quinta-feira, 24 de abril de 2008

Lição 4 - A Sabedoria dos Seus Ensinos

Esta lição abre com uma citação de Ellen White: Jesus "não Se privava de um momento sequer para deixar de ensinar o conhecimento da ciência de salvação. Seu tempo, Seus conhecimentos, Suas faculdades, Sua própria vida, só os prezava como meios de efetuar a salvação das pessoas.” (Mente Caráter e Personalidade, v. 1, p. 245). E o Pai demonstra Seu infinito amor por Cristo, que pagou nosso resgate pelo Seu sangue, por receber e dar as boas-vindas aos amigos de Cristo como Seus amigos. Ele Se satisfaz com a expiação feita. É glorificado pela encarnação, vida, morte e mediação de Seu Filho.
"Isto é a ciência da salvação,... que o estudante pode tomar consigo no nível mais alto — as cortes acima." Australian Union Conference Record (Registro da União Australiana) de 12 julho de 1899).
Nós não devemos “perder um momento" de nossa vida em viver e ensinar o Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo. O estudo da ciência é o estudo de muitos pequenos detalhes. Ao estudarmos e ensinarmos o crescente número de pequenas facetas do Evangelho, nós cresceremos em graça e apressamos a vinda de Jesus nosso Senhor e Salvador.

As Bem-Aventuranças: Foi ensinado que "bendito" significa "feliz". Bom! Eu sugiro voltar-se a Gênesis 1 e 2 e olharmos os primeiros usos desta palavra na Bíblia. O homem foi "abençoado" no que foi capacitado a cumprir o que ele tinha sido criado para fazer; ele percebeu que Deus o tinha qualificado para fazer o que ele ansiava poder realizar.
Esse conceito está no "Sermão da Montanha" também. Está em harmonia com as promessas do Novo Concerto de Deus em nos dar poder para cumprir Sua vontade. Em Mateus 5, Jesus nos capacita a reconhecer nossa pobreza de espírito; nos habilita a ser humildes, misericordiosos, etc. Quando nós permitimos que Jesus faça todas as provisões para que as Bem-aventuranças sejam reais e operantes em nossa vida, estaremos felizes.

Ensinou Sobre Deus: Deus continuamente procura o desamparado. "Porque, quanto ao SENHOR, seus olhos passam por toda a terra, para mostrar-Se forte para com aqueles cujo coração é perfeito para com Ele” (II Cron. 16:9). O Pai é o Bom Pastor olhando no mundo as pobres, perdidas e desamparadas ovelhas. Ele não as olha para condená-las e puni-las; Ele já as salvou (justificou). Olha para levar a elas a mensagem de poder para cumprir sua função divina (veja João 8:36; Rom. 2:4, 3:21, 4:5; Gal. 4:4; Efésios. 1:4; Tito 2:11, etc
No universo inteiro de Deus, este pequeno mundo caído é o mais digno de pena e desamparado. Foi o lugar onde Ele escolheu focalizar Sua atenção divina, e salvar completamente. Quão abençoados somos ao ter este quadro de Deus, o Pai, na vida e ensino de Jesus.

Perdão: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem." (S. Lucas 23:34). Aquela oração de Cristo pelos Seus inimigos abrangia o mundo inteiro, envolvendo cada pecador que deveria viver até o fim dos tempos" (A História de Redenção, pág. 222; ênfase acrescida. Se você tem acesso a este livro, por favor leia a citação inteira)
Essa oração me inclui, e quando eu verdadeiramente aprecio e aceito perdão de Deus, como posso ser implacável com outros?
"Depois que Cristo tinha tomado os passos necessários em arrependimento, conversão, e fé em favor da raça humana, Ele foi a João para ser batizado por ele no Jordão" (Boletim da assembléia da Conferência Geral de 4 de abril de 1901).
"Ao vemos almas sem Cristo, devemos nos colocar em seu lugar, e em seu favor sentir arrependimento diante de Deus, não descansando até trazê-los ao arrependimento. ... Mostrando-lhes como arrepender-se, e tentando dirigi-los passo a passo a Jesus Cristo" (MS 92, 1901; Comentário Bíblico, vol. 7, pág. 960)
O perdão é uma parte integral do testemunhar, ou, o que alguns chamam de, "ganhar almas".

Humildade: Ao tentar imaginar o Deus do universo tornando-Se "um de nós," fico prostrado (*em postura de adoração) e estupefato (*atônito, maravilhado).

Graça e Fé: Graça e Fé: O evangelho é definido como o nascimento (encarnação), vida, morte, e ressurreição de Jesus. Veio a este mundo para ser o evangelho, e Ele tornou-Se, ou, corporificou o evangelho. "Cristo não faz nenhuma apologia quando declara, 'Eu Sou a Luz do mundo'. Ele era, em vida e ensino, o evangelho, o fundamento de toda doutrina pura" (The Youth’s Instructor, 16 de setembro de 1897).
Paulo foi escolhido por Deus para pregar e escrever (explicar) o Evangelho. Os dois vão lado a lado.
Apocalipse 10 e capítulo 14:6 são dois textos que nos dão nossa "ordem de comando”. Somos chamados a pregar o Evangelho Eterno. Ellen White disse, "Várias pessoas me escreveram, perguntando se a mensagem de justificação por fé é a mensagem do terceiro anjo, e eu respondi-lhes, 'é verdadeiramente a mensagem do terceiro anjo", Review and Herald, 1º de abril de 1890; e Evangelismo, pág. 190).1
Isto é uma verdade presente para nós hoje,
e é a luz que irá iluminar o mundo inteiro! (*Apoc. 18:1). Nós não podemos permitir nada distrair-nos de vivê-la e prega-la.

J. B. Jablonski

J. B. Jablonski é ministro da igreja adventista na cidade de Hanford, Califórnia, onde ele atualmente serve como pastor interino numa igreja próxima. Seu amor é o ministério da prisão, a que ele dedicou sua vida compartilhando a mensagem do Ágape de Cristo e Sua Justiça com os que estão encarcerados (muitos com prisão perpétua) em uma das maiores prisões da Califórnia. Ele tem mais de 70 anos, mas hesitamos em chamá-lo de um ministro "aposentado" porque é muito ativo no trabalho ministerial.

Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos de João Soares da Silveira

Notas do Tradutor:

1) De Evangelismo Págs. 190 e 191, sob o título: Apresentar um Salvador Crucificado.

“Esta mensagem devia pôr de maneira mais preeminente diante do mundo o Salvador crucificado, o sacrifício pelos pecados de todo o mundo. Apresentava a justificação pela fé no Fiador; convidava o povo para receber a justiça de Cristo, que se manifesta na obediência a todos os mandamentos de Deus. Muitos perderam Jesus de vista. Deviam ter tido o olhar fixo em Sua divina pessoa, em Seus méritos e em Seu imutável amor pela família humana. Todo o poder foi entregue em Suas mãos, para que Ele pudesse dar ricos dons aos homens, transmitindo o inestimável dom de Sua justiça ao impotente ser humano. Esta é a mensagem que Deus manda proclamar ao mundo. É a terceira mensagem angélica que deve ser proclamada com alto clamor e regada com o derramamento de Seu Espírito Santo em grande medida.”

“O Salvador crucificado deve aparecer em Sua eficaz obra como o Cordeiro sacrificado, sentado no trono, para dispensar as inestimáveis bênçãos do concerto, os benefícios que Sua morte concederia a cada alma que nEle cresse. João não podia exprimir em palavras esse amor; era profundo e amplo demais; ele apela à família humana para que o contemple. Cristo intercede pela igreja nas cortes celestiais, lá em cima, rogando por aqueles por quem pagou o preço da redenção—Seu sangue. Os séculos, o tempo, nunca poderão diminuir a eficácia de Seu sacrifício expiatório. A mensagem do evangelho de Sua graça devia ser dada à igreja em linhas claras e distintas, para que não mais o mundo dissesse que os adventistas do sétimo dia falam na lei, na lei, mas não ensinam a Cristo nem nEle crêem.”

“A eficácia do sangue de Cristo devia ser apresentada ao povo com vigor e poder, para que sua fé se pudesse apropriar de Seus méritos....”

“Por anos tem estado a igreja olhando para o homem, e dele muito esperando, mas sem olhar para Jesus, em quem Se centraliza nossa esperança de vida eterna. Portanto, Deus deu a Seus servos um testemunho que apresentava a verdade como esta é em Jesus, e que é a terceira mensagem angélica, em linhas claras e distintas.” (* Este texto é, originalmente, de Testemunhos Para Ministros, págs. 91-93. Se você ler até a página 98, terá uma idéia do contexto desta mensagem dentro da Igreja Adventista).

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Também queremos dar uma contribuição adicional à lição 4:

Como devemos Viver — Este é o ponto central desta lição, de acordo como o que nos diz o comentário da lição (edição dos professores, pág. 50).

E.G.White, em Caminho a Cristo —cap. 5º, com o título “Consagração”, nos diz:

“A promessa de Deus é: "Buscar-Me-eis e Me achareis quando Me buscardes de todo o vosso coração." Jer. 29:13. O coração inteiro tem de render-se a Deus, ou do contrário não se poderá jamais operar a transformação pela qual é restaurada em nós a Sua semelhança.” . . .

“A luta contra o próprio eu é a maior batalha que já foi ferida. A renúncia de nosso eu, sujeitando tudo à vontade de Deus, requer luta; mas a alma tem de submeter-se a Deus antes que possa ser renovada em santidade. . . . Ele [o Criador] deseja que o homem, a obra prima de Seu poder criador, atinja o desenvolvimento mais elevado possível. Propõe-nos a altura da bênção à qual nos deseja levar, por meio de Sua graça. Convida-nos a entregar-nos a Ele, a fim de que possa efetuar em nós a Sua vontade. A nós compete escolher se queremos ser libertados da escravidão do pecado, para participar da gloriosa liberdade dos filhos de Deus.”

. . .

“Há os que professam servir a Deus, ao mesmo tempo que confiam em seus próprios esforços para obedecer à Sua lei, formar um caráter reto e alcançar a salvação. Seu coração não é movido por uma intuição profunda do amor de Cristo, mas procuram cumprir os deveres da vida cristã como uma exigência de Deus a fim e alcançarem o Céu. Semelhante religião nada vale. Quando Cristo habita o coração, a alma de tal modo se encherá de Seu amor e da alegria da comunhão com Ele, que a Ele se apegará; e em Sua contemplação será esquecido o próprio eu. . . .”

“Muitos indagam: ‘Como devo eu fazer a entrega do próprio eu a Deus?’ Desejais entregar-vos a Ele, mas sois faltos de poder moral, escravos da dúvida e dirigidos pelos hábitos de vossa vida de pecado. Vossas promessas e resoluções são como palavras escritas na areia. Não podeis dominar os pensamentos, os impulsos, as afeições. O conhecimento de vossas promessas violadas e dos votos não cumpridos, enfraquece a confiança em vossa própria sinceridade, levando-vos a julgar que Deus não vos pode aceitar; mas não precisais desesperar. O que deveis compreender é a verdadeira força da vontade. Esta é o poder que governa a natureza do homem, o poder da decisão ou de escolha. Tudo depende da reta ação da vontade. O poder da escolha deu-o Deus ao homem; a ele compete exercê-lo. Não podeis mudar vosso coração, não podeis por vós mesmos consagrar a Deus as vossas afeições; mas podeis escolher servi-Lo. Podeis dar-Lhe a vossa vontade; Ele então operará em vós o querer e o efetuar, segundo a Sua vontade. Desse modo toda a vossa natureza será levada sob o domínio do Espírito de Cristo; vossas afeições centralizar-se-ão nEle; vossos pensamentos estarão em harmonia com Ele. ..”

“Mediante o conveniente exercício da vontade, pode operar-se em vossa vida uma mudança completa. Entregando a Cristo o vosso querer, aliai-vos com o poder que está acima de todos os principados e potestades. Tereis força do alto para estar firmes e, assim, pela constante entrega a Deus, sereis habilitados a viver a nova vida, a vida da fé.”


Agora, dos 2 mensageiros de 1888. Em Tocado por Nossos Sentimentos”, do Pr Jean R Zurcher, da pág. 87 em diante (Capítulo 5, A Vitória é Possível Através de Jesus Cristo falando da Cristologia segundo Alonzo Trevier Jones (1850-1923) (Na edição em português - pág. 62 em diante).

“A vitória de Jesus sobre o pecado na carne provia para Jones a prova de que cada discípulo de Cristo pode também vencer o pecado na carne. Em última análise, foi para esse real propósito que Deus enviou Jesus Cristo: para condenar o pecado na carne “para que a justa exigência da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito” (Rom. 8:4).

“Em Jesus Cristo, enquanto Ele estava na carne pecaminosa, Deus demonstrou perante o Universo que pode tomar posse da carne pecaminosa, para manifestar Sua própria presença, poder e glória, em vez de dar lugar à expressão do pecado. E tudo o que o Filho pede de qualquer homem para poder realizar essa experiência nele, é que permite que o Senhor o possua como ocorreu com o Senhor Jesus.” (A. T. Jones, em Boletim da assembléia da Conferência Geral de 1895, pág. 303.).

“Em 1893, Jones tirou esta lição prática da vitória de Cristo sobre o pecado: da mesma maneira que Deus vestiu os trajes de justiça na carne de Cristo, assim “Ele deseja que nós os vistamos agora, como também quando a carne se tornar imortal no fim... Cristo precisa estar em nós, assim como Deus estava nEle; Seu caráter precisa estar em nós, assim como o de Deus estava nEle, e Seu caráter tem de nos revestir e transformar através desses sofrimentos, tentações e tribulações que enfrentamos. Deus é o tecelão, mas não sem nós. É a cooperação do divino e do humano – o mistério de Deus em você e em mim – o mesmo mistério que havia no evangelho e que há na terceira mensagem Angélica,” (Idem, 1893, pág. 207).

“A mesma conclusão prática é extraída do final de seu décimo sétimo estudo, (*na assembléia) de 1895: ‘De acordo com Sua promessa, somos participantes da natureza divina.’ (Idem, 1895, pág. 329) E na medida em que somos dependentes de Deus todo o tempo, ‘o divino Espírito que estava nEle [Jesus], e que nos foi concedido, restringirá nosso eu natural, nosso eu pecaminoso... Esta é a nossa vitória’, e a maneira pela qual Deus destrói a inimizade em nosso favor.” (Idem, pág. 331)

Os escritos e pregações de A. T. Jones esclareceram uma das maiores verdades da mensagem de 1888: que os cristãos podem viver vidas vitoriosas ‘através de Cristo Jesus, a lei do Espírito de vida’ (Rom. 8:2). É verdade, conforme Jones, que alguns se equivocam sobre o significado dessa liberdade, guinando algumas vezes para um lamentável perfeccionismo, como se a vitória sobre o pecado pudesse ser absolutamente obtida, e o poder do pecado erradicado da carne.”

“Jones fez alusão a isso em 1899, num artigo relativo ao movimento da ‘carne santa”’, condenado na sessão da Conferência Geral de 1901 (O capítulo 7 fala disso). Seu artigo intitulado ‘Carne Pecaminosa’ colocou em perspectiva algumas de suas declarações sobre a perfeição cristã.

“Há um sério e mui preocupante erro mantido por muitas pessoas. Esse erro consiste em pensar que quando se convertem, sua velha natureza pecaminosa é eliminada. Em outras palavras, cometem o erro de pensar que estão livres da carne, por ela ter sido retirada completamente delas. Então, quando descobrem que a coisa não é assim; quando verificam que ainda estão com a mesma velha carne com suas inclinações, bloqueios e seduções, vêem que não estão preparados para isso e se desanimam; ficam pensando que nunca se converteram, afinal.” (Review and Herald, 18 de abril de 1899. Citado por A. T. Jones e E. J. Waggoner, em Lições de Fé, Lessons on Faith (Angwin, Calif.: Pacific Union College Press, 1977), págs. 90-92).

“Jones continua explicando que ‘a conversão ... não reveste de nova carne o velho espírito, mas um novo espírito é posto na velha carne. Ela não se propõe a cobrir a velha mente com a nova carne, mas uma nova mente posta na velha carne. Livramento e vitória não são obtidos por que a natureza humana foi retirada, mas pelo recebimento da divina natureza para subjugar a humana e ter domínio sobre ela... A Escritura não diz: ‘Transformem-se pela renovação da carne de vocês’, mas diz: ‘Transformem-se pela renovação de sua mente (Rom. 12:2). Seremos transladados pela renovação de nossa carne; mas devemos ser transformados pela renovação de nossas mentes.” (idem).”

“Finalmente, em 1905, a Pacific Press publicou o livro O Caminho Consagrado Para a Perfeição Cristã, (*também de autoria de Jones) Baseado na epístola aos Hebreus, o livro recorda os ensinos mais importantes de Jones sobre a natureza humana de Cristo e a perfeição de caráter que cada cristão pode conseguir, graças ao ministério de Cristo, nosso grande Sumo Sacerdote no santuário celestial, ‘um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado’; ‘[Ele] pode socorrer aos que são tentados” (Hebreus 4:15; 2:18).

A Obediência é um Privilégio

"Se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo." II Cor. 5:17.

“. . . se bem que não devamos absolutamente confiar em nós mesmos ou em nossas boas obras, nossa vida revelará se a graça de Deus está habitando em nós. . . . pode haver um modo de proceder exteriormente correto, sem o poder regenerador de Cristo. O amor da influência e o desejo da estima alheia poderão determinar uma vida bem ordenada. O respeito próprio poderá levar-nos a evitar a aparência do mal. Um coração egoísta poderá praticar ações generosas. Por que meios, pois, poderemos determinar de que lado nos achamos?”

. . .

“Os que se tornaram novas criaturas em Cristo Jesus, produzirão os frutos do Espírito – ‘amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio’. Gál. 5:22 e 23. . . . pela fé do Filho de Deus seguirão as Suas pisadas, refletir-Lhe-ão o caráter e se purificarão, assim como Ele é puro. As coisas que outrora aborreciam, agora amam; e aquilo que outrora amavam, aborrecem agora. O orgulhoso e presunçoso torna-se manso e humilde de coração. O vanglorioso e arrogante torna-se circunspecto e moderado. O bêbado torna-se sóbrio e o viciado, puro. Os vãos costumes e modas do mundo são renunciados. O cristão buscará, não o ‘enfeite... exterior’, mas ‘o homem encoberto no coração, no incorruptível trajo de um espírito manso e quieto, que é precioso diante de Deus". I Ped. 3:3 e 4.

“Não há evidência de genuíno arrependimento, a menos que se opere a reforma. Restituindo o penhor, devolvendo aquilo que roubara, confessando os pecados e amando a Deus e ao próximo, pode o pecador estar certo de que passou da morte para a vida.”

“Quando, como seres pecaminosos e sujeitos ao erro, chegamos a Cristo e nos tornamos participantes de Sua graça perdoadora, surge o amor em nosso coração. Todo peso se torna leve; pois é suave o jugo que Cristo impõe. O dever torna-se deleite, o sacrifício prazer. O caminho que dantes parecia envolto em trevas, torna-se iluminado pelos raios do Sol da Justiça.”

“A amabilidade do caráter de Cristo se manifestará em Seus seguidores.’ . . . (*Mas) “Há dois erros . . . o primeiro, é o de tomar em consideração as suas próprias obras, confiando em qualquer coisa que possam fazer, a fim de pôr-se em harmonia com Deus. Aquele que procura tornar-se santo por suas próprias obras, guardando a lei, tenta o impossível. Tudo que o homem possa fazer sem Cristo, está poluído de egoísmo e pecado. É unicamente a graça de Cristo, pela fé, que nos pode tornar santos.”

“O erro oposto, e não menos perigoso, é o de que a crença em Cristo isente o homem da observância da lei de Deus; que, visto como só pela fé é que nos tornamos participantes da graça de Cristo, nossas obras nada têm que ver com nossa redenção. . . .a obediência não é mera aquiescência externa, mas sim o serviço de amor. A lei de Deus é uma expressão de Sua própria natureza; é uma corporificação do grande princípio do amor, . . . Implantado no coração o princípio do amor, renovado o homem segundo a imagem dAquele que o criou, cumpre-se a promessa do novo concerto: ‘Porei as Minhas leis em seu coração e as escreverei em seus entendimentos.’ Heb. 10:16. . . . É a fé, e ela só, que, em vez de dispensar-nos da obediência, nos torna participantes da graça de Cristo, a qual nos habilita a prestar obediência” (grofamos).

“Não ganhamos a salvação por nossa obediência; Pois a salvação é dom gratuito de Deus, e que obtemos pela fé. Mas a obediência é fruto da fé. . . . A justiça está definida no padrão da santa lei de Deus, expressa nos dez preceitos dados no Sinai.”

“A chamada fé em Cristo que professa desobrigar os homens da obediência a Deus, não é fé, mas presunção. ‘Pela graça sois salvos, por meio da fé.’ Efés. 2:8. Mas ‘a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma’. Tia. 2:17. Jesus disse de Si mesmo, antes de descer à Terra: ‘Deleito-Me em fazer a Tua vontade, ó Deus Meu; sim, a Tua lei está dentro do Meu coração.’ Sal. 40:8. E justamente antes de ascender para o Céu, declarou: ‘Tenho guardado os mandamentos de Meu Pai e permaneço no Seu amor.’ João 15:10. Diz a Escritura: ‘Nisto sabemos que O conhecemos: se guardarmos os Seus mandamentos. Aquele que diz que está nEle também deve andar como Ele andou.’ I João 2:3 e 6. ‘Pois também Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais as Suas pisadas.’ I Ped. 2:21.

A condição de vida eterna é hoje justamente a mesma que sempre foi - exatamente a mesma que foi no paraíso, antes da queda de nossos primeiros pais - perfeita obediência à lei de Deus, perfeita justiça. Se a vida eterna fosse concedida sob qualquer condição inferior a essa, correria perigo a felicidade do Universo todo. Estaria aberto o caminho para que o pecado, com todo o seu cortejo de infortúnios e misérias, se imortalizasse.”

“Era possível a Adão, antes da queda, formar um caráter justo pela obediência à lei de Deus. Mas deixou de o fazer e, devido ao seu pecado, nossa natureza se acha decaída, e não podemos tornar-nos justos. Visto como somos pecaminosos, profanos, não podemos obedecer perfeitamente a uma lei santa. Não possuímos justiça em nós mesmos com a qual pudéssemos satisfazer às exigências da lei de Deus. Mas Cristo nos proveu um meio de escape. Viveu na Terra em meio de provas e tentações como as que nos sobrevêm a nós. Viveu uma vida sem pecado. Morreu por nós, e agora Se oferece para nos tirar os pecados e dar-nos Sua justiça. Se vos entregardes a Ele e O aceitardes como vosso Salvador, sereis então, por pecaminosa que tenha sido vossa vida, considerados justos por Sua causa. O caráter de Cristo substituirá o vosso caráter, e sereis aceitos diante de Deus exatamente como se não houvésseis pecado. . . . Cristo mudará o coração. Nele habitará, pela fé. Pela fé . . . Ele operará em vós o querer e o efetuar, segundo a Sua vontade. Podereis então dizer: ‘A vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou e Se entregou a Si mesmo por mim.’ Gál. 2:20. . . . atuando Cristo em vós, manifestareis o mesmo espírito e praticareis as mesmas obras - obras de justiça e obediência.”

“Nada temos, pois, em nós mesmos, de que nos possamos orgulhar. Não temos nenhum motivo para exaltação própria. Nosso único motivo de esperança está na justiça de Cristo a nós imputada, e naquela atuação do Seu Espírito em nós e através de nós.”

. . .

“Muitas vezes, teremos de prostrar-nos e chorar aos pés de Jesus, por causa de nossas faltas e erros; mas não nos devemos desanimar. Mesmo quando somos vencidos pelo inimigo, não somos repelidos, nem abandonados ou rejeitados por Deus. Não; Cristo está à destra de Deus, fazendo intercessão por nós. Diz o amado João: ‘Estas coisas vos escrevo para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o Justo.’ I João 2:1. . . . À medida que formos desconfiando de nosso próprio poder, confiemos mais no poder de nosso Redentor, e haveremos de louvá-Lo. . . .”

“Quanto mais perto vos chegardes de Jesus, tanto mais cheio de faltas parecereis aos vossos olhos; porque vossa visão será mais clara e vossas imperfeições se verão em amplo e vivo contraste com Sua natureza perfeita. . . . Não pode habitar um amor profundo e arraigado no coração daquele que não reconhece sua pecaminosidade. . . . A vista de nossa pecaminosidade impele-nos para Ele, que é capaz de perdoar; e quando a alma, reconhecendo o seu desamparo, anseia por Cristo, Ele Se revelará em poder. Quanto mais a sensação de nossa necessidade nos impelir para Ele e para a Palavra de Deus, tanto mais exaltada visão teremos de Seu caráter, e tanto mais plenamente refletiremos a Sua imagem.”

Agora veremos algo mais do que disseram os dois mensageiros de 1888?: Do livro, O Caminho Consagrado para a Perfeição Cristã,
Capítulo 12, PERFEIÇÃO o Pr Pr. Alonzo T. Jones) diz:

“O grande fim e propósito do verdadeiro santuário, sacerdócio e ministério, era que Deus morasse nos corações do povo. . . . e o propósito de morar nos corações do povo . . . é a . . . perfeição moral e espiritual do adorador.”

“A perfeição se obtém mediante o sacrifício e sacerdócio de nosso grande Sumo Sacerdote à destra do trono da Majestade dos céus, ministrando no santuário e verdadeiro tabernáculo que o Senhor estabeleceu, e não o homem. ‘E disto nos dá testemunho também o Espírito Santo; porquanto após Ter dito: Esta é a aliança que farei com eles, depois daqueles diz, diz o senhor: Porei no seu coração as minhas leis e sobre a sua mente lhas inscreverei, acrescenta: Também de nenhum modo me lembrarei dos seus pecados e das suas iniqüidades, para sempre. Ora, onde há remissão destes já não há oferta pelo pecado.” Heb. 10:15-18

*Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne, versos 19 e 20.

“E é esse ‘caminho novo e vivo’ que ‘por sua carne’, Cristo nos consagrou. Consagrou-o para todo o gênero humano. . . . Esse caminho novo e vivo Ele nos consagrou pela Sua carne. Isto é, vindo na carne, identificando-se a si mesmo com o gênero humano na carne, consagrou-nos para onde Ele está agora, à direita do trono da Majestade nos céus, no santo dos santos.”

“Vindo na carne – havendo sido feito em todas as coisas como nós, e havendo sido tentado em todo o ponto como nós o somos – se identificou com toda alma humana, precisamente na situação atual desta. E desde o lugar em que esta alma se encontra, consagrou para ela um caminho novo e vivo através das vicissitudes e experiências de toda a vida, incluindo a morte na tumba, até o santo dos santos, para sempre à destra de Deus.”

“Oh, que caminho consagrado, consagrado pelas Suas tentações e sofrimentos, por Seus rogos e súplicas, com grande clamor e lágrimas, por Sua vida santa e Sua morte sacrifical, por Sua vitoriosa ressurreição e gloriosa ascensão, e por Sua triunfante entrada no santo dos santos, à direta do trono da Majestade nos céus!

E esse ‘caminho’ consagrou-o para nós. Havendo-se feito um conosco, fez nosso este caminho; ele nos pertence. Outorgou a toda alma este caminho; ele nos pertence. Outorgou a toda alma o divino direito de transitar por este caminho consagrado; e havendo sofrido o mesmo na carne – em nossa carne – fez possível, e nos deu a segurança de que toda alma humana pode andar por ele, em tudo o que este caminho significa; e por ele, acessar plena e livremente o santo dos santos.”

“Ele, como um de nós, em nossa natureza humana, débil como nós, carregado com os pecados do mundo, durante toda uma vida, foi ‘Santo, inocente, limpo, separado dos pecadores’, e ‘feito mais sublime que os céus’. E assim continuou e consagrou o caminho pelo qual, nele, todo crente pode, neste mundo e durante toda a vida, viver uma vida santa, limpa, separada dos pecadores, e como conseqüência ser feito com Ele mais sublime que os céus. A perfeição, perfeição de caráter, é a meta cristã – perfeição obtida na carne humana neste mundo. Cristo a obteve em carne humana neste mundo, constituindo e consagrando assim um caminho pelo qual, Nele, todo crente pode obtê-la. Ele, havendo-a obtido, veio a ser nosso Sumo Sacerdote no sacerdócio do verdadeiro santuário, para que nós a possamos obter.”

“O objetivo do cristão é a perfeição. O ministério e a suma do sacerdócio de Cristo no verdadeiro santuário é o único caminho pelo qual toda alma pode alcançar o verdadeiro propósito, neste mundo. ‘Teu caminho, ó Deus, está em Teu santuário’. Sal. 77:13

“Portanto irmãos, sendo que temos plena segurança para entrar no Santuário, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que Ele nos abriu, através do véu, isto é, de Sua carne, e sendo que temos um grande sacerdote sobre a casa de Deus, acheguemo-nos com um coração sincero, na plena certeza da fé, tendo purificados o coração da má consciência, e lavado o corpo com água limpa’. E ‘mantenhamos firme a confissão de nossa esperança, em flutuar, pois fiel é o que prometeu”. Heb. 10: 19-23.


Do livro Cristo e Sua Justiça, no Cap. 10, , Ellet J. Waggoner diz:

A Vitória da Fé: “A Bíblia diz que ‘o justo viverá pela fé’. A justiça de DEUS é ‘revelada de fé em fé’. Rom. 1:17. Nada pode melhor ilustrar a operação da fé do que . . . o notável evento registrado em II Crônicas 20. O leitor deve lê-lo sua Bíblia. . . . Os amonitas, vieram à peleja contra Josafá. (Versos 1,2). . . . Uma grande hoste levou o rei e o seu povo a temer, mas tomaram a sábia iniciativa de reunir-se e "buscar ao SENHOR . . . Segue-se então a oração de Josafá, como líder da congregação, e ela merece estudo especial, uma vez que foi uma oração de fé e continha nela o início da vitória: . . . Josafá não só declarou sua fé no maravilhoso poder de DEUS, mas reivindicou a força de DEUS como sua própria, dizendo: "Não és Tu o nos­so DEUS? Ele cumpriu o requisito escriturístico: "aquele que se aproxima de DEUS creia que Ele existe e que se torna galardoador dos que O buscam". Hebreus 11:6. . . . Em nós não há força para resistirmos a essa grande multidão que vem contra nós, e não sabemos nós o que fazer; porém os nossos olhos estão postos em Ti". Verso 12. . . . Esta posição de Josafá e de seu povo estava em consonância com a injunção apostólica: ‘Olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, JESUS’. Heb. 12:2. . . . Agora, qual foi o resultado? O profeta do SENHOR veio no poder do ESPÍRITO SANTO, ‘e disse: Dai ouvidos, todo o Judá, e vós, moradores de Jerusalém, e tu, ó rei Josafá, ao que vos diz o SENHOR. Não temais, nem vos assusteis por causa desta grande multidão, pois a peleja não é vossa, mas de DEUS". Verso 15.

E então veio a ordem para ir pela manhã para encontrar o inimigo, e deviam ver a salvação do SENHOR, pois Ele com eles estaria. Agora vem a parte mais importante: ‘Pela manhã cedo se levantaram e saíram ao deserto de Tecoa; ao saírem eles, pôs-se Josafá em pé, e disse: Ouvi-me, ó Judá, e vós, moradores de Jerusalém! Crede no SENHOR vosso DEUS, e estareis seguros; crede nos Seus profetas, e prosperareis. Aconselhou-se com o povo, e ordenou cantores para o SENHOR, que, vestidos de ornamentos sagrados, e marchando à frente do exército, louvassem a DEUS, dizendo: Rendei graças ao SENHOR, porque a Sua misericórdia dura para sempre". Versos 20, 21.

“Seguramente, essa foi uma estranha maneira de sair para a batalha. . . . ‘E quando começaram a cantar e a dar louvores, pôs o SENHOR emboscadas contra os filhos de Amom e de Moabe, . . . Tendo Judá chegado ao alto que olha para o deser­to, procurou ver a multidão, e eis que eram corpos mortos, que jaziam em terra, sem nenhum sobrevivente". Versos 22-24.

“Se tem havido poucos exércitos que saem à batalha com tal vanguarda, como se deu com o exército de Josafá, é igualmente certo que poucos exércitos têm sido recompensados por tão assinalada vitória. E pode bem ser apropriado estudar um pouco a filosofia da vitória da fé, como ilustrado neste exemplo. . . . O ponto que deve ser notado especialmente é que foi quando Israel começou a cantar e louvar que o SENHOR estabeleceu emboscadas contra o inimigo. O que significa isso? Significa que a fé deles era real. A promessa de DEUS foi considerada como o concreto cumprimento do fato. Assim eles creram no SENHOR ou, mais literalmente, construíram sobre o SENHOR, e desse modo foram estabelecidos, ou edificados. Destarte comprovaram a verdade nas palavras: "Esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé". I João 5:4.

“Apliquemos agora esta ilustração num caso de conflito contra o pecado. Vem uma grande tentação para fazer algo sabidamente errado. Temos freqüentemente experimentado para nosso sofrimento a força da tentação, porque esta nos domina, de modo que sabemos que não dispomos de força contra ela. Mas agora nossos olhos estão fixos no SENHOR, que nos disse para irmos com ousadia ao trono da graça a fim de obtermos misericórdia e acharmos graça para ajuda em tempo de necessidade. Assim começamos a orar a DEUS pedindo auxílio. E oramos ao DEUS que nos é revelado na Bíblia como o Criador do céu e da Terra. Começamos, não com uma chorosa declaração de nossa fraqueza, mas com um alegre reconhecimento do extraordinário poder de DEUS. Isso feito, podemos aventurar-nos a expor nossa dificuldade e nossa fraqueza. . . . então podemos seguramente declarar nossa fraqueza, pois então estamos simplesmente colocando nossas fraquezas ao lado de Seu poder, e o contraste tende a gerar coragem.”

“Daí, à medida que oramos, a promessa de DEUS vem à nossa mente, ali levada pelo ESPÍRITO SANTO. Pode dar-se que não pensemos sobre nenhuma promessa em especial que se ajuste ao caso, mas podemos nos lembrar que ‘Fiel é a palavra e digna de toda aceitação, que CRISTO JESUS veio ao mundo para salvar os pecadores’ (I Tim. 1:15), e que ‘Se entregou a Si mesmo pelos nossos pecados, para nos desarraigar deste mundo perverso, segundo a vontade de nosso DEUS e PAI’ (Gál. 1:4), e podemos saber que isto levava consigo toda promessa, pois ‘Aquele que não poupou a Seu próprio Filho, antes, por todos nós O entregou, porventura não nos dará graciosamente com Ele todas as coisas?’ Rom. 8:32.”

“Então nos lembramos que DEUS pode falar daquelas coisas que não são como se fossem. Ou seja, se DEUS dá uma promessa, ela é tão certa quanto se já tivesse sido cumprida. E assim, sabendo que nosso livramento do mal está de acordo com a vontade de DEUS (Gál. 1:4), contamos a vitória como já sendo nossa e começamos a agradecer a DEUS por Suas maravilhosas e preciosas promessas. E à medida que nossa fé se apegue a essas promessas e as tornem reais, não podemos deixar de louvar a DEUS por Seu maravilhoso amor, e enquanto o fazemos, nossas mentes são inteiramente tomadas do mal, e a vitória é nossa. O SENHOR JESUS coloca emboscadas contra nossos inimigos.”

“Nossa enunciação de louvor revela a Satanás que obtivemos reforços, e segundo ele tenha testado o poder da ajuda concedida a nós, sabemos que nada pode fazer nessa ocasião, e assim nos deixa. Isto ilustra a força da injunção apostólica: ‘Não andeis ansiosos por coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas diante de DEUS as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graça’, Fil. 4:6.”