terça-feira, 1 de maio de 2018

Lição 5 — Cristo no santuário celestial, por Paulo Penno



Para 28 de abril a 5 de maio de 2018

Qual é a verdade de Cristo no santuário celestial? Como vamos apresentá-Lo “em pé voltado ao pecador”?
Existem argumentos sérios que podem ser apresentados em apoio à motivação do medo de desistir do pecado. O medo não é completamente ou necessariamente negativo. Uma pessoa perfeitamente saudável, sem problemas, vai olhar para os dois lados antes de atravessar uma rua movimentada. É senso comum. Também não se pode negar que, ao longo dos milênios de anos da história humana, os servos inspirados de Deus empregaram frequentemente o medo como sua ferramenta de motivação para induzir os pecadores a responder. Os profetas do Antigo Testamento frequentemente falam de Deus destruindo nações e pessoas. Não há dúvida de que Deus enviou o Dilúvio para destruir os pecadores, também os fogos de Sodoma e Gomorra, e destruiu os egípcios na travessia do Mar Vermelho.
A questão que motiva preocupação na mensagem de 1888 é: Que apelo Deus usará naquela “iluminação da terra com glória” (*Apo.19:7) final? Uma “voz” soará do céu com poder sem precedentes: “Sai dela [Babilônia], meu povo” (*Apo. 18:4). Será que a motivação será associada a uma revelação singularmente clara da cruz, o que o Filho de Deus realizou lá e o que Lhe custou salvar o mundo? Ou será o apelo de medo por excelência, por uma mensagem que soa como a mais aterrorizante de todos os tempos? “A mensagem do terceiro anjo em verdade”1 parece à primeira vista ser a última.
Ao buscar um “equilíbrio” entre o que parecem ser visões contraditórias, podemos perguntar: O ministério da purificação do santuário de nosso Sumo Sacerdote inclui um conceito mais claro da expiação do que o povo de Deus como um corpo percebeu no passado? Se assim for, resultará numa reconciliação mais completa com Deus do que no passado foi experimentado pelo povo de Deus como um corpo? E novamente, se assim for, será uma revelação mais clara do Ágape de Cristo? Deve ser verdade que nada menos pode alcançar uma reconciliação sem precedentes!
É verdade que esta questão reabre uma afirmação discutida há meio século — a mensagem de 1888 foi genuinamente nova, ou foi apenas uma renovada ênfase de ideias reformistas e correntes evangélicas do século XVI? A mensagem de 1888 foi muito antes da mensagem da Reforma Protestante. A ideia da mensagem de justificação pela fé, de 1888, faz paralelo e é coerente com com aquela verdade única de Cristo, nosso Sumo Sacerdote, que purifica o Seu povo e o santuário celestial.
Entendida corretamente, a mensagem de 1888 apresenta um apelo ao coração com uma motivação imposta por Ágape. A razão deve ser que a purificação do santuário realiza uma “expiação final”, vista como uma experiência final da reconciliação com Deus de todo o coração.
Onde a mensagem “seja reconciliado com Deus” associa-se à compreensão da cruz? O contexto de 2ª Cor. 5:14, 15 pode ajudar.
 “O amor [Ágape] de Cristo [é o que] nos constrange”, isto é, nos motiva (Peterson em A Mensagem, a traduz, “ me levou a tais extremos”). Mas neste último dia de expiação, não é apenas um apóstolo Paulo “extremista”, assim motivado, mas uma “corpo” associado de crentes. Nunca antes isso aconteceu com tal “corpo”.
Por que esse desenvolvimento? A Igreja amadurece, pensa e aprecia esse “amor” mais profundamente. Por causa da luz mais clara, conceitos mais convincentes e significativos, “nós” concluímos a partir de evidências razoáveis—”assim julgamos”.
 “Julgamos” o quê? A resposta: como “Um morreu por todos”. A equação investiga por que Ele morreu e o que Ele realizou por meio disso. A cruz tem que se tornar o foco da “mensagem do terceiro anjo na verdade”.
O que a motivação resultante realiza? Realiza um grau sem precedentes de consagração sentida por “todos os santos”. “Aqueles que vivem” não podem mais “viver para si mesmos”, que é a única solução para o problema da indiferença corporativa de Laodiceia. Essa parece ser a motivação que “constrange” aquele corpo corporativo de crentes a “seguir o Cordeiro (o Cristo crucificado) para onde quer que Ele vá”. É um novo nível de desenvolvimento na história cristã considerado digno de menção especial no Apocalipse, onde todas as referências à Igreja são expressas em termos corporativos.
O contexto indica que a experiência de “ser reconciliado com Deus” depende de uma compreensão clara de como “Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo”, como Ele tomou sobre Si as “suas transgressões”. Os últimos raios de luz a brilhar sobre este mundo escuro, dizem-nos, serão, portanto, “uma revelação do caráter de amor de Deus”. Aqui está a verdade objetiva, não apenas a emoção subjetiva.
Então, a questão é evangelística, não teologia complexa. Que mensagem pode reconciliar o coração alienado, amante do mundo, autocentrado e “morno” com Deus? A menos que uma compreensão mais clara do evangelho esteja envolvida, o resultado inevitavelmente será mais mornidão de devoção, perpetuada geração após geração por mais séculos.
A verdade atual da purificação argumenta com o pecador “em lugar de Cristo”. Isto é, como ganhadores de almas, devemos habilitar o pecador a se identificar com Cristo tão plenamente que ele experimente um encontro de primeira mão com Ele tão vívido quanto a mulher samaritana em seu poço ou Nicodemos em sua entrevista noturna. Este é um evangelismo que leva almas e mantém almas. Nada além disso toma conta dos jovens adventistas entediados e amantes do mundo.

Paul E. Penno
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Nota final:                                                                              

1) Ellen G. White, The Review and Herald, 1º de abril de 1890; Mensagens Escolhidas, book 1, pág. 372.
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Notas:                                                                                     
Veja, em inglês, o vídeo desta 5ª lição do 2º trim. de 2018, exposta pelo Pr. Paulo Penno, na internet, no sitio: https://youtu.be/ABKn5wCXJyg
Esta lição em inglês está na internet no sitio: http://1888message.org/sst.htm
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Como povo do advento, não temos mais tempo para continuarmos a manter nossa ênfase principal nos aspectos técnicos do santuário e seus serviços. Precisamos mergulhar fundo nos aspectos práticos de seu objetivo, principalmente a sua purificação. O que Jesus quer fazer hoje na sua e na minha vida aqui, agora, para purificar o santuário do nosso coração? Qual é a aplicação prática da expiação do pecado, como focada na mensagem de 1888? Sobre esse aspecto e outros, do 3º trimestre de 2013 que estudamos sobre o Santuário, veja as introspecções que então postamos cada semana daquele trimestre. Também postamos 28 artigos dia 1º/10/2013, enfáticos na praticidade da mensagem do santuário. Que Deus nos ilumine no entendimento destes sagrados temas e nos inspire ao pregá-los
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*      Biografia do autor, Pastor Paulo Penno:
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Paulo Penno foi pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Foi ordenado ao ministério há 42 anos e jubilado em junho de 2016, Após o curso de teologia fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente preparou uma Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia.” (Este livro postamos, por inteiro, no nosso blog Ágape Edições (agape-edicoes.blogspot.com) em 1º de agosto de 2017). Ao longo dos anos o Pr. Paulo Penno, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de justificação pela fé segundo a serva do Senhor nos apresenta em livros como Caminho a Cristo, DTN, etc. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Ele foi o principal orador do seminário “Elias, convertendo corações”, nos dias 6 e 7 de fevereiro de 2015, realizado na igreja adventista Valley Center Seventh-day Adventist Church localizada no endereço: 14919  Fruitvale Road, Valley Center, Califórnia.
  
    Atenção, asteriscos (*…) indicam acréscimos do tradutor.
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