da mensagem de justificação pela fé segundo a
serva do Senhor nos apresenta em livros como Caminho a Cristo, DTN, etc. O pai
dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente
escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Ele foi o principal orador do
seminário “Elias, convertendo corações”, nos dias 6 e 7 de fevereiro de 2015,
realizado na igreja adventista Valley Center Seventh-day Adventist Church
localizada no endereço: 14919 Fruitvale
Road, Valley Center, Califórnia.
Atenção, asteriscos (*…) indicam acréscimos
do tradutor.
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